INDICADORES DE COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE SOJA EM GRÃO, 1986 A TALLES GIRARDI DE MENDONÇA; LUIZ EDUARDO VASCONCELOS ROCHA;

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Transcrição:

INDICADORES DE COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE SOJA EM GRÃO, 1986 A 2004. TALLES GIRARDI DE MENDONÇA; LUIZ EDUARDO VASCONCELOS ROCHA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA VIÇOSA - MG - BRASIL tgirm2003@yahoo.com.br APRESENTAÇÃO SEM PRESENÇA DE DEBATEDOR COMÉRCIO INTERNACIONAL ANÁLISE DOS INDICADORES DE COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE SOJA EM GRÃO, 1986 A 2004 Grupo 3: Comércio Iteracioal Apresetação em sessão sem debatedor

ANÁLISE DOS INDICADORES DE COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE SOJA EM GRÃO, 1986 A 2004 Resumo. Talles Girardi de Medoça 1 Luiz Eduardo Vascocelos Rocha 2 O Brasil, ao logo de todo seu processo de formação ecoômica, mostrou vocação icotestável para a agricultura. Atualmete, o setor cotiua sedo de vital importâcia para a ecoomia acioal, uma vez que permite ao país atrair divisas através das exportações e a geração de empregos as áreas produtoras. Um importate setor que tem se destacado este ceário é o complexo soja, composto pela soja em grão, farelo e óleo de soja. Detro do complexo as exportações de soja em grão tem gahado importâcia crescete. No período de 1986 a 2004 a produção acioal e as exportações cresceram 297,16% e 1.749% respectivamete. O país é um dos pricipais produtores mudiais jutamete com Estados Uidos e Argetia. O presete trabalho tem por objetivo aalisar a posição competitiva do Brasil o mercado iteracioal de soja em grão. Para tato, utilizou-se o modelo de Balassa, pelo qual é possível idetificar se determiado país apreseta, ou ão, Vatagem Comparativa Revelada VCR a comercialização de certo produto em determiado mercado, e os de Lafay, que possibilitam idetificar a Posição Relativa POS e a Vatagem Comparativa Revelada VCR (Lafay) do país o mercado iteracioal do produto em questão. A aálise dos resultados mostrou que, apesar das deficiêcias de ifra-estrutura e dos subsídios agrícolas dos países ricos, as exportações de soja em grão são altamete competitivas e que aida há espaço para melhorar a posição competitiva do país com relação aos seus pricipais competidores. PALAVRAS-CHAVE: Idicadores de competitividade, mercado iteracioal e soja. 1 Graduado em Ciêcias Ecoômicas pela Uiversidade Federal de São João Del-Rei 2 Professor do Departameto de Ecoomia da Uiversidade Federal de São João Del-Rei UFSJ, São João Del- Rei MG. 2

1. INTRODUÇÃO A agricultura sempre desempehou papel de extrema importâcia o desevolvimeto da ecoomia brasileira. Na década de 1930, iício da idustrialização, este setor possibilitava ao país a obteção de receitas cambiais ecessárias a importação de máquias e equipametos. Ao logo do século XX vários setores agrícolas apresetaram destaque este processo, detre eles o café, o açúcar e a soja. Este último começou a ser produzido o Brasil, a década de 1930, para ateder à demada itera, relacioada às ecessidades da suiocultura. Etretato, o produto gahou importâcia o mercado iteracioal a partir da seguda guerra mudial ao ser utilizado a fabricação de rações e óleos comestíveis. É a partir daí que a soja passa a itegrar a pauta de exportação brasileira. Os pricipais produtos derivados da soja, quais sejam, farelo e óleo de soja, passaram a ser exportados em 1963 e 1971 respectivamete. O complexo soja, formado por estes três produtos, soja em grão, farelo e óleo de soja trasformou-se em um grade setor exportador a década de 1970 e cotiuou como tal as décadas posteriores, embora seu crescimeto a década de 1980 teha sido meor que a década aterior, em razão da elevação dos estoques mudiais provocado pelo Commodity Boom do fial dos aos 70. Apesar das dificuldades, o setor chega a década de 1990 com grade vigor. Fatores favoráveis à produção acioal, como crescimeto acelerado da produtividade média e crescimeto dos pricipais mercados cosumidores possibilitaram ao setor um ótimo desempeho este período. O complexo soja obteve, em média, segudo dados da pesquisa, cerca de US$ 3,7 bilhões em exportações a década de 1990 e em todo o período aalisado, 1986 a 2004, este valor chegou a US$ 4,3 bilhões. Estes resultados mostram a importâcia do setor para a ecoomia acioal. O Brasil, como país emergete, depedete de capital extero, ecessita impulsioar suas exportações para fechar suas cotas e reduzir tal depedêcia. Neste ceário, setores competitivos como o complexo soja merecem ateção especial pois podem cotribuir e muito para o desevolvimeto acioal. No presete trabalho optou-se por três idicadores que visam determiar o posicioameto e a vatagem comparativa revelada da soja brasileira o mercado extero. Os idicadores utilizados foram o Ídice de Posição Relativa o Mercado (POS), Ídice de Vatagem Comparativa Revelada de Balassa e ídice de Vatagem Comparativa Revelada de Lafay (VCR). O trabalho, além dessa itrodução, será costituído por mais quatro seções. A primeira apreseta uma breve aálise do mercado mudial e acioal de soja. Em seguida, apreseta-se a metodologia utilizada o trabalho bem como a aálise dos resultados gerados por ela e por último, algumas coclusões. 2. O MERCADO MUNDIAL DE SOJA EM GRÃO A produção mudial de soja em grão, ao logo do período aalisado, apresetou tedêcia crescete, especialmete a partir de 1994, coforme pode ser visto pela aálise do gráfico 1. De 1986 a 2004, houve crescimeto da produção mudial em 114,21%, 96.880 milhões de toeladas em 1986 e 207.534 milhões em 2004 (Agriaual 2004). Neste período, os pricipais produtores, Estados Uidos, Brasil, Argetia e Chia apresetaram crescimeto 3

