CARACTERIZAÇÃO DE ADOLESCENTES NO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO ATENDIDAS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU

Documentos relacionados
ISSN ÁREA TEMÁTICA:

Gestação na adolescência: qualidade do pré-natal e fatores sociais

CARATERIZAÇÃO DAS GESTANTES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DE PONTA GROSSA PR

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PALAVRAS-CHAVE Obstetrícia. Educação em saúde. Consulta de enfermagem.

PERFIL DAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DA CIDADE DE APUCARANA

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

PALAVRAS-CHAVE ENFERMAGEM MATERNO-INFANTIL. PERÍODO PÓS- PARTO. PESQUISA EM ENFERMAGEM.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

10º FÓRUM DE EXTENSÃO E CULTURA DA UEM

ALEITAMENTO MATERNO DO PREMATURO EM UMA UNIDADE NEONATAL DA REGIÃO NORDESTE

PERFIL DAS GESTANTES ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE MÉDIO PORTE NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA/RS 1

IDENTIFICANDO E PREVENINDO A OCORRÊNCIA DE TRAUMA MAMILAR EM PUÉRPERAS ATENDIDAS NO PROJETO CPP

POLÍTICA DE SAÚDE DA MULHER

FATORES DE RISCO PARA TRABALHO DE PARTO PREMATURO EM PALMAS-TO

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

HIV NA GRAVIDEZ Resumo:

A RELAÇÃO ENTRE O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E O PERFIL DO MENOR DE 6 MESES DE IDADE NO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR.

Coordenação de Epidemiologia e Informação

I Workshop dos Programas de Pós-graduação em enfermagem

GRAVIDEZ E ADOLESCENCIA: SITUAÇÕES ENCONTRADAS NO ÂMBITO FAMILIAR1 CASSENOTE,

MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA

PERFIL OBSTÉTRICO DAS PUÉRPERAS ATENDIDAS PELO PROJETO CEPP

TÍTULO: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: PROBLEMÁTICA, PREVENÇÃO E PAPEL DO ENFERMEIRO

PLANEJAMENTO FAMILIAR

ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS QUE ACOMPANHARAM UMA SÉRIE DE PARTOS PREMATUROS ACONTECIDOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS CONSTANTINO OTTAVIANO

GRAVIDEZ DE RISCO NA ADOLESCÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

GRUPO DE GESTANTES: A PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS MULHERES E O COMPARTILHAR DE CUIDADOS NO PRÉ-NATAL

da Saúde, 2 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Ciências

IDADE GESTACIONAL, ESTADO NUTRICIONAL E GANHO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO DE PARTURIENTES DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PELOTAS RS

PERFIL DE MULHERES ASSISTIDAS EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PROJETO DE EXTENSÃO CEPP: INDICE CONTRASTIVO ENTRE PARTO CESÁREA E PARTO NORMAL

INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE ÁLCOOL EM GESTANTES NO PESO AO NASCER NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

IV Seminário de Iniciação Científica

ISSN ÁREA TEMÁTICA:

INFLUÊNCIA DOS DESVIOS NUTRICIONAIS GESTACIONAIS NO PESO AO NASCER DE RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS PELA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

PERFIL DAS GESTANTES ADOLESCENTES EM UM MUNICÍPIO DO PARANÁ ENTRE OS ANOS DE 2010 E Thais Rocha da Silva (PIBIC/UENP)

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA

PROJETO CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL : UMA AÇÃO EXTENSIONISTA (2012) 1

B O L E T I M EPIDEMIOLÓGICO SÍFILIS ano I nº 01

situado à 187 km da cidade do Recife. O município dispõe de 8 Escolas Municipais,

PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A INSERÇÃO DO SETOR DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ÀS GESTANTES EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DA BAHIA

Palavras-chave: Ensino em inclusão escolar, Educação especial, Formação dos professores.

