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Transcrição:

Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 233 - Data 26 de agosto de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS RETENÇÃO. FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO INDUSTRIAL. O fornecimento de alimentação por empresa de refeição coletiva, em restaurante ou estabelecimento similar, com a emissão de nota fiscal de venda mercantil, não se sujeita à retenção prevista no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991. Dispositivos Legais: Lei nº 8.212, de 1991, art. 31; Lei Complementar nº 87, de 1996, art. 2º, I; Lei Complementar nº 116, de 2003, Anexo Único, item 17.1; Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, art. 219; Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, arts. 115 e 117 a 119; Súmula nº 163, do STJ. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO CONSULTA. INEFICÁCIA. Não produz efeito a consulta formulada perante autoridade que não possui competência para solucioná-la por não envolver legislação relativa a tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Dispositivos Legais: Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, art. 1º. Relatório 1. Trata-se de consulta sobre interpretação da legislação tributária federal para indagar sobre a incidência ou não da retenção de 11% de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, no fornecimento de alimentação industrial. 2. Informa a Consulente que é empresa de fornecimento de refeição coletiva restaurante de refeição industrial, mantendo, para tanto, uma cozinha onde prepara a alimentação e a serve no próprio local ou em outro indicado pelo cliente. 1

Fls. 3 3. Afirma que sua atividade foi declarada pela legislação tributária como comércio puro, sendo tributada pelo ICMS, não estando, assim, sujeita à retenção na fonte da contribuição previdenciária no percentual de 11% sobre o valor da nota fiscal ou fatura, uma vez que tal incidência aplica-se apenas às empresas prestadoras de serviços. 4. Transcreve jurisprudência sobre o assunto e a Súmula nº 163 do Superior Tribunal de Justiça. 5. Ao final, requer que a Coordenação-Geral de Tributação: a) Declare, expressamente, que não haverá retenção de 11% do INSS no pagamento recebido pela Consulente, por tratar-se exclusivamente de operação mercantil, não havendo locação, cessão ou empreitada de mão de obra; b) Que firme entendimento que as empresas fornecedoras de alimentação estão sujeitas somente ao recolhimento do ICMS; c) Que não encontra supedâneo legal a cobrança de ISS pelo município e que estaria bitributando o Consulente, infringindo lei estadual; d) Outrossim, solicitamos que a resposta à presente tenha efeito normativo, com abrangência e divulgação nacional, para orientação de outras empresas de alimentação, bem como dos funcionários da Receita Previdenciária. Fundamentos 6. O questionamento apresentado na alínea a, supra, preenche os requisitos para ser considerado eficaz nos termos do art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013. Passa-se, a seguir, a apreciá-lo. 7. O instituto da retenção acha-se previsto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991 (redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009), com a seguinte dicção: Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no 5 o do art. 33 desta Lei. (original sem destaque) 8. Por sua vez, o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, assim prevê: Art. 219. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços 2

Fls. 4 e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no 5º do art. 216. (destacou-se) 9. De acordo com os dispositivos acima transcritos, para que o contratante de determinado serviço fique obrigado a reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e a recolher a importância retida, é necessário que a prestação de serviços se dê mediante cessão ou empreitada de mão de obra. Além disso, o serviço executado deve estar relacionado no art. 117 ou no art. 118 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009. Confira-se, a seguir, a redação desses dispositivos, bem como a do artigo 119 desse mesmo ato, que atribui caráter exaustivo à relação de serviços sujeita à retenção: Art. 117. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, observado o disposto no art. 149, os serviços de: I - limpeza, conservação ou zeladoria, que se constituam [...]; II - vigilância ou segurança, que tenham por finalidade [...]; III - construção civil, que envolvam [...]; IV - natureza rural, que se constituam [...]; V - digitação, [...]; VI - preparação de dados para processamento, [...]. Parágrafo único. Os serviços de vigilância ou segurança prestados por meio de monitoramento eletrônico não estão sujeitos à retenção. Art. 118. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra, observado o disposto no art. 149, os serviços de: I - acabamento, que envolvam a conclusão, o preparo final ou a incorporação das últimas partes ou dos componentes de produtos, para o fim de colocá-los em condição de uso; II - embalagem, relacionados com o preparo de produtos ou de mercadorias visando à preservação ou à conservação de suas características para transporte ou guarda; III - acondicionamento, compreendendo os serviços envolvidos no processo de colocação ordenada dos produtos quando do seu armazenamento ou transporte, a exemplo de sua colocação em paletes, empilhamento, amarração, dentre outros; IV - cobrança, que objetivem o recebimento de quaisquer valores devidos à empresa contratante, ainda que executados periodicamente; V - coleta ou reciclagem de lixo ou de resíduos, que envolvam a busca, o transporte, a separação, o tratamento ou a transformação de materiais inservíveis ou resultantes de processos produtivos, exceto quando realizados com a utilização de equipamentos tipo contêineres ou caçambas estacionárias; VI - copa, que envolvam a preparação, o manuseio e a distribuição de todo ou de qualquer produto alimentício; VII - hotelaria, que concorram para o atendimento ao hóspede em hotel, pousada, paciente em hospital, clínica ou em outros estabelecimentos do gênero; 3

