UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DENILSON GRIZÃO



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DENILSON GRIZÃO ANÁLISE DO PROCESSO DE INSERÇÃO DO JOVEM NO MERCADO DE TRABALHO PELA EMPRESA SIMÃO MECÂNICA: Um estudo de caso de empreendedorismo social Balneário Camboriú 2010

DENILSON GRIZÃO ANÁLISE DO PROCESSO DE INSERÇÃO DO JOVEM NO MERCADO DE TRABALHO PELA EMPRESA SIMÃO MECÂNICA: Um estudo de caso de empreendedorismo social Relatório de Pesquisa apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Marcos Aurélio Batista, MSc. Balneário Camboriú 2010

EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Denilson Grizão Área de Estágio: Administração de Recursos Humanos Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder, MSc. Supervisor da Empresa: Gabriel Simão Neto Professor(a) orientador(a): Marcos Aurélio Batista, MSc.

DADOS DA EMPRESA Razão Social: Simão Mecânica Industrial Ltda. ME. Endereço: Rua Silveira, 880 Bairro Taboleiro Camboriú CEP 88.340-000 Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administração Geral Duração do Estágio: 120 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Gabriel Simão Neto Sócio Administrador Carimbo do CNPJ da Empresa:

: Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso. (autor desconhecido)

AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por me dar força durante estes anos de luta, por não me abandonar quando necessitei. Ao Professor Marcos Aurélio Batista pela sua orientação e seu apoio para a elaboração desta Monografia. Aos Professores Marcio Daniel Kniesel, Roberto Hering, Alexandre de Ávila Lerípio, pelas excelentes contribuições dadas ao longo do curso e em especial aos professores Osmundo Saraiva Jr. e Sueli Maria Stoll pelas contribuições na conclusão da presente pesquisa. À Coordenação do curso pelo suporte dado em todas as questões competentes a ela e a grande capacidade de resolução de problemas e apoio incondicional as reinvindicações dos alunos. A minha namorada Dianês Carla que sempre ofereceu seu ombro amigo para que eu pudesse compartilhar todos meus segredos, medos e desejos de um futuro bom. Aos meus pais, que me deram o suporte necessário para que eu não desistisse do curso em momentos difíceis. Aos meus colegas de curso, Alan José e Juares Antunes, que estiveram comigo nos momentos bons e ruins de nossa longa jornada durante estes 04 anos Á empresa Simão mecânica que permitiu meu estudo sem qualquer restrição e me apoiou para que pudesse realizar esta pesquisa.

RESUMO A responsabilidade social, diante do mercado competitivo, é questão fundamental para o sucesso da empresa e a inserção de jovens no mercado de trabalho sem experiência é uma prática ainda pouco utilizada pelas empresas, tais questões serão discutidas nesse projeto. Para fundamentar a pesquisa, incialmente buscou-se conceitos de administração, procurando analisar as competências principais de um bom administrador. Em seguida foi abordada a questão do empreendedor, procurando entender como pensa e procura agir em suas decisões este tipo de profissional, e finalmente discutida a empresa como provedora de cidadania através de seus benefícios para a sociedade, suas praticas que trazem reflexos a comunidade. Para melhor entender este papel da empresa cidadã foi abordado um tema que as empresas têm adotado internamente, o papel do empreendedor na preparação dos jovens para o mercado de trabalho, onde se buscou entender os motivos pelos quais os empreendedores devem usar suas ideias para fazer com que o jovem seja bem aproveitado dentro das empresas e possam trazer benefícios as mesmas sejam tanto com lucros como em qualidade de atendimento e realização de trabalhos de produção. A presente pesquisa tem uma abordagem qualitativa, com o objetivo exploratório e tipologia de estudo de caso. Os instrumentos utilizados foram a entrevista e a observação e a população foram todos os funcionários da empresa Simão mecânica, caracterizando uma amostra censitária. O presente trabalho apresenta as percepções dos colaboradores (com e sem experiência) diante dos aspectos positivos e limitantes da inserção de jovens no mercado de trabalho. Palavras-chave: Responsabilidade Social. Empresa Cidadã. Inserção de Jovens no Mercado de Trabalho.

ABSTRACT Social responsibility, given the competitive market is fundamental for the success of the company and the insertion of young people into the job without experience is a practice still used by some companies, such issues will be discussed in this project. To support research, initially sought to management concepts, analyzing the core competencies of a good administrator. Then addressed the question of the entrepreneur, seeking to understand how to think and act on their demand for this type of professional decisions, and finally discussed the company as a provider of citizenship through their benefits to society, they bring their practices reflected the community. To better understand this role of citizen company was dealt a theme that companies have taken internally, the role of business in preparing young people for the job market, where we understand the reasons why entrepreneurs should use their ideas to make that the youth be well used within the company and can bring benefits to both are the same profits as in service quality and performance of production jobs. This research is a qualitative approach, with the goal typology and exploratory case study. The instruments used were interviews and observation and the people were all employees of the company Simon mechanics, featuring a sample census. This paper presents the perceptions of employees (with or without experience) before the positive aspects and limiting the insertion of young people in the labor market. Keywords: Social Responsibility. Corporate Citizen. Insertion of Youth in the Labour Market.