Gravidez na Adolescência

Agravos prevalentes à saúde da. gestante. Profa. Dra. Carla Marins Silva

ÍNDICE DE INFECÇÃO POR SÍFILIS EM MULHERES NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA M.G. Introdução

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE NASCIDOS VIVOS EM UM MUNICÍPIO DO NORTE DO PARANÁ, 2010

PERFIL GESTACIONAL DAS MULHERES ATENDIDAS NO PROJETO CEPP EM 2013

Programa Analítico de Disciplina EFG361 Enfermagem Materna

PREVENÇÃO DO HIV/AIDS NO INÍCIO DA RELAÇÃO SEXUAL: CONDUTA DOS ADOLESCENTES FRENTE À TEMÁTICA

HISTÓRICO DA AMAMENTAÇÃO EM PUÉRPERAS MULTIPARAS

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS NO GRUPO INTERDISCIPLINAR DE SUPORTE ONCOLÓGICO

ABORDAGEM DO TEMA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS INTRODUÇÃO

PALAVRAS-CHAVE: Amamentação. Amamentação exclusiva. Enfermagem.

ANAIS DO II SEMINÁRIO SOBRE GÊNERO: Os 10 anos da lei Maria da Penha e os desafios das políticas públicas transversais

Perfil dos nascidos vivos de mães residentes na área programática 2.2 no Município do Rio de Janeiro

ANAIS DO II SEMINÁRIO SOBRE GÊNERO: Os 10 anos da lei Maria da Penha e os desafios das políticas públicas transversais

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS PUÉRPERAS EM UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DA REDE SOCIAL E COMPOSIÇÃO FAMILIAR DE BEBÊS DE ALTO RISCO NA APLICAÇÃO DE GENOGRAMA E ECOMAPA

Componente Curricular: ENFERMAGEM EM ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER E DO HOMEM I

ABORTO Dihego Pansini

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1. Perfil epidemiológico da sífilis gestacional em residentes de Ponta Grossa, 2010 a 2014

Maternidade na adolescência: alguns fatores de risco para a mortalidade fetal e infantil em uma maternidade pública de São Luís, Maranhão

Qualificação da Atenção ao Pré-Natal e Puerpério na UBS Naudar Vicente Konsen, Jari / RS

COMPORTAMENTO TEMPORAL DA MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE EM SERGIPE DE : um estudo descritivo RESUMO

PALAVRAS-CHAVE: Cesárea, Parto normal, Período Pós Parto.

DETERMINAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO EM PUÉRPERAS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE MARINGÁ

NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO DE GESTANTES NO MUNICÍPIO DE APUCARANA PR

A VISÃO DO ENFERMEIRO MEDIANTE A REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL 1

TÍTULO: TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA DURANTE A GESTAÇÃO:O COMPROMETIMENTO MATERNO-FETAL

A Importância do Apoio do Pai do. adequado na Gravidez de Adolescentes

INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA A SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA PARAÍBA

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Características da gestante adolescente em estudo prospectivo de 4 anos: realidade em Teresópolis

PALAVRAS-CHAVE: História reprodutiva. Fatores socioeconômicos. Gravidez.

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ANOMALIAS CONGÊNITAS: UM ESTUDO DA MACRORREGIÃO SUL DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Sífilis Congênita no Recife

ADOLESCER E GESTAR: PERCEPÇÕES DE GRÁVIDAS ADOLESCENTES SOBRE O PARTO E PUÉRPERIO

CARACTERISTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E OBSTÉTRICAS DE GESTANTES ASSISTIDAS EM CONSULTA DE ENFERMAGEM 1

INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS EM CRIANÇAS MENORES DE 1 ANO DE IDADE NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR

O PIBID/BIOLOGIA UNIEVANGÉLICA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA: ABORDANDO O TEMA EDUCAÇÃO SEXUAL

Acesso ao pré-natal garantido segundo os critérios de qualidade do Ministério da Saúde

4. NATALIDADE E MORTALIDADE INFANTIL

TÍTULO: O PAPEL DO ENFERMEIRO NA TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

1.1 A paternidade como uma etapa de desenvolvimento para o homem no contexto da família

IDENTIFICANDO A OCORRÊNCIA DE TRAUMA MAMILAR EM MULHERES ATENDIDAS NO PROJETO CEPP

O estirão Nos meninos, ocorre entre 14 e 16 anos. Nas meninas entre 11 e 12 anos. É a fase que mais se cresce.

