Transportes Que presente?

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Transcrição:

: Transportes Que presente? Autores: Abel Santos Luís Rodrigues Nuno Paiva Paulo Morais Ricardo Oliveira Grupo: MEC613 Docente: Prof. José Duarte Monitor: Rafael Correia Outubro 2011

Resumo Este relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular Projecto FEUP e tem como objectivo dar a conhecer os diferentes meios de transporte, mais concretamente na cidade do Porto. Inicialmente realizou-se uma síntese sobre a evolução que os transportes foram sofrendo ao longo dos últimos anos. Posteriormente abordaram-se os diferentes meios de transporte, sendo os transportes terrestres públicos aqueles que foram alvo de uma maior pesquisa por parte do grupo de trabalho. Para concluir foi realizada uma pesquisa sobre os principais transportes públicos utilizados na cidade do Porto a fim de tentar dar resposta à questão principal: Que presente? 2

Palavras-chave: Meios de transporte Evolução Ambiente Economia Vantagens Desvantagens Porto Metro STCP 3

Agradecimentos Para o desenvolvimento deste trabalho foi essencial a colaboração dos vários elementos do grupo, que tornaram possível a realização do mesmo. Desta forma, agradece-se ao nosso monitor, Rafael Correia, que nos ajudou e orientou, sempre que preciso, e ao Professor José Duarte, que nos aconselhou quanto ao rumo a tomar no desenvolvimento deste mesmo projecto. 4

Índice Resumo... 2 Agradecimentos... 4 Lista de Figuras... 6 Lista de Tabelas... 6 Lista de Gráficos... 6 Lista de Abreviaturas, Unidades, Símbolos e Acrónimos... 7 Introdução... 8 Capítulo 1 - Evolução Histórica dos Transportes... 9 Capítulo 2 Transportes Terrestres de Passageiros (Públicos)... 10 2.1 - Quais são?... 10 2.2.1 Metropolitano... 10 2.2.2 Autocarro... 11 2.2 Questão Ambiental... 12 2.2.1 - Emissões crescentes de GEE... 13 2.3 - Questão Económica... 13 2.3.1 Na actualidade... 15 2.3.1.1 Gestão Conjunta entre STCP e Metro do Porto... 15 Capítulo 3 Vantagens e Desvantagens... 16 3.1 Metropolitano... 16 3.2 Autocarro... 16 Capítulo 4 Dados Estatísticos... 17 4.1 Metro do Porto... 17 4.2 STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto)... 21 4.3 Gráficos Comparativos de 4.1 e 4.2... 22 Conclusão... 24 Lista de Referências Bibliográficas... 25 5

Lista de Figuras Figura 1 Logótipo da OCDE... 13 Figura 2 Logotipo Metro do Porto... 15 Figura 3- Logotipo STCP... 15 Figura 4 Representação da área de abrangência pelo Metropolitano do Porto... 17 Figura 5 Dados do metro do Porto...20 Lista de Tabelas Tabela 1 Extensões das maiores redes de metropolitano mundiais... 11 Tabela 2 Vantagens e Desvantagens do Metropolitano... 16 Tabela 3 Vantagens e Desvantagens do Autocarro... 17 Tabela 4 Dados por Cidade, Área, Densidade Populacional e População Abrangida... 18 Lista de Gráficos Gráfico 1 Emissões e Energia Consumida entre Portugal e a UE... 12 Gráfico 2 Passageiros Metropolitano... 18 Gráfico 3 Usuários do Metropolitano por cidade... 19 Gráfico 4 Comparativo da Extensão e Estações do Metro do Porto...20 Gráfico 5 Passageiro do STCP... 21 Gráfico 6 Gastos Operacionais... 21 Gráfico 7 Gráfico comparativo dos passageiros da STCP e Metro... 22 Gráfico 8 Numero de km efectuados pelos passageiros da STCP e do Metro.. 23 6