LISTA DE QUADROS Quadro 01 Opinião sobre a inserção de jovens no mercado de trabalho... 41 Quadro 02 Preferencia em trabalhar com funcionário experiente ou 42 inexperiente... Quadro 03 Aspectos limitantes na contratação de jovens sem experiência. 44 Quadro 04 Aspectos positivos na contratação de jovens sem experiência. 46 Quadro 05 Casos de funcionários inexperientes que obtiveram ótimo 47 desempenho e seus fatores... Quadro 06 Casos de jovens inexperientes que não obtiveram desempenho 49 satisfatório e seus fatores... Quadro 07 Diferença entre os casos de sucesso e de casos de fracasso. 50 Quadro 08 Contribuição dos jovens dentro das empresas... 51 Quadro 09 Sentimento do colaborador no momento da contratação de 53 jovens sem experiência... Quadro 10 Sentimento do colaborador sem experiência ao ser contratado. 55 Quadro 11 Opinião sobre a contratação de jovens sem experiência... 57 Quadro 12 Aspectos necessários para que as empresas contratem jovens 58 sem experiência... Quadro 13 opinião sobre a atuação dos políticos no incentivo a contratação 60 de jovens sem experiência... Quadro 14 Aspectos que poderiam ser acrescentados na politica da 62 empresa... Quadro 15 Melhorias principais após a conquista do primeiro emprego... 64 Quadro 16 Influencia do primeiro emprego em decisões importantes da 65 vida... Quadro 17 Ocupação do tempo no caso de não estar empregado... 66 Quadro 18 Planos para o futuro... 67

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÀO... 10 1.1 Tema de estágio... 11 1.2 Problema de pesquisa... 12 1.3 Objetivos da pesquisa... 13 1.3.1 Objetivo geral... 13 1.3.2 Objetivos específicos... 13 1.4 Justificativa... 13 1.5 Contexto do ambiente de estágio... 14 1.6 Organização do trabalho... 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 18 2.1 Administração... 18 2.1.2 As funções do administrador... 20 2.2 Empreendedorismo... 23 2.2.1 O empreendedor... 23 2.3 Responsabilidade social... 25 2.3.1 Ações de responsabilidade social... 28 2.4 Empreendedor social... 29 2.4.1 Os valores da empresa cidadã... 31 2.4.2 Balanço social... 33 2.5 A função do empreendedor na preparação do jovem para o 34 mercado de trabalho: a gestão de pessoas como instrumento... 3 METODOLOGIA... 36 3.1 Tipologia de pesquisa... 36 3.2 Sujeitos de estudo... 37 3.3 Instrumentos de pesquisa... 37 3.4 Analise e apresentação... 38 4 ANALISE DOS DADOS... 40 4.1 Identificação da estrutura organizacional da empresa... 41 4.2 Analise da percepção dos gestores da Simão mecânica em relação a 42 responsabilidade social e inclusão de jovens no mercado... 4.3 Identificação das praticas de recrutamento, seleção e treinamento dos Colaboradores... 43

4.4 Analise da percepção dos colaboradores em relação a contratação de funcionários sem experiência... 4.5 Identificação dos aspectos positivos e limitantes da contratação de funcionários sem experiência... 44 67 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 69 6 REFERENCIAS... 72 7 APENDICES... 74

1 INTRODUÇÃO Os conceitos de empresa de sucesso estão mudando cada vez mais, quanto mais se observa exemplos de grandes organizações aderindo a projetos voltados ao bem estar social, mais se tem a certeza que o mercado quer algo a mais das organizações, não basta pensarem em lucros e mais lucros, não se pode mais tratar com negligencia a necessidade das empresas se unirem com a sociedade para reverter um quadro de violência, desemprego, saúde. Serão expostas várias idéias diferentes sobre esse assunto, porém com a mesma finalidade, a partir daí será discutida uma questão referente aos motivos pelos quais as empresas devem garantir em seu planejamento meios que visem melhorar também a convivência dela com a sociedade, quais os benefícios que estas práticas podem trazer para ela e para os demais, partindo da grande importância deste assunto. As qualidades do administrador serão discutidas pelos autores como algo que pode ser características singulares, suas funções como peça chave dentro da sociedade corporativa, como o empreendedorismo tem entrado nestas questões como uma ciência que estuda as oportunidades que os empresários podem agarrar para levar a empresa ao ponto reconhecida como socialmente responsável, como o empreendedor tem a capacidade de perceber estas oportunidades e fazer delas grandes vantagens para alavancar seus negócios, como este mesmo empreendedor consegue ao mesmo tempo em que todas estas conquistas mencionadas, ainda ter a capacidade de agregar valor a um produto ou a organização inteira que ele dirige através de práticas de respeito ao meio ambiente, de conscientização, de integração entre todas as camadas da sociedade. A empresa como provedora de oportunidades de emprego a quem não teve oportunidades de adquirir experiência profissional ou nem possuem qualquer profissão, promovendo lucros para ela mesma e melhorias em todos os aspectos ao país sendo com a redução da taxa de desempregados, seja com a redução de jovens perdidos no mundo das drogas, ou da violência e também da economia que impulsionada por benefícios como este pode se fortalecer ainda mais.

11 1.1 Tema da Pesquisa A inserção do jovem no mercado de trabalho é uma das práticas que um empreendedor social pode utilizar para contribuir com a comunidade em que a empresa está inserida. Tanto a prática inserção do jovem no mercado de trabalho quanto o perfil empreendedor social são temas já praticado por algumas empresas, porém pouco discutidos no meio acadêmico. Através deste método empreendedor, o Brasil já cresceu e pode crescer mais, pois o empreendedorismo social pode ser uma nova fonte de crescimento, pois agrega todos os requisitos relacionados ao potencial de um empresário, que possui uma visão de mercado voltada a todas as camadas sociais. O empreendedor contemporâneo está procurando novas maneiras de agregar valor ao seu empreendimento, com isso boa parte das empresas cujos administradores possuem esta visão estão se sobressaindo perante as que pararam no tempo, ou seja, o empreendedorismo está vivendo uma fase de mudanças, onde a exigência do mercado e da sociedade é de que ele seja um provedor de desenvolvimento sustentável, que suas praticas possam ser a favor da parcela que está desfavorecida, pois o empreendedorismo nasceu com a capacidade de pessoas que conseguiram criar novos mercados, novas necessidades, que conseguiram adequarse a novas tendências, e a criar estas tendências, e a tendência que se fortalece a cada dia mais é a de que as empresas precisam ajudar a juventude a se desmarginalizar, e a ter oportunidades de crescer, pois o que se vê na atualidade é uma grande parte dos jovens sem emprego e, um mercado que ainda insiste em pensar que não se pode arriscar seus lucros ensinando uma profissão a um jovem e deixando tarefas da empresa a quem não tem experiência. O empreendedor social pensa diferente, ele quer que a sua empresa seja uma organização diferente das outras, que seja um local de ambiente bom, com pessoas que queiram crescer, que estejam a procura de um ideal de vida, que queiram mostrar serviço e provar que são capazes, assim ganhando o respeito da sociedade e do mercado, o que é muito mais positivo aos lucros do que fechar-se em seu individualismo e correr o risco de sofrer as sanções do mercado e a descórdia com a sociedade que é o maior impulsionador que uma empresa pode ter e deve preservar.

