ANALISAR A QUALIDADE ALIMENTAR DE CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS DE IDADE, NO MEIO FAMILIAR, DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA E DE UMA PÚBLICA DE APUCARANA-PARANÁ ALVES,K.L.; MARIN,T. Resumo: Alimentação saudável é notável em todas as fases da vida sobretudo na infância onde os hábitos alimentares sofrem muitas influências nos infantes como condições socioeconômicas, ambiente familiar. Trata-se de uma pesquisa descritiva onde foi utilizado um questionário para obtenção dos dados o qual analisou a qualidade alimentar de pré-escolares. O resultado foi de alto consumo calórico no grupo público, baixa ingestão de legumes e frutas em ambos. Palavras chaves: crianças, alimentação, condição socioeconômica Abstract: Healthy food is outstanding in all phases of life especially in childhood where eating habits suffer many influences in infants as socioeconomic status, family environment. This is a descriptive study where a questionnaire was used to obtain data which analyzed the dietary quality of preschoolers. The result was high caloric consumption in public groups, low intake of vegetables and fruits in both. Keywords: children, diet, socioeconomic status
INTRODUÇÃO É na infância que ocorre grande parte do crescimento, desenvolvimento dos músculos, ossos, dentes, enfim o desenvolvimento neuropsicomotor do ser humano. As crianças necessitam de uma quantidade adequada de nutrientes para crescerem e desenvolverem a mente e o corpo. A família é de suma importância para ensinar a base de uma alimentação saudável, já que as crianças são seus dependentes, eles quem irão influenciar quais alimentos as crianças deverão consumir, os horários, o tamanho das porções, porém, muitas vezes pela falta de conhecimentos necessários não há uma educação alimentar adequada. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo analisar a qualidade alimentar de crianças de 3 a 5 anos de idade, no meio familiar, de uma instituição privada e de uma pública na cidade de Apucarana, Paraná.. É um estudo transversal, que foi realizado no mês de setembro de 2013, em uma escola privada e em uma CMEI (centro municipal de educação infantil) ambas no município de Apucarana-PR, que foi desenvolvido com a autorização das instituições. Para a coleta de dados necessários para a pesquisa, foi enviado aos pais ou responsáveis das crianças um questionário contendo perguntas sobre renda familiar, escolaridade dos pais, aleitamento materno e a freqüência de alimentos consumidos através de um questionário de freqüência alimentar. REFERENCIAL TEORICO: A alimentação constitui uma das atividades humanas mais importantes, não só sob o ponto de vista biológico, mas também por envolver aspectos sociais, psicológicos e econômicos essenciais na evolução da sociedade. É durante a infância que se constrói a base dos hábitos alimentares, sendo que os primeiros anos são arraigados por costumes, representações e significados. Nesta fase, fundam-se as bases culturais, biológicas, econômicas e sociais (POULAIN, 2006).
A educação nutricional dentro de casa contribui para que o comportamento alimentar adequado se torne um hábito, no qual se pode evitar deficiências nutricionais e doenças futuras proporcionando aos infantes uma boa qualidade de vida. Pois a criança na fase pré-escolar passa por um acelerado processo de maturação biológica e sóciopsicomotor (CAVALCANTI et al, 2012). Considerada um sério problema de Saúde pública, a anemia pode prejudicar o desenvolvimento mental e psicomotor, causar aumento da morbimortalidade materna e infantil, além da queda do desempenho do indivíduo no trabalho e redução da resistência às infecções. O aumento da prevalência da anemia ferropriva em crianças pode ser decorrente das mudanças nos hábitos alimentares, que acompanham a transição nutricional no país (JORDÃO et al., 2009). A deficiência de vitamina A se destaca entre os principais problemas nutricionais em grande parte da população de países subdesenvolvidos. Crianças de cinco meses a seis anos de idade fazem parte do grupo de risco, principalmente na presença de morbidades e outras deficiências nutricionais. O Brasil é apontado como uma região de risco de deficiência de vitamina A subclínica.(paiva ET AL., 2006). Nas últimas décadas, o consumo de sal na maioria dos países tem sido excessivo, variando de 9 a 12 g por pessoa por dia. E o que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma ingestão diária, para adultos, de no máximo 5 g de sal (equivalentes a 2 000 mg de sódio). Para crianças e adolescentes, os limites máximos de consumo de sódio e sal são ainda menores, visto serem populações mais vulneráveis. A redução do consumo nessas faixas etárias precoces representa melhoria da saúde cardíaca na vida adulta (NILSON, JAIME, RESENDE, 2012). Estudos estimam que, no Brasil, haja cerca de três milhões de crianças, com idade inferior a 10 anos de idade, apresentando excesso de peso. Desses casos, 95% estariam relacionados à má alimentação, enquanto apenas 5% seriam decorrentes de fatores endógenos. Outro aspecto importante é o fato de que, apesar dessa patologia ser ainda prevalente da classe média e alta, é crescente o seu surgimento em crianças pobres. (CORSO ET al., 2003).
