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Transcrição:

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão: 2014-2015 Resenha de Matérias Técnicas Nº. 845, de 24 09 2015 Matéria Especial: CONTRATO DE TRABALHO FÉRIAS COLETIVAS PROCEDIMENTO Elaborada pela Comissão do Ciclo de Palestras A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610). CONTATO: desenvolvimento@crcsp.org.br AGREGANDO VALOR À PROFISSÃO

CONTRATO DE TRABALHO FÉRIAS COLETIVAS PROCEDIMENTO Resumo: Este procedimento trata do conceito e requisitos para a concessão das férias coletivas e foi enriquecido com exemplos práticos e reprodução de modelos de comunicação ao órgão do MTE, aos sindicatos e de aviso de férias aos empregados. Sumário 1. Introdução 2. Conceito 3. Fracionamento 3.1 Menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade 4. Concessão - Requisitos 4.1 Microempresas e empresas de pequeno porte 4.2 Empregados abrangidos pelo regime de trabalho a tempo parcial 4.3 Contrato de trabalho por prazo determinado - Lei nº 9.601/1998 - Aplicação 5. Empregados afastados da atividade no curso das férias coletivas 6. Empregados com menos de 12 meses de serviço 6.1 Cálculo - Tabela prática 6.1.1 Exemplos 6.2 Concessão em dois períodos 7. Empregados com 12 ou mais meses de serviço 8. Licença remunerada - Consequências 9. Anotações 9.1 CTPS 9.2 Livro ou fichas de registro de empregados 9.3 Carimbo ou etiquetas - Uso - Permissão 10. Abono pecuniário 10.1 Valor do abono - Terço constitucional 11. Remuneração 11.1 Pagamento - Época - Quitação - Recibo 11.2 Cálculos - Exemplos

11.3 Adicionais - Cômputo 11.4 Salário-utilidade 12. Incidências 12.1 Contribuição previdenciária 12.1.1 Abono pecuniário de férias 12.1.1.1 Adicional de 1/3 da CF sobre o abono pecuniário - Considerações 12.1.2 Empresas que tiveram a contribuição previdenciária patronal básica substituída pela contribuição sobre a receita bruta 12.2 FGTS 12.3 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 13. Penalidades - Multas 14. Modelos e formulários próprios 14.1 Modelo de comunicação (órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE) 14.2 Modelo de comunicação ao sindicato 14.3 Modelo de aviso a empregados 14.4 Abono pecuniário - Acordo coletivo 14.5 Recibo de abono de férias 14.6 Recibo de férias 15. Jurisprudência 1. Introdução Muitas empresas, em virtude de aumento de seus estoques motivado pela diminuição do volume de vendas, precisam paralisar ou diminuir a sua atividade produtiva visando dar vazão aos produtos estocados ou enfrentar períodos de desaquecimento comercial. Nesse cenário, as férias coletivas se apresentam como a solução mais indicada, tendo em vista que, além de atenderem às necessidades empresariais, quitam direitos trabalhistas dos empregados. 2. Conceito Férias coletivas são aquelas concedidas simultaneamente a todos os empregados da respectiva empresa ou de um ou mais estabelecimentos ou setores da empresa e, normalmente, visam atender a uma necessidade do empregador. 3. Fracionamento

O art. 139, 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina que as férias podem ser gozadas em 2 períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias corridos. Não obstante tal determinação, a Convenção nº 132, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo SF nº 47/1981, ratificada em 1997, com o depósito do instrumento de ratificação em 23.09.1998 e, por fim, promulgada pelo Decreto nº 3.197/1999 - DOU de 06.10.1999 a qual, desde então, vigora no Brasil, determina em seu art. 8º: "Artigo 8º 1. O fracionamento do período de férias anuais remuneradas pode ser autorizado pela autoridade competente ou pelo órgão apropriado de cada país. 2. Salvo estipulação em contrário contida em acordo que vincule o empregador e a pessoa empregada em questão, e desde que a duração do serviço desta pessoa lhe dê direito a tal período de férias, uma das frações do referido período deverá corresponder pelo menos a duas semanas de trabalho ininterruptos." Embora a Convenção trate apenas das férias individuais, não se referindo às férias coletivas, parte dos doutrinadores defende o entendimento de que havendo o fracionamento das férias, uma das frações deverá corresponder a pelo menos 14 dias, conforme previsto na Convenção. O que vale dizer que a empresa pode conceder, por exemplo, 10 dias de férias coletivas desde que a fração restante de férias seja igual ou superior a 14 dias. Outros, defendem que esta regra refere-se apenas às férias individuais uma vez que as coletivas não foram tratadas na Convenção em comento. 3.1 Menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade As férias sempre são concedidas de uma só vez aos menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade. Portanto, a eles é assegurado o gozo integral de férias segundo a aquisição do respectivo direito: 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme o número de faltas injustificadas. Observe-se que, havendo concessão de férias coletivas, cuja duração seja inferior ao direito adquirido desses empregados, o empregador deve deixá-los gozar integralmente o respectivo período, acarretando, assim, o retorno após os demais empregados. Ressalta-se, ainda, que o empregado estudante menor de 18 anos tem o direito de fazer coincidir suas férias com o período de férias escolares.

4. Concessão - Requisitos As condições para concessão de férias coletivas podem ser objeto de acordo coletivo entre a empresa e a entidade sindical representativa dos respectivos empregados, de convenção coletiva de trabalho entre sindicatos das categorias econômica e profissional ou de sentença normativa. Na falta desses instrumentos ou na ausência de previsão específica, cabe ao empregador determinar o regime e a época de férias coletivas dos empregados. Para esse fim, o empregador deve: a) comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e fim das férias (veja "modelo de comunicação" no subitem 14.1); b) precisar, na comunicação, quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida; c) enviar, no prazo de 15 dias, cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional; d) providenciar a afixação de aviso nos locais do trabalho, sobre a adoção do regime. 4.1 Microempresas e empresas de pequeno porte O Estatuto da Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte (EPP), que dispõe sobre o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Constituição Federal (CF), arts. 170 e 179, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, com as alterações introduzidas pela Lei Complementar nº 127/2007, dispensa as ME e EPP, entre outros, do cumprimento da anotação da concessão das férias no livro ou nas fichas de registro dos empregados, previsto na CLT, art. 135, 2º, bem como da comunicação ao MTE acerca da concessão de férias coletivas. Ressalta-se que as MEs e as EPPs continuam obrigadas, entre outros, ao cumprimento das anotações das férias na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), conforme disposto na Lei Complementar nº 123/2006, art. 52, inciso I. Nota Não obstante a citada legislação dispensar a comunicação da concessão das férias coletivas ao MTE ( CLT, art. 139, 2º), entendemos que a comunicação ao sindicato representativo da respectiva categoria profissional, prevista no 3º do citado art. 139 da CLT, continua sendo obrigatória. 4.2 Empregados abrangidos pelo regime de trabalho a tempo parcial