12 1.2 Problema Neste contexto serão apresentadas as praticas que a empresa Simão mecânica industrial, inseriu em sua idéia de contratação, buscando gerar um diferencial que traga benefícios não só aos lucros financeiros da empresa, mas também um valor social que agregue respeito, reconhecimento e a melhoria de vida de uma parte da população que ás vezes tem dificuldade de se inserir no mercado por sua limitada experiência no mundo profissional. A empresa procura fazer seu papel de agente provedor de desenvolvimento para o País, buscando lucros com responsabilidade, ajudando as pessoas a crescerem juntamente com a organização em busca de uma sociedade mais justa. Partindo desta idéia a empresa começou a fazer uma experiência visando contratar alguns jovens para serem aprendizes e avaliar se os mesmos teriam condições de seguir trabalhando com a mesma qualidade de quem já possui experiência comprovada, a partir daí foi se percebendo que este primeiro grupo contratado apresentou uma evolução significativa, proporcionando à sua equipe de trabalho, resultados surpreendentes, viu-se neles uma grande vantagem nos demais, que foi no quesito de motivação, pois eles tinham força de vontade e queriam mostrar serviço para poder continuar trabalhando ali. A partir daí foram sendo feitas novas experiências com outros jovens onde os resultados foram equivalentes e em casos isolados apresentando sucesso, com isso a empresa conseguiu uma evolução rápida e hoje possuem em sua maioria, trabalhadores que começaram a trabalhar nela sem experiência ou qualificação alguma. O presente contexto gerou a pergunta de pesquisa: Qual a contribuição da Simão Mecânica no processo de inserção do jovem no mercado de trabalho enquanto empreendedor social?

13 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Análise do processo de inserção do jovem no mercado de trabalho na empresa Simão Mecânica. 1.3.2 Objetivos Específicos Identificar a estrutura organizacional da empresa. Conhecer a percepção da administração da empresa Simão Mecânica industrial com relação a inserção e capacitação de jovens para o mercado de trabalho; Identificar as práticas de recrutamento, seleção e treinamento dos colaboradores da empresa; Identificar a percepção dos colaboradores em relação à inserção de jovens no mercado de trabalho; Identificar os fatores positivos e negativos da contratação da inserção do jovem no mercado de trabalho. 1.4 Justificativa Tratar da inserção dos jovens no mercado de trabalho deveria ser uma prática obrigatória na sociedade moderna, é sumamente importante que nossa juventude possa ter oportunidades de trabalho, pois o jovem possui uma grande capacidade e força de vontade, o que muitas organizações não levam em consideração na hora de contratar, a empresa em que será pesquisada possui seu quadro de pessoal com 80% de jovens que ali tiveram sua primeira oportunidade de trabalho, sendo o jovem beneficiado por ter como ajudar sua família e a empresa que vê como uma oportunidade contar com a garra destes jovens lutadores.

14 Analisando a raiz da responsabilidade social empresarial de forma a entender do que se trata, compreende-se que é um tema atual no contexto da administração e está presente no mundo dos negócios do administrador que hoje está sendo cobrado a praticar a responsabilidade social, para que tome uma postura menos individualista, haja vista que este tema é de fundamental importância para a manutenção da qualidade de vida da sociedade, e consequentemente da integração da empresa com a comunidade local. Para reforçar a importância deste tema para a sociedade, consta em pesquisas dados preocupantes na situação em que vive boa parte dos jovens no Brasil. Segundo reportagem da Folha de São Paulo (2010), cerca de 27% dos jovens nem trabalham nem estudam, descrevendo histórias de jovens que encontram as portas do mercado de trabalho fechadas para eles, e enquanto jovens como ele não estudam nem trabalham, muitos são pressionados. Segundo a reportagem também há muito preconceito por parte de quem contrata, que afirma que eles dizem que, sem experiência, não conseguem se inserir no mercado de trabalho. No entanto, sem a inserção, também nunca terão essa experiência. É importante ressaltar ainda, outros benefícios para a empresa e a sociedade em geral, pois estes jovens deixam de fazer parte do percentual de jovens envolvidos com a violência, com o trafico entre outros crimes que assombram nosso país, além de ajudarem a empresa evoluir, contribuindo para uma sociedade mais justa. 1.5 Contexto do ambiente de estágio A empresa Simão Mecânica Industrial Ltda., foi fundada em 27 de outubro de 1997, a partir de uma necessidade, de seu hoje administrador encontrar uma nova fonte de renda, com isso foram investidas para a sua abertura todas as economias de seu fundador, cerca de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Com estes recursos foram comprados os primeiros equipamentos e ferramentas para dar inicio as atividades, localizada em Camboriú, na rua Silveira Nº 880, começou suas atividades com

