BOTELHO & BOTELHO Advogados Associados RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROFISSIONAIS CONTÁBEIS Apresentação: Olinda P. Botelho Eduardo P. Botelho 21 2524.8956 3083.1508 olindabotelho@botelho.adv.br eduardobotelho@botelho.adv.br 1
CÓDIGO CIVIL 2
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROFISSIONAIS CONTÁBEIS A Responsabilidade Civil é a obrigação que o autor tem de responder legal ou moralmente por seus próprios atos ou atos de outrem, ressarcir ou reparar os danos ou prejuízos causados, através de uma indenização. Botelho & Botelho Advogados 3
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR Conforme o artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 4 A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Botelho & Botelho Advogados 4
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR O Artigo 927, do Código Civil, dispõe que: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Botelho & Botelho Advogados 5
DOS ATOS ILÍCITOS O Artigo 186, do Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. O Artigo 187, do Código Civil: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Botelho & Botelho Advogados 6
RESPONSABILIDADE CIVIL Assim, o contador, seja ele o dono ou o colaborador de um escritório, há a responsabilidade de reparar o dano causado, mesmo que tenha sido por engano. Isso porque a responsabilidade civil é da pessoa jurídica que foi contratada pelo cliente, que é o responsável pelo pagamento referente ao serviço contratado. Independentemente do número de colaboradores que possua, essa mesma pessoa jurídica deverá reembolsar os prejuízos causados a pessoa física ou jurídica. Botelho & Botelho Advogados 7
RESPONSABILIDADE CIVIL Com efeito, por lidar com todas as questões financeiras, econômicas e patrimoniais de uma empresa, o contador é um profissional com diversas responsabilidades dentro do cenário de qualquer empresa. Ao contador compete auxiliar na gestão patrimonial, além de contabilizar todas as operações. Botelho & Botelho Advogados 8
RESPONSABILIDADE CIVIL Neste sentido, o Código Civil instituiu a responsabilidade solidária desse profissional, de modo que, de acordo com a lei, o contador assume juntamente com seu cliente a responsabilidade por todos e quaisquer atos dolosos praticados perante terceiros. Assim, a ocultação de informações contábeis relevantes, como a apresentação de balanços falsos, gera a penalização do contador. Botelho & Botelho Advogados 9
RESPONSABILIDADE CIVIL Assim, um dos pontos mais sensíveis com relação à atuação do contador, diz respeito à responsabilidade solidária, uma vez que o contador assume juntamente com seu cliente a responsabilidade por atos dolosos e perante terceiros. Lembrando que a relação entre contador e cliente deve ser de harmoniosa, transparente e organizada, uma vez que ambos terão a mesma responsabilidade caso exista qualquer questão relacionada à prestação de contas da empresa. Botelho & Botelho Advogados 10
RESPONSABILIDADE CIVIL Para que essa relação possa fluir com tranquilidade, mensalmente os clientes devem exigir o balancete contábil, além de solicitar contribuições, impostos e encargos. Planilhas de cálculos, cópias de arquivos e livros fiscais devem ser informados com essa frequência ao cliente. Ao contador, por sua vez, compete solicitar todos os documentos necessários para elaborar o balancete contábil. Nesse cenário, a entrega de notas fiscais, por exemplo, é uma obrigação fundamental do cliente. Botelho & Botelho Advogados 11
RESPONSABILIDADE CIVIL Nos termos do artigo 1.177 do Código Civil, o contador possui responsabilidade direta, pessoal e solidaria somente nos casos de prática de atos dolosos. Isso significa que, caso seja identificado a intensão da pratica de um ato que fere a lei, o contador deve responder inclusive com seu patrimônio pessoal para ressarcir eventuais danos causados por conta de sua conduta. Botelho & Botelho Advogados 12
RESPONSABILIDADE CIVIL Caso o contador tenha agido com imprudência ou imperícia, liberando um balanço com um erro involuntário, ele responderá pessoalmente perante a empresa. Para que seja invocada a responsabilidade do contador, é necessário que se comprove a realização de uma conduta antijurídica pelo profissional; a existência de um dano e o nexo de causalidade entre a conduta e o fato danoso. Botelho & Botelho Advogados 13
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA No que se refere à responsabilidade do contador por créditos tributários perante a Fazenda Pública, a questão é um pouco mais complexa. Caso o contador conte com uma procuração para atuar em nome da empresa, ele poderá ser responsabilizado inclusive com seu patrimônio pessoal pela falta de pagamento de tributos. Botelho & Botelho Advogados 14
