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ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos os autos.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PEREIRA CALÇAS (Presidente), ARALDO TELLES E ROBERTO MAC CRACKEN.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E ROMEU RICUPERO.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIZ ANTONIO DE GODOY (Presidente), RUI CASCALDI E FRANCISCO LOUREIRO.

Transcrição:

Registro: 2016.0000698256 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2095653-39.2016.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são agravantes PETROLEO BRASILEIRO S.A - PETROBRAS e PETROBRAS NETHERLANDS B.V (PNBV), são agravados INEPAR S/A INDÚSTRIA E CONSTRUÇÕES, INEPAR - ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPACÕES S/A, IESA ÓLEO & GÁS S/A, INEPAR TELECOMUNICAÇÕES S/A - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL, IESA TRANSPORTES S.A. - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL, SADEFEM EQUIPAMENTOS E MONTAGENS S.A., TT BRASIL ESTRUTURAS METÁLICAS S/A, INEPAR EQUIPAMENTOS E MONTAGENS S/A - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL, IESA - PROJETOS EQUIPAMENTOS E MONTAGENS S/A e DELOITTE TOUCHE TOHMATSU CONSULTORES LTDA - ADMINISTRADORA JUDICIAL. ACORDAM, em 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ENIO ZULIANI (Presidente), FRANCISCO LOUREIRO E CESAR CIAMPOLINI. São Paulo, 21 de setembro de 2016. ENIO ZULIANI RELATOR Assinatura Eletrônica

VOTO N 36651 AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º 2095653-39.2016.8.26.0000 COMARCA: SÃO PAULO AGRAVANTES: PETROLEO BRASILEIRO S.A - PETROBRAS E OUTRO AGRAVADO: INEPAR S/A INDÚSTRIA E CONSTRUÇÕES E OUTROS JUIZ PROLATOR: DANIEL CARNIO COSTA AGRAVO DE INSTRUMENTO. Disposição contratual autorizando a compensação de valores. Impossibilidade. Créditos existentes que são anteriores ao pleito de recuperação judicial e, sendo assim, se sujeitam aos efeitos e ao regramento desta. Inteligência do art. 49, da Lei nº 11.101/05. Pagamento que deve respeitar os termos constantes do Plano de recuperação judicial aprovado pela maioria e homologado pelo juiz. Artigo 122 da Lei 11.101/05 prevê a compensação de valores em caso de processo falencial. Regra não prevista para os casos de recuperação judicial. Antiga Lei de Falência n. 7.661/45 que previa a possibilidade de compensação de valores em caso de concordata. Artigo não reproduzido pela nova Lei. Intenção clara do legislador em não permitir a compensação de créditos. Conclui-se, portanto, que a admissão da compensação como forma de pagamento de créditos sujeitos à recuperação judicial violaria a ordem de pagamento disposta no Plano. Afronta ao pars conditio creditorum. - Recurso não provido. Vistos. PETROLEO BRASILEIRO S.A - PETROBRAS E OUTRO interpuseram o presente agravo de instrumento em face do INEPAR S.A. INDÚSTRIA E CONSTRUÇÃO E OUTROS, nos autos do processo de recuperação judicial das agravadas. O magistrado determinou que a Administradora Judicial se manifestasse sobre as petições de fls. 39.778-39.781, 39.989-40.007 e 40.599-40.602, nas quais há discussão sobre a possibilidade de compensação de valores devidos pela Petrobrás às Recuperandas. Sua manifestação foi no sentido de não ser possível a compensação de valores. O magistrado entendeu da mesma forma negando a Agravo de Instrumento nº 2095653-39.2016.8.26.0000 - São Paulo - Voto nº 36651 - V 2

compensação (fls. 62/64). Em face dessa decisão recorrem as agravantes alegando que deve prevalecer o pacta sunt servanda, sendo possível efetuar a compensação de valores, uma vez que os contratos firmados entre as Recuperandas e a Petrobras autorizariam a medida, mesmo que os valores não fossem oriundos de um mesmo contrato recurso, para que seja reconhecida: Pleitearam seja dado integral provimento ao presente a) a validade dos procedimentos adotados pela PETROBRAS e PNBV, previstos em disposições contratuais firmadas entre as partes e a consequente inexistência de valores a serem pagos às recuperandas/agravadas, autorizando o levantamento dos valores depositados judicialmente em favor da Agravante/PNBV e o cancelamento pela Agravante/PETROBRAS dos valores liberados para pagamentos, capturados por ordens de bloqueios judiciais cadastradas no sistema; e b) que as discussões suscitadas se referem a procedimentos e interpretações contratuais, em razão dos instrumentos pactuados entre as partes ora litigantes (princípio da autonomia da vontade), que não poderão ser dirimidas pelo MM. Juízo da Recuperação Judicial, sob pena de se violar, inclusive, o princípio do Juiz Natural. Nessa hipótese, as recuperandas deverão buscar as vias próprias, para discutir cláusulas contratuais e pleitear, se for o caso, a liberação de valores. Contraminuta (fls. 407/433). Agravo interno interposto (fls. 1/12). Foi aberta vista à parte contrária a qual se manifestou (fls. 34/52) e também o administrador judicial (fls. 53/56). Manifestação da Procuradoria (fls. 440/442) pelo não provimento. É o relatório. Agravo de Instrumento nº 2095653-39.2016.8.26.0000 - São Paulo - Voto nº 36651 - V 3