de 37,48%, 297,16%, 406,84 % e 57,94% respectivamete. A Chia aparece como um grade produtor, mas sua produção destia-se sobretudo ao abastecimeto do mercado itero. Estes quatro países foram resposáveis, em 2004, por cerca de 90,64% da produção mudial, o que idica claramete que a produção de soja em grão é altamete cocetrada em poucos países. Este otável desempeho da produção mudial foi alcaçado graças às codições favoráveis de demada. A utilização crescete da soja a alimetação de rumiates, aves e suíos em países europeus e asiáticos, cotribuiu de maeira decisiva para o comportameto da produção mudial o período em questão. Gráfico 1: Evolução da produção mudial e dos pricipais produtores de soja em grão o período de 1986 a 2004, em milhões de toeladas. 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Mudo EUA Brasil Arget Chia Fote: Elaborado pelos autores a partir de dados obtidos os Agriauais (1996, 2000, 2004) Os pricipais importadores do produto, atualmete, são: Chia, Uião Européia, Japão e México. Estes foram resposáveis em 2004 por cerca de 73% das importações totais. Em 1986 as importações totais eram de 27.560 milhões de toeladas e em 2004 atigiram 64.102 milhões represetado um crescimeto de 132,59%. As exportações mudiais, a exemplo da produção mudial, apresetaram crescimeto otável, coforme pode ser verificado pela aálise da figura 2. Em 1986 foram de 26.080 milhões de toeladas e atigiram em 2004 o equivalete a 64.102 milhões de toeladas, o que correspode a um aumeto de 145,78%. Os pricipais países exportadores foram Estados Uidos, Brasil e Argetia. O crescimeto das exportações apresetado por estes países foi de 33,64%, 1.749% e 289,76%, respectivamete. Estes três países domiam o mercado mudial de soja e foram resposáveis em 2004 por cerca de 91,8% das exportações mudiais do produto. 4

Gráfico 2: Evolução das exportações mudiais e dos pricipais países exportadores de soja em grão o período de 1986 a 2004, em milhões de toeladas. 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Mudo EUA Brasil Argetia Fote: Elaborado pelos autores a partir de dados obtidos os Agriauais (1996, 2000, 2004) 2.1 Importâcia da soja para a ecoomia acioal 1999 2000 2001 2002 2003 2004 À medida que avaçam os acordos comerciais etre países, aumeta a importâcia do comércio exterior como um importate istrumeto de desevolvimeto ecoômico e social. Isto por que as exportações permitem ao país a produção de maiores quatidades, com redução de custos através das ecoomias de escala, elevação do ível de emprego e reda, além de possibilitar a geração de divisas para o país. Durate maior parte da década de 90 as exportações brasileiras, com exceção do complexo agroidustrial, apresetaram crescimeto modesto em fução, pricipalmete, da valorização da moeda acioal. O baixo crescimeto das exportações esse período aumetou a vulerabilidade extera e obrigou o país a recorrer ao edividameto extero através de empréstimos do FMI para regularizar seu balaço de pagametos. Esta situação só foi revertida recetemete, sobretudo os aos de 2004 e 2005, ode o setor exportador, favorecido pela desvalorização cambial e pelo aquecimeto da ecoomia mudial, apresetou crescimeto cosiderável, possibilitado ao país saldos superavitários sigificativos a balaça comercial. Neste ceário favorável às exportações, o Brasil pôde reduzir sua depedêcia de fiaciametos exteros e mesmo elevar suas reservas iteracioais. Durate este período de retomada do crescimeto das exportações, o complexo agroidustrial brasileiro, que sempre teve papel de destaque a pauta de exportações do país, mostrou que aida pode cotribuir muito para o desevolvimeto acioal. E, detro deste complexo, o agroegócio da soja, vem apresetado importâcia crescete. O complexo soja, durate os aos 80, torou-se o pricipal setor exportador acioal e desde etão vem matedo-se como tal. Com uma produção aual de mais de 28 milhões de toeladas de soja em grão e exportações auais de quase 8 milhões de toeladas durate o período de 1986 a 2004, o setor foi resposável, em média, por mais de U$ 4 bilhões em exportações, icluido também as vedas de farelo de soja e óleo de soja. O complexo soja aumetou sua participação as exportações totais de cerca de 7,33% em 1986 para 11,12% em 2003, ao em que foi resposável por U$ 8,1 bilhões de um total de U$ 73,1 bilhões exportados pelo país, voltado a reduzir sua participação o ao 5

