Lilian Esquinelato da SILVA UNESP ( ) Inocêncio Fernandes BALIEIRO FILHO UNESP

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SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na (ISBN N. 978-85-98092-14-0) Eixo Temático: (E 7) SOBRE AS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS QUE RELACIONAM ÁLGEBRA E GEOMETRIA: ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO PARA PROPOR UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA DE ENSINO Lilian Esquinelato da SILVA UNESP ( lilian011971@aluno.feis.unesp.br ) Inocêncio Fernandes BALIEIRO FILHO UNESP (balieiro@mat.feis.unesp.br) Resumo: O objetivo da pesquisa que estamos realizando é elaborar e desenvolver com os alunos de uma turma de 9º ano de uma escola pública estadual da cidade de Ilha Solteira atividades de ensino que relacionem os conteúdos algébricos e geométricos para o desenvolvimento de uma compreensão mais abrangente do Teorema de Pitágoras e, com isso, discutir as contribuições do desenvolvimento dessas atividades para a compreensão dos alunos. Temos os seguintes objetivos secundários: discutir as atitudes dos alunos diante da Matemática; discutir as dificuldades dos alunos em conteúdos de álgebra, geometria e em problemas que relacionem essas áreas; discutir as contribuições do desenvolvimento de uma atividade de resolução de problemas para a compreensão dos alunos na resolução de problemas que relacionam álgebra e geometria. Em março de 2012, foram aplicados dois questionários com o objetivo de elaborar um diagnóstico sociocultural dos alunos, compreender as atitudes dos alunos em relação à Matemática e avaliar as dificuldades da turma para resolver problemas que envolvem conteúdos básicos de aritmética, geometria e álgebra. Neste trabalho apresentamos os dados obtidos por meio da aplicação desses questionários. O que podemos afirmar até o momento, é que a atitude dos alunos com relação à matemática está relacionada ao desempenho que eles têm na disciplina. Além disso, os alunos apresentam dificuldades em questões que envolvem o conceito de área. Como nosso objetivo é discutir as contribuições do desenvolvimento de atividade diferenciadas para a compreensão dos alunos na resolução de problemas que relacionam álgebra e geometria, pretendemos, com base nos resultados obtidos, elaborar outras atividades que relacionem esses conteúdos, tendo como foco o Teorema de Pitágoras, segundo a metodologia de resolução de problemas, buscando fazer que os alunos tenham uma nova relação com a disciplina de Matemática e que, dessa forma, possam apresentar atitudes mais positivas. Palavras-chave: Atitudes, Geometria, Álgebra, Resolução de Problemas. Introdução A falta de conhecimento dos conceitos geométricos tem sido um dos fatores que influenciam as dificuldades dos alunos na compreensão da interligação da geometria com a álgebra. Diversos trabalhos publicados nos Anais de recentes congressos da área

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 2 de Educação Matemática (por exemplo, EBRAPEM 2010 e CIAEM 2011) apresentam estudos que discutem tais dificuldades. Dentre esses estudos, destacamos os trabalhos de Melo (2011) e de Kluth (2011) que, além de discutir as dificuldades dos alunos em estabelecer relações entre os conteúdos geométricos e os conteúdos algébricos, apresentam e discutem atividades que foram desenvolvidas com os alunos e que exploram as intersecções entre essas áreas da Matemática. Melo (2011), por exemplo, estuda o procedimento de verificação de igualdades algébricas utilizados por alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Ensino. Como referencia teórica, utiliza a Teoria das Situações Didáticas de Brousseau e o jogo de quadros proposto por Douady e sua abordagem metodológica é a Engenharia Didática proposta por Arigue. Kluth (2011) desenvolve uma pesquisa que envolve o método corpóreo rítmico de ensino de conceitos matemáticos da aritmética e da geometria que foi aplicado na 3º série do Ensino Médio. Seu objetivo era trabalhar o conhecimento geométrico utilizando movimentos corpóreos rítmicos e associando-o ao conceito de segmento, perímetro, área, noção de número como medida (distância ou referente à área) e sequências numéricas. As políticas públicas educacionais têm apontado o uso da resolução de problemas no processo de ensino e de aprendizagem da Matemática como uma metodologia que pode levar os alunos a aprender a aprender. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (BRASIL, 1998), enfatizam que, ao resolver um problema, o aluno elabora hipóteses, faz tentativas, compara seus resultados com os dos seus colegas e verifica se os procedimentos que está utilizando são válidos. (BRASIL, 1998, p. 41). A resolução de problemas, na perspectiva indicada pelos educadores matemáticos, possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e desenvolver a capacidade para gerenciar as informações que estão ao seu alcance. Assim, os alunos terão oportunidade de ampliar seus conhecimentos acerca de conceitos e procedimentos matemáticos bem como de ampliar a visão que têm dos problemas, da Matemática, do mundo em geral e desenvolver sua autoconfiança. (BRASIL, 1998, p. 38).