Tratando-se de empregados abrangidos pelo regime de trabalho a tempo parcial, conforme o disposto na Medida Provisória nº 2.164-41/2001, depreende-se que não há qualquer impedimento legal para que esses empregados usufruam férias coletivas juntamente com os demais empregados contratados para jornada integral (normalmente 44 horas semanais). Assim, tendo em vista que os exemplos de cálculo de férias coletivas descritos neste trabalho são válidos para os empregados contratados à base de 44 horas semanais, o que corresponde a 220 horas mensais, o empregador deverá refazer os cálculos quando se tratar de empregados sob o regime de trabalho a tempo parcial. Nesse aspecto, os cálculos de gozo e remuneração das férias coletivas dos empregados a tempo parcial observam a seguinte tabela proporcional de férias de acordo com a CLT, art. 130-A. ESCALA PROPORCIONAL DE FÉRIAS PARA TRABALHO A TEMPO PARCIAL

4.3 Contrato de trabalho por prazo determinado - Lei nº 9.601/1998 - Aplicação Com fundamento na Lei nº 9.601/1998, alterada pela Medida Provisória nº 2.164-41/2001, art. 10, que, entre outras providências, dispõe sobre o contrato de trabalho por prazo determinado, ficou estabelecido que as convenções e os acordos coletivos de trabalho poderão dispor sobre o contrato de trabalho por prazo determinado, observando, contudo, que, pelo período de 60 meses, a contar de 22.01.1998 até 21.02.2003, foram reduzidas, a 50% de seu valor vigente em 1º.01.1996, as alíquotas das contribuições sociais destinadas ao Serviço Social da Indústria (Sesi), ao Serviço Social do Comércio (Sesc), ao Serviço Social do Transporte (Sest), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), bem como ao salário-educação e ao financiamento do seguro de acidente do trabalho, e, a 2%, a alíquota para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de que trata a Lei nº 8.036/1990. Desde 22.02.2003, embora a empresa possa continuar firmando contrato de trabalho por prazo determinado nos termos da Lei nº 9.601/1998, não há mais redução de alíquotas, voltando estas aos seus percentuais integrais. A referida Lei nº 9.601/1998 foi regulamentada pelo Decreto nº 2.490/1998. Assim, destaca-se que, observadas as condições anteriormente estabelecidas na modalidade de contrato por prazo determinado com redução de encargos, são normalmente aplicáveis as normas relativas às férias dos empregados constantes na CLT, inclusive com o acréscimo de 1/3 da CF/1988. A inobservância de quaisquer requisitos previstos na Lei nº 9.601/1998 e no Decreto nº 2.490/1998 descaracteriza o contrato por prazo determinado, que passa a gerar os efeitos próprios dos contratos a prazo indeterminado. A Portaria MTb nº 207/1998 baixa instruções sobre a forma de cálculo das médias previstas na Lei nº 9.601/1998, arts. 3º e 4º e estabelece procedimentos relativos ao depósito do contrato de trabalho por prazo determinado e à sua fiscalização. 5. Empregados afastados da atividade no curso das férias coletivas Os empregados que, no curso das férias coletivas, estiverem afastados provisoriamente da atividade, cujos contratos de trabalho foram suspensos ou interrompidos, não gozarão as férias coletivas com os demais empregados. Nesse aspecto, os empregados afastados por motivo de auxílio-doença, licença-maternidade, prestação de serviço militar, licença remunerada ou não etc. continuam normalmente a usufruir o benefício ou a situação trabalhista em que se encontram fora do exercício da atividade na empresa. Assim, esses empregados não gozarão as férias coletivas com os demais empregados, salvo

se o afastamento terminar antes da paralisação das atividades da empresa. Caso o afastamento se encerre no curso das férias coletivas e não havendo condições de retorno do empregado ao trabalho (por exemplo, paralisação total das atividades empresariais), este será considerado em licença remunerada. EXEMPLO DE EMPREGADOS AFASTADOS DA ATIVIDADE NO CURSO DAS FÉRIAS COLETIVAS 1) Supondo que a empresa conceda férias coletivas de 15 dias aos empregados no período de 11 a 25.11.2014, e no citado período, uma empregada encontra-se afastada por licença-maternidade, temos a seguinte situação: - dias considerados como férias coletivas: 15 dias (10 a 24.11.2014); - período da licença-maternidade de 120 dias (29.08 a 26.12.2014): a empregada, no caso, não entra no gozo de férias coletivas e continua afastada pela licença-maternidade. 2) Supondo que uma empregada afastada por licença-maternidade retorne em 20.11.2014, sabendo-se que a empresa concedeu férias coletivas aos empregados no período de 10 a 24.11.2014, temos a seguinte situação: - data do retorno da licença-maternidade: 20.11.2014; - dias considerados como licença remunerada: 5 dias (20 a 24.11.2014). A empregada receberá 5 dias da licença remunerada, desde que não haja possibilidade de retorno ao trabalho em função da paralisação das atividades da empresa. 6. Empregados com menos de 12 meses de serviço Esses empregados gozam, na oportunidade, férias proporcionais conforme tabela adiante, iniciando-se novo período aquisitivo a contar do primeiro dia de gozo. Em outras palavras, referidos empregados, por ocasião das férias coletivas concedidas pelo empregador, gozam férias proporcionais relativas ao período de vigência dos respectivos contratos individuais de trabalho, calculadas na proporção de 1/12 por mês de serviço ou fração superior a 14 dias, de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme a quantidade de faltas injustificadas no curso do período aquisitivo, remuneradas com 1/3 a mais que o salário normal. Caso as condições de trabalho não permitam o retorno antecipado do empregado ao serviço em relação aos demais, o período de gozo das férias coletivas excedente ao direito adquirido será considerado licença remunerada. 6.1 Cálculo - Tabela prática