seguite mas, matedo sua posição de pricipal setor exportador (Tabela 1). Durate o período aalisado a tabela o setor foi resposável, em média, por 9% das exportações totais do país. Tabela 1: Exportações do complexo soja brasileiro o período de 1986 a 2004 (em US$ bilhões a preços corretes) e participação relativa de cada produto o total exportado pelo setor. Exportações do Complexo Soja Total Com Soja Exp. Totais Brasil Exp. Com. Soja / Exp. Totais Ao Grão Grão % Farelo Farelo % Óleo Óleo % 1986 0,24 14,83 1,25 76,51 0,14 8,66 1,64 22,3 7,33 1987 0,57 24,54 1,45 62,38 0,30 13,09 2,32 26,2 8,86 1988 0,73 23,92 2,02 66,43 0,29 9,66 3,04 33,8 9,01 1989 1,15 31,53 2,15 58,71 0,36 9,76 3,66 34,4 10,64 1990 0,91 31,87 1,61 56,45 0,33 11,68 2,85 31,4 9,08 1991 0,45 22,07 1,37 67,44 0,21 10,49 2,03 31,6 6,42 1992 0,81 29,98 1,60 59,22 0,29 10,80 2,70 35,8 7,53 1993 0,95 30,74 1,82 59,08 0,31 10,18 3,07 38,6 7,97 1994 1,32 31,79 1,98 47,92 0,84 20,29 4,14 43,5 9,50 1995 0,77 20,14 2,00 52,31 1,05 27,54 3,82 46,5 8,22 1996 1,02 22,80 2,73 61,21 0,71 15,99 4,46 47,7 9,34 1997 2,45 42,81 2,68 46,79 0,60 10,41 5,73 53,0 10,81 1998 2,18 45,76 1,75 36,80 0,83 17,44 4,75 51,1 9,29 1999 1,59 42,11 1,50 39,73 0,69 18,16 3,78 48,0 7,88 2000 2,19 52,10 1,65 39,35 0,36 8,55 4,20 55,1 7,62 2001 2,73 51,46 2,07 39,00 0,51 9,54 5,30 58,2 9,09 2002 3,03 50,46 2,20 36,59 0,78 12,95 6,01 60,4 9,95 2003 4,29 52,81 2,60 32,03 1,23 15,16 8,12 73,1 11,12 2004 5,39 53,69 3,27 32,55 1,38 13,76 10,05 96,5 10,41 Fote: dados da pesquisa obtidos a FAO e Baco Mudial Aalisado-se separadamete o comportameto de cada um dos produtos do complexo soja, costata-se que o grão de soja, durate o período aalisado a tabela, aumetou cotiuamete sua participação as receitas de exportação geradas pelo setor. Em 1986, o produto respodia por 14,83% do valor das exportações, chegado a 2004 com 53,69%. As exportações do farelo de soja apresetaram cotíua redução a sua participação, ao logo do período em aálise, sobretudo após o ao de 1996. Em 1986, o produto era resposável por 76,51% do valor das exportações do complexo e em 2004 respodia apeas por 32,55%. O óleo de soja apresetou comportameto semelhate ao observado para o farelo de soja. Com exceção de algus aos de recuperação, este produto também perdeu importâcia detro do complexo soja. Em 1986, era resposável por 8,66% das receitas do setor e chegou a elevar sua participação a 27,54% em 1995 chegado, porém a 2004 com participação reduzida de 13,76%. Os dados da tabela 1 mostram um ceário criado pela Lei Kadir de 1996 segudo a qual os produtos primários de exportação foram agraciados com redução de ICMS, o que favoreceu a exportação da soja em grão e prejudicou a idústria processadora do óleo e do farelo de soja. Segudo ROCHA et al. (2005) esta medida beeficiou idiretamete a idústria processadora de óleo e farelo de soja da Argetia, uma vez que cotribuiu para reduzir a competitividade brasileira estes produtos. Outro fator que cotribuiu para este ceário foi o protecioismo de países europeus e asiáticos com relação a importação de farelo e óleo de soja MENDONÇA (2003). Pelo gráfico 3, percebe-se com mais clareza o cotexto ateriormete descrito. É possível visualizar que o farelo de soja e o óleo de soja cedem lugar à soja em grão. Este 6

