PERFIL SOCIOECONOMICO DOS DISCENTES DO CURSO DE ENFERMAGEM NA UNIOESTE, CAMPUS FOZ DO IGUAÇU/ PR.

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1 PERFIL SOCIOECONOMICO DOS DISCENTES DO CURSO DE ENFERMAGEM NA UNIOESTE, CAMPUS FOZ DO IGUAÇU/ PR. Bianca da Silva Alcantara Pereira (apresentador) 1 ; Marieta Fernandes Santos (colaborador) 2 ; Maria de Lourdes de Almeida (colaborador) 3 ; Adriana Zilly (Orientador) 4. Curso de Enfermagem 1 (biancalcantara@msn.com); Curso de Enfermagem 2 (marieta_fs@yahoo.com.br); Curso de Enfermagem 3 (m_lourdesdealmeida@yahoo.com.br); Curso de Enfermagem 4 (aazilly@hotmail.com) Palavras-chave: Ensino em Saúde, Enfermagem. Introdução O processo ensino/aprendizagem torna-se mais adequado, quando se conhece o perfil do aluno e estes dados poderão auxiliar na elaboração de estratégias de ensino que atendam a estas características (BRITO et al., 2009). Segundo Nakamae et al.(1997) o perfil do aluno de enfermagem na Instituição de ensino superior pública, vem sendo levado em conta na formulação do processo ensino-aprendizagem, e na maioria das vezes o processo educativo tem sido realizado sem considerar os dados relevantes aos alunos, deixando em plano secundário as condições concretas do elemento humano, objeto desse processo. Preocupados com a melhoria de qualidade do processo educacional e acreditando que este se torna mais adequado à medida em que o educador conhece e leva em conta, criticamente, os dados relativos às características do educando (NAKAMAE et al., 1997). A caracterização da população discente é muito importante, pois fornece instrumentos que o docente deve utilizar para minimizar os fatores complicadores do processo de ensino e da aprendizagem, e o professor, em posse destes dados, pode propor temas voltados para o perfil acadêmico, para melhorar discussões, debates e em conseqüência formar opiniões (MARCELINO et al., 2008). Objetivos Identificar o perfil socioeconômico dos acadêmicos do curso de Enfermagem da Unioeste/Foz. Materiais e métodos O estudo foi desenvolvido na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Foz do Iguaçu, nas cinco turmas de enfermagem, do 1 ao 5 ano. A coleta de dados foi realizada no mês de março de 2012, na referida universidade, localizada na cidade de Foz do Iguaçu- PR, especificamente

2 entre discentes do curso de Enfermagem (Licenciatura e Bacharelado). Os dados foram gerados a partir de questionário estruturado aplicado em todas as séries e somente com os discentes que aceitaram participar desta pesquisa. Os dados quantitativos foram gerados com o preenchimento do formulário do tipo fechado que era composto por 10 questões sobre identificação do perfil socioeconômico do aluno entrevistado. Todos os dados coletados foram tabulados e processados, utilizando-se os programas Excel (Microsoft Corporation, EUA) e Google Docs. Esse estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Seres Humanos (CONEP) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE, sendo que a coleta dos dados foi conduzida após o acadêmico ou seu responsável legal, quando menor, receber informações acerca deste estudo, aceitar participar e assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Resultados e Discussão Dentre a população constituída por 186 alunos matriculados, 120 aceitaram participar da pesquisa, e destes 86% eram do sexo feminino. Conforme Moraes, o curso de Enfermagem permanece predominante feminino e em sua pesquisa encontrou prevalência de 79,34% da população pesquisada. Vall (2009) afirma que este primeiro dado não é novidade nos cursos de graduação de enfermagem, e o curso possui um percentual de mulheres comprovado em estudos estatísticos, e é fato que nos dias atuais a enfermagem ainda permanece como uma profissão essencialmente feminina, já que notavelmente o percentual de homens que buscam a profissão é ínfimo. O maior número de acadêmicos (90%) estava na faixa etária de anos de idade, e deste total, 17% tinham 20 anos de idade. Na totalidade do curso os discentes são jovens, pois se concentram entre 18 e 24 anos. Nakamae et al., (1997), refere que 80% dos alunos de universidades públicas estão numa faixa de idade mais jovem, entre 20 e 23 anos. O estado civil predominante foi solteiro, com 84% dos discentes, 8% casados, 4% em união civil estável, 1% separado e 2% não responderam. Vall et al. (2009) em pesquisa realizada encontrou 55,7% de solteiros e 37,3 casados; já Brito et al., (2009), que identificou 77,7% solteiros e 19,8% casados, avalia como positivo o grande número de solteiros, pois estes jovens poderão trazer mais cedo oportunidades a profissão, com grande expectativa de crescimento e progresso. Quanto ao perfil econômico destes entrevistados, 44% afirmaram possuir renda familiar de 3 a 5 salários mínimos e 78% não trabalham, sendo que a maioria não auxilia no orçamento doméstico (80%). Apenas 20% auxiliam no orçamento doméstico. Sobre esse fato, Magalhães e Carzino (2002) relacionam o trabalho com a necessidade de remuneração, experiência profissional e auto-sustento. De acordo com Brito et al., (2009), este dado é justificado em cursos de graduação em período integral, tal como a UNIOESTE, explicado pela