Elaboramos a tabela prática de férias proporcionais a seguir, nos termos da CLT, art. 130. TABELA PRÁTICA DE FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS Faltas injustificadas Proporcionalidade 30 dias/220h (até 5 faltas injustificadas) 24 dias/176h (de 6 a 14 faltas injustificadas) 18 dias/132h (de 15 a 23 faltas injustificadas) 12 dias/88h (de 24 a 32 faltas injustificadas) 1/12 2,5 dias ou 18h20min 2 dias ou 14h40min 1,5 dia ou 11h 1 dia ou 7h20min 2/12 5 dias ou 36h40min 4 dias ou 29h20min 3 dias ou 22h 2 dias ou 14h40min 3/12 7,5 dias ou 55h 6 dias ou 44h 4,5 dias ou 33h 3 dias ou 22h 4/12 10 dias ou 73h20min 8 dias ou 58h40min 6 dias ou 44h 4 dias ou 29h20min 5/12 12,5 dias ou 91h40min 10 dias ou 73h20min 7,5 dias ou 55h 5 dias ou 36h40min 6/12 15 dias ou 110h 12 dias ou 88h 9 dias ou 66h 6 dias ou 44h 7/12 17,5 dias ou 128h20min 14 dias ou 102h40min 10,5 dias ou 77h 7 dias ou 51h20min 8/12 20 dias ou 146h40min 16 dias ou 117h20min 12 dias ou 88h 8 dias ou 58h40min

9/12 22,5 dias ou 165h 18 dias ou 132h 13,5 dias ou 99h 9 dias ou 66h 10/12 25 dias ou 183h20min 20 dias ou 146h40min 15 dias ou 110h 10 dias ou 73h20min 11/12 27,5 dias ou 201h40min 22 dias ou 161h20min 16,5 dias ou 121h 11 dias ou 80h40min 12/12 30 dias ou 220h 24 dias ou 176h 18 dias ou 132h 12 dias ou 88h Notas (1) Mais de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo implicam, para o empregado, a perda das férias correspondentes. (2) Remuneração em horas calculada com base na jornada mensal de 220 horas = (44 semanais 6) x 30, conforme a CF, art. 7º, inciso XIII. Tratando-se de empregados abrangidos pelo regime de trabalho a tempo parcial (subitem 4.2 desse texto), a proporcionalidade das férias pode ser calculada utilizando-se a tabela a seguir: TRABALHO A TEMPO PARCIAL - TABELA PRÁTICA DE FÉRIAS PROPORCIONAIS

Para fins de aplicação da supracitada tabela de férias proporcionais do trabalho a tempo parcial, a empresa deverá multiplicar o número de dias de férias proporcionais a que o empregado tem direito (1/12, 2/12, 3/12 e assim por diante) pelo valor da respectiva remuneração diária. EXEMPLO DE PROPORCIONALIDADE DE FÉRIAS PARA TRABALHO A TEMPO PARCIAL

Empregado contratado pelo regime de trabalho a tempo parcial, com duração da jornada semanal de 24 horas e remuneração diária atual de R$ 60,00, cujo período de férias proporcionais a que tem direito é de 9/12 com 2 faltas injustificadas no período aquisitivo, receberá: - R$ 810,00 = R$ 60,00 x 13,5 dias (número de dias encontrado na intersecção da linha correspondente a 9/12 com a coluna do período equivalente a 18 dias), mais o acréscimo de 1/3 da CF de R$ 270,00, totalizando o recebimento de R$ 1.080,00, a título de férias. 6.1.1 Exemplos Elaboramos a seguir alguns exemplos de cálculos de férias coletivas de empregados em diversas situações. Por meio da Portaria Interministerial MPS/MF nº 13/2015, foi divulgada a nova tabela de salários-de-contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso para fatos geradores que ocorrerem a partir da competência janeiro/2015, transcrita adiante. TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º.01.2015 Salário de Contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) Até 1.399,12 De 1.399,13 até 2.331,88 De 2.331,89 até 4.663,75 8,00 9,00 11,00 EXEMPLO DE FÉRIAS COLETIVAS INFERIORES AO DIREITO ADQUIRIDO a) Férias coletivas inferiores ao direito adquirido (*):

Dados hipotéticos: - Admissão: 05.05.2014 - Férias coletivas: 10 dias (03 a 12.11.2014) - Faltas injustificadas ao serviço: 5 - Direito adquirido: 15 dias (6/12: 05.05.2014 a 02.11.2014) - Início do novo período aquisitivo: 03.11.2014 - Remuneração: - Salário = R$ 870,00 (mensalista) - 10 dias de férias - R$ 870,00 x 10 30 equivale a R$ 290,00 + - 1/3 (CF) de R$ 290,00 equivale a R$ 96,67 - Total bruto R$ 386,67 - INSS - 8% de R$ 386,67 equivale a R$ 30,93 Líquido R$ 355,74 ou - salário = R$ 3,954545 p/h (horista base 220h/mês) - 10 dias de férias = 73h20min (7h20min x 10) - R$ 3,954545 x 73,33333 R$ 290,00 + - 1/3 (CF) de R$ 290,00 R$ 96,67 - Total bruto R$ 386,67

- INSS - 8% de R$ 386,67 R$ 30,93 - Líquido R$ 355,74 Nesse caso, o empregado tem um saldo favorável de 5 dias, cujo pagamento e gozo ficam a critério do empregador, observado, contudo, o período concessivo e o exposto no item 3 desse texto. Nota Embora o art. 136 da CLT estabeleça que a época da concessão das férias individuais é a que melhor atenda aos interesses do empregador, o art. 10 da citada Convenção nº 132, da OIT, determina que: "Artigo 10 1. A ocasião em que as férias serão gozadas será determinada pelo empregador, após consulta à pessoa empregada interessada em questão ou seus representantes, a menos que seja fixada por regulamento, acordo coletivo, sentença arbitral ou qualquer outra maneira conforme à prática nacional. 2. Para fixar a ocasião do período de gozo das férias serão levadas em conta as necessidades do trabalho e as possibilidades de repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada." Dessa forma, constata-se que não pode o empregador, unilateralmente, decidir sobre a época em que o seu empregado gozará as férias individuais, sendo necessário para tanto, analisar não só as necessidades da empresa, mas, também, o interesse do empregado no que se relaciona ao seu repouso e diversão, portanto, o período de gozo de férias individuais deve ser decidido em comum acordo. Na hipótese de a empresa pretender que o empregado goze integralmente o respectivo período adquirido de férias (15 dias) por ocasião das férias coletivas, deve efetuar o pagamento correspondente ao gozo (15 dias), de sorte que ele retorne ao serviço depois dos demais empregados. Nota Para fins de incidência do encargo previdenciário sobre as férias, o mês de competência é determinado em função do período de seu gozo, cuja alíquota para desconto incide sobre o total da remuneração mensal: valor do período de férias gozadas no mês, com o respectivo adicional de 1/3 da CF, mais o salário devido no mês e outras parcelas porventura pagas, que integram o salário-de-

