ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO E DEMAIS MEMBROS DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES DO SERVIÇO DE APOIO A MICRO E PEQUENA EMPRESA DO ESTADO DO PARANÁ SEBRAE PR CONCORRENCIA PÚBLICA N 12/2014 ALVO EVENTOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sede na cidade de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, na Rua Rosa Cirilo de Castro, nº85, Jardim Pólo - Centro, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº 75.431.734/0001-24, neste ato, representada por seu procurador infraassinado, vem, mui respeitosamente, à presença de V.Sas, com fulcro no subitem 3.2. do Edital, apresentar sua IMPUGNAÇÃO AO EDITAL em face da constatação de irregularidades que restringem a igualdade e a competitividade no certame, o que faz nos termos abaixo. Matriz Rua Rosa Cirilo de Castro, 85 Jardim Pólo Centro - CEP: 85863-735 - Foz do Iguaçu PR. Telefax: 45 3025-2121
A presente licitação foi instaurada pelo Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa SEBRAE PR, na modalidade de Concorrência, do tipo TÉCNICA E PREÇO, para contratação de empresa especializada na prestação de serviço de organização e operacionalização de atividades relacionadas aos programas JEPP e despertar do SEBRAE, em conformidade com os requisitos e condições descritas nas especificações e Anexos do Edital. A Impugnante adquiriu o respectivo edital em razão do interesse em participar da Concorrência em epígrafe, porém, ao analisa-lo em relação à Avaliação da Proposta Técnica se deparou com previsões totalmente subjetivas, que restringem o caráter COMPETITIVO da licitação e a OBTENÇÃO DA PROPOSTA MAIS VANTAJOSA À ADMINISTRAÇÃO. Com efeito, o item 7.2.1 QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DA EMPRESA, em seu subitem A. 2, dispõe sobre os critérios de avaliação para cada quesito exigido, bem como a pontuação que o licitante poderá alcançar, vejamos: A.2) Pontuação atribuída ao Projeto de Estruturação: Descrições A capacidade de mobilização será considerada em função da confecção de um plano de disponibilização de recursos humanos, materiais e financeiros para operacionalizar os blocos de serviços. Pode conter: estratégia de seleção (5 pontos) e recrutamento (4 pontos), regime e custo de contratação dos recursos humanos (6 pontos); quantidade, localização e custos dos escritórios contidos na regional (3 pontos), Um cronograma de mobilização dos recursos necessários em função do lote (2 pontos). Estrutura própria/locada: Será considerado no mínimo um escritório próprio ou locado, comprovado através de cópia simples da escritura do imóvel ou do contrato de locação (10 pontos). OU: Estrutura de parceiros: será considerada quando a empresa participante da licitação tiver um acordo de parceria com outra empresa não participante da licitação, a ser comprovado mediante cópia do contrato de parceria ou de um termo de parceria específico (10 pontos) para a finalidade da licitação. A supervisão técnica será considerada com a apresentação de diploma ou certificado de conclusão de curso do funcionário ou sócio da empresa, com formação em administração; ou comprovação de profissional com experiência em coordenação e operacionalização de atividades através de cópia do registro da carteira de trabalho ou contrato de serviços. Relato: poderá conter, relação dos municípios a serem atendidos descrevendo como serão distribuídos os recursos humanos para realização de cada bloco de serviço (3 pontos), incluindo como serão distribuídos os materiais e apostilas necessárias (4 pontos). O modelo de relatório final que será utilizado pela empresa deverá contemplar: instrumento e indicadores de qualidade (4 pontos), comprovação de realização do bloco de serviço (4 pontos), cronologia e rastreabilidade (4 pontos) e indicação dos responsáveis diretos e indiretos pelo bloco (3 pontos). Apresentar modelo. Pontuação máxima 20 10 Um funcionário/sócio: 4 pontos. 2 funcionários/sócio: 6 pontos 3 funcionários/sócio: 8 pontos 7 pontos 15 pontos