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Já, nas situações em que o contador não conta com uma procuração específica para agir em nome da sociedade, ele é considerado um mero prestador de serviços e sua responsabilidade fica limitada somente aos atos que praticou para a empresa. Botelho & Botelho Advogados 15
RESPONSABILIDADE CRIMINAL O Código Penal também dispõe acerca da responsabilidade do contador de forma específica e individualizada. Segundo a lei penal, caso o contador falsifique ou altere qualquer espécie de documento, público ou particular, poderá incorrer nas penas previstas no artigo 297 e 298 do Código Penal. Botelho & Botelho Advogados 16
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO O Artigo 601, do Código Civil: não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições. Botelho & Botelho Advogados 17
RESPONSABILIDADE C/S CONTRATO SEM CONTRATO COM CONTRATO OBRIGAÇÃO DE RESULTADO OBRIGAÇÃO DE MEIO RESPONSABILIDADE OBJETIVA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 18
RESPONSABILIDADE S/C CONTRATO RESPONSABILIDADE OBJETIVA: A responsabilidade objetiva não depende da comprovação do dolo ou da culpa do agente causador do dano, apenas do nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado à vítima, ou seja, mesmo que o agente causador não tenha agido com dolo ou culpa, deverá indenizar a vítima. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: É aquela que depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente causador do dano. Desta forma, a obrigação de indenizar e o direito de ser indenizado surgem apenas se comprovado o dolo ou a culpa do agente causador do dano. Para ser indenizada, a vítima deverá comprovar a existência destes elementos, o dolo ou a culpa, caso contrário não receberá nenhum tipo de indenização. Fonte: http://direitodetodos.com.br/qual-a-diferenca-entre-responsabilidade-subjetiva-e-objetiva/ Botelho & Botelho Advogados 19
DESCARACTERIZAÇAO DA PERSONALIDADE JURUDICA O Artigo 50, do Código Civil, dispõe: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Botelho & Botelho Advogados 20
DESCARACTERIZAÇAO DA PERSONALIDADE JURUDICA Entretanto o contador responde inclusive com seu patrimônio pessoal para ressarcir eventuais danos causados por conta de sua conduta, nos termos do artigo 1.177 do Código Civil. Botelho & Botelho Advogados 21
PRECEDENTE Nº 1 TJ-RS - Apelação Cível AC 70046201687 RS (TJ-RS) Data de publicação: 04/03/2013 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PEDIDO DE DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL.CONTADOR. I. Inexistindo prova para eximir o contador de responsabilidade por ter enviado declarações de contribuições e tributos fiscais intempestivamente, deve restituir ao autor a multa sofrida em decorrência do ato. II. Para que o contador seja responsabilizado pelo não pagamento de PIS e COFINS, necessária a comprovação de que estes efetivamente estavam sob a sua incumbência. III. Quando o nome da empresa não está maculado somente por culpa de ato desidioso do contador, não há prejuízo efetivo a justificar reparação por dano moral. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70046201687, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio Roque Menine, Julgado Botelho & Botelho Advogados 22 em 28/02/2013)
PRECEDENTE Nº 2 TRF-4 - APELAÇÃO CRIMINAL ACR 50007656720114047204 SC 5000765-67.2011.404.7204 (TRF-4) Data de publicação: 16/04/2015 Ementa: PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. REDUÇÃO OU SUPRESSÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS. ART. 1º, I, DA LEI Nº 8.137 /90. AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADAS. RESPONSABILIDADE DO CONTADOR. AFASTADA. DOLO GENÉRICO. 1. Comete crime contra a ordem tributária o agente que suprime o pagamento de tributos, mediante omissão de informações e prestação de declaração falsa às autoridades fazendárias. 2. Em se tratando de crimes contra a ordem tributária, aplica-se a teoria do domínio do fato. É autor do delito aquele que detém o domínio da conduta, ou seja, o domínio final da ação, aquele que decide se o fato delituoso vai acontecer ou não. Botelho & Botelho Advogados 23
Tratando-se de tributo devido pela pessoa jurídica, autor será aquele que efetivamente exerce o comando administrativo da empresa, podendo ser o administrador, o sócio-gerente, diretor, administrador por procuração de sócio ou mesmo um administrador de fato que se valha de interposta pessoa, esta figurando apenas formalmente como administrador. 3. Não há como responsabilizar o contador pela sonegação tributária se não comprovado que esse tinha poderes para decidir sobre o recolhimento, ou não, dos tributos. Independentemente do assessoramento por contador, a responsabilidade por seus atos, especialmente no que tange à quitação de tributos, é do administrador legal. 4. O elemento subjetivo do tipo é o dolo. Recurso improvido. Botelho & Botelho Advogados 24