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 3 Segundo Brousseau (2002), diante das concepções modernas de ensino, esperase que o professor escolha de maneira criteriosa os problemas que serão propostos aos alunos. Tais problemas devem fazer os alunos falar, agir, pensar e evoluir. Ao passo que o aluno trabalha sobre o problema proposto, o professor não deve interferir ou sugerir o conhecimento que se pretende construir. Para Brousseau (2002), o aluno sabe muito bem que o problema foi escolhido para ajudá-lo a adquirir um novo conhecimento, mas ele também deve saber que esse conhecimento é possível de ser construído em virtude da lógica interna do problema. Nesse contexto, o objetivo da pesquisa que estamos realizando é elaborar e desenvolver com os alunos de uma turma de 9º ano de uma escola pública estadual da cidade de Ilha Solteira uma atividade de ensino que relacione os conteúdos algébricos e geométricos, por meio do Teorema de Pitágoras e discutir as contribuições do desenvolvimento dessa atividade para a compreensão dos alunos. Para isso, temos os seguintes objetivos secundários: 1) discutir as atitudes dos alunos diante da Matemática; 2) discutir as dificuldades dos alunos em conteúdos de álgebra, geometria e em problemas que relacionem essas áreas; 3) discutir as contribuições do desenvolvimento de atividades diferenciadas para a compreensão dos alunos na resolução de problemas que relacionam álgebra e geometria. Neste trabalho apresentamos e discutimos os resultados obtidos por meio da aplicação de dois questionários. O primeiro buscou diagnosticar as dificuldades dos alunos em conteúdos de álgebra, geometria e em problemas que relacionam essas áreas. O segundo teve como objetivo compreender as atitudes dos alunos em relação à Matemática. Metodologia: Coleta e Análise de Dados O trabalho vem sendo realizado com uma turma do 9º ano em uma escola estadual de Ilha Solteira. Os sujeitos da pesquisa são jovens de 15 a 17 anos. Em março de 2012, foram aplicados dois questionários com o objetivo de elaborar um diagnóstico sociocultural dos alunos, compreender as atitudes dos alunos em relação à Matemática e avaliar as dificuldades da turma para resolver problemas que envolvem conteúdos básicos de aritmética, geometria e álgebra. O primeiro questionário

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 4 era composto de 5 questões matemáticas (dois exercícios, sendo o primeiro deles com 4 itens) que relacionavam conteúdos de álgebra e geometria e o segundo de 9 questões sobre atitudes dos alunos em relação ao estudo e a aprendizagem de Matemática. Neste trabalho apresentamos os resultados desses questionários. O primeiro questionário foi aplicado em 22 de março. Esse questionário foi elaborado tomando-se por base questões da Prova Brasil - 2011 e das Experiências Matemáticas 8ª série (SÃO PAULO, 1994). Modelo do 1º Questionário Nome: 1) Dados os retângulos abaixo responda as seguintes questões: a) Qual é a razão do lado AB com o lado EF? b) Qual é a razão do lado AC com o lado EG? c) Encontre a razão do perímetro do retângulo ABCD com o perímetro do retângulo EFGH. d) Encontre a razão da área do retângulo ABCD com a área do retângulo EFGH. 2. Encontre a área dos quadrados tal que a razão seja 0,694444444444... Para facilitar, primeiro encontre a fração equivalente à dízima dada. Resultados Obtidos Questão 1