contribuição. (*) Importante Vale alertar o empregador para o fato de, não obstante as condições tratadas no item 6 e seus subitens deste texto, bem como o exemplo descrito na letra "a" (que prevê hipótese de concessão de férias coletivas em período inferior ao direito adquirido pelo empregado), não está totalmente afastada a possibilidade de entendimento diverso por parte da doutrina, da jurisprudência e da fiscalização trabalhistas. Nesse aspecto, caso o empregador opte pela concessão parcial do gozo de férias coletivas adquiridas pelo empregado, convém que consulte antecipadamente o órgão regional do MTE sobre o assunto, bem como o respectivo sindicato da categoria profissional. Outrossim, caso o empregador faça opção pela concessão integral do período de férias adquiridas pelo empregado como coletivas, bem como atenda às demais condições exigidas para concessão e pagamento das férias coletivas, não haverá que se cogitar eventuais implicações com a fiscalização trabalhista, valendo, assim, os comentários das letras "a" e "b" deste subitem. Ressaltamos, por fim, que eventuais controvérsias sobre o assunto tratado nesta matéria serão definitivamente dirimidas pelo Poder Judiciário, caso a parte que se sinta prejudicada intente a competente ação. EXEMPLO DE FÉRIAS COLETIVAS SUPERIORES AO DIREITO ADQUIRIDO b) Férias coletivas superiores ao direito adquirido: Dados hipotéticos - Admissão: 02.07.2014 - Férias coletivas: 15 dias (03 a 17.11.2014) - Faltas injustificadas ao serviço: 3 - Direito adquirido: 10 dias (4/12: 02.07 a 02.11.2014) - Início do novo período aquisitivo: 03.11.2014 - Remuneração: 10 dias a título de férias proporcionais adquiridas: - Salário = R$ 960,00 (mensalista) - 10 dias de férias = R$ 960,00 x 10 30 equivalem a R$ 320,00

+ - 1/3 (CF) de R$ 320,00 equivale a R$ 106,67 - Total bruto R$ 426,67 - INSS - 8% de R$ 426,67 equivale a R$ 34,13 - Líquido R$ 392,54 ou - Salário = R$ 4,3636 p/h (horista base 220h/mês) - 10 dias de férias = 73h20min (7h20min x 10) - R$ 4,3636 x 73,33333 equivale a R$ 320,00 + - 1/3 (CF) de R$ 293,33 R$ 106,67 - Total bruto R$ 426,67 - INSS - 8% de R$ 426,67 equivale a R$ 34,13 - Líquido R$ 392,54 (Veja observação (*) no subitem 6.1.1 deste texto). Nota Tratando-se de menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade, veja subitem 3.1. Nesse caso, o empregado não faz jus à remuneração de 15 dias de férias coletivas, pois as férias proporcionais adquiridas correspondem a 10 dias. Contudo, o gozo desses 5 dias excedentes será considerado licença remunerada (veja item 8), a ser paga em folha de pagamento normal, evitando-se, assim, a ocorrência de redução salarial. Observar que sobre esses 5 dias de gozo não é devido o acréscimo constitucional de 1/3 de férias.

Portanto, 2 dias antes do início do gozo das férias proporcionais, usufruídas por ocasião da concessão de férias coletivas, paga-se, tão-somente, a remuneração correspondente a 10 dias, com 1/3 a mais. Outrossim, desde que haja expediente normal em outros setores da empresa e que sejam atendidas as normas de concessão de férias coletivas previstas na CLT, o empregado poderá regressar ao respectivo serviço logo após o gozo dos 10 dias de férias, hipótese em que o retorno ao serviço ocorrerá antes dos demais empregados. 6.2 Concessão em dois períodos Há duas hipóteses a considerar: 1ª hipótese: o empregado, ao gozar o 2º período de férias coletivas, conta com 12 ou mais meses de vigência do contrato de trabalho. Nesse caso, concede-se o 2º período de férias coletivas a título de antecipação do gozo de férias individuais. Vale dizer que se segue rotina de concessão de férias coletivas idêntica à dos empregados com 12 ou mais meses de vigência contratual na empresa. 2ª hipótese: o empregado, ao gozar o 2º período de férias coletivas, continua com menos de 12 meses de vigência do contrato de trabalho. Por ocasião do 2º período de concessão de férias coletivas, caso o empregado continue com menos de 12 meses de vigência contratual, fará jus a férias proporcionais relativas ao período iniciado no 1º dia de gozo do 1º período de férias coletivas até o dia imediatamente anterior ao início do gozo relativo ao 2º período de férias coletivas. Nota Tratando-se de menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade, veja subitem 3.1. EXEMPLOS DE FÉRIAS COLETIVAS EM DOIS PERÍODOS Empregado admitido em 23.06.2014 gozará o 1º período de férias coletivas de 03 a 17.11.2014. Inicia-se a contagem de novo período aquisitivo em 003.11.2014. Em julho/2015, de 06 a 15, gozará o 2º período de férias coletivas. Faltou, injustificadamente, 5 vezes ao serviço. No caso, observa-se: 1º período de gozo de férias coletivas (03 a 17.11.2014): a) tempo de serviço: 4 meses e 11 dias (23.06 a 02.11.2014);

b) férias proporcionais: 4/12 de 30 dias = 10 dias; c) férias coletivas: 15 dias, dos quais 10 dias são pagos como férias e 5 dias, como licença remunerada. 2º período de gozo de férias coletivas (06 a 15.07.2015): a) tempo de vigência do contrato de trabalho: 12 meses e 13 dias (23.06.2014 a 05.07.2015); b) férias coletivas: 10 dias, como antecipação do período aquisitivo em curso de 03.11.2014 a 02.11.2015. Admissão Férias coletivas - 1º período Início de novo período aquisitivo Férias coletivas - 2º período Gozo Férias proporcionais Gozo Vigência contratual = 1 ano e 13 dias (23.06.2014 a 05.07.2015) Tempo de serviço = 4 meses e 11 dias (23.06 a 02.11.2014) Período aquisitivo em curso de 03.11.2014 a 02.11.2015 23.06.2014 03 a 17.11.2014 4/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme as faltas injustificadas no período de 23.06 a 02.11.2014. No exemplo, 4/12 de 30 dias = 10 dias 03.11.2014 06 a 15.07.2015 O gozo de férias coletivas de 06 a 15.07.2015 constitui antecipação de gozo relativo ao período aquisitivo em curso de 03.11.2014 a 02.11.2015. Assim, quando da concessão das férias relativas ao citado período aquisitivo, permite-se o desconto dos 10 dias de férias coletivas. Nesse exemplo, observar que, por ocasião da concessão de férias coletivas no 2º período (06 a 15.07.2015), não há que se cogitar de gozo de férias proporcionais adquiridas, pois nessa data o empregado perfaz mais de 12 meses de vigência do contrato de trabalho.