3 dificuldade de exercer atividade laboral regular, um ponto positivo no rendimento do acadêmico, o autor menciona que o trabalho atua como fator desfavorável no rendimento, pois diminui o tempo disponível para estudos, dificuldade de assimilar a matéria e concentração devido o cansaço físico e mental. No quesito moradia, 64% dos acadêmicos moram com pais e irmãos, este mesmo resultado também foi encontrado por outros pesquisadores, em 1968, aproximadamente 71,9% alunos matriculados no primeiro na EERP- USP moravam com a família, mas este percentual foi diminuindo, sendo 34,4% em 1971, e 54,6% em 1976, o crescente declínio, revela o número de alunos procedentes de outras cidades para estudar naquela localidade, atualmente representado por um percentual de apenas 27,05% (WETTERICH; MELO, 2007). Quando questionados sobre aspectos biológicos, observou-se que a média do peso dos entrevistados foi de 63,68 quilogramas, a média de altura foi de 1,66 metros e média do índice de massa corporal (IMC) foi 23, porém o IMC está muito próximo do limite para ser considerado como sobrepeso, segundo Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995). Cercato (2000) esclarece que a obesidade é um fator de risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares, especialmente doença coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral, independente da idade, pressão arterial sistólica, níveis de colesterol, tabagismo, intolerância à glicose e presença de hipertrofia ventricular esquerda. Sobre a atividade extracurricular do curso, o acadêmico de Enfermagem pode estar envolvido com estágios e projetos de pesquisa e/ou extensão, e 43% ainda não tiveram a oportunidade de participar deste tipo de atividade, 11% ainda não tem interesse em participar dessas atividades e 46% participam de projetos de extensão, de pesquisa ou estágio extracurricular, sendo especificamente 10% destes em atividades de iniciação científica. Ainda sobre a vivência curricular, 30% estavam cursando o segundo ano do curso de Enfermagem, 22% estavam no primeiro ano do curso, 19% estavam no terceiro ano e 10% e 16% estavam no quarto e quinto anos, respectivamente. Moraes (2009) também encontrou o maior número de acadêmicos no segundo ano do curso, e em segundo o primeiro ano. Coletivamente, o maior número de estudantes era proveniente de Foz do Iguaçu e municípios circunvizinhos: Missal, Santa Helena, Medianeira, Matelândia, Guaíra, Cascavel, Santa Isabel do Ivaí, São Miguel do Iguaçu, Santo Antônio do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, além de Pato Branco, Planalto e Maringá. Foz do Iguaçu sempre teve o status de cidade de turismo ecológico e de compras, atualmente ganha um novo olhar, uma cidade que está virando pólo estudantil, a UNIOESTE está localizada estrategicamente, e fornece na região uma opção aos jovens, sendo que nesse mesmo objetivo outras universidades aqui se instalaram, algumas particulares e, com destaque especial a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).

4 Considerações Finais Conhecer a realidade dos acadêmicos facilita o aprendizado durante a graduação, o perfil do aluno pode mudar a metodologia de ensino de um professor, sendo o curso de Enfermagem não somente Bacharelado, somos contemplados com a Licenciatura, sendo assim é imprescindível que o aluno não seja somente objeto do ensino como também seja parte ativa do aprendizado. Referências BRITO, Aneilde Maria Ribeiro de; BRITO, Maria José Menezes; SILVA, Patrícia Aparecida Barbosa. Perfil sociodemográfico de discentes de enfermagem de instituições de ensino superior de Belo Horizonte. Revista da Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, Junho, CERCATO, Cintia; SILVA, Shirley; SATO, Alessandra; MANCINI, Márcio; HALPERN, Alfredo. Risco cardiovascular em uma população de obesos. Revista Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v. 44, n. 1, Fev MAGALHÃES, Lilia Bueno; CARZINO, Eliane Portela. O perfil dos alunos da primeira turma de enfermagem da Universidade do Tuiutí do Paraná. Revista Tuiuti: Ciência e Cultura, n 26. Curitiba MARCELINO, K; NOGUEIRA, V.O, O perfil do aluno de enfermagem de uma instituição de ensino superior privada de São Paulo. In: XV Semana Científica da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, 2008, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense. MORAES, Augusto Flávio Santos Paula Lino. Qualidade de vida dos acadêmicos de enfermagem Unioeste Foz do Iguaçu-PR. Trabalho de Conclusão de curso (Graduação Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem) Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Foz do Iguaçu, Jul. de NAKAMAE, Djair Daniel; ARAÚJO, Maria Rizoneide Negreiros; CARNEIRO, Maria Lígia Mohalem; VIEIRA, Lúcio José; COELHO, Suellen. Caracterização socioeconômica e educacional do estudante de enfermagem nas escolas de Minas Gerais. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 31, n. 1, Abr VALL. Janaína; PEREIRA, Laura França; FRIESEN, Tatiane Temmy. O perfil do acadêmico de enfermagem em uma faculdade privada da cidade de Curitiba. Cadernos da Escola de Saúde. UNIBRASIL. Curitiba

5 WETTERICH, Natalia Cadioli; MELO, Márcia Regina Antonietto da Costa. Perfil sociodemográfico do aluno do curso de graduação em enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 15, n. 3, Junho, World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva;1995. Agradecimentos Ao colegiado do curso de Enfermagem que possibilitou a coleta de dados e ao meu esposo que compreendeu minha abdicação da família em prol do conhecimento.