Par ordenado [ordered pair]. É uma estrutura do tipo x, y. Se x y x,y y,x.

Documentos relacionados
Lógica e Matemática Discreta

Matemática Discreta - Departamento de Matemática - EST-IPV / III

A ordem em que os elementos se apresentam em um conjunto não é levada em consideração. Há

AXB = {(x, y) x A e y B}

Relações binárias. Laura Goulart. 7 de Março de 2018 UESB. Laura Goulart (UESB) Relações binárias 7 de Março de / 1

Relações. George Darmiton da Cunha Cavalcanti CIn - UFPE

Produto Cartesiano. Exemplo: Dados os conjuntos A = {5,6} e B = {2,3,4}, vamos determinar o produto cartesiano AXB;

Curso: Ciência da Computação Disciplina: Matemática Discreta RELAÇÕES. Prof.: Marcelo Maraschin de Souza

ELEMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA Exame de Segunda Data 18/01/2011

4.1 Preliminares. No exemplo acima: Dom(R 1 ) = e Im(R 1 ) = Dom(R 2 ) = e Im(R 2 ) = Dom(R 3 ) = e Im(R 3 ) = Diagrama de Venn

Conjunto Quociente e Classe de Equivalência (Alguns Exemplos e Definições)

Reticulados e Álgebras de Boole

Teoria dos Conjuntos MATEMÁTICA DISCRETA CONCEITOS PRELIMINARES. Fundamentos de Lógica Técnicas Elementares de Prova A NOÇÃO DE CONJUNTO

MATEMÁTICA DISCRETA CONCEITOS PRELIMINARES

Matemática D s r t i c e a

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS

Produto Cartesiano de dois conjuntos, Relações e Funções

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais

1 Análise combinatória

Matemática Elementar. Matemática Elementar por Inaldo Barbosa de Albuquerque

A prática já tida com conjuntos familiariza com os axiomas seguintes:

Cálculo Diferencial e Integral I

complemento para a disciplina de Matemática Discreta versão 1 - Jerônimo C. Pellegrini Relações de Equivalência e de Ordem

Matemática Discreta Parte 11

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas Departamento de Matemática MAT Introdução à Álgebra 2015/I

Antes de abordarmos os temas centrais deste curso é conveniente recordar algumas noções básicas usadas sistematicamente no que se segue.

ficha 5 transformações lineares

Centro de Informática UFPE

Notas sobre Relações

Matemática Elementar. Matemática Elementar por Inaldo Barbosa de Albuquerque

Relações Binárias, Aplicações e Operações

13 AULA. Relações de Equivalência LIVRO. META: Introduzir o conceito de relações de equivalência e suas propriedades.

MATEMÁTICA MÓDULO 8 DIVISIBILIDADE E CONGRUÊNCIA. Professor Matheus Secco

Sumário Algumas Demonstrações CONCLUSÃO RESUMO ATIVIDADES... 34

Roteiro da segunda aula presencial - ME

1 FUNÇÃO - DEFINIÇÃO. Chama-se função do 1. grau toda função definida de por f(x) = ax + b com a, b e a 0.

Matemática Discreta 11/12 Soluções

Notas de aulas. álgebra abstrata

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Pato Branco ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO. Prova Parcial 1 Matemática Discreta para Computação

Contando o Infinito: os Números Cardinais

Aula 1 Conjuntos. Meta. Introduzir as noções básicas de conjunto e produto cartesiano de. conjuntos. Objetivos

Sumários Alargados. Recomenda-se a leitura de: Capítulos 0 e 1 de: J. Lewin/M. Lewin, An Introduction to Mathematical Analysis;

Relações Binárias, Aplicações e Operações

O espaço das Ordens de um Corpo

Capítulo 0: Conjuntos, funções, relações

Matemática para Ciência de Computadores

Semana 2. Primitivas. Conjunto das partes. Produto cartesiano. 1 Teoria ingênua dos conjuntos. 2 Axiomática ZFC de conjuntos. 4 Conjuntos numéricos

Capítulo 3 - Relações

Análise Infinitesimal I. Maria Manuel Clementino, 2010/11

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS. Julio Cesar Pereira

Matemática Discreta Bacharelado em Sistemas de Informação Resolução - 3ª Lista de Exercícios RESOLUÇÃO