Assim, referido período de férias coletivas (10 dias) caracteriza apenas antecipação do aquisitivo em curso (03.11.2014 a 02.11.2015), cujo saldo de férias a ser apurado, conforme as faltas injustificadas até 02.11.2015, deverá ser concedido e quitado pelo empregador até 02.11.2016, sob pena de pagamento em dobro ( CLT, art. 137 ). Empregado admitido em 04.08.2014 gozará o 1º período de férias coletivas de 03 a 17.11.2014. A contagem de novo período aquisitivo inicia-se em 03.11.2014. Em julho/2015, de 06 a 15, gozará o 2º período de férias coletivas. Faltou, injustificadamente, 3 vezes ao serviço. Neste caso, tem-se: 1º período de gozo de férias coletivas (03 a 17.11.2014): a) tempo de serviço: 2 meses e 30 dias (04.08 a 02.11.2014); b) férias proporcionais: 3/12 de 30 dias = 7,5 dias; c) férias coletivas: 15 dias, dos quais 7,5 dias são pagos como férias e 7,5 dias, como licença remunerada. 2º período de gozo de férias coletivas (06 a 15.07.2015): a) tempo de vigência do contrato de trabalho: 11 meses e 2 dias (04.08.2014 a 05.07.2015); b) tempo de serviço para efeito de férias proporcionais: 8 meses e 2 dias (03.11.2014 a 05.07.2015); c) férias proporcionais: 8/12 de 30 dias = 20 dias; d) férias coletivas: 10 dias. Visualizando o exemplo: Admissão Férias coletivas - 1º período Férias coletivas - 2º período Início de novo período aquisitivo Gozo Férias proporcionais Início de novo período aquisitivo Gozo Férias proporcionais Tempo de serviço = 2 Vigência Aquisitivo = 8

meses e 30 dias (04.08 a 02.11.2014) contratual = 11 meses e 2 dias (04.08.2014 a 05.07.2015) meses e 02 dias (03.11.2014 a 05.07.2015) 04.08.2014 03 a 17.11.2014 3/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme as faltas injustificadas no período de 04.08 a 02.11.2014. No exemplo, 3/12 de 30 dias = 7,5 dias 03.11.2014 06 a 15.07.2015 8/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme as faltas injustificadas no período de 03.11.2014 a 05.07.2015. 06.07.2015 No exemplo, 8/12 de 30 dias = 20 dias Nessa hipótese, por ocasião da concessão do 2º período de férias coletivas (06 a 15.07.2015), o empregado continua com menos de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, devendo ser apuradas as férias proporcionais consoante a regra da CLT, art. 140, iniciando-se, então, novo período aquisitivo a partir do 1º dia de gozo das férias coletivas (2º período), em 06.07.2015. No caso, as férias proporcionais adquiridas correspondem a 20 dias (8/12 de 30 dias), restando ao empregado um saldo favorável de 10 dias, que deverá ser concedido e pago pelo empregador até 05.07.2016, ou seja, 12 meses após o 1º dia de gozo do 2º período de férias coletivas, sob pena de pagamento em dobro ( CLT, art. 137 ). Veja o disposto no item 3 desse texto. 7. Empregados com 12 ou mais meses de serviço A esses empregados que tenham, inclusive férias vencidas, aplica-se idêntica orientação da 1ª hipótese dos exemplos do subitem 6.2, observando-se que a data do período aquisitivo permanece inalterada. Tratando-se de menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade, veja subitem 3.1. EXEMPLO DE FÉRIAS COLETIVAS DE EMPREGADOS COM 12 OU MAIS MESES DE SERVIÇO a) Dados hipotéticos:

- admissão: 06.10.2013 - férias coletivas: 15 dias (03 a 17.11.2014) - faltas injustificadas ao serviço: 4 - direito adquirido: 30 dias (06.10.2013 a 05.10.2014) = 12/12 de 30 dias - início do novo período aquisitivo: 06.10.2014 (sem alteração) - remuneração: o empregador opta por uma das seguintes hipóteses: - o empregado goza integralmente o período adquirido de férias, isto é, 30 dias, retornando ao trabalho em 03.12.2014; ou - o empregado goza apenas 15 dias concedidos a título de férias coletivas, restando-lhe um saldo favorável de 15 dias, cujo período de gozo fica a critério do empregador, observado o disposto na 1ª nota do subitem 6.1.1. Observar que o término do descanso deve ocorrer até 05.10.2015 (data-limite do período concessivo). Nota Embora o art. 136 da CLT estabeleça que a época da concessão das férias individuais é a que melhor atenda aos interesses do empregador, o art. 10 da Convenção nº 132, da OIT, mencionada no item 3 deste texto, determina: "Artigo 10 1. A ocasião em que as férias serão gozadas será determinada pelo empregador, após consulta à pessoa empregada interessada em questão ou seus representantes, a menos que seja fixada por regulamento, acordo coletivo, sentença arbitral ou qualquer outra maneira conforme à prática nacional. 2. Para fixar a ocasião do período de gozo das férias serão levadas em conta as necessidades do trabalho e as possibilidades de repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada." Dessa forma, constata-se que não pode o empregador, unilateralmente, decidir sobre a época em que o seu empregado gozará as férias individuais, sendo necessário, para tanto, analisar não só as necessidades da empresa, mas, também, o interesse do empregado no que se relaciona ao seu repouso e diversão, portanto, o período de gozo de férias individuais deve ser decidido em comum acordo. Nesse caso, observa-se: Admissão e Período Término do Início do 2º Férias coletivas Término do

início do 1º período aquisitivo aquisitivo em curso 1º período aquisitivo período aquisitivo Gozo O gozo de férias coletivas, de 03 a 17.11.2014, constitui concessão parcial de gozo relativo às férias adquiridas de 06.10.2013 a 05.10.2014, cujo saldo restante (15 dias) deverá ser quitado e concedido pelo empregador até 05.10.2015. 2º período aquisitivo 06.10.2013 05.10.2014 06.10.2014 03 a 17.11.2014 05.10.2015 b) Dados hipotéticos: - Admissão: 16.05.1994; - Férias coletivas: 15 dias (03 a 17.11.2014); - Faltas injustificadas ao serviço: 2; - Férias quitadas e gozadas relativas aos seguintes períodos aquisitivos: - 16.05.1994 a 15.05.1995; - 16.05.1995 a 15.05.1996; - 16.05.1996 a 15.05.1997; - 16.05.1997 a 15.05.1998; - 16.05.1998 a 15.05.1999; - 16.05.1999 a 15.05.2000; - 16.05.2000 a 15.05.2001;