15 enfoque maior na prestação de serviços de manutenção de betoneiras, elevadores para transporte de cargas, gruas ascensionais, argamassadeiras entre outros equipamentos para as construtoras de Balneário Camboriú. Logo após sofreu uma grande crise nos meados de 2002, tendo que ficar paralisada pelo período de um mês, sem ter qualquer serviço a realizar, o que forçou seu administrador a enviar sua equipe para trabalhar no período de seis meses em Cuiabá MT, onde conseguiram ajudar a empresa a não falir, após voltarem e a crise diminuir a empresa foi diversificando suas atividades, fazendo serviços de serralheria, além de fabricar algumas das máquinas que antes só prestavam manutenção. Com este mercado em ascensão, a empresa começou a contratar mais funcionários para poder dar conta da grande demanda de pedidos, sua equipe que crescia cada vez mais foi notado que apesar da experiência dos funcionários naquelas atividades faltava um algo mais, faltava comprometimento por parte dos funcionários em crescer em ajudar a organização a subir de patamar, foi ai então que foram contratados os dois primeiros jovens para trabalhar como aprendizes remunerados, e que apresentaram resultados positivos. Aqueles jovens que entraram sem saber absolutamente nada a respeito de uma profissão são exemplo de competência. Atualmente, a empresa presta serviços nos estados de Santa Catarina, Paraná, e Rio Grande do Sul. Seus produtos são destaque em confiabilidade e segurança. A empresa oferece seus produtos e serviços a cerca de 90% das construtoras de Balneário Camboriú, fabricando elevadores de Cargas, elevadores para cargas e passageiros, gruas ascensionais, escadas, proteções, serviços de serralheria, manutenção em equipamentos para a construção civil (Betoneiras, argamassadeiras, guinchos, serras entre outros). Possui um quadro de funcionários de 23 profissionais técnicos que trabalham internamente, 07 aprendizes remunerados e registrados, e 09 técnicos de manutenção externa, que atendem diretamente aos clientes. Através de uma nova parceria pretende montar uma filial permanente em Blumenau, pretendem a partir de 2013 implantar esta idéia novamente na cidade de Caxias do

16 Sul RS, onde hoje concentra-se um grande fluxo de vendas de mercadorias de grande porte e assim atrai um grande potencial para se investir futuramente. 1.6 Organização do trabalho O primeiro capítulo é composto do tema e problema da pesquisa, seguido do objetivo geral (e conseqüentes objetivos específicos), da justificativa e da contextualização do ambiente de estágio. O capítulo 02 apresenta a fundamentação teórica sobre o assunto referido expondo conceitos sobre a administração, como age um administrador, a partir da ótica de cada autor, também serão abordadas as suas funções como elementos chaves de uma empresa em desenvolvimento descrevendo os processos por que passam pra se tornarem soberanos no ambiente organizacional. O empreendedorismo será abordado em vários aspectos, que competem a sua definição através do olhar dos autores que sobre ele pensaram, será abordado o sujeito empreendedor, ou seja, o visionário que encontra as oportunidades, e as aproveita, suas qualidades e defeitos, como devem agir, quais as ações que devem tomar diante das varias situações que deverá enfrentar como um líder. Assuntos importantes como a responsabilidade social e as ações que as empresas fazem neste sentido serão expostos em suas varias interpretações, a partir da idéia de que a empresa possui um papel muito importante na sociedade como responsável pelo futuro de nossa nação e do planeta, o empreendedor entrará como parte principal no processo de conscientização das empresas para praticas que respeitem a sociedade, o trabalhador e o meio ambiente, através de suas ações e estratégias que visem beneficiar a empresa com lucros honestos e adquiridos de maneira mais sustentável. Os valores das empresas cidadãs serão enfatizados no sentido de que a empresas devem atuar como uma sociedade corporativa visando gerar um valor maior a humanidade em um contexto geral e não de pequenas minorias, neste aspecto o empreendedor volta a aparecer, como um agente de inserção social trazendo jovens que possuem um futuro incerto, das esquinas das grandes cidades para dentro das

17 organizações oferecendo a eles a oportunidade de se tornarem pessoas de bem, e assim contribuir para a melhoria da comunidade e crescimento das organizações em todos os sentidos da palavra.

18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Administração Para Lacombe e Heilborn (2003), a essência de um administrador é a busca de resultados por meio de outras pessoas, através de sua supervisão, sua liderança e de suas decisões, além de transformar os recursos adquiridos em produtos desejados por outras pessoas. Porém, Drucker (1998), pensa que o administrador não depende tanto de terceiros, porque em uma fábrica pode não haver muitos funcionários comuns, porém sempre haverá administradores. Com isso, a parte mais importante da empresa é que a conduz para um determinado rumo, que determinará ou não o seu sucesso. Martins (2006) complementa que a administração pode ser conceituada como um processo de tomar as decisões sobre a maneira de se conduzir pessoas usando diversos tipos de recursos, sabendo aproveitá-los de maneira correta buscando com isso alcançar um objetivo em comum. Por isso, pode-se dizer que ela dirige um esforço das equipes que estão organizadas, mantendo a eficiência e a eficácia envolvendo atividades que buscam como base a organização, a previsão, a coordenação, a direção, o planejamento, porém tendo como atividade mais importante a tomada de decisões. Dantas (2003) explica que a administração é uma das áreas do conhecimento mais empregadas de complexidades e desafios, o profissional que a utiliza como meio de vida pode trabalhar nos mais variados níveis de uma organização, pode trabalhar nas diversas especializações da administração como na produção, financeira, recursos humanos na área do marketing ou ainda na administração geral, em cada um desses níveis as situações são diversificadas, porém as organizações também diferenciadas, com isso a conclusão óbvia é a de que a administração não é algo mecânico que depende de hábitos físicos, pois pode-se ensinar o que um administrador deve fazer, mas isto não o fará um profissional de sucesso, pois cada organização é um mundo diferente a ser explorado. Uma tarefa básica da administração é de fazer as coisas através das pessoas, tanto seja nas indústrias, no comércio, nas organizações de serviços públicos, nos