Lista de Abreviaturas, Unidades, Símbolos e Acrónimos STCP Sociedade de Transportes Colectivos do Porto UE União Europeia AIE Agência Internacional de Energia OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico GEE Gases de Efeito de Estufa PEC Plano de Estabilidade e Crescimento 7

Introdução O grupo 13 da turma 1m4 do curso Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, tem como tema os transportes na perspectiva presente e como objectivo abordar a perspectiva económica e ambiental dos transportes terrestres urbanos nomeadamente, o metropolitano e o autocarro. Para tal, iremos apresentar as principais vantagens e desvantagens de cada um, com o intuito de obter uma perspectiva geral de ambos. Por último apresentaremos dados relativos ao Metro do Porto bem como do STCP. 8

Capítulo 1 - Evolução Histórica dos Transportes Os transportes são imprescindíveis nas sociedades actuais e encontram-se em constante evolução. Transporte é sinónimo de uma actividade que visa levar algo através do espaço, ou seja, de um lugar para outro. Os diferentes modos de transporte possuem uma rede (conjunto de estradas, vias-férreas, rios navegáveis, canais, oleodutos e gasodutos que se interligam, formando uma malha mais ou menos densa). A grande flexibilidade e mobilidade dos transportes terrestres permitiram o maior distanciamento entre as áreas de residência e as áreas de trabalho, levando à expansão das cidades. Os transportes são muito importantes para o desenvolvimento das regiões. O aumento da mobilidade permitiu desenvolver o comércio e, consequentemente, as actividades produtivas, quer a nível regional, quer a nível internacional, diminuir as assimetrias regionais e a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população. Ao mesmo tempo, ajudou à expansão de novas formas de organização do espaço, referindo-se a título de exemplo o crescimento dos subúrbios nas grandes cidades, à redistribuição espacial da população, como a eclosão e intensificação de movimentos migratórios, assim como à massificação de fenómenos sociais, culturais e económicos, como é o caso do turismo. A configuração e características da rede portuguesa de infra-estruturas de transportes terrestres é o resultado de esforços empreendidos por homens que, por razões económicas, políticas, sociais e/ou militares, foram (re) construindo ao longo do tempo uma malha viária condicionada por factores geográficos e pelos avanços técnicos, procurando responder a dinâmicas territoriais sucessivamente mais complexas. Herdou-se uma rede cuja estrutura actual revela um percurso de luta pela minimização dos tempos de deslocação e de combate à penosidade das viagens, em função do que, em cada momento, se julgava mais pertinente: ligar as áreas de maior densidade de ocupação, motivar o crescimento nas outras, responder a estratégias de (re) ordenamento do território nacional e/ou nas suas ligações com Espanha e à 9

Europa ou, ainda, para satisfazer o capricho de alguns particulares e protagonistas da vida política e económica. Capítulo 2 Transportes Terrestres de Passageiros (Públicos) 2.1 - Quais são? 2.2.1 Metropolitano A definição recente de metropolitano é muitas vezes confundida com outros meios de transporte do género, pelo que foram estabelecidas três condições fundamentais que o caracterizam: Um sistema de transporte urbano eléctrico; Independente do restante do tráfego (circulação em sítio próprio, geralmente subterrâneo); Frequente, ou seja, com tempo de espera do próximo comboio reduzido; Para ser considerado metropolitano não necessita forçosamente de ser subterrâneo, dado que as suas linhas podem ser subterrâneas, terrestres ou elevadas. Apesar do mais comum ser o subterrâneo, as características da linha dependem muito da topografia do terreno, pelo que a técnica varia de linha para linha. Em todo o mundo existem cerca de 140 redes de metrôs, as quais se distinguem entre si, devido às condições do terreno e as metas de cada projeto. Alguns destes sistemas estagnaram o crescimento logo após a inauguração, enquanto outros mantiveram um crescimento regular ao longo do tempo. 10