- 16.05.2001 a 15.05.2002; - 16.05.2002 a 15.05.2003; - 16.05.2003 a 15.05.2004; - 16.05.2004 a 15.05.2005; - 16.05.2005 a 15.05.2006; - 16.05.2006 a 15.05.2007; - 16.05.2007 a 15.05.2008; - 16.05.2008 a 15.05.2009; - 16.05.2009 a 15.05.2010; - 16.05.2010 a 15.05.2011; - 16.05.2011 a 15.05.2012; - 16.05.2012 a 15.05.2013; - 16.05.2013 a 15.05.2014. - Período aquisitivo em curso: 16.05.2014 a 15.05.2015. Nesse caso, a concessão do período de férias coletivas de 03 a 17.11.2014 constitui antecipação do gozo de férias relativas ao período aquisitivo em curso (16.05.2014 a 15.05.2015), cujo saldo de férias a ser apurado, conforme as faltas injustificadas até 15.05.2015, deverá ser concedido e quitado pelo empregador até 15.05.2016, sob pena de pagamento em dobro. Assim, observase o quadro seguinte: Admissão Férias Início de novo Férias coletivas Término do Período quitadas e período período concessivo de gozadas aquisitivo aquisitivo férias normais Gozo Período aquisitivo em curso de 16.05.2014a 15.05.2015 16.05.1994-16.05.1994 a 16.05.2014 03 a O gozo de férias coletivas, de 03 a 15.05.2015 16.05.2015 a

15.05.1995-16.05.1995 a 15.05.1996-16.05.1996 a 15.05.1997-16.05.1997 a 15.05.1998-16.05.1998 a 15.05.1999-16.05.1999 a 15.05.2000-16.05.2000 a 15.05.2001-16.05.2001 a 15.05.2002-16.05.2002 a 15.05.2003-16.05.2003 a 15.05.2004-16.05.2004 a 15.05.2005-16.05.2005 a 15.05.2006-16.05.2006 a 15.05.2007-16.05.2007 a 15.05.2008-16.05.2008 a 15.05.2009-16.05.2009 a 17.11.2014 17.11.2014, constitui antecipação de gozo relativo ao período aquisitivo em curso de 16.05.2014 a 15.05.2015. 15.05.2016

15.05.2010-16.05.2010 a 15.05.2011-16.05.2011 a 15.05.2012-16.05.2012 a 15.05.2013-16.05.2013 a 15.05.2014 8. Licença remunerada - Consequências Por ocasião da concessão de férias coletivas, pode ocorrer que o respectivo período de gozo seja superior ao direito adquirido do empregado. Nesse caso, na impossibilidade da utilização dos serviços desses empregados logo após o lapso de férias a que têm direito, considera-se o gozo dos dias excedentes ao direito como licença remunerada, a qual deve ser paga em folha de pagamento normal a fim de evitar a redução salarial, sem o acréscimo constitucional de 1/3 de férias, conforme já mencionado. Referida licença não é disciplinada pela legislação, mas acarreta interrupção do contrato de trabalho, razão pela qual cabe ao empregador, no respectivo período, o ônus do pagamento de salários ao empregado e o cumprimento das demais obrigações decorrentes da relação de emprego, muito embora não haja, por parte deste último, a correspondente prestação de serviços. Assim, a concessão de férias coletivas em período superior ao direito constitui mera liberalidade da empresa, e os dias excedentes (licença remunerada) não poderão ser compensados nem descontados de quaisquer verbas trabalhistas do empregado. Diferentemente da hipótese de licença remunerada, conforme os comentários anteriores, a compensação ou o desconto dos dias gozados só são permitidos nos casos em que a concessão de férias coletivas for considerada mera antecipação de gozo de férias no curso do período aquisitivo. 9. Anotações 9.1 CTPS

O empregado não pode entrar em gozo de férias sem que apresente ao empregador sua CTPS para anotação da respectiva concessão ( CLT, art. 135, 1º). 9.2 Livro ou fichas de registro de empregados A concessão das férias é igualmente anotada no livro ou nas fichas de registro de empregados ( CLT, art. 135, 2º), ressalvada o disposto no subitem 4.1. 9.3 Carimbo ou etiquetas - Uso - Permissão As anotações e as atualizações da CTPS podem ser feitas mediante o uso de carimbo ou etiqueta gomada, bem como de qualquer meio mecânico ou eletrônico de impressão, desde que autorizado pelo empregador ou seu representante legal (Portaria MTE nº 41/2007, art. 5º, 2º). 10. Abono pecuniário A conversão de 1/3 do período de férias a que o empregado tem direito em abono pecuniário, no caso de férias coletivas, é objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independentemente de sua concessão por requerimento individual ( CLT, art. 143, 2º). Vale lembrar que os empregados que estiverem sob o regime de trabalho a tempo parcial, nos termos da citada Medida Provisória nº 2.164-41/2001, não têm direito à opção pelo abono pecuniário, conforme prevê a CLT, art. 143, 3º. 10.1 Valor do abono - Terço constitucional Tendo em vista os direitos sociais assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais, conforme a CF, art. 7º, o Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho (atual Ministério do Trabalho e Emprego), por meio da Instrução Normativa SRT nº 1/1988, estabeleceu normas concernentes à ação fiscal a ser desenvolvida pelos Fiscais do Trabalho (atualmente Auditor-Fiscal do Trabalho), em face da CF. Assim, referida Instrução determina, entre outros, que o abono pecuniário previsto na CLT, art. 143 deve ser calculado "sobre a remuneração das férias, já acrescida de um terço", conforme estipulado na CF, art. 7º, inciso XVII (Instrução Normativa SRT nº 1/1988, Parte I, item 3). Salienta-se, inclusive, que a Orientação Normativa SPS nº 8/1997, subitem 13.13, estabelece que na base de cálculo do abono

