Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Documentos relacionados
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

11/03/2016 Hábitos de hidratação e alteração hídrica corporal em praticantes de caminhada da cidade de Coari, AM

DESIDRATAÇÃO DE ATLETAS DE NATAÇÃO EM UMA SESSÃO DE TREINAMENTO

CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E DE APTIDÃO FÍSICA DE ATLETAS DE FUTSAL FEMININO DA CIDADE DE MANAUS

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO E INGESTÃO HÍDRICA EM PRATICANTES DE TRIATLO

Artigo de revisão: BALANÇO HÍDRICO EM JOGADORES DE FUTEBOL: PROPOSTA DE ESTRATÉGIAS DE HIDRATAÇÃO DURANTE A PRÁTICA ESPORTIVA

Equilíbrio térmico durante o exercício

Equilíbrio térmico durante o exercício

Princípios Científicos do TREINAMENTO DESPORTIVO AULA 5

Hiponatremia e o esporte

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Objetivo da aula. Trabalho celular 01/09/2016 GASTO ENERGÉTICO. Energia e Trabalho Biológico

AVALIAÇÃO DO CONSUMO HÍDRICO DE PARTICIPANTES DE DIFERENTES MODALIDADES ESPORTIVAS

TÍTULO: AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE NUTRIÇÃO E O USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

NUT-A80 -NUTRIÇÃO ESPORTIVA

Avaliação do estresse térmico ambiental e risco de hipertermia durante aulas de Educação Física no CEFET-MT. RODRIGUES, Vinícius de Matos (1)

HÁBITOS ALIMENTARES E INGESTÃO HÍDRICA NO PRÉ, DURANTE E PÓS-TREINO DE UMA EQUIPE FEMINIA DE FUTSAL UNIVERSITÁRIO, RIO DE JANEIRO

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA PROGRAMA DE DISCIPLINA CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA DISCIPLINA: FISIOLOGIA DO ESFORÇO

Professora do Curso de Nutrição - FACISA/UNIVIÇOSA. 5

A ANÁLISE DOS OBJETIVOS E A RELAÇÃO CINTURA QUADRIL EM PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA

HIDRATE-SE: UM OLHAR SOBRE O EXERCÍCIO FÍSICO E AS BEBIDAS ISOTÔNICAS

NUTRIÇÃO E TREINAMENTO DESPORTIVO

DP FISIOLOGIA APLICADA À ATIVIDADE MOTORA

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Composição corporal de judocas: aspectos relacionados ao desempenho

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

NUTRIÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO NO ESPORTE

Alimentação de atletas de aventura

NUTRIÇÃO DESPORTIVA - ACSM

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

NUTRIÇÃO NO DESPORTO Como calcular as necessidades energéticas para cada indíduo?

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Efeito da ingestão de cafeína no teste de 1RM e repetições máximas em homens adultos ativos

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE LESÕES EM CORREDORES DOS 10 KM TRIBUNA FM-UNILUS

MENSURAÇÃO DE REPOSIÇÃO HÍDRICA DURANTE O TREINAMENTO DE JUDÔ

A nutrição esportiva visa aplicar os conhecimentos de nutrição, bioquímica e fisiologia na atividade física e no esporte. A otimização da recuperação

A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA PARA A MELHORIA DO VO2 MÁXIMO DOS CORREDORES DE RUA

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PLANO DE ENSINO

NUT A80 - NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA

DISCUSSÃO DOS DADOS CAPÍTULO V

PROGRAMA DE TREINAMENTO DE VOLEIBOL DESTINADO À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ERGOGÊNICOS POR PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA LOJA DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS EM APUCARANA, PR

Prof. Ms. Gerson Leite

TÍTULO: EFEITO DA REDUÇÃO DA FREQUÊNCIA SEMANAL NO TREINAMENTO DE FORÇA NO DESEMPENHO DA POTÊNCIA

COMPOSIÇÃO CORPORAL E SOMATÓTIPO

Erika Reinehr Narayana Reinehr Ribeiro

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS POR PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA DO MUNICÍPIO DE MONTE AZUL PAULISTA