CONCLUSÃO No presente estudo pode-se concluir que ao analisar a qualidade alimentar das crianças pré-escolares em seus ambientes familiares, pode-se verificar que a classe social pode interferir nas escolhas alimentares da família. O grupo público apresenta uma alimentação inadequada rica em sódio e calorias vazias, e há uma falta de incentivo dos pais para que as crianças ingiram alimentos como legumes e verduras já que consomem mais variedades dos mesmo, porém, em poucas porções. No grupo da instituição privada houve uma maior qualidade alimentar perante alimentos calóricos, porém apresentou que as crianças não ingerem variedades de frutas e legumes, consomem freqüentemente esses alimentos, porém, não há uma diversidade desses alimentos ingeridos. Houve riscos de doenças crônicas não-transmissíveis nos dois grupos: a anemia ferropriva foi um alarme para o grupo público, já que o consumo de alimentos ricos em ferro eram escassos, e que a presença de alimentos inibidores do ferro não-heme eram constantes após as principais refeições. O risco de hipovitaminose A, foi preocupante nos dois grupos já que o consumo de alimentos contendo vitamina A foi raro. Foi avaliado um número elevado de alimentos ricos em sódio, nas crianças da instituição pública, o que pode levar mesmo na infância, a hipertensão arterial. Assim como alimentos que levam a obesidade foram analisados em maior porcentagem nos infantes da rede pública. Conclui-se que uma reeducação alimentar na família como um todo, tanto no grupo público quanto no privado, é de extrema importância. Pois são os pais que iram fornecer os alimentos saudáveis, ricos em nutrientes para que as crianças possam crescer com saúde, e que são os responsáveis pelos seus filhos ingerirem alimentos que iram levá-los a terem riscos de doenças crônicas não-transmissíveis que poderiam ser evitados por uma alimentação equilibrada.
REFERÊNCIAS CAVALCANTI,L.A; CARMO,J.T.R; PEREIRA,L.A; ASANO,R.Y; GARCIA,M.C.L; CARDEAL,C.M; FRANÇA,N.M. Efeitos de uma intervenção em escolares do ensino fundamental I, para a promoção de hábitos alimentares saudáveis.rev. Bras. Ci. e Mov. 2012; 20 (2): 5-13 p.6. CORSO, A. C. T. et al. Sobrepeso em crianças menores de6 anos de idade em Florianópolis, SC. Revista de Nutrição, Campinas, SP, v. 16, n. 1, p. 21-28, jan./mar.2003. JORDÃO,R.E; BERNARDI,J. L.D; FILHO, A. A. B. Prevalência de anemia ferropriva no Brasil: uma revisão sistemática. Revista Paul. Pediatr. 2009;27(1):90-8. Nilson EAF, Jaime PC, Resende DO. Iniciativas desenvolvidas no Brasil para a redução do teor de sódio em alimentos processados. Rev Panam Salud Publica. 2012;34(4):287 92. PAIVA,A.A;RONDÓ,P.H.C; GONÇALVES-CARVALHO, C.M.R; ILLISON, V.K;PEREIRA,J.A; VAZ-DE-LIMA, J.L.R.A; OLIVEIRA, C.A; UEDA,M; BERGAMASCHI, D. P. Prevalência de deficiência de vitamina A e fatores associados em pré-escolares de Teresina, Piauí, Brasil. Cad. Saúde Pública vol.22 no.9. Rio de Janeiro Setembro 2006. POULAIN J. P. Sociologias da alimentação. Florianópolis: Editora UFSC, 2006. p.23-147.
RAMOS,M; STEIN,L.M; Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. Jornal de Pediatria v.76, supl.3, 2000. SILVA, Sandra Maria GheminSeabra da. MURA Joana D Arc Pereira. Tratado de alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. VITOLO,M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008.