Efeito do preparado homeopático Rhus toxicodendron em água aquecida.

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Transcrição:

IV Fórum Regional de Agroecologia Semeando oportunidades, colhendo um futuro 9 a 11 de junho de 2011 Efeito do preparado homeopático Rhus toxicodendron em água aquecida. INÁ LIMA REIS 1, FILIPE PEREIRA GIARDINI BONFIM 2, DANIELA BOANARES DE SOUZA 3, GABRIELA DEBORTOLI ROMANO 4, JORDANY APARECIDA DE OLIVEIRA GOME 5, NATHALIA DE SOUZA PARREIRAS 6, VICENTE WAGNER DIAS CASALI 7. 1 Engenheira Agrônoma, Mestranda em Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa inagervasio@yahoo.com.br 2 Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa filipegiardini@yahoo.com.br 3 Bióloga, Universidade Federal de Viçosa daniboanares@yahoo.com.br 4 Graduanda em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa gabidebortoliromano@yahoo.com.br 5 Graduanda em agronomia, Universidade Federal de Minas Gerais jordanyufmg@hotmail.com 6 Graduanda em agronomia, Universidade Federal de Minas Gerais nathaliaparreiras@ig.com.br 7 Engenheiro Agrônomo, M.S. Fitotecnia, Ph.D., Professor titular do Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa vwcasali@ufv.br RESUMO: A homeopatia Rhus toxicodendron é feita a partir da planta sumagre venenoso ou hera venenosa da família Anacardiaceae. A planta contém ácido gálico, flavonóides e uruóis (nitração do grupo uroxilo) que atua como veneno sistêmico, penetrando nos tecidos, provoca queimaduras severas. Os preparados de ultradiluições (homeopatia) desta planta denominados Rhus tox, são frequentemente recomendados pelos terapeutas em situações em que há febre. As altas diluições do preparado provocam reações do organismo que permitem a reestabilização cessando o estado febril. O uso de preparados de altas diluições em água ainda é pouco estudado, entretanto, é de suma importância devido ao comportamento físico-químico diferenciado da água. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de seis dinamizações de Rhus tox em água 40 C (representando o estado febril), observando o tempo de redução de temperatura da água (40 C), pela estabilização da água em temperatura ambiente (25 C). Os preparados de alta diluição de Rhus tox exercem ação sobre a água. Dentre as seis dinamizações de Rhus tox utilizadas no experimento a Rhus tox 3CH foi mais eficiente na redução da temperatura. PALAVRAS-CHAVE: água aquecida, ultra diluições, Rhus tox fauna e flora. ABSTRACT ABSTRAT: Homeopathy Rhus toxicodendron is made from the plant sumagre venenoso or hera venenosa of the family Anacardiaceae. The plant contains gallic acid, flavonoids and uruois (nitration uroxilo group) which acts as a systemic poison, penetrating into the tissues, causes severe burns. The preparations of highly diluted (homeopathic) this plant called Rhus tox, is often recommended by therapists in cases of fever. The high dilutions produce reactions in the body that allow ceasing the fever. The use of high dilutions prepared in water has been little studied, however, is of great importance due to the physical and chemical response of water. The objective was to evaluate the effect of six dynamizations of Rhus tox 39

