Coordenação-Geral de Tributação

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1 Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº Data 14 de outubro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL LOCAÇÃO DE MÁQUINAS COM OPERADOR. TRIBUTAÇÃO NA FORMA DO ANEXO III DA LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE A atividade de locação de máquinas com operador não impede o ingresso no Simples Nacional e, nesse regime, é tributada na forma do Anexo III da Lei Complementar nº 123, de 2006, deduzindo-se da alíquota o percentual correspondente ao ISS previsto nesse Anexo. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18, 5º-A e Solução de Consulta nº 64, de ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL. LOCAÇÃO DE MÁQUINAS COM OPERADOR. NÃO SUJEIÇÃO À RETENÇÃO DE QUE TRATA O ART. 31 DA LEI Nº 8.212, DE A microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, não está sujeita à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, em relação à atividade de locação de máquinas com operador. DISPOSITIVOS LEGAIS: Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, art. 191, caput, e incisos I e II. Relatório A empresa, acima identificada, formula consulta acerca da forma de tributação no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, e da retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de

2 Fls Declara que é optante pelo Simples Nacional e que se dedica precipuamente à atividade de locação de máquinas com operador para a execução de serviços diversos, descritos em contratos próprios. 3. Embora a consulente entenda que essa atividade não é prestada mediante cessão de mão de obra, uma vez que seus empregados, segundo ela, não são subordinados ao tomador do serviço, observa que tem se sujeitado à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, e que tais retenções sofridas têm representado sempre um valor superior ao das contribuições pagas apuradas em GFIP, fato que gera, mensalmente, um crédito junto à Receita Federal. Tal circunstância levantou algumas dúvidas acerca do regime de tributação ao qual a mesma está submetida. 4. Isso posto, faz três questionamentos que podem ser descritos da seguinte forma: a) qual a forma de tributação, no Simples Nacional, da atividade locação de máquinas com operador, Anexo III ou Anexo IV? b) a consulente está sujeita à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, em relação à atividade de locação de máquinas com operador? c) qual a base de cálculo da retenção de que trata o art. 31 da lei nº 8.212, de 1991, em relação à atividade locação de máquinas com operador? Fundamentos 5. Inicialmente, deve-se observar que a atividade de locação de máquinas com operador não impede o ingresso no Simples Nacional, em que pese, incidentalmente e eventualmente, haver cessão de mão de obra no que diz respeito ao serviço do operador. Esse tem sido o entendimento desta Coordenação-Geral de Tributação (). Abaixo, transcreve-se excerto da Solução de Consulta nº 64, de 30 de dezembro de 2013, em que se constata esse entendimento (sublinhou-se): 4. O parecer da AGU e a decisão do TCU constantes destes autos são tão apropriados quanto a Solução de Consulta Interna nº 2, de 2012, da, na medida em que os três admitem a opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica que se dedique a locar bens móveis, independentemente do fornecimento concomitante da mão de obra necessária à sua utilização; a Solução de Consulta Interna, porém, uniformiza o entendimento da Administração Pública, consoante o 3º do art. 21 da IN RFB nº 1.396, de 17 de setembro de 2013, razão pela qual opto por transcrever exclusivamente seus fundamentos, que, de resto, querem-me parecer, esgotam o assunto: 15. Com relação à locação de veículo, máquina, ou embarcação, com motorista, operador ou tripulação, caso a forma de prestação dos serviços se enquadre no 3º do art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, restará caracterizada a cessão de mão-deobra. Entretanto, essa cessão de mão-de-obra é meramente incidental, não se revestido em fundamento razoável para obstar a adesão ao Simples Nacional das empresas que se dedicam à locação desses bens. 2

3 Fls Feita essa observação inicial, passa-se a analisar os questionamentos feitos. Respondendo o primeiro questionamento 7. Visto que a atividade de locação de máquinas com operador não veda a adesão ao Simples Nacional, percebe-se que, nesse regime, ela deve ser tributada na forma do Anexo III da Lei Complementar nº 123, de 2006, deduzindo-se da alíquota nele estabelecida o percentual correspondente ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS. É o que dispõe o art. 18, 4º, V da referida Lei Complementar, com a redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014, abaixo transcrito (sublinhou-se): Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte comercial, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela do Anexo I desta Lei Complementar. 4º O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento, as receitas decorrentes da: (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014) V - locação de bens móveis, que serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, deduzida a parcela correspondente ao ISS; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014) 7.1. Observe-se que essa mesma forma de tributação já constava no 5º-A do art. 18 da Lei Complementar 123, de 2006, que foi revogado pela Lei Complementar nº 147, de Abaixo, transcreve-se o parágrafo revogado (sublinhou-se): 5º-A. As atividades de locação de bens móveis serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, deduzindo-se da alíquota o percentual correspondente ao ISS previsto nesse Anexo. (Revogado pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014) Respondendo o segundo questionamento 8. Sendo a consulente optante pelo Simples Nacional e a atividade de locação de máquinas com operador tributada na forma do Anexo III da Lei Complementar nº 123, de 2006, percebe-se que, em relação a essa atividade, ela não está sujeita à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de É o que se depreende pelo disposto no art. 191 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, cujo excerto, transcreve-se a seguir (sublinhou-se): Art As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional que prestarem serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada não estão sujeitas à retenção referida no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços emitidos, excetuada: 3

4 Fls. 5 I - a ME ou a EPP tributada na forma dos Anexos IV e V da Lei Complementar nº 123, de 2006, para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008; e II - a ME ou a EPP tributada na forma do Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de 2006, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de O terceiro questionamento ficou prejudicado em razão de a consulente não estar sujeita à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, no que diz respeito à atividade de locação de máquinas com operador. Conclusão 10. Diante do exposto, conclui-se que: a) a atividade de locação de máquinas com operador não veda o ingresso no Simples Nacional e, nesse regime, é tributada na forma do Anexo III da Lei Complementar nº 123, de 2006, deduzindo-se da alíquota o percentual correspondente ao ISS previsto nesse Anexo; b) a microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, não está sujeita à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, em relação à atividade de locação de máquinas com operador. À consideração do revisor. CESAR ROXO MACHADO Auditor-Fiscal da RFB De acordo. À consideração da Chefe da SRRF10/Disit. MARCOS VINICIUS GIACOMELLI Auditor-Fiscal da RFB De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Cotir. IOLANDA MARIA BINS PERIN Auditora-Fiscal da RFB Chefe da SRRF10/Disit 4

5 Fls. 6 De acordo. Ao Coordenador-Geral da para aprovação. Cláudia Lucia Pimentel Martins da Silva Auditora-Fiscal da RFB Coordenadora da Cotir Ordem de Intimação Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de Dê-se ciência à interessada. FERNANDO MOMBELLI Auditor-Fiscal da RFB Coordenador-Geral da 5