último, a partir de 1998 tora-se o pricipal produto de exportação do complexo, ao passo que os outros produtos passam a ter seu potecial de exportação limitado em fução da distorção criada pela lei Kadir, citada ateriormete. A importâcia da soja em grão as receitas de exportação do complexo soja deverá cotiuar aumetado equato perdurar o atual sistema tributário. Gráfico 3: Participação das exportações de cada produto as receitas de exportação do complexo soja. 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Fote: Elaborado com base em dados obtidos a FAO. Grão Farelo Óleo 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 O bom desempeho do setor deverá cotiuar os próximos aos, uma vez que as codições de demada apresetam-se favoráveis à expasão da produção e da exportação dos três produtos, apesar das dificuldades, ateriormete citadas, efretadas pelos produtores de farelo e óleo de soja. Além de ser de extrema importâcia para o equilíbrio das cotas exteras do país, o agroegócio da soja também tem grade importâcia para a ecoomia acioal. Um de seus produtos, o farelo de soja, por ser uma fote mais barata de proteía, permitiu que a avicultura e a suiocultura acioais experimetassem eorme crescimeto (Medoça 2003). Este produto aida é utilizado a fabricação de vários outros como: ovos e leite. O setor aida é resposável por mais de 250 mil empregos e tem permitido que regiões pouco desevolvidas participem do desevolvimeto ecoômico e social do país. O estado do Mato Grosso é exemplo disto. O estado é o pricipal produtor de soja e experimetou eorme crescimeto de sua ecoomia baseado o cultivo da oleagiosa. Não só sua população cresceu rapidamete, devido a migrações de populações de outros estados iteressadas o agroegócio da soja, como também a arrecadação de impostos ligados ao setor. Estima-se que desde 1979, a população do Mato Grosso teha crescido uma vez e meia, alcaçado 2,7 milhões de habitates ao passo que a arrecadação do imposto de circulação de mercadorias e serviços o Estado aumetou cerca de 5000%, o mesmo período, chegado a 2 bilhões de reais em 2003. Metade deste diheiro tem origem os egócios ligados à soja MENDONÇA (2003). No etato, apesar de todo seu vigor e potecial de crescimeto o setor aida efreta sérias dificuldades. Problemas ligados a ifra-estrutura deficiete oeram o 7

escoameto da produção e reduzem o valor recebido pelos produtores. Estradas mal coservadas, portos e sistemas de armazeameto iadequados são apeas algus dos obstáculos ao crescimeto do setor. Especificamete o caso da armazeagem de grãos, o país é carete de armazés adequados tato com relação à capacidade de armazeameto quato à qualidade desse armazeameto. Isso implica em prejuízo para os produtores uma vez que os mesmos estão sujeitos a perdas de produto e também à cotamiação. O govero federal já dispoibilizou mecaismos de fiaciameto para a costrução de armazés (silos) as fazedas. Etretato em muitos casos a costrução foi feita de maeira iadequada ou isuficiete para ateder ao volume de produção (Agriaual 2004). Tal deficiêcia de ifra-estrutura coloca em risco a qualidade de parte cosiderável da produção acioal, o que pode vir a comprometer a exportação dessa parcela da produção e mesmo o seu cosumo itero uma vez que os órgãos de ispeção saitária se mostram cada vez mais rígidos em seus critérios. Para se ter uma idéia da dimesão do problema, estima-se que a capacidade de armazeagem de grãos do país é de pouco mais de 87,5 milhões de toeladas, ate uma produção que chegou em 2004 a quase 120 milhões de toeladas.(agriaual 2004). Para ameizar esta situação, serão ecessários ivestimetos adequados em ifraestrutura de trasporte, armazeameto e a moderização dos portos. A privatização de ferrovias e rodovias e a cocessão para a exploração privada de portos devem estimular ivestimetos que permitam uma substacial redução o custo fial do trasporte e embarque de grãos o país, reduzido assim o chamado custo Brasil. 3. METODOLOGIA É coseso etre os pesquisadores que o coceito de competitividade é amplo e abrage vários fatores. Sob a ótica do comércio iteracioal, a competitividade pode ser defiida também como a capacidade de um país, setor ou empresa particular em participar dos mercados exteros CAMPOS & SANTOS (2004). Vatages com relação aos custos e dispoibilidade de fatores de produção bem como a utilização eficiete dos mesmos em geral são apotados como resposáveis por vatages competitivas de uma ação em relação a seus cocorretes o processo produtivo de alguma mercadoria, o que permite ao país melhorar sua posição o mercado iteracioal do produto em questão. Ao logo dos aos, vários foram os métodos elaborados que permitem mesurar as vatages competitivas de um país em determiado setor e comparar seu desempeho com os pricipais cocorretes o mercado extero. No presete trabalho optou-se por três idicadores que visam determiar o posicioameto e a vatagem comparativa revelada da soja brasileira o mercado extero. Os idicadores utilizados foram o Ídice de Posição Relativa o Mercado (POS), Ídice de Vatagem Comparativa Revelada de Balassa e ídice de Vatagem Comparativa Revelada de Lafay (VCR). 3.1. Ídice de Posição Relativa o Mercado (POS) Este ídice, sugerido por LAFAY (1999), determia a posição do país i o mercado mudial do produto k, pela divisão do saldo comercial do país i, o produto k, pelo 8