in water 40 C (representing the fever), observing the time of reduction in water temperature (40 C), the stabilization of water at room temperature (25 C). Rhus tox CH 3 was more effective in reducing the water temperature differed from the control by Tukey test at 5%. The preparations of high dilution of Rhus tox exert on the water. Among the six of Rhus tox dynamizations of the experiment 3CH Rhus tox was more effective in lowering the temperature. KEYWORS: warm water, high dilutions, Rhus tox. INDRODUÇÃO: há múltiplos usos da água, como: abastecimento doméstico; industrial; agricultura; recreação e lazer; geração de energia; navegação; diluição de despejos; harmonia paisagística; preservação da fauna; preservação da flora; irrigação, entre outros (MARENGO 2008). A aquicultura, alternativa à pesca em mares e rios e consiste na produção de organismos aquáticos em algum tipo de confinamento. A atividade vem sendo realizada por agricultores agroecológicos que tem lagoa ou represa em sua propriedade cujo volume de água pode variar durante o ano. A alteração da temperatura da água pode influenciar suas condições originais. Na piscicultura ou mesmo nos oceanos e lagoas a temperatura da água exerce influência, por exemplo, sobre solubilidade do oxigênio na água que reduz com o aumento da temperatura. O consumo de oxigênio é praticamente duplicado a cada 10 o C de aumento na temperatura da água (KUBITZA, 1998). Os peixes são pecilotérmicos, a temperatura do corpo é alterada em função da temperatura ambiente. O desmatamento próximo aos rios pode levar ao assoreamento dos leitos, aumento da luminosidade e temperatura, alteração dos microambientes onde vivem os peixes. Diante das dramáticas alterações ambientais, as populações de peixes sensíveis a estes fatores podem ser drasticamente reduzidas ou mesmo extintas localmente (SABINO, 1996). Portanto o aumento da temperatura em rios, lagos e oceanos causados por ação antrópica podem influenciar a flora e a fauna favorecendo algumas espécies. Alterações antropogênicas como a construção de barragens ou desvios de rios podem provocar alterações na temperatura das águas. Menores volumes de água afetam a profundidade e podem resultar em homogeneidade vertical da temperatura. As cheias são esperadas em meses mais quentes, porém, a ausência de bons repontos pode favorecer o aquecimento das águas. (CARVALHO, 2002). Apesar da simplicidade da molécula, a água manifesta comportamento complexo na transição de suas fases, como no seu estado líquido, mediante a multiplicidade de manifestações. A água reflete nas variáveis ou fatores que interagem entre si a complexidade das respostas aos estímulos (BELLAVITE, 2002). O uso de preparados de altas diluições em água ainda é pouco estudado, entretanto, é de suma importância devido ao comportamento físico-químico diferenciado da água. A homeopatia Rhus toxicodendron é feita a partir da planta sumagre venenoso ou hera venenosa da família Anacardiaceae (CASALI et al., 2009). Esta planta contém ácido gálico, flavonóides e basicamente uruóis (nitração do grupo uroxilo) que atua como veneno sistêmico, pois penetra nos tecidos, provocando queimaduras severas (FREITAS et al., 1995). A homeopatia desta planta, Rhus tox, é muito usada pelos terapeutas em situações de febre. Este preparado homeopático provoca reações que permitem a reestabilização do organismo cessando o estado febril. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de seis dinamizações de Rhus tox em água a 40 C (representando o estado febril), observando o tempo de redução de temperatura da água (40 C), pela estabilização da água em temperatura ambiente (25 C). 40

MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi conduzido no Laboratório de Homeopatia, Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa MG, Brasil,(DFT/UFV). As homeopatias (Rhus tox 3CH, Rhus tox 5CH, Rhus tox 7CH, Rhus tox 9CH, Rhus tox 11CH e Rhus tox 13CH) foram escolhidas segundo o conhecimento gerado na experimentação de preparados homeopáticos (elaborados dentro da farmacotécnica preconizada por Hahnemann) e indicações em quadros febris (CASALI et al., 2009). O preparado de alta diluição Rhus tox 3CH foi adquirido em Farmácia Homeopática idônea, da cidade de Viçosa, a partir da qual foram preparadas as demais dinamizações no Laboratório de Homeopatia na Universidade Federal de Viçosa segundo as técnicas oficiais da Farmacopéia Homeopática Brasileira e Manual de Normas técnicas para Farmácia Homeopática (1997). Foi respeitada a relação 1:100, utilizou-se uma gota da homeopatia em 99 gotas do veículo, neste caso etanol 70%. A sucussão foi realizada em laboratório no dinamizador tipo braço mecânico, modelo DENISE 10-50 (AUTIC). Aos frascos com os tratamentos foi aplicado o procedimento duplo cego no qual o examinador não sabe o que está sendo aplicado evitando assim interferência do mesmo ao conduzir o experimento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições e sete tratamentos (Rhus tox 3CH, Rhus tox 5CH, Rhus tox 7CH, Rhus tox 9CH, Rhus tox 11CH, Rhus tox 13CH e etanol 70% como testemunha) totalizando 28 parcelas experimentais. A variável avaliada foi o tempo de estabilização entre a temperatura da água (25º C) e a água aquecida (40º C). Durante a condução do experimento foram utilizados béqueres de vidro de volumes distintos, totalizando 28 béqueres menores (capacidade 250 ml) e 28 béqueres maiores (capacidade 1000 ml). Os béqueres foram acondicionados dentro de caixas de isopor com tampa no período de condução do experimento, com intuito de isolar o efeito do ambiente. As temperaturas da água contida no béquer menor e no béquer maior foram medidas através dos eletrodos do Indicador Alutal FAY500All que possui sistema de medição de temperatura por meio de eletrodos que atuam independentemente. O uso do aparelho permitiu que as quatro repetições de um tratamento fossem realizadas simultaneamente, sendo as temperaturas no interior de cada béquer medidas individualmente. A um béquer com capacidade de 1000 ml, já instado no interior da caixa de isopor, foi adicionado 300 ml de água a 25 C em seguida, outro béquer com capacidade de 250 ml contendo 150 ml de água a 40 C foi acondicionado dentro do béquer maior. Os tratamentos foram aplicados à água à 40 C, a caixa de isopor foi tampada e foram feitas as leituras. O tempo decorrido até a estabilização entre as duas temperaturas foi medido em cronômetro digital. Foram aplicadas em cada repetição cinco gotas do tratamento. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, no software SAEG 9.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a análise de variância do tempo de estabilização entre a temperatura da água ambiente (25ºC) e a temperatura da água aquecida (40º C) em resposta a aplicação das seis dinamizações de Rhus tox pelo teste F a 5% de probabilidade mostrou-se significativa pelo teste F a 1% de probabilidade, ou seja, os tratamentos promoveram ação sobre a água. 41