Fls. 5 VIII - corte ou ligação de serviços públicos, que tenham como objetivo a interrupção ou a conexão do fornecimento de água, de esgoto, de energia elétrica, de gás ou de telecomunicações; IX - distribuição, que se constituam em entrega, em locais predeterminados, ainda que em via pública, de bebidas, de alimentos, de discos, de panfletos, de periódicos, de jornais, de revistas ou de amostras, dentre outros produtos, mesmo que distribuídos no mesmo período a vários contratantes; X - treinamento e ensino, assim considerados como o conjunto de serviços envolvidos na transmissão de conhecimentos para a instrução ou para a capacitação de pessoas; XI - entrega de contas e de documentos, que tenham como finalidade fazer chegar ao destinatário documentos diversos tais como, conta de água, conta de energia elétrica, conta de telefone, boleto de cobrança, cartão de crédito, mala direta ou similares; XII - ligação de medidores, que tenham por objeto a instalação de equipamentos destinados a aferir o consumo ou a utilização de determinado produto ou serviço; XIII - leitura de medidores, aqueles executados, periodicamente, para a coleta das informações aferidas por esses equipamentos, tais como a velocidade (radar), o consumo de água, de gás ou de energia elétrica; XIV - manutenção de instalações, de máquinas ou de equipamentos, quando indispensáveis ao seu funcionamento regular e permanente e desde que mantida equipe à disposição da contratante; XV - montagem, que envolvam a reunião sistemática, conforme disposição predeterminada em processo industrial ou artesanal, das peças de um dispositivo, de um mecanismo ou de qualquer objeto, de modo que possa funcionar ou atingir o fim a que se destina; XVI - operação de máquinas, de equipamentos e de veículos relacionados com a sua movimentação ou funcionamento, envolvendo serviços do tipo manobra de veículo, operação de guindaste, painel eletroeletrônico, trator, colheitadeira, moenda, empilhadeira ou caminhão fora-de-estrada; XVII - operação de pedágio ou de terminal de transporte, que envolvam a manutenção, a conservação, a limpeza ou o aparelhamento de terminal de passageiros terrestre, aéreo ou aquático, de rodovia, de via pública, e que envolvam serviços prestados diretamente aos usuários; XVIII - operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou de subconcessão, envolvendo o deslocamento de pessoas por meio terrestre, aquático ou aéreo; XIX - portaria, recepção ou ascensorista, realizados com vistas ao ordenamento ou ao controle do trânsito de pessoas em locais de acesso público ou à distribuição de encomendas ou de documentos; XX - recepção, triagem ou movimentação, relacionados ao recebimento, à contagem, à conferência, à seleção ou ao remanejamento de materiais; XXI - promoção de vendas ou de eventos, que tenham por finalidade colocar em evidência as qualidades de produtos ou a realização de shows, de feiras, de convenções, de rodeios, de festas ou de jogos; 4

Fls. 6 XXII - secretaria e expediente, quando relacionados com o desempenho de rotinas administrativas; XXIII - saúde, quando prestados por empresas da área da saúde e direcionados ao atendimento de pacientes, tendo em vista avaliar, recuperar, manter ou melhorar o estado físico, mental ou emocional desses pacientes; XXIV - telefonia ou de telemarketing, que envolvam a operação de centrais ou de aparelhos telefônicos ou de teleatendimento. Art. 119. É exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção, constante dos arts. 117 e 118, conforme disposto no 2º do art. 219 do RPS. Parágrafo único. A pormenorização das tarefas compreendidas em cada um dos serviços, constantes nos incisos dos arts. 117 e 118, é exemplificativa. (original sem destaque) 10. Como se pode verificar, os serviços sujeitos à retenção acham-se descritos acima, em lista exaustiva, sendo os do artigo 117 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, obrigados à retenção quando contratados mediante cessão de mão de obra ou empreitada (g.n.) e os do artigo 118 quando executados mediante cessão de mão de obra (destacou-se). 11. O fornecimento de alimentos acha-se descrito no inciso VI do art. 118 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, sujeitando-se à retenção quando envolver serviços de copa, assim compreendidos os de preparação, manuseio e distribuição de todo ou qualquer produto alimentício, desde que executados mediante cessão de mão de obra. 12. Reportando-se à questão objeto da presente consulta, verifica-se que o seu cerne reside na definição acerca da subsunção ou não da atividade exercida pela Consulente ao inciso VI do art. 118 da Instrução Normativa RFB nº 118, de 2009, ou seja, se a Consulente presta ou não serviços de copa, uma vez que, na área de fornecimento de alimentos, apenas tais serviços estão sujeitos à retenção prevista no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991. 13. Os serviços de copeiragem envolvem fornecimento de mão de obra para prestação de serviços continuados, no estabelecimento do contratante ou em locais por ele definidos, por pessoa jurídica que pode assumir ou não os gastos com materiais e produtos necessários à prestação. 14. Trata-se de obrigação de fazer, em que o contratado compromete-se a realizar um ato ou a praticar uma tarefa nos termos do item 17.1 da lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003: Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço. 15. Por sua vez, a obrigação de fornecer alimentação por empresa que possui restaurante industrial, onde elabora as refeições, que são consumidas dentro do próprio restaurante ou em outro local indicado pelo contratante, tem como objeto a entrega de uma coisa. Tal operação está regulada pelo art. 2º, inciso I, da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, que dispõe sobre o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS. Confira-se: Art. 2º. O imposto incide sobre: 5