pecuniário inclui-se o adicional do terço constitucional de férias. 11. Remuneração O empregado recebe a remuneração das férias conforme o salário vigente durante o efetivo gozo, ou seja, salário atualizado acrescido de 1/3 do respectivo gozo ( CLT, art. 142, caput e CF, art. 7º, inciso XVII). 11.1 Pagamento - Época - Quitação - Recibo As férias e o abono pecuniário, se for o caso, são pagos até 2 dias antes do correspondente gozo. Nessa hipótese, cabe à empresa fornecer ao empregado cópia visada do recibo correspondente à quitação dada por ele, com indicação do início e do término das férias ( CLT, art. 141, 2º e art. 145 ). 11.2 Cálculos - Exemplos EXEMPLOS DE FÉRIAS COLETIVAS a) Mensalistas Na remuneração de empregado, com mais de 1 ano de serviço e salário mensal de R$ 2.280,00, que recebe 15 dias de férias coletivas em novembro/2014, observa-se: - salário mensal R$ 2.280,00 - salário/dia (R$ 2.280,00 30) R$ 76,00 - remuneração: - período de gozo (15 dias x R$ 76,00) R$ 1.140,00 + - 1/3 (CF/1988) de R$ 1.140,00 R$ 380,00 - total bruto R$ 1.520,00 - - contribuição previdenciária - 11% de R$ 1.520,00 R$ 167,20

- líquido R$ 1.352,80 b) Horistas Supondo-se um horista, com jornada diária de 7h 20min e salário/hora de R$ 12,00, receba 10 dias de férias coletivas em novembro/2014, tem-se: - salário/hora (base de 220h/mês) R$ 12,00 - salário/dia (7h20min, ou seja, 7,333333 R$ 10,00) equivale a R$ 88,00 - remuneração: - período de gozo (10 dias x R$ 88,00) = R$ 880,00 + - 1/3 (CF/1988) de R$ 880,00 equivale a R$ 293,33 - total bruto R$ 1.173,33 - - Contribuição previdenciária - 11% de R$ 1.173,33 equivale a R$ 129,06 - líquido R$ 1.044,27 b.1) Horistas com jornada de trabalho variável Nesse caso, apura-se a média do período aquisitivo aplicando-se ao resultado o valor do salário/hora na data da concessão das férias (20 dias neste exemplo) ( CLT, art. 142, 1º): - total de horas do período aquisitivo de 12 meses, por exemplo 2.160 - média aritmética (2.160 12) = 180 - salário/hora R$ 14,00 - salário-base (R$ 14,00 x 180) = R$ 2.520,00 - remuneração: - período de gozo: 20 dias x valor dia (R$ 2.520,00 30 = R$ 84,00) = R$ 1.680,00

+ - 1/3 (CF/1988) de R$ 1.680,00 R$ 560,00 - total bruto R$ 2.240,00 - - contribuição previdenciária - 11% de R$ 2.240,00 R$ 246,40,00 - líquido R$ 1.993,60 c) Tarefeiro Toma-se por base a média da produção no período aquisitivo de direito a férias, aplicando-se ao resultado o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias ( CLT, art. 142, 2º): - total das tarefas no período aquisitivo de 12 meses, por exemplo 9.600 - média aritmética (9.600 12) = 800 - remuneração atual da tarefa R$ 4,00 - férias coletivas 20 dias - remuneração: - período de gozo R$ 4,00 x 800 30 equivale a R$ 106,67 => R$ 106,67 x 20 equivale a R$ 2.133,40 + - 1/3 (CF/1988) de R$ 2.133,40 equivale a R$ 711,13 - total bruto R$ 2.844,53 - - contribuição previdenciária - 11% de R$ 2.844,53 equivale a R$ 312,90 - líquido R$ 2.531,63 d) Comissão, percentagem ou viagem

Apura-se a média percebida pelo empregado nos 12 meses que precederem à concessão das férias ( CLT, art. 142, 3º). Assim, no caso de empregado comissionista, sem parte fixa, que goza férias coletivas de 15 dias (03 a 17.11.2014) relativas ao período aquisitivo de 05.05.2013 a 04.05.2014, tem-se: - férias coletivas 15 dias - média das comissões de 11/2013 a 10/2014 R$ 2.500,00 - remuneração: - período de gozo R$ 2.500,00 x 15 30 = R$ 1.250,00 + - 1/3 (CF/1988) de R$ 1.250,00 = R$ 416,67 - total bruto R$ 1.666,67 - - contribuição previdenciária - 11% de R$ 1.666,67 equivale a R$ 183,33 - líquido R$ 1.483,34 Sendo misto o salário, comissões e fixo, por exemplo, à média do variável soma-se o fixo da época de gozo das férias, proporcional ao período concedido de férias coletivas. 11.3 Adicionais - Cômputo Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso são computados no salário que serve de base ao cálculo da remuneração das férias ( CLT, art. 142, 5º). Se, por ocasião das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo ou se o valor deste não tiver sido uniforme, será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes ( CLT, art. 142, 6º). 11.4 Salário-utilidade Será computada na base de cálculo das férias a parte do salário paga em utilidades segundo anotação na CTPS ( CLT, art. 142,

4º). Nota Para fins de cômputo do salário-utilidade no cálculo das férias coletivas, a empresa deverá observar os critérios estabelecidos em documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional, do regulamento interno da empresa ou do contrato individual de trabalho. 12. Incidências 12.1 Contribuição previdenciária Incide a contribuição previdenciária, observadas as alíquotas devidas pelos segurados empregados de 8,00%, 9,00% ou 11,00%, conforme o salário-de-contribuição, respeitado o limite máximo mensal de R$ 4.663,75 a contar de 1º.01.2015. TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º.01.2015 Salário de Contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) Até 1.399,12 De de 1.399,13 até 2.331,88 De 2.331,89 até 4.663,75 8,00 9,00 11,00 A empresa, por sua vez, assume o encargo patronal (geralmente 20%), além da contribuição devida a terceiros e para financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidente sobre o valor total bruto da folha de salários dos respectivos empregados, sem limitação ao