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Plano de Curso

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DEPARTAMENTO DE DESPORTOS ANEXO I. Plano de ensino

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA À SAÚDE E AO CONDICIONAMENTO FÍSICO

Código: 2941S Disciplina: Treinamento Esportivo I Período 7 Carga Horária: 60hs C.H. Teórica:

TRABALHO PESADO. Apostila 09

16 Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Importância da Hidratação no Desporto

Conhecimento das práticas de hidratação dos atletas de vôlei de praia do estado de Sergipe

TÍTULO: INFLUÊNCIA DE UM SUPLEMENTO COM BASE EM CAFEÍNA NO DESEMPENHO DE NADADORES AMADORES.

11º Congreso Argentino y 6º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias CAPACIDADE DE SPRINTS DE FUTEBOLISTAS NA PRÉ-TEMPORADA

MACRONUTRIENTES NO EXERCÍCIO

Plano de Estudos. Escola: Escola de Ciências e Tecnologia Grau: Mestrado Curso: Exercício e Saúde (cód. 398)

A INFLUÊNCIA DE UMA AULA DE NATAÇÃO NAS MEDIDAS DAS DOBRAS CUTÂNEAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DEPARTAMENTO DE DESPORTOS PROGRAMA DE ENSINO

INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA PERSONALIZADO DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS SOBRE A COMPOSIÇÃO DE INDIVÍDUOS ADULTOS.

AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO DE JOGADORES DE BASQUETEBOL.

Explicação dos Testes & Cronograma das Avaliações para a Equipe de Voleibol Master. Street Volei / Barra Music

Departamento: Educação Física Unidade: Faculdade de Educação Física. Código: Vigência: 2011 Carga Horária: 90 Período: 1

A APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRA DE PRATICANTES DE AULAS DE JUMP E RITMOS DE UM MUNICÍPIO DO LITORAL DO RS

Importância da Atividade Física na Redução de Gastos Publicos com o Tratamento da Diabetes Mellitus em Escolares do Ensino Fundamental

O EFEITO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES FISICAMENTE ATIVAS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Temperatura Corpórea. 40,0 o c. 36,5 o c. Guyton, 2006

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AERÓBICA EM JUDOCAS ENTRE 7 E 14 ANOS DA CIDADE DE SANTA MARIA -RS

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO INTERVALADO E CONTÍNUO NA RESPOSTA PRESSÓRICA DE INDIVÍDUOS QUE PRATICAM CORRIDA DE RUA

EFEITOS DA INGESTÃO DE BEBIDAS ISOENERGÉTICAS DURANTE O TREINAMENTO DE NATAÇÃO

Orientações para o Treino da Resistência no Montanhismo

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

EXERCÍCIO FÍSICO COM ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DE DISLIPIDÊMICOS

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

INFLUÊNCIA DA ORDEM DO TIPO DE PAUSA NOS PARÂMETROS BIOQUÍMICO DE UM TREINAMENTO INTERVALADO EM HOMENS. RESUMO

TEORIA GERAL DO TREINO DESPORTIVO

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA EM CADEMIA DE GINÁSTICA DA CIDADE DE BAMBUÍ-MG RESUMO

ESTADO DE HIDRATAÇÃO DE NADADORES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL DE UMA ASSOCIAÇÃO PARADESPORTIVA DE SÃO PAULO

08/08/2016.