comércio mudial W do produto k (exportações mais importações mudiais do produto k), em determiado período de tempo. Algebricamete temos: X ik M ik POS ik = 100* (1) Wk em que POS ik é a posição do país i o mercado mudial do produto k, em determiado ao ; X ik, valor das exportações do produto k, do país i; M ik, valor das importações do produto k, do país i; e W, valor das exportações mais as importações mudiais do produto k, em k determiado ao. O idicador pode apresetar resultados positivos e egativos. Os países que apresetarem resultados positivos terão posicioameto relativo superavitário o comercio iteracioal e aqueles que apresetarem resultados egativos terão posicioameto relativo deficitário o comércio iteracioal do produto. Segudo LAFAY (1999), este idicador de competição iteracioal é iflueciado por variáveis macroecoômicas, pelo peso da ecoomia do país em relação ao mudo, pelas características estruturais do cosumo e da produção do bem e pelas distorções que podem ser itroduzidas pelo poder público, tais como subveção às exportações e, ou, geração de barreiras ao processo de importação. 3.2. Ídice de Vatagem Comparativa Revelada de Balassa O Ídice de Vatagem Comparativa Revelada, VCR, sugerido por BALASSA (1989), busca mesurar a vatagem comparativa com base os fluxos de comércio passado, pressupodo que a eficiêcia produtiva relativa de um país possa ser idetificada por meio de seu desempeho o comércio iteracioal. Para o caso deste idicador, resultados maiores do que a uidade idicam que o país possui vatagem comparativa a produção do bem em questão. Quato mais alto for o idicador, maior será a vatagem comparativa do país o comércio iteracioal. A Vatagem Comparativa Revelada pode ser defiida pela seguite expressão: VCR= X X X X país K país T mudo K mudo T (2) país país em que X K é o valor das exportações do bem k do país; X T, valor das exportações totais mudo mudo do país; X K, valor das exportações mudiais do bem k; e X T, valor das exportações totais do mudo. A vatagem comparativa também pode ser calculada de maeira diâmica para observar os gahos ou perdas obtidas, quado os países trocam de posição em suas capacidades de iserção o comércio iteracioal. Para isto. Selecioam-se os países a serem comparados, calculado-se, em seguida, os seus respectivos ídices de VCR para dada série temporal de dados, o que permite a observação dos seus respectivos posicioametos o mercado iteracioal do bem que esteja sedo aalisado. 9