19 hospitais, nas universidades, nas instituições militares ou em qualquer outra forma de empreendimento, pois a administração que hoje possui novas concepções está sendo considerada uma das principais chaves para a solução dos mais graves problemas que afligem atualmente a sociedade em geral. A administração, no entanto, tornou-se uma ciência tão importante que pode ser equiparada ao trabalho a ser executado, pois conforme o profissional foi adquirindo experiência e qualificação a escala de operações cresceu, com isso pode-se deduzir que a administração não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam feitas de maneira eficiente e eficaz, com o menor custo. Como tarefa a administração como ciência, interpreta os objetivos propostos pela organização e estabelece as maneiras adequadas para alcançá-los através de ações administrativas sobre os recursos disponíveis, estas ações podem ser descritas como organização, planejamento e controle, que por sua vez são as funções principais (DANTAS, 2003). Silva (2004) classifica a administração empresarial em três níveis básicos que são diretamente ligados ás suas atividades, de quem dependem para a consecução das atividades primordiais para a administração de uma organização, sendo estes níveis divididos em: Alta administração: corresponde também á diretoria, que responde sobre a responsabilidade e estabelecer as estratégias organizacionais, metas a serem alcançadas, desenvolve a política a ser seguida pela empresa, sendo que ainda responde pelo direcionamento das operações da organização, além de ter outra grande responsabilidade que é a de representar a organização diante de outras, reuniões comunitárias e governamentais. Média administração: conhecida como gerencia este nível organizacional é responsável pela supervisão das atividades que estão sendo realizadas e que foram designadas pela alta administração. Além disso, outras tarefas como a de prover novos produtos e serviços ao mercado, gerenciando todo o seu processo desde a produção até o serviço de atendimento ao cliente que o comprou. Administração operacional: mais voltada para a supervisão à administração operacional responsabiliza-se pela ligação das informações do setor de produção a todos os outros níveis, tornando ainda muito importante pela questão que por

20 ser voltada mais aos funcionários que executam tarefas onde a produtividade e qualidade são mais exigidos, transformando quem trabalha na administração operacional em líder destas equipes de trabalho, procurando alcançar melhores resultados com os funcionários. Contudo, Souza e Ferreira (2000), esclarecem que a administração tem a tarefa de buscar e criar a interação entre si e a sociedade em geral, levando em conta as necessidades dos clientes, dos que estão se tornando clientes e dos que ainda não são clientes, levando em consideração a atual situação econômica, o ritmo do mercado e dos concorrentes, as ações dos órgãos do governo, estabelecendo uma boa relação com as entidades sociais, visando criar uma boa imagem da empresa, além do relacionamento com seus fornecedores, que possuem um papel importante no processo produtivo, entre outros. 2.1.2 As funções do administrador Cabe ao administrador identificar e estabelecer os objetivos da organização que ele dirige, além de procurar os métodos pelos quais ele pretende conseguir, quais os recursos necessários para isso, como conseguir captá-los, em resumo o administrador sempre estará planejando. Porém ainda precisa acompanhar o andamento do que foi planejado e se haver algum problema, rapidamente corrigi-lo, o que o levará a um controle. Organizar também entra como uma etapa no processo de administrar, pois todo um trabalho que foi planejado precisará ser dividido em grupos de trabalho onde se destinarão as tarefas de cada um, onde o administrador precisará coordenar como deverá ser conduzido o trabalho por estas equipes para que todos os processos aconteçam em sincronia perfeita, e por fim conduzir a equipe que está sendo responsável em colocar em pratica todo o planejamento ao rumo certo que seria liderar o conjunto, através deste processo identifica-se como funções do administrador, planejar, organizar, liderar coordenar e controlar além de promover recursos humanos a toda a organização ( LACOMBE; HEILBORN, 2003). Porém Drucker (2002) possui uma visão mais abrangente, argumenta que o que faz alguém administrador é a responsabilidade pelo que está sendo feito no

21 empreendimento, e não a responsabilidade pelo trabalho realizado por terceiros, sendo assim ele responsável pelo próprio trabalho, aponta que o modo de se dirigir administradores é por meio de objetivos e autocontrole, inserindo nele o espírito do desempenho. Segundo Stoner (1982), para uma organização obter bons resultados e alcançar as metas desejadas conseguindo satisfazer as suas responsabilidades sociais, ela depende muito de seus administradores, pois se eles fazem o seu trabalho de maneira eficiente provavelmente a organização atingirá suas metas. O administrador deve ser eficiente, ou seja, fazer suas atividades de maneira correta, obtendo produtos ou resultados a altura dos insumos (trabalho, tempo e materiais) tendo que minimizar os custos dos recursos para se alcançar os objetivos. Outra qualidade indispensável a um administrador é conduzir seus trabalhos, pois ter esta qualidade é essencial para escolher os objetivos certos a serem alcançados, porém nenhuma quantidade de eficiência pode substituir a falta de eficácia. Segundo Siqueira (2002) o administrador para poder assumir o papel dele como administrador necessita colocar-se a altura das exigências históricas da nação não adianta ser bom profissional em uma determinada área, é necessário desenvolver uma nova visão dos problemas que a sociedade brasileira enfrenta e assim com base nesses fundamentos desenvolver seus aspectos de gestão, mas isto não é o bastante, o administrador deve desenvolver sua consciência profissional, com uma sólida visão de suas funções sociais e uma aguda percepção de como suas atribuições especificas inserem-se no universo organizacional, pois nenhuma profissão firma-se no mercado sem moldar uma fisionomia própria, que possa atender ás necessidades da sociedade enquanto desenvolvimento social. O administrador é o profissional a quem cabe o gerenciamento, a direção e o controle das empresas que fazem parte de sua área de atuação, eles tem a tarefa de buscar os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade em todos os aspectos, com isso o administrador prevê, planeja, organiza, comanda e controla o funcionamento da empresa seja publica ou privada, visando aumentar a produtividade, rentabilidade e principalmente o controle dos resultados, determinando os métodos gerais de organização, e ainda planeja a utilização eficaz da mão de obra, equipamentos, material, serviços e capital. Possui uma tarefa que