ANÁLISE DO USO DE PARAQUEDAS AQUÁTICOS EM PROVAS DE NADO CRAWL

O EFEITO DE SEÇÕES DE TREINAMENTO SOBRE O VOLUME DE ÁGUA CORPORAL EM INICIANTES NA MODALIDADE DE GINÁSTICA ARTÍSTICA

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

AGRESSIVIDADE COMPETITIVA EM LUTADORES Carlos José Ferreira Lopes 1, Nelimar Ribeiro de Castro 2. Introdução

UNISC- UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL CURSO DE NUTRIÇÃO. Andressa da Silva Moura

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

COMPARAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO TÁTICO DE JOGADORES DE FUTEBOL DAS CATEGORIAS SUB-11 E SUB-13

Exercício Físico em altitudes. Prof a. Dr a. Bruna Oneda

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA PERDA HÍDRICA EM ATLETAS DE NATAÇÃO EM UMA SESSÃO DE TREINAMENTO 317 Nina Gimenes M. V. Boura 1,2, Rafael Bordini da Silva 1,2 RESUMO A natação é um esporte que requer treinamento intenso, movimentos repetitivos onde há alta requisição de técnica dos nados aos atletas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a perda hídrica em atletas de natação do sexo masculino. A amostra foi composta por 14 atletas de natação, com média de idade de 19,57 ± 2,5 anos, com variação da idade entre 16 e 26 anos, da cidade de Cuiabá-MT. A forma de avaliação foi verificar o peso total antes e depois de uma sessão de treinamento, que durou aproximadamente 130 minutos. Os resultados indicaram que houve uma significante perda hídrica nos atletas. Mas não apresenta riscos à saúde, porém é necessário conscientiza-los quanto à importância de uma adequada hidratação, não só nos treinamentos como no dia a dia, para um melhor desempenho físico nos treinos e competições. Palavras-chave: Atletas; Natação; Perda hídrica. ABSTRACT Evaluation of water loss in athletes swimming in a training session Swimming is a sport that requires intense training, where there is high repetitive motion requesting technical swimming to athletes. The objective of this study was to evaluate the water loss in swimming athletes of male genre. The sample consisted of 14 athletes from swimming, with a mean age of 19.57 ± 2.5 years, ranging from age 16 to 26 years, the city of Cuiabá-MT. The form of assessment was to determine the total weight before and after a training session that lasted about 130 minutes. The results indicated that there was a significant water loss in athletes. But no risk to health, but you needs to aware them about the importance of proper hydration, not only in training and in everyday life, for better physical performance during training and competitions. Key Words: Athletes; Swimming; Water loss. 1 - Programa de Pós Graduação Lato Sensu da Universidade Gama Filho em Fisiologia do exercício - Prescrição de exercício 2 - Graduação em Educação Física pela UNIVAG Email: nininhaaaa_@hotmail.com rafael_bordinii@hotmail.com