3.3 Ídice de Vatagem Comparativa Revelada de Lafay Novos trabalhos surgiram visado aprofudar as propostas de Bela Balassa. Um dos que mais se destacou foi o desevolvido por Gerard Lafay. No presete trabalho, optou-se por aalisar também o idicador VCR de LAFAY (1999) com o objetivo de cofirmar ou egar os resultados obtidos com o idicador de Balassa. Este idicador trata de avaliar a competitividade etre produtos ou setores em um determiado espaço ecoômico, seja qual for o saldo global que afete o seu cojuto de bes e serviços, permitido que se aprofude a aálise sobre a tedêcia à especialização de um país, dissociado-a da cojutura macroecoômica. Dessa forma, para um produto k de um país i, primeiramete, calcula-se o seu saldo em relação ao Produto Itero Bruto (Yi), ou seja, em relação ao tamaho do mercado acioal. X ik M ik y ik = 1000* (3) Yi em que y ik é a participação do saldo comercial de um produto k, do país i, o PIB; X ik, valor das exportações do produto k por um país i; M ik, valor das importações do produto k por um país i; Yi, PIB (Produto Itero Bruto) do país i. A seguir, defiem-se as cotribuições do saldo comercial do produto k à balaça comercial e desta em relação ao PIB (equações 4 e 5). g ik = X ik M ik (4) X i M i X i M y i = 1000* Yi i (5) ode X i e Assim, pode-se obter: M i são exportações e importações totais do país i. VCR= f ik = y ik g ik * y i (6) em que f ik é vatagem comparativa corrigida pelo PIB. Faz-se ecessário, etretato, corrigir o VCR pelo ídice de elimiação da ifluêcia das mudaças de vatagem comparativa ão-específicas do país estudado (e k ), mas que resultam da própria evolução da participação do produto o mercado mudial. Este ídice toma como base de referêcia determiado ao r, e pelo fator de poderação abaixo corrige-se cada um dos fluxos X e M, os diversos períodos de tempo. 10

W e W k W W r k r k em que e k é ídice de elimiação da ifluêcia das mudaças ão-específicas do país o r r produto estudado; W k, valor do comércio mudial do produto k, o ao de referêcia r; W, valor do comércio mudial total, o ao de referêcia r; W k, valor do comércio mudial total do produto k, o ao ; e W, valor do comércio mudial total, o ao estudado. Assim, chega-se ao idicador de Vatagem Comparativa Revelada (f ik ) que ao apresetar sial positivo, idica que o país aalisado possui vatagem comparativa, e ao apresetar sial egativo, idica desvatagem comparativa. No presete trabalho, o ao de referêcia escolhido foi 1986. 3.4. Fotes de Dados Os dados utilizados o trabalho são proveietes do Miistério do Desevolvimeto Idústria e Comércio Exterior (MDIC), do Food ad Agriculture Orgaizatio of the Uited Natios (FAO), do Baco Mudial, e dos Agriauais (2000 e 2004) elaborados por FNP Cosultoria e Agroiformativos. 4. RESULTADOS Os resultados apresetados a seguir, estão de acordo com os idicadores utilizados para a aálise do desempeho das exportações de soja em grão (POS-Lafay, VCR-Balassa, VCR-Lafay) para os três pricipais países produtores. Através dos idicadores foram elaborados gráficos que permitem visualizar de forma clara o posicioameto competitivo de cada país o mercado iteracioal de soja em grão. 4.1 Idicador de Posição Relativa o Mercado (POS) A aálise do ídice de Posição Relativa o mercado (Gráfico 4), para os países e período selecioados, mostrou que os Estados Uidos são resposáveis pela maior parte das exportações de soja em grão e que o país, ao logo do período aalisado, apresetou piora em seu posicioameto relativo o mercado iteracioal do produto. Em 1986, o ídice desse país, que era de 37,70, apresetou quedas sucessivas até se recuperar em 1996. Etretato a partir deste ao ovas quedas o ídice ocorrem e o país chega a 2004 com um ídice de 18,86, bem abaixo do valor apresetado o iício do período aalisado. Este comportameto pode ser explicado em parte pela limitação a que o país esta sujeito com relação à expasão de suas froteiras agrícolas. Soma-se a isto o fato de que a produção de soja cocorre com a produção de milho os EUA. Argetia e Brasil apresetaram, em parte do período aalisado, oscilação em suas posições relativas, sedo que o primeiro superou a posição do segudo em dois aos, quais sejam, 1986 e 1991. Em 1988, 1992 e 1995 os ídices desses dois países ficaram muito próximos, embora o Brasil teha superado a Argetia esses aos. Em 1997, a Argetia 11