escalonamento das mesmas, vejamos: Ocorre que as pontuações e suas descrições não são claras quanto a forma de Quanto a capacidade de mobilização como será realizada a pontuação? Com relação ao relato e relatório final como será pontuado? E quanto a estrutura locada? Se a empresa apresentar uma estratégia de seleção, por exemplo, qualquer que seja ela, pontuará no máximo de 5 pontos? Quanto a estrutura do local, a empresa será pontuada de forma máxima se possuir um escritório locado ou pontuará da mesma forma se não possuir o escritório, mas possuir parceria com outro escritório? Ou seja, todos os pontos acima suscitados são mais que suficientes para demonstrar que o Edital, da forma como está deixa margem de dúvida sobre a forma de atribuição da pontuação mínima, média e máxima em cada quesito, vez que somente demonstra a pontuação máxima. A mesma subjetividade se repete nos demais subitens, gerando insegurança aos participantes e desrespeitando os princípios básicos previstos no art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sistema SEBRAE: Art. 2 - A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para o sistema SEBRAE e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. Ora, o não estabelecimento de uma forma de avaliação para atribuição da pontuação nos subitens em comento dá margem à SUBJETIVIDADE OU DISCRICIONARIEDADE NA SELEÇÃO DA MELHOR PROPOSTA, REPRESENTANDO
INSTRUMENTO DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DO JULGAMENTO OBJETIVO!!! De fato, ao eleger os critérios de julgamento, o ato convocatório condiciona todo o curso da licitação, estabelecendo os elementos de informação que irão orientar a conduta dos interessados, por essa razão, NÃO É SUFICIENTE QUE O EDITAL APRESENTE DE MODO ABSTRATO, OS CRITÉRIOS QUE SERÃO UTILIZADOS NO JULGAMENTO, sendo OBRIGATÓRIO DISCRIMINAR, DE MANEIRA OBJETIVA, COMO TAIS CRITÉRIOS NORTEARÃO A DECISÃO DA ADMINISTRAÇÃO, possibilitando a elaboração das propostas técnicas pelos licitantes e dando previsibilidade ao julgamento!!! Neste sentido: O ato convocatório não pode se restringir a indicar, de modo teórico e abstrato, os critérios que nortearão o julgamento. Não basta, por exemplo o edital estabelecer que as propostas serão julgada segundo o fator qualidade. É imperativo que se defina em que consistirá a qualidade no caso concreto. Deverá indicar se trata de durabilidade do bem, pluralidade de usos, facilidade de manutenção, aceitabilidade do sabor etc. Os licitantes e a comissão devem saber precisamente como as propostas serão julgadas, de modo a não restar dúvidas sobre a vantajosidade que apresentem. ((JUSTEN FILHO. Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 13ª Edição. São Paulo: Editora Dialética, 2009, p. 589). (grifos nossos) Na mesma esteira de raciocínio, Hely Lopes Meirelles esclarece que: O edital deverá indicar, necessariamente, o critério de julgamento das propostas e os fatores que serão considerados na avaliação das vantagens para a Administração, tais como qualidade, rendimento, preço, condições, prazos e outros de interesse do serviço público. É essencial que o instrumento convocatório aponte os fatores que a Comissão Julgadora deverá considerar no julgamento, a fim de que se atenda o princípio do