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 5 Essa questão tinha como objetivo avaliar a capacidade dos alunos de resolver problemas que envolvem o conceito de geometria e encontrar a razão de um lado de um retângulo com o lado de outro. Nesta questão os alunos deveriam mostrar que sabiam identificar o lado de um polígono regular, calcular proporções e reconhecer dízimas, que era o conteúdo estudado neste período. Diante dos resultados, mostrados no gráfico acima, podemos afirmar que a maioria dos alunos não teve dificuldades para resolver esse item da questão. Questão 2

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 6 Este item tinha como objetivo averiguar a interpretação dos alunos no cálculo de proporções relacionadas aos lados dos retângulos. Após encontrar a representação fracionária que representasse essa proporção, orientamos os alunos a encontrar um número que representasse esta razão por meio de uma divisão. Com isso, eles poderiam observar se o decimal que foi calculado poderia ser classificado como uma dízima periódica, ou não. Com esse item, queríamos que os alunos observassem que por meio das proporções podemos relacionar os conceitos de geometria, podendo então, encontrar dízimas (que foi o conteúdo estudado no 1º bimestre). Questão 3 Neste item, o objetivo era também explorar o cálculo da proporção utilizando outro conceito de geometria que é o de perímetro. Depois de efetuarem a divisão, os alunos poderiam notar a presença do número racional que eles estavam estudando. Questão 4 Com esse item, o intuito era verificar o conhecimento dos alunos sobre o conceito de área de retângulos. Aproveitamos a questão para que eles pudessem observar, por meio da proporção de áreas, a presença dos números decimais, que podem ser classificados, neste caso, com uma dízima periódica.

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 7 Questão 5 Nessa questão, tínhamos como objetivo verificar, especialmente, a habilidade dos alunos em transformar a representação em dízima periódica em representação

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 8 fracionária. Após encontrar a representação fracionária, eles poderiam estabelecer uma associação entre o numerador e a área do quadrado de lado a e o denominador e a área do quadrado de lado b. Assim, era possível encontrar o lado desses quadrados, ou seja, encontrar o valor de a e o valor de b. Questionário 2 O segundo questionário foi aplicado no dia 23 de março. Nesse dia, dos 34 alunos da turma, 25 estavam presentes. Esse questionário foi elaborado tomando-se por base questões da tese de doutorado de Brito (1996). Modelo do Questionário 2 Nome: 1) Qual é a pessoa de sua família que você mais admira? Qual é a profissão dela? Você gostaria de seguir a profissão desta pessoa que admira? 2) Em casa, você recebe ajuda em seu estudo ou em suas tarefas diárias de Matemática? ( )Sim ( ) Não Se responder sim, quem te ajuda? 3) Coloca as matérias em ordem de que você mais gosta até que a última seja a que você menos gosta. 4) Quantas vezes na semana você estuda Matemática? 5) Dentre os conteúdos de Matemática visto nos anos anteriores, quais os dois mais gosta? 6) Se alguém perguntasse para você quanto você estuda Matemática?, qual das respostas abaixo você daria? Escolha apenas uma delas. ( ) Sempre estudo Matemática. ( ) Estudo Matemática só na véspera da prova ( ) Estudo Matemática só no final do ano

