MELHORANDO AS COMPETÊNCIAS DOS ALUNOS EM LEITURA E ESCRITA. Ana Maria Gonçalves Machado, Angela Valéria Rosa Vianna Fava, Eliane Aparecida Marcatto da Silva e Márcia Maria de Oliveira Tessarin. SEEC - Secretaria de Educação e Cultura, Município de Descalvado, S.P. Este projeto tem como principal objetivo o aperfeiçoamento das competências em leitura e escrita dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino de Descalvado, que estão em desenvolvimento nas escolas. A meta do município é que todos os alunos melhorem o seu desempenho como leitores, para que todos que fazem parte do mesmo mostrem-se mais competentes na hora de ler e escrever, compreendendo todos os tipos de textos com os quais tem contato, seja para distração ou para informação, e que os espaços escolares, tais como o da biblioteca escolar, sala de leitura e outros, sejam funcionais, sendo utilizados pelas crianças e pela comunidade em geral. Acreditamos que há necessidade de cada vez mais buscar o aprimoramento das metodologias que estão sendo aplicadas, avaliando sempre e redirecionando os objetivos que visam ser alcançados. Notamos ser indispensável o uso do instrumental da informática, da dramatização, do conto, da produção de texto, reescritas, reconto de textos, histórias, filmes que transmitam mensagens reais do contexto de vida dos alunos e de um profissional capacitado que tenha conhecimento, compromisso e que esteja sempre registrando os avanços que os alunos apresentam em suas autoavaliações. Visando essas melhorias, a Prefeitura Municipal, juntamente com a Secretaria de Educação e Cultura, entra como parceira nas ampliações, reformas e aquisições de livros para-didáticos, ficando para cada unidade escolar o investimento nos recursos humanos (professores, bibliotecária, contadora de história). Percebeu-se nos indicadores educacionais existentes no município, como o SAEM (Sistema de Avaliação da Educação Municipal), realizado nos anos de 2005 e 2006, que muitos alunos ainda não conseguiam ler com desenvoltura. Assim surgiu a necessidade da elaboração de projetos de leitura e escrita, além dos já existentes, para que pudessem melhorar os indicadores apresentados. O projeto em questão foi elaborado e o primeiro grupo a ser acompanhado de forma mais sistemática foi dos alunos provenientes da Zona Rural do município, que tinham um tempo ocioso na escola, na espera para o horário de início das aulas, e não tinham fácil acesso às bibliotecas, que não fosse a existente na escola. Desta forma, os grupos de alunos foram previamente divididos - alunos que chegam muito cedo na escola e que moram na zona rural. As dificuldades na escrita e interpretação de textos, aos poucos, estão sendo trabalhadas por meio de práticas diferenciadas e com atividades
significativas e contextualizadas. Nelas os alunos recebem atendimento individualizado e vários recursos são lançados para que as habilidades de cada atividade sejam realmente aperfeiçoadas. O tempo, maior inimigo em muitas situações, é fator primordial nessa atividade, pois uma hora ociosa, por dia, se transformou em momentos de boas situações de aprendizagens. As equipes das escolas, em momentos de reflexão e avaliação, fizeram menção ao fato dos alunos participantes das atividades na sala de leitura apresentar melhora, pois avaliaram positivamente a importância da prática de atividades de leitura e escrita. Sendo a Sala de Leitura um local diferente dentro das escolas, as crianças se beneficiam da mesma em horários estabelecidos, com maior ênfase para as crianças da zona rural. Pensamos sempre que o ambiente na sala de leitura deve ser prazeroso, onde todos possam trabalhar com mais descontração e usando a informática, necessidade específica em atividades que exigem a descrição de textos e a utilização de editores de textos para uma reescrita, reconto, comunicação a distância por meio da telemática, exercitando assim a escrita e a leitura. Dentro das salas de leitura, a rotina das Contadoras de Histórias foi um importante instrumento para que as crianças pudessem viajar por caminhos do sonho e da imaginação, estimulando as ações. As contadoras de história também se utilizam de recurso audiovisual como uma ferramenta que vai estimular as apresentações aos alunos de cenas reais do cotidiano através de apresentações com animação, pois a visualização é chamativa e a interação é ainda maior. Utilizam-se também de fantasias: a dramatização e a representação de histórias infantis, e até mesmo de casos reais, tornou-se muito significativa para os nossos alunos. Essas