Rede de Metropolitano Xangai Nova Iorque Londres Tóquio Seul Moscovo Madrid Pequim Paris 420km 418km 408km 292 Km 286 Km 269 Km 226 Km 226 Km 212 Km Extensão Tabela 1 Extensões das maiores redes de metropolitano mundiais 2.2.2 Autocarro A designação dos veículos automóveis de transporte de passageiros varia de país para país e mesmo de região para região, contudo em Portugal o termo utilizado é autocarro. Este termo foi usado, desde o século XIX, para designar um tipo de transporte coletivo de passageiros puxado a cavalo, usado nas grandes cidades do mundo, com características e funções muito semelhantes aos transportes colectivos atuais. Na actualidade as companhias de transporte procuram estabelecer uma rota baseada num número aproximado de passageiros na área a ser tomada. Uma vez estabelecida a rota, são construídos paragens de autocarro a0 longo dessa rota. Para aumentar a capacidade da rede de transportes, muitas cidades estão a aderir à construção de vias exclusivas para autocarros, o que permite uma fuga ao elevado congestionamento, principalmente em horas de ponta. 11

2.2 Questão Ambiental A eficiência energética do sector dos transportes em Portugal não tem aumentado, encontrando-se a percentagem de utilização de energia devida a este sector nos 33%, enquanto a média Europeia é de cerca de 28%. A intensificação de motorização, a utilização de veículos cada vez mais potentes e índices de ocupação mais baixos têm-se sobreposto ao acréscimo de eco-eficiência obtido por avanços tecnológicos. As figuras seguintes permitem comparar a contribuição do sector dos transportes para as emissões dos poluentes mais directamente relacionados com este sector. Na Figura abaixo verifica-se que, para o ano de 1996, essas contribuições eram superiores na UE às verificadas em Portugal para todos os poluentes, à excepção dos óxidos de azoto. Gráfico 1 Emissões e Energia Consumida entre Portugal e a UE 12

2.2.1 - Emissões crescentes de GEE Numa estimativa desenvolvida recentemente pela Agência Internacional de Energia (AIE) considera-se que as emissões de CO2e do sector dos transportes irão continuar a aumentar anualmente a um ritmo de 1,6% até 2030 (OCDE, 2009). Os impactes negativos no ambiente, nomeadamente ao nível do fenómeno do aquecimento global, fortemente relacionados com a Figura 1 Logótipo da OCDE dependência dos combustíveis fosseis são consequência da forma que a evolução do sector dos transportes tem vindo a assumir Torna-se, assim, urgente impor um novo modelo de evolução no sector que tenha em consideração as emissões de GEE, de forma a limitar esta tendência. Existe, actualmente, a percepção que às políticas de mitigação no sector se encontram associados elevados custos, principalmente quando considerados os custos de investimento inicial. 2.3 - Questão Económica As infra-estruturas de transportes como estradas, pontes, túneis, vias férreas, aeroportos, portos marítimos e fluviais têm contribuído para reduzir as distâncias, permitindo ultrapassar barreiras físicas como rios e montanhas, condicionando a acessibilidade das regiões e, por isso, o seu desenvolvimento económico e social. Actualmente, os transportes: São responsáveis pela crescente mobilidade das pessoas para os empregos, nas deslocações quotidianas, nas viagens de turismo, promovem o aproveitamento dos recursos endógenos (exploração dos recursos locais) Facilitam o desenvolvimento do comércio e das actividades produtivas Permitem a difusão de ideias, de culturas e de técnicas Estruturam o espaço urbano 13