Tabela 1 - Resumo da análise de variância do tempo de estabilização entre a temperatura da água ambiente (25ºC) e a temperatura da água aquecida (40º C) em resposta a aplicação de seis dinamizações de Rhus tox e etanol 70% como testemunha. F.V. G.L. Quadrado Médio Tempo Tratamentos 6 18,781** Resíduos 23 4,177 Total 29 C.V. 17,918 ** - Significativo a 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. ns - Não significativo a 5% de probabilidade pelo teste F. As amostras tratadas com Rhus tox 11CH e 13CH apresentaram maiores médias, ou seja, maior tempo até a estabilização da temperatura. As amostras tratadas com Rhus tox 3CH apresentaram médias menores, ou seja, a estabilização da temperatura aconteceu de forma rápida mostrando-se estatisticamente inferior à testemunha etanol 70%. Logo Rhus tox 3CH foi mais eficiente na redução do tempo de estabilização, possivelmente devido à capacidade de redução da temperatura da água a 40 C, diferindo estatisticamente da testemunha, pelo teste Tukey a 5%. Tabela 2 Valores médios do tempo de estabilização entre a temperatura da água ambiente (25ºC) e a temperatura da água aquecida (40º C) em resposta a aplicação de seis dinamizações de Rhus tox e etanol 70% como testemunha. Tratamentos Tempo Etanol 70% (testemunha) 10,75 ab Rhus tox 3CH 8,50 b Rhus tox 5CH Rhus tox 7CH Rhus tox 9CH Rhus tox 11CH Rhus tox 13CH 11,00 ab 9,75 ab 9,75 ab 14,50 a 13,50 a - As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra minúscula na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 42

Figura 1- Gráfico de barras, comparação dos valores médios do tempo de estabilização entre a temperatura da água ambiente (25ºC) e a temperatura da água aquecida (40º C) em resposta a aplicação de seis dinamizações de Rhus tox e etanol 70%. CONCLUSÕES: Substâncias ultradiluídas exercem ação sobre propriedades físicas da água. O uso do preparado homeopático Rhus toxicodendron 3CH foi eficiente na redução da temperatura da água aquecida. REFERÊNCIAS BASTIDE, M. Teorias interpretativas sobre as ultradiluições e evidências a favor. In: PALESTRA CULTURA HOMEOPÁTICA, São Paulo, 2006. Anais... São Paulo 2006. v.16, p 22-30. BELLAVITE, P. Medicina Biodinâmica: a força vital, suas patologias e suas terapias. Papirus editora, Campinas-SP, 2002, 480p. CARVALHO, A. R. Conhecimento ecológico no varjão do alto rio Paraná: alterações antropogênicas expressas na linguagem dos pescadores Revista Acta Scientiarum Maringá, v. 24, n. 2, p. 581-589, 2002. CASALI, V.W.D.; ANDRADE, F.M.C.; DUARTE, E.S.M. Acologia de Altas Diluições, Viçosa: UFV. 2009. 537p. FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA. 2.ed. São Paulo, ATHENEU,1997 FIGUEIREDO, C. C. Propriedades físico-químicas da água com preparados homeopáticos. 2009. 68p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2009. FREITAS, F.J & CASTRO, L.P. Medicamentos homeopáticos usados em ortopedia em dois casos clínicos. Homeopatia Brasileira, v.2, p. 177-181, 1995. 43

KUBITZA, F. Qualidade da Água na Produção de Peixe Revista Panorama da Aquicultura, v.8 n.47 p.35-41, 1998. LISBOA, S. P. Alterações das propriedades físico químicas da água tratada com homeopatia. 2010. 57p. Tese (Doutorado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2010. MARENGO,J. A. Água e Mudanças Climáticas Revista Estudos Avançados, v.22 n.63, p.83-96, 2008. SABINO, J. 1996. Peixes de riachos da floresta atlântica: introdução à ecologia e conservação. In: Workshop Padrões de Distribuição da Diversidade da Mata Atlântica do Sul e Sudeste Brasileiro, Campinas. SAEG. Sistema de análises estatísticas (Software). Universidade Federal de Viçosa. 2010. Disponível em http://www.ufv.br/saeg/download.htm. 44