22 pode determinar o sucesso ou o fracasso de um projeto, que é orientar e controlar as atividades de organização, conforme os planos estabelecidos e a política adotada, como normas previstas no regulamento da empresa, além de todas as atividades mencionadas ainda tem a função de elaborar as rotinas de trabalho, implantando sistemas que tem a missão de conduzir a empresa a melhores resultados economizando recursos (VIANA, 2000). Segundo Dantas (2003), o administrador deve ter uma formação ampla e variada para que possa estar sempre atualizado com as mais variadas formas de se resolver as questões mais complexas que possam abalar seu empreendimento, por isso o administrador precisa conhecer as mais variadas disciplinas do currículo escolar além de religião psicologia entre outras, para poder lidar com pessoas que executam, organizam, controlam, pesquisam, assessoram e que lhe são subordinadas ou no seu mesmo nível, além disso, deve estar sempre atento aos eventos passados e presentes, bem como as previsões futuras, pois o seu horizonte deve ser mais amplo, já que ele é o responsável pela orientação e direção de pessoas que seguem suas orientações e ordens. Lidar com eventos internos e externos, ver mais longe que os outros são também características que devem ser observadas no administrador de sucesso, pois ele deve estar ligado aos objetivos que a empresa pretende alcançar e com estas experiências a probabilidade de sucesso será maior. O administrador deve procurar estratégias que possam facilitar a adoção de objetivos pelos seus colaboradores, pois quando os objetivos individuais sobrepõemse aos organizacionais, não serão alcançadas as metas pretendidas pela empresa, por isso o administrador tem outra tarefa que é a de criar uma identificação dos indivíduos com a empresa, adotando politicas de recursos humanos adequadas que recompensem os administradores nos seus objetivos individuais, além destes fatores existem outras áreas que o administrador deve atuar como o combate a rigidez dos paradigmas organizacionais, ou seja, não deixar que ideias e normas que estão a gerações na empresa se tornem barreiras para a evolução e as mudanças necessárias para a organização manter-se no mercado. (SOUZA; FERREIRA, 2000).

23 2.2 Empreendedorismo Para Hisrich, (2004) o empreendedorismo pode ser identificado como um elemento útil a compreender-mos o desenvolvimento, pois dentro dele encontra-se o grande gerador do desenvolvimento, que é o empreendedor, em outras palavras pode-se dizer que o empreendedorismo estuda e examina suas atividades, características e métodos de suporte. Mas mesmo com estas afirmações nenhum campo acadêmico pode estabelecer uma teoria exata, pois para isso será necessário a criação de uma nova ciência que seria a empreendedologia Para Dalft (2005), o empreendedorismo significa basicamente em um processo de iniciar um empreendimento, organizar os recursos necessários e assumir recompensas e todos os riscos adicionais associados para que o negócio seja bem sucedido sendo assim promover o desenvolvimento através de ideias e projetos arrojados. Porém Griffin (2007), o empreendedorismo se baseia em um processo que passa por transformações e algumas características e funções administrativas, como operar, organizar, e planejar, proporcionando as pessoas que buscam em suas bases organizar um negócio a melhor forma de guiar suas decisões e métodos. 2.2.1 O Empreendedor Para Filion (1999), o empreendedor é uma pessoa criativa, que procura sempre estabelecer objetivos que acha possível atingir, nem sempre estes objetivos estão de fato escritos, porém existem e são o maior vinculo ou visão em torno do qual ele organiza as outras atividades. Os empreendedores agem e fazem suas tarefas sempre em função de alcançar estes objetivos, com isso desenvolvem métodos práticos, sempre visando ultrapassar suas barreiras através de técnicas inovadoras obtendo um diferencial que o auxiliará no sucesso de seus ideais.

24 Martins (2002) complementa explicando que o empreendedor também deve ter o perfil de gerente, pois uma de suas atribuições dentro de sua organização consiste em gerenciar o que está sendo feito, sabendo administrar as diversidades culturais entre os seus funcionários, controlar a gestão da qualidade, combinar as funções de liderança e equipe, agir estrategicamente com responsabilidade, sempre comunicarse internamente e externamente, utilizar a tecnologia, definir e revisar as metas, criar um ambiente de trabalho produtivo e mantê-lo assim e principalmente saber controlar o relacionamento e o gerenciamento com o ambiente externo. Como outras qualidades do empreendedor encaixam-se no seu perfil uma boa sensibilidade de mercado, pois ele é uma pessoa que sabe aproveitar as chances que o mercado lhe mostra possíveis de aproveitar, alia-se a ele também a criatividade e força de vontade, transformando o que é hoje uma incerteza, em um grande sucesso no futuro e através disso podem promover o desenvolvimento, gerando empregos e serviços de qualidade oferecendo um atendimento diferenciado a seus clientes, respeitando os fornecedores para gerar o crescimento para todos. Filion (1999) explica que existe também outro elemento que pode ser observado em relação ao empreendedor, que é sua grande capacidade de detectar as oportunidades que aparecem a sua frente, fazendo com que ele desenvolva um alto nível de consciência com relação ao meio ambiente em que ele vive. O empreendedor deve possuir um aprendizado contínuo, para continuar agindo de maneira a antecipar o que pode acontecer no futuro, com isso ele sempre estará evoluindo, pois como se observa no ambiente empresarial, o empreendedor tem buscado cada vez mais minimizar os riscos associados as suas decisões, buscando diminuir qualquer incerteza que poderá resultar no fracasso de seu projeto O empreendedor não é apenas uma pessoa que quebra paradigmas, inova ou revoluciona, ele pode ser qualquer pessoa que arrisca tentando agregar valor ao seu empreendimento, pois a maioria das empresas que estão nascendo buscam atingir mercados que já existem, procurando a concorrência para tentar batê-la, deixando de lado as idéias de inovação e revolução. Por isso o empreendedor de verdade deve levar em consideração este fator, pois se não for tratado com seriedade poderá causar problemas na ascensão do negócio ou até extingui-lo. Ousadia, coragem, liderança, inteligência, controle emocional, aspiração por reconhecimento,