APLICAÇÃO DA TEORIA HUMANÍSTICA DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PRÉ-PÚBERE

A ENFERMAGEM E A ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À MULHER NO PARTO E NASCIMENTO NO ÂMBITO DO SUS. Profa. Dra. Emilia Saito Abril 2018

PERFIL OBSTÉTRICO DE MULHERES ATENDIDAS POR RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA.

O PROCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO EM RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DE ISTS E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

PALAVRAS-CHAVE Saúde Materno-Infantil. Enfermagem. Assistência.

EPIDEMIOLOGIA. Profª Ms. Karla Prado de Souza Cruvinel

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

ANÁLISE DA MORTALIDADE DE NEONATOS EM UMA UTI NEONATAL DE UM HOSPITAL DO VALE DO PARAÍBA

Aborto, Saúde e Direitos Reprodutivos e Sexuais. Simone Lolatto

PERFIL SOCIOECONOMICO DOS DISCENTES DO CURSO DE ENFERMAGEM NA UNIOESTE, CAMPUS FOZ DO IGUAÇU/ PR.

Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO DE ADOLESCENTES NO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO ATENDIDAS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU Barile Antonia Magguettss (Apresentadora) 1, Adriana Zilly (Colaboradora) 2, Marieta Fernandes Santos (Orientadora) 3 Curso de Enfermagem 1 (barile_mgs@hotmail.com); Curso de Enfermagem 2 (aazilly@hotmail.com); Curso de Enfermagem 3 (marieta_fs@yahoo.com.br). Palavras-chave: Adolescência, Gravidez, Enfermagem. Introdução A adolescência é um período de transição entre a infância e a idade adulta, considerando o indivíduo que se encontra na idade dos 10 aos 19 anos, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). E é o período onde ocorrem importantes transformações no organismo incluindo mudanças no aparelho genital e no desenvolvimento psicosociocultural, o que cria um grupo vulnerável à saúde e às questões sociais (SANTOS, 2002; CARVALHO, 2004). A gravidez torna-se um dos principais agravos à saúde na adolescência, pois é nesse período em que há a busca frequente ao relacionamento interpessoal, entre esses grupos, resultando nas primeiras experiências de contatos sexuais. Nas últimas décadas, observa-se que a puberdade vem apresentando-se de forma precoce, comparada aos anos anteriores, resultando a iniciação da atividade sexual mais cedo. Neste contexto, podese avaliar que os riscos em que este sujeito está inserido são maiores para uma gravidez não planejada e indesejada na adolescência. As causas mais citadas, por meio da não adoção ou uso errôneo dos métodos contraceptivos resumem-se na falta de informação dos métodos contraceptivos e de prevenção (SPINDOLA; SILVA, 2009). Contudo, a gravidez não é um fenômeno recente e pode ser explicado por diferentes causas. Tradicionalmente era associado à pobreza, entretanto outros aspectos são levados em conta. Além dos fatores econômicos que inclui a pobreza, o crescimento populacional de adolescentes e a baixa escolaridade, encontramos a diminuição média da idade para menarca e o início da atividade sexual precoce aliada à falta de informação sobre meios contraceptivos e à deficiência de programas de apoio ao adolescente (CERQUEIRA-SANTOS et al, 2010). A gestação nesta fase oferece diversos riscos ao desenvolvimento tanto para a adolescente gestante quanto para o bebê, sendo eles, obstétricos, psicológicos e ou sociais. Neste momento da vida a gravidez destaca-se como um problema de saúde pública devido ao elevado risco de

