Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

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Transcrição:

ANÁLISE AMBIENTAL DA OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA CIDADE DE JOÃO PESSOA / PB, NUMA VISÃO SISTÊMICA 1 MARTINS, V. P.; LIMA, E. R. V. DE; RIBEIRO, E. L. RESUMO Atualmente, diante do desafio da sustentabilidade mundial, urge a necessidade de um planejamento urbano sob o enfoque ecológico, baseado na análise e diagnose do território numa composição orgânica da cidade e seu entorno e não apenas em função da estratégia geral de consumo das atividades humanas. Este trabalho mostra o crescimento urbano do município de João Pessoa no estado da Paraíba nos últimos cinqüenta anos e suas conseqüências, através da análise comparativa do zoneamento do uso do solo urbano definido pelo atual Plano Diretor e a síntese da potencialidade para a ocupação urbana sob o enfoque ecológico. PALAVRAS-CHAVE: ECOSSISTEMA URBANO. SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA. ZONEAMENTO URBANO. ABSTRACT: Now, before the challenge of the world sustainability, it urges the need of an urban planning under the ecological focus, based on the analysis and diagnosis of the territory in an organic composition of the city and yours spills and not just in function of the general strategy of consumption of the human activities. This work shows the urban growth of the municipal district of João Pessoa in the state of Paraíba the last fifty years and their consequences, through the comparative analysis of the zoning of the use of the defined urban soil for the current Master plan and the synthesis of the potentiality for the urban occupation under the ecological focus. KEY WORDS: URBAN ECOSYSTEM. ECOLOGICAL SUSTAINABILITY. URBAN ZONING. Vânia Paiva Martins Mestre em Desenvolvimento de Meio-ambiente-UFPB, Engenheira Civil e Arquiteta e Urbanista. Arquiteta da SUPLAN- Superintendencia. De Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado. Telefone: (83) 258-1040 / 99865007. E-mail: arqvania@bol.com.br Dr. Eduardo Rodrigues Viana de Lima -: (83) 9332-2719.E-mail: edulima@openline.com.br Dr. Edson Leite Ribeiro PRODEMA-UFPB/UEPB.

1. INTRODUÇÃO: O presente trabalho trata de uma análise da compatibilidade dos condicionantes ambientais no processo de expansão e estruturação urbana do município de João Pessoa / PB. A visualização em forma cartográfica, dos conflitos da ocupação do uso do solo com os fatores ecológicos permitiram a construção de um quadro geral das condições físicas. Esta análise desenvolveu-se a partir da metodologia proposta por McHarg (1972), que consiste na compilação e mapeamento das informações básicas de cada fator ambiental dentro de categorias estabelecidas. Desta forma, os fatores serão interpretados e avaliados segundo um critério adequado de modo a reconstituí-lo em um sistema de graduações hierárquicas, inclusive também, dentro de um cenário temporal, mostrando as transformações ocorridas nos últimos cinqüenta anos no município. Com o auxílio de programas de computador de representação gráfica e SIG (Sistema de Informação Geográfica) tornou-se possível a obtenção de um mapa síntese das compatibilidades e incompatibilidades físico-ambiental da ocupação urbana do município de João Pessoa. Os recursos naturais na terra, no ar e na água são indispensáveis para vida e também constituem valores sociais. Este resultado tem como finalidade servir de contribuição para o planejamento ambiental urbano da cidade de João Pessoa na medida em que fornece uma visão geral dos conflitos existentes do território físico do município e, principalmente, permitir a sociedade construir seu próprio sistema de valor, ao tomar conhecimento da realidade ambiental e participando das decisões da gestão pública. 2. A CIDADE DE JOÃO PESSOA: A cidade de João Pessoa possui uma área aproximada de 210,45 km² e faz parte de uma microrregião composta dos municípios de Cabedelo, Conde, Lucena, Bayeux e Santa Rita. Neste trabalho, abordamos as questões referentes à cidade de João Pessoa.O município está localizado na zona costeira do estado da Paraíba, entre 7 e 07º07 30 de latitude sul e entre 34 52 30 e 34 45 de longitude oeste. Limita-se ao norte com o município de Cabedelo; ao sul com o município do Conde e pelo rio Gramame; a leste com o Oceano Atlântico; e a oeste com os municípios de Bayeux pelo rio Sanhauá e Santa Rita pelos rios Mumbaba e Paraíba, respectivamente. O acesso a esta cidade se dá através das rodovias federais BR-101 e BR-230 e as estaduais PB-08 e PB-04. 2 3. ETAPAS DE TRABALHO