25 autoconfiança, otimismo, paixão pelo que faz e experiência devem ser qualidades indispensáveis para que o gestor empreendedor possa alcançar o tão desejado sucesso no seu negócio, sendo responsável e ético com o seu meio (BOLSON, 2003). Com coragem de tomar iniciativas fazendo coisas novas contrariando a tendência natural, o empreendedor encontra soluções que geram riqueza e conforto cuidando também do desenvolvimento social das comunidades, contribuindo para a emancipação humana pela reversão das condições adversas para realiza-las. Para os empreendedores, o grande desafio de suas vidas é vencer, e convencer tem um sentido mais amplo, pois funcionam como fonte de energias, que o alimentando aqueles que por natureza se atrevem a atuar na vanguarda (ORTIGARA, 2008). Outra característica que pode se destacar no empreendedor segundo Ortigara (2008), está relacionada a seu estilo de pensar, que foge a regra do comportamento convencional, destacando-se da multidão, por sua superação dos traços que lhe dão linearidade, preferindo a abertura de um novo caminho, mesmo que por quaisquer razões seja desconhecido dos demais, do que se conformar em seguir pelo conforto já existente. 2.3. Responsabilidade Social Responsabilidade social, para Melo Neto e Froes (2005), é um estágio mais avançado no exercício da cidadania corporativa. Os autores esclarecem que tudo começou com a prática de ações filantrópicas, onde empresários bem sucedidos em seus negócios decidiram retribuir à sociedade parte dos ganhos que obtiveram em suas empresas. Tal comportamento reflete uma vocação para a benevolência, um ato de caridade para com o próximo. No bojo desta onda de filantropia surgiram as entidades filantrópicas em busca de recursos dos empresários filantropos. A filantropia desenvolve-se através das atitudes e ações individuais desses empresários. Mas Melo e Neto (2005) entendem que a responsabilidade social é diferente. Tem a ver com a consciência social e o dever cívico. A ação de uma empresa em prol da

26 cidadania. A empresa que a pratica demonstra uma atitude de respeito e estimulo à cidadania corporativa; consequentemente existe uma associação direta entre o exercício da responsabilidade social e o exercício da cidadania empresarial. Hanashiro, Teixeira e Zaccarelli (2007) complementam, afirmando que as organizações fazem parte da sociedade, por isso são responsáveis pelo seu desenvolvimento, por isso devem influenciar e promover mudanças sociais. A empresa responsável possui práticas diferenciadas de contratação ou redução do quadro de pessoal, inserindo todos os segmentos da sociedade no mercado de trabalho formal, promovendo aos seus colaboradores saúde, segurança e bem estar. A responsabilidade social busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. Sua ética social é centrada no dever cívico, enquanto que a filantropia tem no dever moral sua ética absoluta. As ações de responsabilidade social são extensivas a todos que participam da vida em sociedade indivíduos, governo, empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos e outras instituições (MELO NETO; FROES, 2005). Para que uma empresa seja socialmente responsável, ela deve apoiar o desenvolvimento da comunidade, preservar o meio ambiente, investir no bem-estar de seus funcionários, oferecer um ambiente de trabalho saudável, ter comunicação transparentes, satisfazer os clientes, usar seu poder e sua relação com os fornecedores para mobilizar todas as empresas a comprar somente de fornecedores responsáveis, reforçar seus princípios e valores éticos (MELO NETO; FROES, 2005). Para Gomes e Moretti (2007), o maior desafio da responsabilidade social no Brasil é intensificar o diálogo entre empresas e sociedade a fim de ampliar a compreensão de seu significado e alcance, pois este movimento cresceu rapidamente em nosso país, e com a ajuda dos meios de comunicação sua abordagem foi disseminada rapidamente, porém com este avanço rápido o tema agora necessita de uma reflexão mais aprofundada sobre sua concepção, mas este procedimento é natural do pensamento empresarial, em busca de modelos que permitam a melhor execução de estratégias melhores de negócio.

27 Tachizawa (2004) deixa claro que a responsabilidade social está se transformando em um referencial de negócios, sendo levado como um padrão de excelência para as organizações brasileiras, por isso, as organizações socialmente responsáveis devem abordar suas responsabilidades perante a sociedade e exercer a cidadania, através de estágios que vão da iniciação a pratica até a fase avançada do processo, sendo divididos em 05 estágios que são: Primeiro estágio: a organização não possui nenhum tipo de vinculo com a sociedade, e não assumindo nenhuma responsabilidade com seu desenvolvimento, não toma nenhuma ação referente ao exercício da cidadania e não assume um comportamento ético nos negócios. Segundo estágio: a organização reconhece que suas praticas deveriam levar em conta o desenvolvimento não só de si própria, mas também da população, tomando algumas iniciativas isoladas em sentido de minimizar sua ausência como empresa cidadã, reconhecendo a importância de um comportamento ético nos negócios que realiza. Terceiro estágio: a organização está tomando iniciativas em virtude de avaliar os impactos causados por seus produtos, processos e instalações, reconhecendo os mesmos e exercendo alguma liderança em questões de interesse da comunidade existindo assim o começo de um envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social. Quarto estágio: a organização já possui o processo de avaliação dos impactos dos produtos, exercendo liderança ativa em questões de interesse da comunidade de diversas formas, envolvendo-se de forma frequente em esforções de desenvolvimento social, e promove um comportamento ético. Quinto estágio: o processo de avaliação dos impactos já em estágio mais avançado consegue antecipar as questões públicas, continuando a liderar questões da comunidade e do setor, sistematizando o apoio a quem promove esforções em desenvolvimento social e dentro da organização existem formas