Apontamentos de Matemática Discreta

Ficha Prática 5: Cap 3.Princípios Elementares de Contagem

Criptografia e Segurança das Comunicações. das Comunicações Bases Matemáticas - Relações e Ordens

n. 28 RELAÇÕES BINÁRIAS ENTRE CONJUNTOS

INE Fundamentos de Matemática Discreta para a Computação

INE0003 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

Em Matemática existem situações em que há necessidade de distinguir dois pares pela ordem dos elementos. Por exemplo, no sistema de equações

MatemáticaI Gestão ESTG/IPB Departamento de Matemática 28

Tópicos de Matemática. Teoria elementar de conjuntos

Notas de aula: Cálculo e Matemática Aplicados às Notas de aula: Ciências dos Alimentos

Chapter Conjuntos

Algebra Sandro Marcos Guzzo Cascavel 1 de abril de 2019

Funções. Funções. Cardinalidade de conjuntos. Discrete Mathematics with Graph Theory Edgar Goodaire e Michael Parmenter, 3rd ed 2006.

Lista de Exercícios 8: Soluções Relações

Programa Combinatória Aritmética Racional MATEMÁTICA DISCRETA. Patrícia Ribeiro. Departamento de Matemática, ESTSetúbal 2018/ / 52

Introdução à Teoria de Grupos Grupos cíclicos Grupos de permutações Isomorfismos

Curso: Ciência da Computação Turma: 6ª Série. Teoria da Computação. Aula 2. Conceitos Básicos da Teoria da Computação

ALGEBRA I Maria L ucia Torres Villela Instituto de Matem atica Universidade Federal Fluminense Junho de 2007 Revis ao em Fevereiro de 2008

Teoria intuitiva de conjuntos

Conjuntos, cap. 4 de Introdução à Lógica (Mortari 2001) Luiz Arthur Pagani

Vimos que a todo o argumento corresponde uma estrutura. Por exemplo ao argumento. Se a Lua é cúbica, então os humanos voam.

Lógica e Matemática Discreta

Aritmética Racional MATEMÁTICA DISCRETA. Patrícia Ribeiro. Departamento de Matemática, ESTSetúbal 2018/ / 42

1.1 Conjuntos parcialmente ordenados (c.p.o. s)

ANÁLISE COMBINATÓRIA

MAT TEORIA DOS CONJUNTOS 1 o SEMESTRE 2014 BACHARELADO - IME

Conjuntos parcialmente ordenados, polinómios cromáticos e Sudoku

Lógica e Programação - Folha de trabalho n. 3

Sejam A o conjunto de todos os seres humanos e B o conjunto de todos os livros. Consideremos

A2. Cada operação é distributiva sobre a outra, isto é, para todo x, y e z em A, x (y + z) = (x y) + (x z) e x + (y z) = (x + y) (x + z)

3.4 Álgebra booleana, ordens parciais e reticulados

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

5 Congruências lineares. Programa. 1 Parte 1 - Conjuntos e Aplicações. 1 Conjuntos. 4 Indução matemática e divisibilidade

Notas de Aula Disciplina Matemática Tópico 03 Licenciatura em Matemática Osasco -2010

Sejam A e B conjuntos não vazios. Chama-se produto cartesiano de A por B o conjunto

PRINCÍPIOS DA MULTIPLICAÇÃO, DA ADIÇÃO E DA INCLUSÃO-

CT-200 Fundamentos de Linguagens Formais e Automata - Aula 01 - In...

Funções, Seqüências, Cardinalidade

2019/01. Estruturas Básicas: Conjuntos, Funções, Sequências, e Somatórios Área de Teoria DCC/UFMG /01 1 / 76

Matemática Discreta para Ciência da Computação

FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c

Corpos Finitos Parte I

Matemática tica Discreta Módulo Extra (2)

Relações binárias. Relações binárias. Discrete Mathematics with Graph Theory Edgar Goodaire e Michael Parmenter, 3rd ed 2006.

Relações. Antonio Alfredo Ferreira Loureiro. UFMG/ICEx/DCC MD Relações 1

Um conjunto é uma coleção de objetos. Esses objetos podem ser qualquer coisa. Costumamos chamar esses objetos de elementos do conjuntos.