Fls. 7 I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; (destacouse) 16. Nesse mesmo sentido, a Súmula nº 163, do Superior Tribunal de Justiça (DJ de 19/06/1996): O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação. (original sem destaque) 17. A Consulente, sendo empresa de refeição coletiva, que mantém cozinha onde prepara a alimentação que é servida no próprio local ou em outro indicado pelo cliente, não presta serviços de copa, que envolvem o fornecimento de mão de obra para a preparação, manuseio e distribuição de alimentos. Trata-se de fornecimento de alimentação, com a simultânea prestação de serviços, em restaurante próprio ou em estabelecimento similar, e que, nos termos da legislação e jurisprudência acima transcritas, consubstancia operação mercantil e não prestação de serviços. 18. Dessa forma, tal operação não está sujeita à retenção previdenciária de 11% de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, que somente se aplica quando há prestação de serviços. Dos questionamentos apresentados nas alíneas b, c e d 19. A Consulente, nos questionamentos trazidos nas alíneas b e c, pretende que a Coordenação-Geral de Tributação firme entendimento de que as empresas fornecedoras de alimentação estão sujeitas somente ao recolhimento do ICMS e que se reconheça a inexistência de supedâneo legal à cobrança de ISS pelo município, pois estaria configurada bitributação, com infringência de lei estadual. 20. Tais questionamentos apresentam-se ineficazes, pois envolvem dúvidas concernentes ao ICMS e ISS, não sendo competente para solucioná-las a Secretaria da Receita Federal do Brasil. 21. A Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, que dispõe sobre o processo de consulta no âmbito deste Órgão federal, em seu art. 1º, deixa claro que tal ato aplica-se apenas à consulta sobre interpretação da legislação tributária e aduaneira relativa aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e sobre classificação de serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio. As questões apresentadas pela Consulente relativas ao ICMS e ISS são de competências exclusivas de autoridades estaduais e municipais, respectivamente, não podendo esta Secretaria manifestar-se a respeito delas. 22. De resto, no tocante ao requerimento apresentado na alínea d da consulta, em que se solicita atribuição de caráter normativo e abrangência e divulgação nacionais à solução dada a esta consulta, cabe observar, tão somente, que os artigo 9º e 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, trazem expressamente tal efeito e amplitude, como se pode conferir a seguir: Art. 9º A Solução de Consulta e a Solução de Divergência, a partir da data de sua publicação, têm efeito vinculante no âmbito da RFB, respaldam o sujeito passivo 6

Fls. 8 que as aplicar, independentemente de ser o consulente, desde que se enquadre na hipótese por elas abrangida, sem prejuízo de que a autoridade fiscal, em procedimento de fiscalização, verifique seu efetivo enquadramento. [...] Art. 27. As Soluções de Consulta e as Soluções de Divergência serão publicadas da seguinte forma: I - no Diário Oficial da União (DOU), o número, o assunto, a ementa e os dispositivos legais; e II - na Internet, no sítio da RFB no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>, com exceção do número do e-processo, dos dados cadastrais do consulente ou de qualquer outra informação que permita a identificação do consulente e de outros sujeitos passivos. (original sem destaque) Conclusão 23. Diante do exposto, conclui-se que: o fornecimento de alimentação por empresa de refeição coletiva, em restaurante ou estabelecimento similar, com a emissão de nota fiscal de venda mercantil, não se sujeita à retenção prevista no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991; os questionamentos apresentados nas alíneas b e c da consulta apresentam-se ineficazes, pois encerram dúvidas concernentes ao ICMS e ISS, cujas competências para solucioná-las são de autoridades estaduais e municipais, respectivamente, falecendo a esta Secretaria legitimidade para manifestar-se quanto a eles. À consideração superior. VANILDE GOULART SILVA Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Copen. MÁRIO HERMES SOARES CAMPOS Auditor-Fiscal da RFB - Chefe da Diov isão de Tributação/SRRF06 De acordo. Ao Coordenador-Geral da para aprovação. MIRZA MENDES REIS Auditora-Fiscal da RFB - Coordenadora da Copen 7

Fls. 9 Ordem de Intimação Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao interessado. FERNANDO MOMBELLI Auditor-Fiscal da RFB - Coordenador-Geral da 8