28 implantadas de avaliar e melhorar a atuação da própria organização no exercício da cidadania e no tratamento de suas responsabilidades públicas. 2.3.1 Ações de responsabilidade social Nos projetos sociais próprios, o retorno social de imagem e de mídia são os de maior peso. A empresa estreita laços com a comunidade, fortalece sua imagem, e obtém ganhos sociais expressivos, que se refletem no aumento do seu faturamento, vendas e participação no mercado. As ações comunitárias, em sua maioria, não demandam ações de comunicação e marketing social para divulgar suas ações. Entretanto, no caso de projetos sociais próprios, predominam as ações permanentes de comunicação e marketing. A gravidade dos problemas sociais está fazendo com que cada vez mais haja uma revolução no processo de gerenciamento de planos e projetos sociais, pois estes problemas precisam rapidamente de uma solução, com a ajuda das empresas privadas, do governo e da comunidade, estas mudanças obedecem à tendências básicas como a descentralização das ações através de repasse de recursos para que as próprias comunidades sendo elas as mais distantes possam amenizar seus problemas, com isso a comunidade participa mais ativamente dos projetos que irão beneficiá-las. Também outra tendência é a adoção de um novo modelo de assistência social onde predominam a parceria com a sociedade, auto-gestão dos planos programas e projetos, também está ocorrendo a implantação de programas e projetos sociais auto-sustentáveis como cursos profissionalizantes, cursinhos prévestibulares com uma pequena contribuição para manter os custos além da implantação de programas e projetos sociais do tipo renda mínima para combater a fome e escolarizar as crianças, e programas de fomento ao emprego, que auxiliam na flexibilização do trabalho nas empresas através da cooperação entre elas (MELO NETO; FROES, 2005). Para Montana e Charnov (2000), o método usado pela empresa para conduzir suas ações de responsabilidade social pode ser dividido em duas fases, a fase de ação, que começa por identificar o problema principal que pode ser resolvido, após isso é gerada uma avaliação das alternativas possíveis a serem tomadas, com isso pode se realizar uma análise situacional no que diz respeito a condição social, que

29 consiste em fazer uma comparação entre como é o retrato da população e definir qual seria o retrato ideal para ela. Um exemplo claro disso pode ser encontrado quando a empresa decide como responsabilidade social, contribuir para o desenvolvimento cultural da comunidade na qual se insere, poderá fazê-lo com um patrocínio a algum evento que possa beneficiar a população neste quesito. A fase de avaliação seria uma avaliação do esforço da organização como um todo nas práticas de responsabilidade social, que pode ser feita por intermédio de uma auditoria social que examinará o total das atividades organizacionais que dizem respeito a sensibilidade social e faz uma avaliação do desempenho organizacional na satisfação das metas dos programas sociais. 2.4 Empreendedor Social Para Melo Neto e Froes (2005 apud ROSSONI; ONOZATO; HROCHOVSKI, 2006) existem diferenças entre empreendedorismo privado e empreendedorismo social destacando que o privado é individual, trabalhando e produzindo com foco no mercado, visando exclusivamente o lucro, satisfazendo seus clientes e com isso destacando-se e alcançando o crescimento, enquanto que o social tem o foco no coletivo, produzindo serviços para auxiliar a comunidade, buscando solucionar os problemas sociais existentes na mesma, visando o impacto social, resgatando as pessoas de situações de risco e assim promovendo-as a uma vida melhor. Já Dees (1998) compreende que os empreendedores sociais são os agentes que buscam mudanças no setor social adotando a missão de gerar e manter valor social, buscando sempre novas oportunidades para servir a sua missão engajando-se em um processo de inovação, adaptação e aprendizado contínuo exibindo um elevado senso de transparência para com os parceiros e pelos resultados gerados, já os empreendedores do setor privado a geração de riquezas é uma maneira de gerar valor, pois empreendedores do setor privado estão sujeitos a disciplina do mercado, que é quem determina se eles estão ou não gerando valor, sendo obrigados a alterar a forma de uso dos recursos de forma a ser o mais produtivo possível para não serem excluídos do mercado.

30 Segundo Dees (1998), empreendedorismo social trata-se de uma expressão que combina a paixão por uma missão social com a imagem de disciplina, inovação e determinação, associada a negócios comerciais privados, podendo ter ainda diferentes significados, como organizações sem fim lucrativo que iniciam empreendimentos com fins de lucro, também se referem a empresários que aderem a praticas de responsabilidade social, ou qualquer um que inicie uma organização sem fins lucrativos. Quintão (2004) aponta que empreendedores sociais surgem a partir da década de 70 como forma de reação, por parte da sociedade civil, à crise econômica e social, surgindo como organizações que desenvolvem serviços e atividades como resposta aos problemas dos jovens, com famílias desestruturadas, com dificuldade profissional, adultos desempregados com dificuldades de integração no mercado de trabalho. Também aponta que muitos empreendedores sobreviveram e se consolidaram, abrindo caminho para o reconhecimento em quadros legais próprios, sobretudo na década de 90. Entretanto, Dees (1998) entende que a missão de um empreendedor social é central e explicativa, afetando na maneira de como eles percebem e avaliam as oportunidades. Para os empreendedores, a riqueza é apenas um meio para um determinado fim, buscam criar mudanças sistêmicas e melhorias sustentáveis, ainda que possam agir localmente, suas ações estimulam melhorias nas áreas onde atuam, sendo tanto na saúde, educação, desenvolvimento econômico, arte, cultura, entre outros setores sociais, porém as leis de mercado não funcionam para este tipo de empreendedor, pois não valorizam melhorias sociais, benfeitorias ou prejuízos para quem não pode pagar por serviços essenciais, porque é muito difícil determinar se um empreendedor social está gerando valor social suficiente para justificar os recursos que usa para criar tal valor. Segundo Ortigara (2008), quando se trata de compreender o papel do empreendedor dentro das comunidades, visando o desenvolvimento local, no ponto de vista dos economistas ele é visto como o motor do desenvolvimento do sistema econômico, pois com o acionamento de suas ideias produz algo novo, que poderá contribuir para suplantar as barreiras que separam o não visualizado, passando a construir uma nova realidade a todos que o rodeiam a partir de sua intervenção.