Direito Empresarial. Pontifícia Universidade Católica de Goiás Pró-Reitoria de Graduação Escola de Direito e Relações Internacionais.
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- Amélia Alencar Barreto
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1 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Pró-Reitoria de Graduação Escola de Direito e Relações Internacionais Direito Empresarial Pessoa Jurídica Personalidade jurídica Responsabilidades da pessoa jurídica Liquidação da pessoa jurídica Teoria da desconsideração da personalidade jurídica Fundamentação legal: Lei nº /2002, Parte Geral Título II Parte Especial, Livro II CF/1988
2 Pessoa Jurídica A existência legal da pessoa jurídica de direito privado tem início com a inscrição de seus atos constitutivos nos respectivos órgãos de registro público (civil ou mercantil), precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo. Todas as alterações realizadas no ato constitutivo da pessoa jurídica de direito privado deverão ser averbadas nesse órgão de registro público. Os conceitos apresentados pelas doutrinas, em geral, orientam que a formação da pessoa jurídica exige a pluralidade de pessoas ou de bens e uma finalidade definida (elementos de ordem material, e, ainda, o ato constitutivo e o seu registro público no órgão competente (elemento formal). Ressalta-se que, com a vigência da Lei nº , de 11 de julho de 2011, que alterou a Lei nº /2002, para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade Limitada é necessário refletir sobre a formação da pessoa jurídica sem a pluralidade de pessoas, pois, esta organização é constituída por somente uma pessoa.
3 Pessoa Jurídica Principais exigência para formação da EIRELI Formada por uma única pessoa titular da totalidade do capital Capital não inferior a 100 salários mínimos vigentes no País Acrescentou: Inciso VI ao artigo 44, que trata da pessoa jurídica, Livro I, título II das pessoas jurídicas. Artigo 980-A, Parte Especial, Livro II Título I-A da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada Existe, no ordenamento jurídico, a possibilidade de uma sociedade estar em situação em comum (enquanto não inscritos os atos constitutivos em órgão de registro público), conforme Lei nº /2002, artigos 986 até 990. Alguns tratam esta situação de sociedade de fato (irregular)
4 Pessoa Jurídica Há no ordenamento jurídico algumas organizações que atuam sem a formalização de sua personalidade jurídica, como é o caso da sociedade em conta de participação (Lei nº /2002, artigos 991 até 996) Tem proteção jurídica. O contrato social produz efeitos somente entre os sócios e não em relação a terceiros. A atividade constitutiva de seu objeto social é exercida pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais sócios dos resultados correspondentes a sua participação no capital. Podem gozar de capacidade processual e ter legitimidade ativa e passiva para acionar e serem acionadas em juízo.
5 Autonomia e responsabilidades da Pessoa Jurídica A personalidade jurídica atua com autonomia e independência patrimonial, pois, são vinculados a esta pessoa os recursos (bens e direitos) e, também, as dívidas (passivos) contraídas, necessários para sua operacionalização. Natureza jurídica: constituição de uma unidade orgânica, com individualidade própria, reconhecida pelo Estado e distinta das pessoas que a compõem/compõem. Com o assento de seus atos constitutivos em órgão de registro público, ou criação por lei, que as tornam pessoas jurídicas, gozam de capacidade processual e legitimidade ativa e passiva para acionar e serem acionadas em juízo. Em relação as pessoas jurídicas de direito público, dispõe a Lei nº /2002: Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
6 Autonomia e responsabilidades da pessoa Jurídica Em relação as pessoas jurídicas de direito privado dispõe a Lei nº /2002: Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
7 Autonomia e responsabilidades da Pessoa Jurídica A responsabilidade da pessoa jurídica de direito privado pode ser: a) Contratual obrigação de caráter patrimonial, conforme artigo 389, CC/2002: Art Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo os índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogados. b) Extracontratual obrigação proveniente de delitos conforme artigos 186, 187, 927, 932, III, e 933 do Código Civil vigente: Finalidades: Reprimir a prática de atos ilícitos. Estabelecer para o seu autor, a obrigação de reparar o prejuízo causado.