PRECEDENTE Nº 3 TRF-4 - APELAÇÃO CRIMINAL ACR 50024462420104047005 PR 5002446-24.2010.404.7005 (TRF-4) Data de publicação: 13/11/2013 Ementa: PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ARTIGO 1º, INCISOS I E II, DA LEI Nº 8.137 /90. OMISSÃO DE RECEITAS DA PESSOA JURÍDICA. MATERIALIDADE. AUTORIA DELITIVA. COMPROVAÇÃO. RESPONSABILIDADE DO CONTADOR. DOLO. O responsável pela administração da empresa responde pelos crimes contra a ordem tributária decorrentes da sonegação fiscal atribuída à pessoa jurídica. Autoria e materialidade delitivas demonstradas pela supressão tributária decorrente da omissão de informações fiscais nas declarações da pessoa jurídica administrada pelo réu e nos livros exigidos pela fiscalização, caracterizando o crime contra a ordem tributária, previsto no artigo 1º, incisos I e II, da Lei nº 8.137 /90. Botelho & Botelho Advogados 25
A imputação de responsabilidade ao contador, sem provas nesse sentido, não se sustenta, constituindo mera alegação a fim de tentar escapar da reprimenda penal. O elemento subjetivo do tipo penal do art. 1º da Lei nº 8.137 /90 é o dolo, sem mais, não sendo de indagar-se acerca de um especial estado de ânimo voltado para a sonegação. Botelho & Botelho Advogados 26
PRECEDENTE Nº 4 TJ-SP - Apelação APL 990091503916 SP (TJ-SP) Data de publicação: 03/12/2010 Ementa: CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA - SONEGAÇÃO FISCAL - FRAUDE CONSISTENTE NA INSERÇÃO DE VALORES INFERIORES AOS DESTACADOS EM NOTAS FISCAIS NO LIVRO OBRIGATÓRIO, CAUSANDO REDUÇÃO NO RECOLHIMENTO DE ICMS -ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE AO CONTADOR - Impossibilidade: Sendo o agente o único sócio responsável pela administração da empresa, não pode, simplesmente, alegar que determinado escritório de contabilidade, cujo profissional sequer nominou, seria o responsável pela escrituração contábil. Como responsável pela empresa deve, de qualquer modo, fiscalizar a atuação de seus subordinados e contratados e, sendo o único beneficiado com a fraude, deve responder pela conduta criminosa. Botelho & Botelho Advogados 27
PRESCRIÇÃO RETROATIVA - DECURSO DO LAPSO ENTRE A DATA DOS FATOS E A DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA - RECONHECIMENTO - Necessidade: Verificando-se o transcurso de interregno superior ao previsto nos incisos do art. 109, do Código Penal,necessária o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva na modalidade retroativa. Recurso Ministerial provido sendo decretada, entretanto, a extinção da punibilidade pela superveniência da prescrição. Botelho & Botelho Advogados 28
PRECEDENTE Nº 5 TJ-SP APELAÇÃO APL 9158924-15.2007.8.26.0000 Data de publicação: 20/06/2012 DANOS MORAIS E MATERIAIS. GUIAS DE RECOLHIMENTO DE TRIBUTO COM AUTENTICAÇÃO FALSIFICADA. AUTUAÇÃO FISCAL DA AUTORA. INADMISSIBILIDADE. Responsabilidade do réu (contador) reconhecida em escritura de declaração lavrada perante tabelião de notas. Danos materiais comprovados. Danos morais configurados. Quantum indenizatório que não comporta redução (R$ 15.000,00). Decisão bem fundamentada. Ratificação nos termos do artigo 252, do Regimento Interno. Sentença mantida. RECURSO DESPROVIDO. (TJSP; APL 9158924-15.2007.8.26.0000; Ac. 5984359; São Sebastião; Décima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Afonso Bráz. Botelho & Botelho Advogados 29
PRECEDENTE Nº 6 TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL AC 22688 SP 2001.61.82.022688-3 (TRF-3) Data de publicação: 08/01/2009 Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DA CITAÇÃO. INOCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE DO CONTADOR. AUSÊNCIA DE AMPARO LEGAL. 1. De rigor o reconhecimento da validade da citação e intimação da penhora, quando efetuada no endereço da sede da empresa, na pessoa que se apresenta como seu representante legal, recebendo a citação sem se manifestar quanto à ausência de poderes para a representar. 2. A tese segundo a qual a terceirização da contabilidade fiscal a escritório configuraria justificativa bastante à não responsabilização pelo inadimplemento da exação é desprovida de amparo legal que, por outro lado, somente vem a ratificar o débito sub judice. 3. Apelação desprovida. Botelho & Botelho Advogados 30
DÚVIDAS? 31
OLINDA P. BOTELHO EDUARDO P. BOTELHO 21 25248956 21 30831508 olindabotelho@botelho.adv.br eduardobotelho@botelho.adv.br 32