318 INTRODUÇÃO São os detalhes que fazem a diferença entre um campeão e seus adversários (Marins, Dantas e Navarro, 2003). Com o passar dos anos houve um aumento no número de pessoas que utilizam a natação como esporte, visando preparação física, recreação ou competição (Cohen e colaboradores, 1998). Trata-se de uma modalidade esportiva de alta intensidade que o processo de perda de calor ocorre através da transferência de calor do corpo para as moléculas de água mais fria, ou seja, através da condução (Foss e Keteyian, 1998). Os exercícios de longa duração podem provocar a desidratação, fazendo com que haja alterações no equilíbrio eletrolítico (Agapito, D Avila e Silva, 2008). Durante a prática da natação tem-se uma grande produção de energia, resultando na liberação do calor, e para que ocorra um equilíbrio na temperatura interna do corpo, esse processo muito elevado causa a desidratação (Lanius, Crescente e Siqueira, 2010). A desidratação ocorrerá se a perda de líquido não for compensada com a ingestão de fluidos, causando uma desregulação na temperatura, no rendimento e possivelmente na saúde (Salum e Liberali, 2006). A intensidade do exercício, temperatura ambiente, superfície corporal, umidade e aclimatação são variáveis que interferem na taxa de suor de um atleta, provocando a desidratação que aumenta os riscos de câimbras, hipertermia, e a perda da força muscular e por consequência o desempenho (Guerra, 2004), causando um prejuízo nas competições e na qualidade do treinamento (Lima, Michels e Amorim, 2007). A diminuição de água corporal pode comprometer e até mesmo impossibilitar a capacidade do organismo de manter a temperatura interna entre valores compatíveis (Macieira, 2009). A importância da reposição de líquidos durante a atividade física é comprovada por muitos estudos (Luft e Krug, 2003). Além do tipo de bebida, a caracterização das práticas e a avaliação do estado de hidratação constituem elementos importantes para garantir uma hidratação adequada (Brito e colaboradores, 2006). Devido à necessidade do conhecimento do estado de hidratação do individuo, torna-se necessária a sua avaliação antes, durante e depois de exercícios físicos (Tavares, 2008), principalmente quando realizados exercício de longa duração e em condições climáticas desfavoráveis à termorregulação (Pereira e colaboradores, 2010). Entre os métodos de avaliação do estado de hidratação, a massa corporal e a coloração urinária são técnicas simples de avaliação da hidratação que podem ser utilizadas (Prado e colaboradores, 2009). O objetivo do estudo foi demonstrar a perda hídrica em indivíduos do sexo masculino, com idade entre 16 e 26 anos, praticantes de natação, através de mensuração do peso corporal total antes e depois de uma sessão de treinamento de aproximadamente 130 minutos em uma academia de natação de Cuiabá. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa descritiva (Liberali, 2008). A instituição pesquisada é uma academia de Cuiabá com modalidades de musculação, ginástica, natação e hidroginástica. O responsável pela academia autorizou a pesquisa mediante a assinatura de uma declaração. A população do estudo corresponde a N= 14 atletas de natação da academia, selecionados por atenderem alguns critérios de inclusão: participar regularmente das aulas, tempo de treino de aproximadamente 130 minutos, treinar no mínimo 4 vezes por semana e o mais importante assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. No que refere aos aspectos éticos, as avaliações não tinham nenhum dado que identificasse os indivíduos e que lhe causasse constrangimento ao responder. Dessa forma, os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki e na Resolução nº 196 de 10 de Outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados em todo o processo de realização desta pesquisa. Em um dia de treino às 14h30min, à temperatura ambiente de 35ºC, foi realizado o teste para avaliar a perda hídrica em atletas de natação do sexo masculino de uma academia de Cuiabá.