A decisão agravada deve prevalecer. Muito embora haja disposição contratual autorizando a compensação de valores, tal não se mostra possível neste momento, pois os créditos existentes são anteriores ao pleito de recuperação judicial e, sendo assim, se sujeitam aos efeitos e ao regramento desta, devendo o pagamento, respeitar os termos constantes do Plano. Além do mais, de acordo com o disposto no art. 49, da Lei nº 11.101/05, todos os créditos anteriores ao pedido de recuperação judicial estão sujeitos aos seus efeitos, sob pena de se violar o princípio da igualdade dos credores: AGRAVO DE INSTRUMENTO. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL. APROPRIAÇÃO DE VALORES PERTENCENTES À EMPRESA RECUPERANDA. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO SUJEITO AO CONCURSO DE CREDORES. DESCABIMENTO. MULTA. POSSIBILIDADE. 1. Descabe a alegação da parte recorrente de ausência de intimação, acerca da impossibilidade de tomar para si os recursos provenientes de vendas efetuadas pela empresa recuperanda aos seus clientes por intermédios dos cartões, de sorte a liquidar seu crédito sujeito ao concurso de credores mediante o instituto da compensação. 2. A parte recorrente teve ciência inequívoca do deferimento da recuperação judicial às empresas agravadas, fato incontroverso da lide, a teor do que estabelece o art. 334, inciso, III, do CPC, aplicado ao caso em concreto de forma subsidiária, tanto é verdade que teve seu crédito incluído no plano de recuperação judicial e este não apresentou impugnação. 3. Ademais, a decisão agravada, que determina a impossibilidade de apropriação de quantia pertencente à empresa em recuperação judicial, está em consonância com o que dispõe o art. 49 da Lei nº 11.101/2005. 4. A pretensão de percepção de seu crédito através de compensação, mediante a apropriação de valores decorrentes de vendas Agravo de Instrumento nº 2095653-39.2016.8.26.0000 - São Paulo - Voto nº 36651 - V 4

efetuadas pela empresa em recuperação judicial aos seus clientes por intermédio dos cartões Hipercard, importaria em afronta o princípio da par conditio creditorum, isto é, a igualdade de tratamento entre os credores sujeitos ao favor creditício e diverso do plano de recuperação pretendido, o que é incabível. 5. Cabível a fixação de multa no caso em exame, na medida em que a referida penalidade é estipulada com o intuito de instar a parte demandada a cumprir provimento judicial, a fim de coibir o retardo injustificado no atendimento da tutela concedida. 6. Portanto, perfeitamente possível a multa diária no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), cujos critérios para a sua fixação levaram em consideração a natureza da ação e a possibilidade econômica da ré em arcar com a referida penalidade. Negado provimento ao agravo de instrumento. (TJ/RS, Agravo de Instrumento nº 70040898488, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, J. em 25/05/2011) Não se desconhece que o artigo 122 da Lei 11.101/05 prevê a compensação de valores em caso de processo falencial, ocorre que o mesmo não é previsto para os casos de recuperação judicial. Na antiga Lei que regia as falência e concordatas havia dispositivo autorizando a compensação de créditos e débitos em concordatas preventivas, mas tal não foi reproduzido pela nova Lei o que indica a clara intenção do legislador em não admitir a compensação. A jurisprudência é nesse sentido: Recuperação judicial. Compensação Créditos e débitos originários de contratos de empréstimo e de swap. Interpretação da Lei 11.101/2005. Inviabilidade. Indeferimento mantido. Recurso desprovido. (TJ/SP, Agravo de instrumento nº 2007325-07.2014.8.26.0000. Rel. Des. Fortes Barbosa. 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do TJ/SP, j. 03/02/2015) Conclui-se, portanto, que a admissão da compensação Agravo de Instrumento nº 2095653-39.2016.8.26.0000 - São Paulo - Voto nº 36651 - V 5

como forma de pagamento de créditos sujeitos à recuperação judicial violaria a ordem de pagamento disposta no Plano aprovado pelos credores e tal não pode, de forma alguma, ser admitido. Ainda, levando-se em conta o interesse dos demais credores, os quais, frise-se, aprovaram os termos estabelecidos, não se pode admitir forma diversa de pagamento o que afrontaria o pars conditio creditorum. Diante do exposto, NEGA-SE PROVIMENTO. ÊNIO SANTARELLI ZULIANI Relator Agravo de Instrumento nº 2095653-39.2016.8.26.0000 - São Paulo - Voto nº 36651 - V 6