julgamento objetivo (art. 3º). (in Licitação e Contrato Administrativo. 14 Edição. São Paulo: Editora Malheiros, 2006, p.135) (grifos e destaques nossos) Entretanto, no caso em comento, notem Vossas Senhorias que o Edital DEIXA AO ALVITRE DOS JULGADORES A ATRIBUIÇÃO DA PONTUAÇÃO, vez que não dispõe o critério de avaliação para pontuação mínima, média ou máxima, contrariando a objetividade do julgamento que deve reger os processos licitatórios. Ademais, as previsões editalícias em comento OFENDEM inclusive o Princípio da Impessoalidade, que PROÍBE A ADOÇÃO DE QUALQUER CRITÉRIO SUBJETIVO, tratamento diferenciado ou preferência durante o processo licitatório, para que não seja frustrado o seu caráter competitivo. Abreu Dallari: Ora, critério subjetivo não é critério, é ARBÍTRIO, como ensina Adilson de Na licitação, como única forma de atender à sua própria razão de ser, o julgamento tem de ser objetivo, suscetível de controle. É preciso um especialíssimo cuidado na fixação de critérios de julgamento, pois tais critérios precisam ficar bem claros, têm de ser aferíveis, não podem depender de apreciação subjetiva. Se o critério de julgamento for subjetivo, a licitação será inútil, porque licitação é um meio técnico objetivo de escolha de um proponente. Se fosse possível uma escolha subjetiva, não seria preciso fazer uma licitação. Se dentro da licitação, na hora do julgamento, o critério for subjetivo, a licitação será irremediavelmente nula. Todos os critérios de julgamento devem ser explicitados e justificados. (Aspectos Jurídicos da Licitação. 4ª edição. Editora Saraiva 1997. P. 144). (Grifamos). Portanto, seja qual for o meio para se avaliar a proposta técnica, AS FORMAS E CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA TAL AVALIAÇÃO DEVEM ESTAR CLARAS E OBJETIVAMENTE DEFINIDAS NO EDITAL, sob pena de ser inviabilizado o certame por vício de legalidade!!!
Vejam Vossas Senhorias que não se trata apenas de questão técnica, MAS TAMBÉM DE QUESTÃO JURÍDICA, pois HÁ QUE SE RESPEITAR A IGUALDADE DE CONDIÇÕES ENTRE OS LICITANTES de modo a garantir a competitividade e a seleção da melhor proposta. Como ensina Hely Lopes Meirelles: Igualdade entre os licitantes é o princípio primordial da licitação previsto na própria Constituição da República (art. 37, XXI)-, pois não pode haver procedimento seletivo com discriminação entre participantes, OU COM CLÁUSULAS DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO QUE AFASTEM EVENTUAIS PROPONENTES QUALIFICADOS ou os desnivelem no julgamento(art. 3º, 1º) (Licitação e Contrato Administrativo. 14ª Edição. São Paulo: Editora Malheiros, 2007, p. 35) (Grifo Nosso) Do quanto narrado até aqui vê-se, que a continuidade de todo o processo da maneira como está, acarretaria ilegalidade no procedimento, sendo viciado o contrato resultante deste Edital, sendo pertinente a lição de Carlos S. de Barros Júnior, citado por Hely Lopes Meirelles: Procedimento administrativo, a cuja regularidade ficam sujeitos os contratos firmados pela Administração de tal sorte que DEFEITOS OU INFRINGÊNCIAS LEGAIS, ocorridas no seu andamento, viciam o ato ulterior e O TORNAM ILEGÍTIMO. ( Concorrência pública, RDA 80/395) (grifamos) Ante o exposto, requer se digne o Ilustre Pregoeiro e demais membros da Comissão Permanente de Licitações a acolher a presente Impugnação ao edital da CONCORRÊNCIA Nº 12/2014, para que o mesmo seja refeito, a fim de se GARANTIR A OBJETIVDADE NO JULGAMENTO, elaborando-se novas especificações para o item 7.2.1 Qualificação Técnica da Empresa
APONTANDO-SE EXPRESSAMENTE OS CRITÉRIOS PARA PONTUAÇÃO MÍNIMA, MÉDIA E MÁXIMA EM CADA QUESITO. Termos em que, Pede e deferimento. Foz do Iguaçu, 06 de novembro de 2014. ALVO EVENTOS LTDA Soraya Renée Faouakhiri DOC 01 DOCUMENTOS SOCIETÁRIOS