práticas estão sendo muito exploradas e sentimos que os alunos estão mais expressivos em sua comunicação. As fantasias chamam muita atenção e as crianças, empolgadas, realizam as atividades (representação, dramatização) com maior satisfação, prazer e, fantasiando, aprendem com muito maior facilidade. A leitura é importante para o indivíduo e para a sociedade, sendo necessária para enriquecer as próprias idéias, ter experiências intelectuais e familiaridade com a realidade. Se assim for, haverá maiores possibilidades de compreensão do mundo e de desenvolvimento de uma filosofia de vida. O aprimoramento da capacidade de ler conduz ao aprimoramento da capacidade de aprender. Nossas bibliotecas escolares são espaços privilegiados, com acervo diversificado, de ótima qualidade, mas que eram pouco visitados pelas crianças e pela comunidade. Os alunos só tinham contato com as vivências de leitura nos momentos organizados pelas professoras em sala de aula. Observamos também que, para muitas crianças, o contato que elas tinham com o espaço da biblioteca não estava encantando, pois realizavam as atividades de forma mecânica e o empréstimo de livros não resultava em uma boa prática de incentivo à leitura. Pelo exposto acima achamos conveniente diversificar as atividades desenvolvidas, com propostas dinâmicas (leituras dirigidas, teatro, caracterização
de ambiente...), estimulando, através das mesmas, reflexões sobre a língua oral e escrita. Com isto, naturalmente, aconteceu um trabalho de divulgação para a comunidade sobre esses momentos, pois os pequenos leitores tornaram-se multiplicadores e incentivadores da participação de seus pais nestes espaços tão imprescindíveis para a formação de leitores habituais. É preciso mostrar que, quando uma pessoa sabe ler, não existem fronteiras. Ela pode viajar para outros países, conhecer o mundo, viajar no passado e no futuro, na natureza e no espaço. Esse projeto se desenvolve durante o ano letivo nas unidades escolares também com outras atividades, tais como: Atividades permanentes de leitura na sala de aula: hora de história, trechos selecionados dos textos estudados, música da semana; Roda de leitores: um aluno leva o livro do acervo para casa. No dia combinado, traz para a sala e conta aos outros alunos sobre o que leu, falando sobre o que gostou, o que não gostou e assim a classe discute sobre o livro; Leitura em voz alta: selecionar livros interessantes, em capítulos ou não, e ler para a classe no microfone, adequando o tom de voz, emoção, expressão corporal e, assim, facilitando o desenvolvimento da imaginação e da fantasia; Leituras para dramatização ou apresentações. Também solicitamos aos alunos que façam uma ficha de leitura, identificando o livro, os personagens, a parte que mais chamou a atenção, algumas palavras que aprenderam; ilustração de trechos da história; pequenos resumos e outros aspectos que o professor deseja trabalhar. Atividades ocasionais (visitas a outras bibliotecas; visitas a jornais da cidade; palestra e entrevista com escritores; apresentação de novidades; livros novos). Além disso, todas as escolas possuem um cronograma especial para atividades dirigidas aos espaços de acordo com a sua realidade, organizados por semana, de modo que todas as turmas tenham um trabalho sistematizado. Podemos destacar aqui a semana dos contos de fada, a semana dos contos de assombração, trabalho com diversos gêneros textuais, pequenas dramatizações e teatros, apresentação das contadoras de histórias, como a Vovó Nina, entre outras. Os resultados estão sendo comprovados através dos depoimentos dos professores em relação ao rendimento escolar em leitura e escrita em sala de aula, a partir dos resultados obtidos nas menções e nas avaliações bimestrais, o que também será avaliado sistematicamente com os resultados de novembro de 2007, quando se realiza o SAEM. Projeto Elaborado pelas Coordenações Pedagógicas das Unidades Escolares, desenvolvido por toda a equipe da escola (inclusive as funcionárias) e que tem o acompanhamento da Secretaria da Educação e Cultura, sob a responsabilidade
da Orientadora Educacional Ana Maria Gonçalves Machado e as Professoras Coordenadoras Angela Valéria Rosa Vianna Fava, Eliane Aparecida Marcatto da Silva e Márcia Maria de Oliveira Tessarin. Bibliografia: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Portuguesa. 3ª ed. Brasília: MEC/SEF, 2001. LERNER, Délia. É possível ler na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ed. Ática.
ANEXO Fotos de salas de leitura e contadora de histórias