3 LEVANTAMENTO E PESQUISA - Bibliográfico, cartográfico, aerofotográfico, de sensoriamento remoto; DIGITALIZAÇÃO DOS MAPAS - Digitalização dos mapas da cidade de João Pessoa em 1944 e 1974; ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE CARTAS TEMÁTICAS E TEMPORAIS. ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS CARTAS SÍNTESES - Avaliação das compatibilidades físico-ambientais com a ocupação urbana em 1947, 1970 e 2005; e as legais com a ocupação urbana de 2005. ELABORAÇÃO E ANÁLISE INTEGRADA DAS CARTAS TEMÁTICAS FINAIS DE COMPATIBILIDADES. ELABORAÇÃO DA CARTA SÍNTESE FINAL DE COMPATIBILIDADE AMBIENTAL DA CIDADE DE JOÃO PESSOA CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Quadro 01: Etapas realizadas 4. RESULTADOS: Toda cidade de João Pessoa está construída sobre um sistema geológico e suas edificações são constituídas por materiais geológicos, desde a rocha até o cimento, do petróleo às tintas e o plástico. Existe uma profunda interação e dependência entre o assentamento humano e a geologia e esta, com os demais fatores ambientais. Neste item da compatibilidade físico-ambiental, elaborou-se primeiro a análise das condições de fundação, do ponto de vista da engenharia e da arquitetura, depois as condições de suporte ambiental à ocupação urbana dos fatores naturais e finalmente, a construção das tabelas de cada elemento e suas interações com os demais que definem os graus de compatibilidade, juntamente com os respectivos mapas. Vale salientar, que o Fator Vegetação apesar de não ser de natureza física e sim biótica foi incluído para melhor caracterizar a análise qualitativa das interações. As condições de fundação tratam da aptidão de suporte ou de sustentação de um terreno destinado a uma construção, ou seja, diz respeito ao processo de interação entre as fundações das construções e o próprio terreno. Esta análise permite prever o comportamento do substrato rochoso para os diferentes tipos de fundação numa abordagem de viabilidade. (Zuquette, 2004).

4 Tabela 01: Compatibilidade da Ocupação Urbana com os Fatores Ecológicos. FATORES ECOLÓGICOS PESOS COMPATIBILIDADE Aluvião 1 RESTRITIVA Formação Barreiras 5 FAVORÁVEL Cobertura Arenosa 3 MODERADA GEOLOGIA Calcáreo 3 MODERADA Hidromórficos e Halomórficos- Planície Costeira 3 MODERADA Hidromórficos e Halomórficos- Planície Fluvio-marinha 1 RESTRITIVA Aluviais 1 RESTRITIVA SOLOS Podzólicos e Latossolos 5 FAVORÁVEL Superfície Plana e interflúvios 5 FAVORÁVEL Vertentes 3 MODERADA Planície Fluvial 1 RESTRITIVA Planície Flúvio-marinha 1 RESTRITIVA Planície Costeira 3 MODERADA TOPOMORFOLOGIA Planície Costeira-Praias 1 RESTRITIVA Áreas alagadas 1 RESTRITIVA Lençol Freático profundo 5 FAVORÁVEL HIDROLOGIA Lençol Freático pouco profundo 3 MODERADA Entre 0 e 5% 5 FAVORÁVEL Entre 5 e 10% 5 FAVORÁVEL Entre 10 e 20% 3 MODERADA Entre 20 e 40% 1 RESTRITIVA DECLIVIDADE Mais de 40% 1 RESTRITIVA Na Tabela 02, têm-se os graus de compatibilidade das classes de restrições das áreas do território estudado, que são o resultado do somatório dos pesos definidos na Tabela 01 e que por sua vez provêm da análise sistêmica dos fatores ecológicos do meio físico. Tabela 02: Classes de Restrição do Meio Físico GRAU DE CLASSES DO MAPA DE RESTRIÇÃO DO MEIO FÍSICO COMPATIBLIDADE 0 A 13 RESTRITIVO (*) 13 A 20 MODERADO (**) 20 A 25 FAVORÁVEL (***) (*) Não compatível para a ocupação urbana (**) Compatível com algumas restrições para a ocupação urbana. (***) Compatível para a ocupação urbana. A sobreposição dos cinco mapas de restrições do meio físico e o somatório dos pesos atribuídos resultou no mapa de Restrições do Meio Físico á ocupação urbana (Figura 01).

Neste Mapa, verifica-se que o município apresenta conflitos físico-ambientais maiores nas planícies flúvio-marinhas, fluviais e na área da planície costeira ao sul, nas proximidades da praia do Cabo Branco e Seixas. FIGURA 01: Restrições do Meio Físico do município de João Pessoa 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES: Trata-se do desenvolvimento de novas percepções, inclusive levando em consideração a qualidade de vida nas aglomerações subnormais, suas causas econômicas e sociais e da cidade como um todo, tendo como condição para uma efetiva concretização a participação da sua população. No Macrozoneamento da cidade de João Pessoa, verifica-se que é considerada adensável a planície costeira, região profundamente vulnerável à especulação imobiliária, porém com fatores ambientais consideráveis, que devem ser claramente e objetivamente protegidos.este trabalho se propôs a ser uma contribuição ao planejamento urbano da cidade de João Pessoa, na medida em que levanta dados e questões que podem ajudar a refletir numa reformulação da Legislação Urbanística REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Geologia e Recursos Minerais do Estado da Paraíba. Recife, 2002.

COUTINHO, Maria Glícia da Nóbrega. Geologia dos Municípios de João Pessoa, Cabedelo e Gramame PB. Relatório de Graduação da Escola de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco. Recife/PE. MCHARG, Ian L. Design with nature. Garden City: Nova York: Natural History Press, 1969. ZUQUETTE, Lázaro V. Cartografia geotécnica. São Paulo: Oficina de Textos, 2004. 6