morbimortalidade materna e infantil. A incidência de aborto espontâneo, parto prematuro, aumento de cesárea, ruptura dos tecidos da vagina durante o parto, desproporção feto-pélvica, dificuldades na amamentação e depressão geram riscos, devido a imaturidade física, funcional e emocional na adolescência. Ainda pode levar a dificuldade da mãe em estabelecer relações afetivas com o seu filho, baixa autoestima e despreparo no cuidado da criança (MOCCELLIN et al, 2010). Ao mesmo tempo, ocorre entre as adolescentes a interrupção da escolaridade e da formação profissional o que significa ter que rever seus projetos de vida ou cancelamento de planos futuros, reduzindo as oportunidades de qualificação profissional, dificuldades de inserção no mercado de trabalho o que perpetua a tendência à pobreza, a instabilidade conjugal e o preconceito social. Já o recém-nascido, pode apresentar baixo peso ao nascer além de ter um risco aumentado de óbito devido à desnutrição e problemas infecciosos no primeiro ano de vida (CARNIEL et al, 2006). As famílias, cada vez mais, protegem as mães adolescentes e seus filhos, para que não mudem totalmente o seu estilo de vida e continuem trabalhando ou estudando. No entanto, essa proteção nem sempre ocorre, pois está relacionada a diferentes fatores, tais como os costumes familiares e os valores morais da sociedade onde acontece a gravidez, as dificuldades econômicas, sociais, familiares e a aceitação da gravidez pela jovem, entre outros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Assim, o aumento da gravidez nessa fase da vida vem preocupando não só o setor saúde, como outros setores que trabalham com adolescentes, pois as repercussões de uma gravidez em idades precoces, e se desprotegida, podem proporcionar um atraso no desenvolvimento destas adolescentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Objetivos Descrever o perfil sociodemográfico e epidemiológico de gestantes e mães adolescentes delineando as características desta população específica atendidas na atenção básica de saúde, identificando a predominância de idade, nível de escolaridade, média de idade para menarca e inicio da atividade sexual. Materiais e métodos Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário para gestantes e puérperas adolescentes com idade entre 10 a 19 anos atendidas no pré-natal, puerpério ou em visitas domiciliares residentes na região do distrito leste do município de Foz do Iguaçu. Os questionários contêm informações relacionadas à identificação da pessoa, moradia, escolaridade, dados ginecológicos e obstétricos. Conforme consta na legislação de pesquisa com seres humanos foi utilizado o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), entregue individualmente, durante a aplicação do questionário. Além disso, conforme as normas da Resolução 196/96, o presente estudo foi submetido à análise do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estatual do Oeste do Paraná/UNIOESTE, sendo aprovado sob número 433/2011 CEP. Resultados e Discussão Foram realizados 24 entrevistas com gestantes e puérperas adolescentes, o que compreende 29,07% da população residentes na região do Distrito Leste do município de Foz do Iguaçu. A faixa etária inclui adolescentes entre 14 e 19 anos de idade, com uma distribuição de 1 de 14 anos (4,2%), 2 de 16 anos (), 8 de 17 anos (33,3%), 3 de 18 anos (12,5%) e 10 de 19 anos(41,7%) como mostra na figura 1. A média de idade foi de 17,8 anos. Em relação ao nível de escolaridade, onde podemos visualizar na figura 2, observou-se que 37,5% das adolescentes tinham o ensino fundamental completo, com idades que oscilavam entra 16 e 18 anos; 20,8 % tinham o ensino fundamental incompleto; 12,5% concluirão o ensino médio e 29,2% das entrevistadas não tinham concluído o ensino médio. Portanto, a maioria apresentava baixa escolaridade, considerando que nesta faixa etária (15-17 anos) deveriam estar cursando ou ter concluído o ensino médio. 29,2% 37,5% 12,5% 20,8% Ensino Fundamental Completo Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Médio Incompleto Figura 1- Distribuição das gestantes e mães adolescentes conforme idade. Figura 2- Distribuição das gestantes e mães adolescentes conforme escolaridade. Conforme Adamo (2000) apud Ximenes Neto (2007), os matrimônios prematuros são, frequentemente, oriundos de relações pré-conjugais. A dificuldade para resolver os vínculos de dependência da família podem levar os jovens a alcançar uma pseudo-independência, ou seja, uma falsa independência, substituindo os laços com os pais pela dependência afetiva do casal. Pode-se observar essa falsa independência na figura 3, onde 45,8% das adolescentes dizem morar com o marido, 25,0% moram com os pais e 29,2% moram com os pais e marido na mesma residência.

