A COMPREENSÃO DE IMAGENS POR MEIO DA ÁUDIO-DESCRIÇÃO: UM ESTUDO COM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS NO MUNICÍPIO DE PAÇO DO LUMIAR - MA

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Transcrição:

A COMPREENSÃO DE IMAGENS POR MEIO DA ÁUDIO-DESCRIÇÃO: UM ESTUDO COM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS NO MUNICÍPIO DE PAÇO DO LUMIAR - MA D layne Giordana Pereira Soares; Larissa Maria Vitor Dourado; Eixo Temático: Tecnologia Assistiva Palavras-chave: Educação, Deficiência Visual, Áudio-descrição. INTRODUÇÃO Ao longo da História, a sociedade veio vivenciando práticas segregadoras de diversos tipos, em que os mais variados segmentos da população foram marginalizados e excluídos dos direitos sociais, sejam por questões de gênero, raça, religião, etnia, idade ou qualquer tipo de deficiência. A exclusão social das pessoas com deficiência causou reflexos também na educação, pois as escolas também exerciam práticas segregadoras no que diz respeito ao atendimento às pessoas com necessidades educacionais especiais, muitas barreiras foram arraigadas, criando estereótipos acerca da capacidade de aprender e manifestar seu conhecimento. Guedes (2007, p. 31) a perpetuação das barreiras que reforçam a situação de dependência e exclusão a que as pessoas com deficiência estão submetidas é causada pela sociedade quando esta não busca promover soluções alternativas de acessibilidade a fim de remover as barreiras que limitam ou impedem a plena atuação dessas pessoas. Uma vez frequente na comunicação essas barreiras podem levar a pessoa com deficiência a uma total ou parcial exclusão, que pode refletir de menor ou maior grau de gravidade ao acesso de informação no processo de inclusão da pessoa com deficiência. A barreira comunicacional encontra-se muito presente na escola comum, advindo do uso excessivo de imagens nos livros didáticos, o que impossibilita a explanação clara do

professor da sala comum e compreensão pelo alunado com deficiência visual, o que pode prejudicar e marginalizar as pessoas com deficiência em plena Era da Informação. Com base nesses entraves surge a necessidade desse trabalho que configura-se como uma análise que busca refletir sobre o uso da áudio-descrição como tecnologia assistiva na sala de aula, evidenciando a construção de repertórios visuais e representações de imagens inseridas em livros didáticos. Segundo Franco (2010, p. 19), a áudio-descrição consiste na transformação de imagens em palavras em que se transfigura o visual em verbal. A áudio-descrição surge como recurso pedagógico que pode contribuir para acessibilidade comunicacional superar as limitações nos espaços educacionais. A pesquisa foi realizada através de observações em uma Escola da Rede Municipal de Paço do Lumiar, no Ensino Fundamental - 6º e 9º ano, nas aulas de Língua Portuguesa e Geografia. OBJETIVOS Projetamos como objetivo geral desta pesquisa viabilizar o acesso à cultura audiovisual por meio da áudio-descrição, refletindo sobre a relação professor x aluno no contexto de tradução intersemiótica que transforma signos visuais em verbais. Dentre os objetivos específicos estão: a) expor para os docentes a áudio-descrição como técnica de tradução visual; b) averiguar como o processo de percepção de imagens empodera o deficiente visual; c) Indicar elementos facilitadores do uso da áudio-descrição na escola da Rede Municipal de Paço do Lumiar que podem contribuir qualitativamente no processo de inclusão escolar de alunos com deficiência visual. MÉTODOS Esta pesquisa caracteriza-se como direta e indireta (MARCONI; LAKATOS, 2001). Na pesquisa direta de campo, busca-se relacionar o aspecto teórico, que consiste no entendimento da realidade, por meio das leituras e reflexões, com o aspecto empírico, que é a evidência da realidade, ou seja, a possibilidade de entender a realidade do processo de inclusão escolar na prática das escolas públicas municipais. Na pesquisa indireta bibliográfica e documental serão utilizadas informações, conhecimentos e dados coletados por outras