Preparação para o Cálculo

Transcrição:

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 4 Par ordenado [ordered pair]. É uma estrutura do tipo x, y. Se x y x,y y,x. então Produto cartesiano do conjunto A pelo conjunto B [cartesian product]. Denota-se por A B e é o conjunto de todos os pares ordenados possíveis de formar com elementos de A e de A B a,b : a A,b B. B (nesta ordem): s. A 2,3,4 B 4,5 A B= 2,4, 2,5, 3,4, 3,5, 4,4, 4,5 B A= 4,2, 4,3, 4,4, 5,2, 5,3, 5,4 2 B =B B= 4,4, 4,5, 5,4, 5,5 2. 2 R R R a,b : a,br 2 N =N N a,b :a,b N O produto cartesiano pode envolver um número finito qualquer de conjuntos [produtório cartesiano]. Por exemplo 3 N N N N a, b,c : a, b,c N. Mostre que se A e B são conjuntos finitos então A B A B. Relação de A para B (ou de A em B) [relation from A to B]. É qualquer subconjunto de A B.

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 42 A 2,3, 4 B 4,5 Os conjuntos P e Q representam relações de A em B. P= 2,4, 3,5 Q= 2,4, 2,5 Acerca da relação P podemos afirmar: 2 P 4, i.e., 2 relaciona-se com 4 via relação P; 3 P 4, i.e., 3 não se relaciona com 4 via relação P. Considere o conjunto U, 2,3,4,5,6. Escreva uma relação P contida em U 2, tal que sejam verdadeiras as seguintes proposições a. 3P4 b. 3P3 c. 3P2 d. 3 P. Mostre que se A B n podem ser definidas 2 n + relações de A em B. Teorema. a. A B C A B A C b. A B C A B A C c. A B C A C B C d. A B C A C B C Demonstre as igualdades do teorema. Relação binária em A [binary relation in A]. É uma relação de A para A.

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 43 R 2,2, 3,2 é uma relação binária no conjunto A relação A 2,3,4. Propriedades das Relações Binárias. Seja R uma relação binária definida num conjunto A. (i) Se para todo o x pertencente a A temos xrx, então dizemos que R é reflexiva. (ii) Se para todos os x, y pertencentes a A for verdade que valendo xry também vale yrx, então dizemos que R é simétrica. (iii) Se para todos os x, y, z pertencentes a A for verdade que valendo xry e yrz também vale xrz, então dizemos que R é transitiva. A relação < ( menor que ) definida em N da forma x, y : x, y N Existe um inteiro positivo, k, tal que y k x não é reflexiva, porque x x [diz-se anti-reflexiva]; não é simétrica porque se x y então y x ; é transitiva porque se x y e y z então x z. Relação de Equivalência [equivalence relation]. Uma relação binária R diz-se uma relação de equivalência sse é reflexiva, simétrica e transitiva. As relações de equivalência são aparentadas com a relação de igualdade (=). Mostre que a relação de igualdade em N é uma relação de equivalência. Congruência Módulo n [congruence modulo n]. Seja n um inteiro positivo. Dizemos que os inteiros positivos x e y são congruentes módulo n, e escrevemos x y (mod n),

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 44 sse os restos das divisões de x por n e de y por n são iguais. Dizemos que o par (x, y)pertence à relação de congruência módulo n. s 3 3 (mod 5) 2 22 (mod 2). 3 3 (mod 3) Mostre que a relação de congruência módulo n é uma relação de equivalência no conjunto dos inteiros. Mostre que x y (mod n) sse n x y. Função de A em B [function from A to B]. É uma relação de A para B tal que todos os elementos de A se relacionam com algum elemento de B, sendo que cada elemento de A se relaciona com apenas um, e não mais do que um, elemento de B. As funções costumam representar-se por letras minúsculas. Escreve-se f : A B, sendo que f designa a relação (função).. A relação f é uma função de A em B: Consideremos os conjuntos A,2,3 e B w,x, y,z f =,w, 2, x, 3,x Escreve-se, por exemplo, f () w, com o mesmo significado de fw. Numa função de A em B, f : A B, A diz-se domínio de f (ou conjunto de partida de f) e B diz-se codomínio de f (ou conjunto de chegada de f).