Promovem a troca de produtos, bens, pessoas, informação (interacção espacial) entre as diversas regiões dentro do país e entre os diferentes povos do mundo Promovem as actividades económicas e sociais, permitindo a implantação da indústria, o alargamento dos mercados (intensificam as trocas comerciais) e o aumento da produção Geram uma multiplicidade de serviços e de comércio e actividades produtivas Criam emprego Facilitam a divisão internacional do trabalho Flexibilizam a localização das actividades económicas Permitem uma melhor e mais rápida distribuição de bens (produtos, equipamentos e matérias-primas) e serviços, traduzindo-se na subida do nível médio de vida da população Permitem a mobilidade da população (casa / trabalho, viagens de negócios, turismo...) Facilitam o intercâmbio de técnicas e constituem um factor de aproximação de povos e culturas Quebram o isolamento das regiões desfavorecidas Atenuam as assimetrias socioeconómicas regionais Permitindo a especialização, o aumento de rendimento, de produtividade e dispersão das actividades económicas, permitem o desenvolvimento integral das diferentes regiões Um sistema de vias de comunicação desenvolvido e eficiente (grande acessibilidade) indica a grande mobilidade da comunidade à procura das suas necessidades, assegurando às populações e agentes económicos iguais oportunidades de aceder a níveis de serviços elevados e com características idênticas. 14

2.3.1 Na actualidade 2.3.1.1 Gestão Conjunta entre STCP e Metro do Porto O Governo assume no PEC IV a decisão de avançar com gestão conjunta entre STCP e Metro do Porto. O objectivo é "promover uma maior coordenação e complementaridade das ofertas de serviços e, simultaneamente, reduzindo custos", lê-se no documento entregue hoje na Assembleia da República. A racionalização da rede da Refer, com a desclassificação de linhas ou troços, já estava prevista no anterior PEC, mas outra novidade é a tentativa de separação das áreas de regulação e regulamentação no sector dos transportes, tendo por base estudos de viabilidade da operação, assim como a criação de um regulador único no sector. Figura 2 Logotipo Metro do Porto Figura 3- Logotipo STCP 15

Capítulo 3 Vantagens e Desvantagens 3.1 Metropolitano Vantagens Económico para o transporte de pessoas a médias e longas distâncias. Meio de transporte regular, confortável e seguro. Menos poluente e com menor consume de recursos. Impacto ambiental reduzido. Pequeno consumo de energia, por cada unidade transportada. Rápido pois não tem congestionamentos. Fraca sinistralidade. Elevada capacidade de carga Permite viagens rápidas. Desvantagens Fraca flexibilidade Limitações da rede - itinerários fixos, implicando a troca de linha. Os elevados investimentos na construção e manutenção das linhas férreas. Este facto também explica que sejam os países desenvolvidos que têm as maiores e melhores redes de metropolitano. Elevados investimentos na manutenção e construção dos equipamentos e de infra-estruturas. Tabela 2 Vantagens e Desvantagens do Metropolitano 3.2 Autocarro Vantagens Dispõe de uma rede muito ramificada extensa/densa. Prático, rápido e económico para curtas e médias distâncias. As sociedades de transportes não necessitam de grandes investimentos (além do custo dos veículos). Grande mobilidade, comodidade e flexibilidade nos itinerários, Desvantagens Elevada sinistralidade. Ocupação de grandes espaços pelas infra-estruturas. Impacto territorial negativo (separação de propriedades e aglomerados). Elevado consumo energético (aumenta a dependência externa). Tráfego intenso e congestionamento 16

permitindo a circulação de pessoas de porta a porta. Esta grande mobilidade permitiu o crescimento das cidades para as zonas envolventes e o aumento das distâncias entre as áreas de residência e de trabalho. Veículos de grande capacidade nas áreas urbanas. Estacionamento (custos ou dificuldades). Elevados custos com a rede de infraestruturas (estradas, auto-estradas, pontes, etc.) Elevado consumo de espaço (estradas, parques de estacionamento). Tabela 3 Vantagens e Desvantagens do Autocarro Capítulo 4 Dados Estatísticos 4.1 Metro do Porto Figura 4 Representação da área de abrangência pelo Metropolitano do Porto Dados referentes ao Metro do Porto: (Considerando a densidade populacional constante ao longo da área abrangida no dado município pelo serviço do Metro do Porto): 17