pessoas e demonstrados de diversas formas, como banco de dados científicos eletrônicos, além de publicações voltadas para a área da áudio-descrição, das políticas públicas de inclusão e da deficiência visual. O método de abordagem pretendido para conduzir esta pesquisa é o dialético, por abordar o processo de inclusão escolar em sua complexidade por meio do uso da Áudiodescrição, buscando compreender inúmeros fatores que o configuram e que estão em constante movimento. Esse método possibilita maior nível de profundidade, o entendimento de particularidades de comportamento dos participantes, diante do processo de inclusão escolar (RICHARDSON, 1999). RESULTADOS A reflexão advinda das experiências relatadas nos instiga a reconhecer a necessidade das pessoas com deficiência visual incluídas nas salas comuns de construir imagens mentais com propriedade por meio do uso da áudio-descrição nas escolas a partir de fontes auditivas. Hoje a realidade nos demonstra que o alunado deficiente imagina ou tem prejuízo na compreensão de imagens, pois não dispõem de elementos claros para transformar o verbal em visual, imagético. A organização de imagens mentais perpassa estimulação sensorial e vivências para usufruir da áudio-descrição com bom êxito. Segundo Silva (2015) mesmo comprovada a necessidade emergente nas escolas, o uso ou conhecimento sobre a técnica da áudio-descrição é tênue nas escolas. [...] o recurso da audiodescrição, considerada uma forma de acessibilidade para os alunos com deficiência visual são pouco encontrados nas escolas regulares que possuem alunos com deficiência visual. Na maioria das escolas, os vídeos educativos não possuem audiodescrição ou professores com formação continuada em audiodescrição para que possam orientar e auxiliar os professores do ensino comum diante dessas situações (SILVA, 2015, p. 05). Sendo assim, o uso da áudio-descrição nesse contexto, complementará o acesso ao conhecimento da base curricular comum pelo aluno.

DISCUSSÃO Por meio da visão, a criança em um curto espaço de tempo, adquire grande quantidade de informação, e se desenvolve por meio da imitação e interação com o mundo a sua volta. A ausência da visão no momento da aprendizagem trás como consequência uma organização mental diferente, sem realizar associações por meio de imagens, construindo representações mentais que possibilitam a apreensão da realidade de maneira gradual e fragmentada. Assim, a pessoa que possui deficiente visual recorre a outros canais sensoriais, como por exemplo, o tato e a audição para compensar sua limitação visual, entretanto Gil afirma que a aquisição do significado do mundo dos sons é um processo lento. (2000, p.30) A evolução em entender o mundo de imagens é contínuo e deve ser ofertado nas escolas pois possibilitaria não só o desenvolvimento da habilidade de ouvir, mas também ganhos linguísticos, lúdicos e sociais. As pessoas são capazes e os limites que têm são superáveis. (LIMA, 2010). Assim sendo, nos livros didáticos é preponderante o uso de layout, desenhos, charges, tirinhas, gráficos, mapas, etc., extremamente coloridos e com mensagens visuais que destinam-se para a manifestação de ideias e dados a serem interpretados pelo aluno, e no caso deficiente visual é imperioso o uso da áudio-descrição para que o acesso esteja em conformidade com a demanda visuocêntrica do ambiente escolar. Posto isso, neste trabalho estão em processo de discussão alguns aspectos, como: Que situações estão contribuindo para o uso da áudio-descrição no processo de aprendizagem de alunos com deficiência visual? Como está ocorrendo o envolvimento do professor da sala comum no processo de inserção da áudio-descrição nas aulas? Como a relação imagem/interpretação vem sendo administrada pelo aluno com deficiência visual? CONCLUSÃO A pesquisa em questão poderá permitir um amplo conhecimento em diversos aspectos (sociais, filosóficos, psicológicos, políticos, culturais e educacionais), propiciando a sistematização de dados que fornecerão aporte aos educadores para formar condições à participação desses alunos no processo de inclusão escolar, contribuindo para a socialização

de alunos com e sem deficiência, nas práticas de inclusão de educadores e no envolvimento e participação de toda comunidade escolar. (SASSAKI, 1997, p.33). Cada um detém sua identidade e diversas formas de usufruir e compreender as imagens, refletindo que a escola é ambiente em se formar cidadãos por meio da construção de saberes, ignorar a oferta de vivência de experiências culturais e a implantação da áudiodescrição como recurso pedagógico é ferir o direito a educação, lazer, cultura e comunicação. REFERÊNCIAS FRANCO, E. P. C.; SILVA, M. C. C. Audiodescrição: Breve Passeio Histórico. In: MOTTA, L. M. V. M.; FILHO, Paulo Romeu. Audiodescrição: transformando imagens em palavras. São Paulo: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, 2010. GIL, Marta. Deficiência Visual. Brasília : MEC. Secretaria de Educação a Distância, 2000. GUEDES, L. C. Barreiras atitudinais nas Instituições de Ensino Superior: questão de educação e empregabilidade. Recife, 2007. 270f. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. LIMA, F. J. e LIMA, R.A. F. O direito das crianças com deficiência visual à áudiodescrição. Revista Brasileira de Tradução Visual, vol. 3, 2010. Disponível em http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/. Acesso em 04/04/2016. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicação e trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade par todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. SILVA, Mara Cristina Fortuna da. MICHELS, Lísia Regina Ferreira. A importância de cursos de formação continuada em áudiodescrição para professores do Atendimento Educacional Especializado. Revista Brasileira de Tradução Visual RBTV. v.18, nº18, 2015.