apresetou ídice de posicioameto relativo egativo da ordem de -0,34, idicado que este ao o país importou mais do que exportou soja em grão. Problemas climáticos podem ser apotados como os prováveis resposáveis pelo fraco desempeho do ídice em 1997. Nos aos seguites ocorre recuperação do país que chega a 2004 com ídice de 4,53. A partir de 1996 a posição do Brasil passa a ão mais ser ameaçada pela Argetia. O potecial de obteção de melhores ídices por parte deste país fica comprometido porque a produção de soja compete por área com o milho e com o trigo. Além disto, verifica-se que a participação relativa da Argetia o mercado de soja em grão após a adoção da lei Kadir, bem aquém da brasileira, foi afetada idiretamete pela política tributária brasileira para o produto. Gráfico 4:Ídice de Posição Relativa do Brasil, Argetia e Estados Uidos de Soja em Grão. 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00-5,00 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 Brasil Argetia EUA Fote: Elaborado com base em dados obtidos a FAO e o Baco Mudial. 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 O ídice de participação do Brasil, após apresetar istabilidade em grade parte do período em aálise, etrou em trajetória de crescimeto de 1996 até 2004, ao em que o ídice atigiu o valor de 15,13, idicado que o país foi o úico a elevar sua participação o mercado iteracioal de soja em grão em comparação com os seus pricipais cocorretes. O excelete desempeho do Brasil pode ser explicado em parte pela Lei Kadir, aprovada em 1996. A desvalorização do Real a partir de 1999 também favoreceu a iserção do país o mercado iteracioal. O país aida possui vatages em relação aos seus pricipais cocorretes porque tem possibilidade de expadir sobremaeira suas froteiras agrícolas. Acredita-se que o território brasileiro existam cerca de 120 milhões de hectares cultiváveis, dos quais somete 50 milhões são atualmete explorados (Agriaual 2004). 4.2 Idicador de Vatagem Comparativa Revelada de Balassa (VCR-Balassa) Ao observarmos os resultados ecotrados por meio do método sugerido por Balassa, (Gráfico 5), verifica-se que os Estados Uidos apresetaram pouca variação em sua vatagem comparativa revelada. Ao logo de todo o período aalisado, o país apresetou redução em sua iserção o mercado extero do produto em aálise. Em 1986 o ídice ficou em 5,01, chegado em 2004 a 3,38. 12

Em cotrapartida, Brasil e Argetia apresetaram sigificativa modificação em suas vatages comparativas reveladas, idicado que estes dois países estão se especializado a produção de soja em grão. O idicador calculado para o Brasil apresetou crescimeto ao logo de todo o período aalisado, especialmete após 1996, ode a questão tributária, como mecioado ateriormete, foi o fator de maior relevâcia. Além disso, em meados da década de 90, as exportações para o mercado europeu e asiático apresetaram crescimeto expressivo. A Argetia, apesar das bruscas oscilações, apresetou uma tedêcia de crescimeto do ídice a partir de 1997, idicado que o país tem recuperado sua posição o mercado iteracioal do produto, bem como elevado seu ível de especialização. O país também foi beeficiado pela crescete demada extera do produto, sobretudo por parte do mercado europeu e asiático. Apesar de sua limitada capacidade de expasão das froteiras agrícolas, o país apresetou bom resultado o período aalisado devido a gahos de produtividade, obtidos através da utilização de ovas tecologias, como a trasgeia, liberada o país a seguda metade dos aos de 1990 (Agriaual 2004). Gráfico 5:Idicador de Vatagem Comparativa Revelada de Balassa para o Brasil, Argetia e Estados Uidos 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil Argetia EUA Fote: Elaborado com base em dados obtidos a FAO e o Baco Mudial. 4.3 Idicador de Vatagem Comparativa Revelada de Lafay (VCR-Lafay) Ao verificar o idicador de Vatagem Comparativa Revelada de Lafay (Gráfico 6), observa-se que os Estados Uidos apresetaram redução em sua vatagem comparativa, a exemplo do que ocorreu quado observamos o idicador de Balassa. Em 1986 o resultado alcaçado pelo país foi de 1,15 e em 2004 foi de 0,93. Aalisado-se os comportametos do Brasil e da Argetia percebe-se maiores oscilações os idicadores dos dois países, em comparação com o comportameto dos Estados Uidos, a exemplo do que acorreu quado aalisamos os idicadores de Balassa. Etretato, ao fial do período aalisado, mais especificamete após 2001, os idicadores da Argetia e do Brasil obtidos por meio do método sugerido por Balassa difereciaram-se bastate dos resultados ecotrados através do método sugerido por Lafay. Neste, o desempeho da Argetia apresetou-se superior ao do Brasil após 2001, equato que pelo 13