Mora com os pais Mora com o marido Mora com pais e marido 29,2% 25,0% 45,8% Figura 3- Distribuição das gestantes e mães adolescentes conforme moradia A menarca é a primeira menstruação sendo o limite entre a infância e a fase adulta, período em que se inicia o ciclo reprodutivo da mulher. A maioria das adolescentes, neste estudo, teve sua menarca entre 12 anos (37,5%) e 14 anos (20,8%). Ao analisar a Figura 4, observa-se um aumento significativo de adolescentes que tiveram sua menarca com 11 anos (16,7%). Mantiveram-se na faixa as idades de 10 e 13 anos () e 15 e 16 anos (4,2%). Na sexarca ocorre a primeira relação sexual, sabemos que quanto mais cedo se inicia a atividade sexual mais suscetível esta adolescente estará para engravidar. O risco de uma gravidez indesejada é maior devido ao desconhecimento ou uso errôneo de métodos contraceptivos e práticas preventivas. A idade mais prevalente neste estudo para a sexarca ocorreu aos 15 anos (33,3%), já entre as demais idades pode-se observar um os seguintes dados entre os anos: 13 e 14 anos (16,7%); 12, 16 e 17 anos () e 11 e 18 anos (4,2%). Conforme demostrado na figura 5. 4,2%4,2% 20,8% 16,7% 37,5% 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 4,2% 4,2% 11 anos 33,3% 16,7% 16,7% 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos Figura 4- Distribuição das gestantes e mães adolescentes conforme menarca. Figura 5- Distribuição das gestantes e mães adolescentes conforme sexarca.

Considerações Finais O estudo nos permite aproximar desta problemática - gravidez na adolescência. Considera-se essa temática um problema de saúde pública emergente e um fator importante para conhecer os impactos causados pela gravidez na adolescência no município de Foz do Iguaçu. Como acadêmica do Curso de Enfermagem neste município, conhecer as múltiplas causas da gravidez na adolescência, as deficiências das políticas públicas locais e a necessidade de novas formulações de práticas assistenciais aos adolescentes torna-se um desafio. Os fatores levantados exigem maior atenção dos governantes locais e medidas preventivas no que se refere à gravidez precoce devem ser implantadas com o objetivo de promover a saúde do adolescente e colaborar para o desenvolvimento e melhores perspectivas de vida do adolescente e sua família. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada-manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde. 2006, p. 163. CARNIEL, E.F.; ZANOLLI, M.L.; ALMEIDA, C.A.A.; MORCILLO, A.M. Características das mães adolescentes e de seus recém-nascidos e fatores de risco para gravidez na adolescência em Campinas. SP, Brasil. Revista Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6(4) p: 419-426, out./dez. 2006. CARVALHO, G.M. Enfermagem em Ginecologia. Edição revista e ampliada. São Paulo: E.P.U, 2004. CERQUEIRA-SANTOS, E.; PALUDO, S.S.; SCHIRÒ, E.D.B.D.; KOLLER, S.H. Gravidez na adolescência: análise contextual de risco e proteção. Psicologia em Estudo. Maringá, v. 15, n. 1, P. 73-85, jan./mar. 2010. MOCCELLIN, A.S.; COSTA, L.R.; TOLEDO, A.M.; DRIUSSO, P. Efetividade das ações voltadas à diminuição da gravidez não-planejada na adolescência: revisão da literatura. Revista Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 10(4) p: 407-416, out./ dez. 2010. SANTOS, M.F; VALLE, E. R. M do. O sentido de existir de adolescentes que se percebem obesas. Ciência, Cuidado e Saúde. v.1; n.1, 1º. Sem., 2002. SPINDOLA, T.; SILVA, L.F.F. Perfil epidemiológico de adolescentes no prénatal. Esc Anna Nery- Rev. Enferm., 13(1) p: 99-107, jan./mar. 2009. XIMENES NETO, F.G.X.; DIAS, M.S.A; et al. Gravidez na adolescência: motivos de percepções de adolescentes. Rev Bras Enferm. Brasília, 60(3) p:279-285, maio/jun. 2007.