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 45 O subconjunto de B correspondente aos elementos que se relacionam com os elementos de A, via função f, diz-se contradomínio de f (ou imagem de A por f) e representa-se por f(a). No caso da função f do exemplo anterior, A é o domínio de f, B é o codomínio de f e {w, x} é o contradomínio de f. Algumas funções importantes em computação. Função floor : R Z x, y : x R e y é o maior inteiro x s 3.75 3, 3.75 4, 3 3 6.0 5.99 2 2. Função ceiling : R Z x, y : x R e y é o menor inteiro x s 3.75 4, 3.75 3, 3 3 6.0 5.99 0 3. Função trunc trunc : R Z trunc x, y : x R e y representa a parte inteira de x s

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 46 trunc(3.75) 3, trunc( 3.75) 3, trunc(3) 3 Defina a função trunc( ) usando uma fórmula que envolva as funções floor e ceiling. Sejam A e B dois conjuntos finitos. Mostre que se A B n m e, então o número de funções que se podem definir de A em B é igual a m n. Função injectiva [injective function; one-to-one function]. Cada elemento do contradomínio é imagem de um e um só elemento do domínio. Consideremos os conjuntos A,2,3 e B a,b,c,d,e. As funções f e g seguintes são funções de A em B: f,a, 2,e, 3,e não é injectiva; g,a, 2,b, 3,d é injectiva. Sejam A e B dois conjuntos finitos. Quantas funções injectivas se podem definir de A em B? Sejam A e B dois conjuntos finitos. Qual a relação entre os cardinais dos dois conjuntos, de modo que se possa definir entre eles uma função injectiva? Função sobrejectiva [surjective function; onto function]. O codomínio é igual ao contradomínio.

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 47 Consideremos os conjuntos A,2,3,4 e B a,b,c. As funções f e g seguintes são funções de A em B: f,a, 2,b, 3,b, 4,b não é sobrejectiva; g,c, 2,b, 3,d, 4,a é sobrejectiva. Sejam A e B dois conjuntos finitos. Quantas funções sobrejectivas se podem definir de A em B [nota: diz-se função de A sobre B no caso de se tratar de uma função sobrejectiva]? Sejam A e B dois conjuntos finitos. Qual a relação entre os cardinais dos dois conjuntos, de modo que se possa definir entre eles uma função sobrejectiva? Função bijectiva [bijective function]. É injectiva e sobrejectiva. A,2,3,4 B a,b,c,d As funções f e g seguintes são funções de A sobre B. f,a, 2,b, 3,b, 4,b não é bijectiva; g,c, 2,b, 3,d, 4,a é bijectiva. Função inversa [inverse function]. Se f : A B é bijectiva, chama-se função inversa de f, à função f : B A tal que: f y, x : x, y f Consideremos os conjuntos A,2,3,4 e B a,b,c,d. Dada a função bijectiva f,b, 2,d, 3,a, 4,c, a sua inversa é f b,, d,2, a,3, c,4.

Matemática Discreta ESTiG\IPB Cap2. Relações. Funções pg 48 Sejam A e B dois conjuntos finitos. Quantas funções bijectivas se podem definir de A sobre B? Sejam A e B dois conjuntos finitos. Qual a relação entre os cardinais dos dois conjuntos, de modo que se possa definir entre eles uma função bijectiva? Mostre que a função f (x) 3x 7, de domínio e codomínio iguais a N, é injectiva. Seja f : A B e A um subconjunto de A. Diz-se restrição de f a A, e representa-se por f : A B, uma função cujo domínio é A e A cujo contradomínio é constituído pelas imagens dos elementos de A via f. A, 2,3,4 A,2 B a,b,c,d A f,a, 2,b, 3,c, 4,c f,a, 2,b Seja A um subconjunto de A e f : A B uma função. Seja g : A B uma outra função tal que g(a)=f(a) para todo o elemento a A. Então g diz-se uma extensão de f a A. A, 2,3,4 A,2 B a,b,c,d f,a, 2,b g,a, 2,b, 3,c, 4,c A