Tabela 4 Dados por Cidade, Área, Densidade Populacional e População Abrangida Cidade: Área: Densidade Populacional: Vila do Conde Maia Matosinhos Porto Gaia Gondomar Grande Porto População Abrangida: 60.000.000 Passageiros 50.000.000 40.000.000 30.000.000 20.000.000 Passageiros 10.000.000 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Gráfico 2 Passageiros Metropolitano 18

Usuários Gondomar Gaia Porto Matosinhos Maia Vila do Conde 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 Gráfico 3 Usuários do Metropolitano por cidade Áreas (km 2 ) Gondomar Gaia Porto Matosinhos Maia Vila do Conde 0 10 20 30 40 50 Gráfico 4 Áreas do Metropolitano em km 2 Tendo em conta que segundo os relatórios do Metro do Porto: 19

Figura 5 Dados do metro do Porto não-usuários do Metro do Porto durante o ano não-usuários do Metro do Porto durante um dia 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Extensão e Estações 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Extensão(Km) Estações Gráfico 5 Comparativo da Extensão e Estações do Metro do Porto 20

4.2 STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) 111.500 111.000 111.254 Passageiros 110.500 110.000 109.500 109.000 108.500 109.102 108.243 109.220 Passageiros STCP (10^3) 108.000 107.500 107.000 106.500 2007 2008 2009 2010 Gráfico 6 Passageiro do STCP 90.000 Gastos Operacionais M 88.000 86.000 84.000 82.000 80.000 78.000 2007 2008 2009 2010 Gastos Operacionais M Gráfico 7 Gastos Operacionais 21

4.3 Gráficos Comparativos de 4.1 e 4.2 Passageiros 120.000 109.102 111.254 108.243 109.220 100.000 80.000 Passageiros STCP (10^3) 60.000 48.167 51.481 52.600 53.547 Passageiros Metro (10^3) 40.000 20.000 0 2007 2008 2009 2010 Gráfico 8 Gráfico comparativo dos passageiros da STCP e Metro 22

500.000 450.000 400.000 STCP e Metro 350.000 300.000 250.000 200.000 Passageiros STCP Km (10^3) Passageiros Metro Km (10^3) 150.000 100.000 50.000 0 2007 2008 2009 2010 Gráfico 9 Numero de km efectuados pelos passageiros da STCP e do Metro Tendo aproximadamente o mesmo número de Passageiro STCP nos anos de 2007 e 2010 (gráfico acima), e tendo uma diminuição no número de Passageiros STCP.km dos anos de 2007 e 2010 respectivamente, podem chegar à conclusão de que foram efectuados um menor número de km ao longo do tempo. Uma das possíveis razões para isto poderá ser o facto de as nossas vias rodoviárias estarem a melhorar em termos de qualidade substancialmente Além disso também poderá ser devido ao uso cada vez maior do metro, principalmente quando se trata de viagens mais longas. 23

Conclusão Com o desenvolvimento deste projecto o conceito de mobilidade foi-se tornando mais claro e explícito, revelando todos os seus objectivos na criação de uma sociedade mais sustentável em termos de acessos e transportes. Concluímos através da elaboração do trabalho que quer o Metro do Porto quer a STCP caminham para uma maior satisfação dos seus utentes tentando contornar os efeitos da crise que atinge o nosso país. A energia está no nosso quotidiano em todas as acções que realizamos, da decisão mais complicada ao comportamento mais simples e é preciso saber utiliza-la em nosso benefício. 24

Lista de Referências Bibliográficas Basset, Bernard - TEC : Transport, Environment, Circulation Cascetta, Ennio - Transportation systems engineering : theory and methods Europeia, Departamento de Comunicação da Comissão - http://europa.eu/pol/trans/index_pt.htm Relatório de Sustentabilidade do Metro do Porto - 2010http://www.metrodoporto.pt/PageGen.aspx?SYS_PAGE_ID= Relatório de Gestão e Sustentabilidade da STCP - http://www.stcp.pt/pdfs/rgsstcp2010.pdf O Automóvel no Espaço e no Tempo - http://www.amtc.pt/_amtc/exp/museu/exposicao.html 25