8 Teoria da desconsideração da pessoa jurídica Carlos Roberto Gonçalves, 2014, p. 250 orienta que o ordenamento jurídico brasileiro, confere às pessoas jurídicas personalidade distinta da dos seus membros. Esse princípio da autonomia patrimonial possibilita que sociedades empresárias sejam utilizadas como instrumento para a prática de fraudes e abusos de direito contra credores, acarretando-lhes prejuízos. A pessoa jurídica atua em seu nome, por meio de representante legal, cabendo a este desenvolver a gestão em conformidade com o objeto. Em caso de fraude ou má-fé o juiz poderá desconsiderar a distinção entre pessoa jurídica e e as pessoas de seus proprietários. Resultados: desconsiderar a autonomia patrimonial para atingir e vincular os bens particulares dos sócios ou proprietário para liquidar as dívidas sociais ou da pessoa jurídica individual.
9 Teoria da desconsideração da pessoa jurídica Dispõe a Lei /2002, art. 50: Art. 50 Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juíz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Ver artigos 51 e 52. OBS.: não se trata da despersonalização da pessoa jurídica que consiste na extinção desta pessoa. A desconsideração não desfaz o seu ato constitutito e seu assento em órgão de registro público. Apenas suspende a eficácia de seu ato para proteger o credor de fraudes e má-fé dos proprietários e gestores não sócios.
10 Responsabilidade da sociedade e dos sócios quanto as obrigações sociais Relações com terceiros: A sociedade adquire direitos, assume obrigações e procede judicialmente, por meio de administradores com poderes especiais, ou, não os havendo, por intermédio de qualquer administrador. (Lei nº /2002, art ). Na formação da sociedade, a responsabilidade de cada sócio é fator importantíssimo e a compreensão de dois termos é fundamental: a) A limitação ou não da responsabilidade perante o capital investido na formação da sociedade; e, b) A solidariedade ou não entre os sócios, quanto a colocação dos recursos comprometidos. Ver: Benefício de ordem Lei nº /2002, art ; Lei nº /2015, artigos 790, II e 795 sócios respondem subsidiariamente, depois de esgotados os recursos da sociedade. Responsabilidade solidária, Lei nº /2002, artigos Desconsideração da personalidade jurídica Lei nº /2002, artigo 50.
11 Responsabilidade dos Sócios A análise da responsabilidade leva em conta o montante de dívidas, em cada tipo de sociedade, bem como a participação dos sócios em relação ao capital e, notadamente a espécie de sociedade/empresário. A conduta do gestor em relação ao patrimônio também poderá influenciar na responsabilidade. Os gestores, sócios ou não, devem conduzir os negócios em conformidade com as normas e objeto da empresa (negócio declarado, determinado e possível) A classificação das sociedades é definida, também, em decorrência desta responsabilidade dos sócios, que no caso de esgotamento dos recursos da pessoal jurídica, os bens particulares dos proprietários serão alcançados (comprometidos) ou não. Esta classificação tem a seguinte divisão: a) responsabilidade limitada; b) responsabilidade ilimitada; c) responsabilidade mista.
12 Responsabilidade dos sócios Além do montante de capitais aplicados individualmente, a responsabilidade envolve o compartilhamento dos recursos em momentos específicos. Trata-se da SOLIDARIEDADE DE RESPONSABILIDADE ENTRE OS SÓCIOS. Responsabilidade solidária consiste na responsabilidade dos sócios perante os credores da sociedade. Os sócios devem, com a mesma responsabilidade, quitar as obrigações junto aos terceiros, quando necessário, e se forem esgotados os recursos da sociedade. O credor, provando a existência da sociedade, por quaisquer meios, poderá exigir que qualquer sócio (um, parte ou todos) efetue o pagamento da dívida.
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