outro método o Brasil apresetou melhores resultados. Essa difereça de comportameto, deve-se ao fato de que a metodologia de Lafay dissocia os resultados da aálise dos efeitos causados pelas mudaças a cojutura macroecoômica. Mais especificamete, o idicador de Lafay é costruído através de três outros idicadores coforme explicitado a metodologia. São eles: YIK que represeta a participação do saldo comercial de soja o PIB do país em questão, Yi represetado a participação do saldo comercial total do país o PIB e por último, GIK que represeta a participação do comércio do produto o comércio total do país. O idicador VCR-Lafay foi pricipalmete iflueciado pelos dois idicadores que levam o PIB em cosideração, quais sejam, YIK e Yi. Isto porque o PIB argetio apresetou queda brusca após 2000 o que elevou a participação do saldo comercial da soja o PIB do país e também a participação do saldo comercial total do país o PIB, elevado cosideravelmete o idicador VCR-Lafay. Tato a Argetia quato o Brasil melhoraram suas vatages comparativas reveladas durate o período. O primeiro, em 1986, apresetou um idicador de 4,02, chegado a 2004 com 12,23, equato que o segudo iiciou o período com 0,46 e termiou com 9,96 em 2004. Cabe ressaltar que apeas a Argetia em um úico ao, 1997, apresetou desvatagem comparativa, uma vez que o valor do seu idicador este ao foi de -0,20. Gráfico 6: Idicador de Vatagem Comparativa Revelada de Lafay para o Brasil, Argetia e Estados Uidos. 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00-2,00 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 Brasil Argetia EUA Fote: Elaborado com base em dados obtidos a FAO e o Baco Mudial. 5. CONCLUSÕES 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Através dos ídices utilizados para a aálise da posição competitiva do Brasil o mercado iteracioal de soja em grão observa-se que o país apresetou excelete resultado em relação aos seus pricipais competidores o período aalisado. A abertura comercial, ocorrida a década de 1990, possibilitou os resultados alcaçados pelo país. Soma-se a isto ivestimetos em tecologia seguidos de aumetos de produtividade. Na maior parte do período a posição competitiva do Brasil mostrou-se bastate superior a dos Estados Uidos. O mesmo ão acotece quado comparamos o Brasil com a 14

Argetia. Este país também apresetou bom desempeho e melhorou sua competitividade, sobretudo após 1997, ao problemático para a produção argetia. Os resultados atigidos pelo Brasil poderiam ser aida melhores se ão fossem os elevados subsídios praticados pelos EUA e pela Uião Européia. A produção brasileira aida covive com deficiêcias sérias de ifra-estrutura de trasporte e armazeameto. Esta realidade deixa clara a ecessidade de políticas comerciais mais agressivas e de um programa de ivestimetos em ifra-estrutura uma vez que, apesar do excelete desempeho, a produção e exportação brasileiras de soja estão aquém de seu potecial. O país precisa cotorar estes problemas de modo a cotiuar atededo satisfatoriamete a demada extera do produto, já que o mercado iteracioal de soja deverá cotiuar se expadido os próximos aos. 15

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRIANUAL. As desvatages além da porteira. São Paulo, FNP Cosultoria & Comércio. 1996. AGRIANUAL. Expasão da demada susteta crescimeto da produção. São Paulo, FNP Cosultoria & Comércio. 2004. AGRIANUAL. Para aumetar o lucro a soja. São Paulo, FNP Cosultoria & Comércio. 2000. BALASSA, B. Comparative advatage, trade policy ad ecoomic developmet. New York: Uiversity Press, 1989. BANCO MUNDIAL. Iformações dispoíveis ao público. Dispoível em: http://www.obacomudial.org. Acesso em 22/02/2006. CAMPOS, A. C. & SANTOS, C. M. Idicadores de competitividade das exportações brasileiras de suco de laraja cocetrado e cogelado. I: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, Ribeirão Preto, 2005. Aais do XLIII Cogresso Brasileiro de Ecoomia e Sociologia Rural, 2005. FAO Food ad Agriculture Orgaizatio of the Uited Natios. FAOSTAT Agriculture Data. Dispoível em: http://www.fao.org. Acesso em 18/02/2006. LAFAY, G. et al. Natios et modialisatio. Paris: Ecoômica, 1999. p. 67-334. MDIC/SECEX Miistério do Desevolvimeto, Idústria e Comércio Exterior. Alice Web. Dispoível em: http://www.mdic.gov.br. Acesso em 20/02/2006. MENDONÇA, T. G. Desempeho das exportações brasileiras de soja em grão: uma aálise de costat-market-share. São João Del-Rei: UFSJ, 2003. p. 53. Moografia (Bacharelado em Ciêcias Ecoômicas) Uiversidade Federal de São João Del-Rei, 2003. ROCHA, L. E. V. et al. Diâmica da produção e das exportações do complexo soja brasileiro e argetio, 1993 a 2003. I: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, Ribeirão Preto, 2005. Aais do XLIII Cogresso Brasileiro de Ecoomia e Sociologia Rural, 2005. SILVA, O. M. & ZANDONADI, D. A. Aálise da competitividade do Brasil o mercado iteracioal de mel. I: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, Ribeirão Preto, 2005. Aais do XLIII Cogresso Brasileiro de Ecoomia e Sociologia Rural, 2005. 16