319 A massa corporal foi mensurada através de uma balança da marca filizola, em plano Frankfurt que: É uma linha imaginaria que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita direita (orbitale) e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito (trago). Está linha deverá estar na horizontal ao serem tomadas as medidas com o testado em pé ou sentado, na vertical, caso as medidas sejam tomadas com o testado deitado rocga (2004). A coleta de dados foi realizada na sala de avaliação física da academia. Os atletas chegaram individualmente, todos estavam vestindo apenas sunga, foram pesados anteriormente ao treinamento e delimitamos a quantidade de 700 ml ou 1000 ml de líquidos para serem ingeridos, (isotônicos, carboidratos ou água) durante o treinamento. Ao término do treino os alunos foram orientados a retirarem o excesso de agua das sungas (com uma toalha de banho) para que fosse possível a aferição do peso corporal novamente. Após esta coleta os atletas foram liberados, concluindo assim a pesquisa. Esta coleta de dados teve uma duração de aproximadamente 150 minutos. Desenho experimental 01 X 02 01 = medidas do pré teste 02 = medidas do pós teste X= treinamentos do atletas Após a primeira coleta do peso corporal, deuse inicio o seguinte treinamento: A ) aquecimento: 1 série de 800m, sendo: - 400m livre, - 4x100 sendo: (2) respirando a cada 7 braçadas livre e (2) nado de costas e peito. Com tempo estimado de 14 minutos. B ) 2 séries de 1200m, sendo: - 2x(4x100 Perna @ 2' 1 estilo- 1 livre.) - 4x50 (2) Técnica / (1) Palmateio Nadado / (1)25 Progressivo - 25 Solto. - 2x25 20" (1) Saída + Streamline / (1) 15 Velocidade - 10 Solto / 50 Solto. Duração de 32 minutos. C) 2 séries de 1200m, sendo: - Série 3 : 6x200 @ 3'15" (1) Livre / (1) Estilo - Série 1: 10x100 @ 1'50" Sendo: Impares: Crawl velocidade A2 Pares: Estilo Progressivo de 1 a 5 / 200 Soltos. Duração de 52 minutos D) 12 séries de 50m, sendo: - pernada com material (pé de pato) @ 50 ( 2) livres / (1) estilo Duração de 10 minutos E) recuperação /soltura: 3 séries de 100m, sendo: - 10 viradas / 50 velocidade A1 50 solto @ 2 30. Duração de 6 minutos. Observação: @=a cada; A1, A2= velocidade dos nados. Nomenclatura utilizada entre o técnico e os alunos. RESULTADOS Participaram do estudo 14 atletas de natação do sexo masculino, com idade entre 16 e 26 anos. Na tabela 1 são mostrados os dados da avaliação realizada no dia do teste. Os atletas tinham em média 19,57 ± 2,5 anos com variação da idade entre 16 e 26 anos e o peso médio inicial de 72,82 kg ± 8,1kg. Após aproximadamente 2 horas e 10 minutos (130 minutos) de treino de natação, o % de perda hídrica em relação ao peso foi de 2,2 ± 1,2%. DISCUSSÃO Para a melhora do desempenho físico durante a prática de exercício físico é necessária à manutenção do organismo com níveis adequados de agua (Lamb e Shehata, 1999). É de conhecimento que a adaptação do atleta, temperatura, umidade, duração e intensidade do exercício entre outros fatores, devem ser levados em consideração para uma adequada hidratação antes, durante e depois da prática de exercícios físicos (Casa,1999). Segundo Fleck e Figueira Junior (1997) uma das melhores avaliações como indicador de perda hídrica é a redução do peso corporal, pois esta não ocorre de maneira linear durante o exercício, portanto a comparação entre o peso inicial e final poderia auxiliar na reposição hídrica durante o período de repouso. Há grande variedade individual de perda hídrica entre os atletas devido a diferenças na taxa metabólica, diferenças no consumo máximo de oxigênio e na

320 composição corporal (Passanha e colaboradores, 2008). Segundo Foss e Keteyian (1998), a redução de 1 a 3% do peso corporal total, pode causar diminuição do desempenho e diferenças nas respostas fisiológicas. Já a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003) diz que de 2 a 3% na variação da perda de peso leva a um processo de desidratação que pode ocasionar redução no desempenho físico, sede forte, diminuição do apetite entre outros fatores. Tabela 1 Dados da massa corporal de atletas do sexo masculino de natação Amostra Idade (anos) P inicial (kg) P final (kg) % perda de peso 1 26 88 86,3 1,9 2 22 63 61 3,2 3 22 81 77,2 4,7 4 21 72,5 70,9 2,2 5 20 66,5 65,5 1,5 6 19 73 71 2,7 7 19 78 77 1,3 8 18 75,5 74,8 0,9 9 18 81 79,2 2,2 10 19 76 73 3,9 11 18 75 73,8 1,6 12 16 60 60 0,0 13 18 68 66,8 1,8 14 18 62 60 3,2 Média 19,57 72,82 71,18 2,2 DP 2,5 8,1 7,8 1,2 Min 16 60 60 0,0 Máx 26 88 86,3 4,7 DP: desvio padrão CONCLUSÃO Os dados apresentados mostram que os atletas de natação apresentaram uma significante perda hídrica, portanto é preciso conscientiza-los que devem melhorar a reposição hídrica durante o dia a dia. Uma adequada reposição hídrica mantém a hidratação, melhora a saúde e otimiza a performance em indivíduos treinados. Portanto é necessária a conscientização dos atletas quanto à hidratação adequada. Mais estudos relacionados há melhor forma de hidratação de atletas de natação durante e depois da prática dos treinamentos devem ser realizados, devido a grande importância da hidratação para o desempenho nos treinos e campeonatos e por consequência melhora da saúde. REFERÊNCIAS 1- Brito, I.S.S.; Brito, C.J; Fabrini, S.P.; Marins, J.C.B. Caracterização das práticas de hidratação em caratecas do estado de Minas Gerais. Fitness & Performance Journal, Vol.5, Núm.1, p.24-30, 2006. 2- Cohen e colaboradores. Incidência de dor no ombro em nadadores brasileiros de elite.