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na ( ) Nunca estudo Matemática. 7) Você tem aulas particulares de Matemática? ( ) Sim, sempre faço minhas tarefas nas aulas particulares. ( ) Só quando está perto de provas. ( ) De vez em quando. ( ) Não faço aula particular de Matemática. 9 8) Complete as seguintes frases: a) Quando eu ouço a palavra Matemática, eu tenho um sentimento de: b) Eu gosto do conteúdo de Matemática que estuda: c) Eu não gosto do conteúdo de Matemática que estuda: 9) Para você obter boas notas em Matemática, o que você acha que é preciso? A análise dos dados obtidos mostra que a maioria dos alunos não recebe ajuda para fazer as tarefas de casa, não têm o hábito de estudar durante a semana e que só estudam na véspera das provas. Em uma das questões, foi solicitado que os alunos colocassem as matérias escolares em ordem, começando das que mais gostavam até as que menos gostavam. Dos 25 alunos que responderam ao questionário, apenas 4 colocaram a disciplina de Matemática entre as três primeiras. Em outra questão, perguntamos quais os dois conteúdos de Matemática, vistos nos anos anteriores, que eles mais tinham gostado. Dois alunos responderam Geometria, 1 notação científica e frações, 2 frações, 2 mais e menos, 2 bolinhas, 1 raiz quadrada, 2 dízima periódica e frações, 6 responderam nenhum, 4 não responderam a questão e 1 respondeu que gostava de todos, 1 que gostava dos conteúdos da 7ª série e 1 que gostava dos conteúdos do ano anterior. Sobre a relação com a Matemática os adjetivos usados pelos alunos foram tristeza, desânimo, raiva, sofrimento, cansaço, perda de tempo, tortura e preguiça. O que podemos afirmar até o momento, é que a atitude dos alunos com relação à matemática está relacionada ao desempenho que eles têm na disciplina. Considerações Finais

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 10 Com os resultados obtidos por meio do primeiro questionário, percebemos que os alunos conseguiram resolver as questões que tratavam de razões entre lados de retângulos, mas tiveram dificuldades nas questões que envolviam área. O motivo desses resultados é um ponto que pretendemos investigar melhor. As relações entre geometria e álgebra, foram exploradas no primeiro questionário mediante exercícios que relacionavam razão (entre lados, entre perímetros e entre áreas de retângulos) e dízimas. Os alunos parecem ter compreendido essas relações, mas devemos lembrar que o conteúdo sobre dízimas estava sendo estudado na ocasião da aplicação do questionário. Assim, para discutir as dificuldades dos alunos em conteúdos de álgebra, geometria e em problemas que relacionem essas áreas, precisamos aprofundar nossas investigações. Como nosso objetivo é discutir as contribuições do desenvolvimento de atividade diferenciadas para a compreensão dos alunos na resolução de problemas que relacionam álgebra e geometria, pretendemos, com base nos resultados obtidos, elaborar outras atividades que relacionem esses conteúdos, tendo como foco o Teorema de Pitágoras, segundo a metodologia de resolução de problemas, buscando fazer que os alunos tenham uma nova relação com a disciplina de Matemática e que, dessa forma, possam apresentar atitudes mais positivas. Referências BRASIL (MEC/SEF). Parâmetros Curriculares Nacionais Matemática. Brasília: MEC-SEF, 1998. BRITO, M. R. F. Um Estudo sobre as Atitudes em Relação à Matemática em Estudantes de 1º e 2ºgraus. 1996. 338 f. Tese (Doutorado em Educação) Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996. BROUSSEAU, G. Theory of Didactical Situations in Mathematics. New York: Kluwer, 2002. KLUTH, V. S. Aproximações entre Aritmética e Geometria: um resgate fenomenológico de aspectos humanos na construção do conhecimento matemático. Em Anais da XIII Conferência Interamericana de Educação Matemática. Recife: Edumatec - UFPE, 2011. MELO, A. F.; FREITAS, J. L. M. Verificação de Igualdades Algébricas por meio de mudanças de quadros no Ensino Fundamental. Em Anais da XIII Conferência Interamericana de Educação Matemática. Recife: Edumatec - UFPE, 2011.

SILVA, L. E.; BALIEIRO FILHO, I. F. Sobre as Dificuldades dos Alunos na 11 SÃO PAULO (Secretaria de Estado da Educação/Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas). Experiências Matemáticas 8ª série. São Paulo: SEE- CENP, 1994.