teto máximo. Vale destacar que é proibido a utilização de documento de arrecadação previdenciária de valor inferior a R$ 10,00. Se o valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido (R$ 10,00), deverá ser adicionado ao devido na competência seguinte, e assim sucessivamente, até atingir o valor mínimo permitido para recolhimento. Lembra-se que a Resolução DC/INSS nº 39/2000 determinava que desde 1º.12.2000, estava vedada a utilização de documento de arrecadação previdenciária de valor inferior a R$ 29,00. Com a alteração verificada no art. 398 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009 com as alterações da Instrução Normativa RFB nº 1.238/2012 e Instrução Normativa RFB nº 1.453/2014, este valor passa a ser de R$ 10,00. Nota Em caso de restrição em nome do contribuinte, que envolva o montante a recolher de valor inferior ao mínimo de R$ 10,00, ele poderá recolher o valor mínimo. Recorda-se que, por meio da Resolução INSS nº 657/1998, foi instituída a Guia da Previdência Social (GPS), a qual está em vigor desde a competência março/1999 para recolhimento a partir de 1º.04.1999, cujo preenchimento deverá observar as disposições da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 396, observadas as alterações posteriores. O recolhimento efetiva-se até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, antecipado o prazo para o dia útil imediatamente anterior se o vencimento cair em dia em que não haja expediente bancário (Lei nº 8.212/1991, art. 22 e art. 30, inciso I, alíneas "a" e "b", na redação da Lei nº 11.933/2009, art. 6º ). Para efeito de cálculo da contribuição previdenciária, entende-se por salário-de-contribuição para o empregado e o trabalhador avulso a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (Lei nº 8.212/1991, art. 28, inciso I, na redação dada pela Lei nº 9.528/1997 ). Assim, para determinação da alíquota de desconto, obedecido o referido teto, somam-se as importâncias recebidas durante o mês (remuneração, férias e acréscimo de 1/3 sobre férias da CF/1988), e não as parcelas separadamente.

Nota Para fins de incidência do encargo previdenciário sobre as férias, o mês de competência é determinado em função do período de gozo delas, cuja alíquota para desconto incide sobre o total de remuneração mensal: valor do período de férias gozadas no mês, com o respectivo adicional de 1/3 da CF/1988, mais o salário devido no mês e outras parcelas porventura pagas, que integram o salário-de-contribuição, ou seja, a incidência da contribuição sobre a remuneração das férias deverá ocorrer no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista ( RPS/1999, art. 214, 14). Caso as férias re-caiam parte em um mês e parte em outro, os valores de férias correspondentes a cada um deverão ser individualizados por mês. 12.1.1 Abono pecuniário de férias Havendo acordo para pagamento do abono pecuniário, nos termos do item 10, o respectivo valor não estará sujeito à incidência da contribuição previdenciária, nos termos da Lei nº 8.212/1991, art. 28, 9º, alínea "e", rubrica nº 6, na redação dada pela Lei nº 9.711/1998, e pelo RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 214, 9º, inciso V, alínea "i". Quanto ao FGTS, não há incidência do depósito sobre o abono pecuniário, nos termos da Lei nº 8.036/1990, art. 15, 6º, inserido pela Lei nº 9.711/1998, e da Instrução Normativa SIT nº 99/2012, art. 9º, inciso II. 12.1.1.1 Adicional de 1/3 da CF sobre o abono pecuniário - Considerações Embora não haja expressa previsão legal quanto à incidência ou não do encargo previdenciário sobre o adicional de 1/3 de férias apurado sobre o abono pecuniário de férias, há quem entenda que, da mesma forma que não incide o encargo previdenciário sobre as férias indenizadas com o respectivo acréscimo constitucional de 1/3 (pago em rescisão contratual - Lei nº 8.212/1991, art. 28, 9º, alínea "d", na redação dada pela Lei nº 9.528/1997 ), também não haverá incidência previdenciária sobre o adicional de 1/3 pago juntamente com o abono pecuniário de férias. Os defensores dessa linha de entendimento argumentam que o acessório (adicional de 1/3) segue a sorte do principal (abono de férias). Assim, como não incide contribuição previdenciária sobre o abono de férias, também não há de se cogitar da incidência sobre o respectivo terço constitucional. Outra linha de entendimento defende a incidência previdenciária sobre a parcela do acréscimo constitucional de 1/3 calculada em função do abono pecuniário de férias, embora este último não sofra incidência, com o argumento de que, se a Lei nº 8.212/1991, art. 28, 9º, com redação da Lei nº 9.528/1997 e Lei nº 9.711/1998, não prevê, expressamente, a exclusão do encargo previdenciário sobre o adicional de 1/3 pago em função do abono pecuniário de férias, a contribuição previdenciária deve incidir

sobre a parcela relativa ao adicional de 1/3 da CF, independentemente de essa parcela se referir ao abono pecuniário de férias. No que se refere ao encargo do FGTS, ressalta-se que o abono pecuniário correspondente à conversão de 1/3 das férias em pecúnia ( CLT, art. 143 ) e seu respectivo adicional constitucional não integram a remuneração para efeito de incidência do FGTS, de acordo com o disposto na Instrução Normativa SIT nº 99/2012, art. 9º, inciso II. Até que não surja um ato oficial mais esclarecedor sobre as controvérsias ora comentadas, em razão do encargo previdenciário, recomenda-se que o empregador consulte antecipadamente o órgão local da Receita Federal do Brasil (RFB) a fim de certificar-se do correto procedimento a ser adotado nessas questões. Ressaltamos, ainda, que por meio da Instrução Normativa RFB nº 936/2009, a Secretária da Receita Federal do Brasil, determinou, entre outros, que os valores pagos a pessoa física a título de abono pecuniário de férias de que trata o art. 143 da CLT, não serão tributados pelo imposto de renda na fonte nem na declaração de ajuste anual. 12.1.2 Empresas que tiveram a contribuição previdenciária patronal básica substituída pela contribuição sobre a receita bruta As empresas em gozo da desoneração da folha de pagamento nos termos da Lei nº 12.546/2011 e alterações posteriores, que passaram a recolher a contribuição previdenciária patronal básica de 1% ou 2%, conforme o caso, sobre a receita bruta, não terão de recolher os 20% sobre os valores pagos aos empregados, trabalhadores avulsos, empresários e autônomos. Notas (1) A Medida Provisória nº 669/2015, cujos efeitos no que se refere à desoneração da folha de pagamento seriam observados a partir de 1º.06.2015, foi expressamente revogada pela Medida Provisória nº 671/2015, convertida na Lei nº 13.155/2015. Referida MP já revogada, entre outras disposições, previa alterações nas alíquotas de contribuição sobre a receita bruta. (2) A Lei nº 13.161/2015, em vigor a contar de 1º.12.2015 no que se refere à alteração de dispositivos da Lei nº 12.546/2011, torna facultativo o ingresso das empresas no sistema de desoneração da folha de pagamento e majora as alíquotas de contribuição sobre a receita bruta. Observa-se que a substituição da contribuição previdenciária patronal básica de 20% sobre a folha de pagamento pela contribuição