321 Revista Brasileira de Ortopedia, Vol. 33, Núm.12. 1998. 3- Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do esporte. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina no Esporte, Vol.9, Núm.2, p.1-13, 2003. 4- Fleck, S.J.; Figueira Junior, A.J. Desidratação e desempenho atlético. Revista APEF 1997;12:50-7 5- Foss, M.L.; Keteyian, S.J. FOX Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1998. 6- Guerra, I. Importância da alimentação e da hidratação do atleta. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Vol. 12, Núm. 2, p.159-173, 2004. 7- Lamb, D.R.; Shehata, A.H. Benefícios e Limitações da Pré-hidratação. Sports Science Exchange. Gatorade Sports Science Institute, Vol.12, Núm. 2, 1999. 8- Liberali, R. Metodologia Científica Prática: um saber-fazer competente da saúde à educação. Florianópolis: (s.n.), 2008. 9- Lima, C.D.; Michels, M.F.; Amorim, R. Os diferentes tipos de substratos utilizados na hidratação do atleta para melhora do desempenho. Revista Brasileira Nutrição Esportiva. São Paulo, Vol.1, Núm.1, p.73-83, 2007. 13- Mcardle, W.D.; Katch, F.; Katch, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2011. 14- Passanha, A.; Thomaz, F.S.; Barbosa, L.R.P.; Nacif, M. Perda hídrica em atletas de uma equipe feminina de vôlei. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13, Núm.122, 2008. 15- Pereira, E.R. e colaboradores. Hidratação: Conceitos e formas de avaliação. Revista Científica do Departamento de Ciências Biológicas, Ambientais e da Saúde - Dcbas, Belo Horizonte, Vol. 3, Núm. 2, p.13-24, 2010. 16- Prado, E.S. e colaboradores. Estado de hidratação em nadadores após três diferentes formas de reposição hídrica na cidade de Aracaju - SE. Fit Perf J. Vol. 8. Núm. 3. p.218-25. 2009. 17- Rocha, P.E.C.P. Medidas e avaliação em Ciências do esporte. Rio de Janeiro: 6ª edição. Editora Sprint, 2004. 18- Salum, A.; Liberali, R. Controle de peso corporal x desidratação de atletas profissionais de futebol. Revista digital efdeportes.com, Buenos Aires, ano 10, Núm.92. 19- Tavares, R.G. Estratégias de hidratação antes durante e após exercício em atletas de elite. Revista Digital efdeportes. Ano 13, Núm.123, 2008 10- Luft, C.B.; Krug, M.R. Efeitos da ingestão de bebidas isoenergéticas durante o treinamento de natação. R. da Educação Física/UEM. Maringá, Vol.14, Núm.2, p. 33-39, 2003. 11- Macieira, J. Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto, Vol.3, Núm.2. 2009. 12- Marins, J.C.B.; Dantas, E.H.M.; Navarro, S.Z. Diferentes tipos de hidratação durante o exercício prolongado e sua influência sobre o sódio plasmático. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília. Vol.11. Núm. 1 p.13-22. 2003. Recebido 17/07/2011 Aceito 23/07/2011