Isolamento e Identificação de Legionella spp.

Documentos relacionados
Sumário: Ecologia da Legionella Doença dos Legionários Normativos existentes Desafios da futura legislação Problemática dos surtos

Legionella em ambientes aquáticos

Legionella: Surtos ou epidemia?

pneumophila ESTIRPE PARIS APÓS CO-CULTURA EM Acanthamoeba castellanii

Legionella pneumophila em ambientes aquáticos

Métodos laboratoriais para pesquisa e identificação de Legionella species em amostras ambientais

Métodos laboratoriais para a pesquisa e identificação de Legionella spp

Metodologias de Análise de Legionella em Sistemas de Água

Amostragem e Análise de Legionella em Sistemas de Água

Análises laboratoriais de Legionella em sistemas de água-métodos disponíveis, vantagens e inconvenientes

Isolamento e Identificação de Legionella spp.

Simpósio Ambiente e Saúde Legionella species

Avaliação do Legiolert na deteção e quantificação de Legionella pneumophila em amostras de água

Amostragem e Análises laboratoriais de Legionella em sistemas de água-métodos disponíveis, vantagens e inconvenientes

Legionella e risco em saúde pública

sagilab laboratório análises técnicas SA Risk assessment Legionella

Amostragem e Análise de Legionella em Sistemas de Água

Legionella pneumophila em ambientes aquáticos

Amostragem e Análise de Legionella em Sistemas de Água

Legionella um risco em saúde pública

Detecção de bactérias do gênero Legionella em amostras de água de sistemas de ar condicionado* doi: /S

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE EGAS MONIZ

Vírus da Peste suína Clássica - VPSC. Diagnóstico Laboratorial

Legionella pneumophila em ambientes aquáticos

Legionella pneumophila em ambientes aquáticos

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de janeiro, emite-se a seguinte:

LISTAGEM DE ENSAIOS SOB ACREDITAÇÃO FLEXÍVEL INTERMÉDIA

PREPARAÇÃO DE CÉLULAS COMPETENTES DE Escherichia coli HB101

A LEGIONELLA E O HOMEM

Dra. Regina Maura Bueno Franco* Laboratório de Protozoologia Departamento de Biologia Animal Universidade Estadual de Campinas

Doença do Legionário revisão temática Legionnaires disease a subject review

Listagem e Custos das Atividades Laboratoriais do Laboratório de Saúde Pública da ULS da Guarda, EPE

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Lista de Ensaios sob Acreditação Flexível

Cultivo celular de hibridomas: produção de anticorpos monoclonais

Meios de cultura bacteriano

WORKSHOP Prevenção e Controlo da Legionella nos sistemas de água IPQ, Covilhã 11/04/2018

LISTA DE ENSAIOS SOB ACREDITAÇÃO FLEXÍVEL INTERMÉDIA

PG001A6 LISTA DE ENSAIOS SOB ACREDITAÇÃO FLEXÍVEL INTERMÉDIA

PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PROTEINASE EXTRACELULAR PRODUZIDA POR Candida krusei AP176.

Imunoensaios no laboratório clínico

VII-005 DETECÇÃO E AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE Legionella pneumophila EM ÁGUA DE USO HOSPITALAR

INVESTIGAÇÃO DE FOCOS DE LEGIONELA NO SISTEMA DE AR CONDICIONADO EM DOIS HOSPITAIS DA GRANDE FLORIANÓPOLIS - SC

Nutrição e metabolismo. microbiano. Nutrição e Metabolismo. microbiano. Nutrição e metabolismo microbiano. Nutrição e metabolismo microbiano

A Norma ISO 11133:2014

Lista de Ensaios sob Acreditação Flexível Intermédia L

Direcção-Geral da Saúde Circular Normativa

EFEITO DE DIFERENTES FORMAS DE PREPARO DO INÓCULO E DE CONCENTRAÇÕES DOS NUTRIENTES NA PRODUÇÃO DE ETANOL POR Saccharomyces cerevisiae UFPEDA 1238

Universidade de Évora ICAAM Laboratório de Microbiologia do Solo 18/07/ /07/2011

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Seleção de clones e screening de bibliotecas genômicas

Comunicado 164 Técnico

Introdução de métodos rápidos na rotina de um Laboratório de Saúde Pública

Damchem - Comércio de produtos de manutenção industrial, Lda. Rua Eng.º Adelino Amaro da Costa Nº7, 1ºDireito (Apartado 163) Oliveira do

Legionella: FACTOS ESSENCIAIS E INFORMAÇÕES PRÁTICAS

PG001A6 LISTA DE ENSAIOS SOB ACREDITAÇÃO FLEXÍVEL INTERMÉDIA

Micologia. Prof a Dr a Patricia Dalzoto Departamento de Patologia Básica

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Giardíase. - É a principal parasitose intestinal (com maior incidência do que a ascaridíase e a amebíase).

Ativação de caspase-1 e formação de poros em macrófagos infectados por Legionella pneumophila

ERHO 02. Abstract. II Encontro Regional de Higiene Ocupacional /NE

BIBLIOTECAS DE DNA E HIBRIDIZAÇÃO. FABIANA SEIXAS

Colheita de produtos biológicos destinados à investigação laboratorial virológica

Bacteriologia 2º/ /08/2017

TÉCNICAS BÁSICAS DA MICROBIOLOGIA

DOC SAC/CGAL nº 04: Escopo da Área de Microbiologia em Alimentos e Água - Revisão 12

Início no final do século XIX; Agentes infecciosos capazes de passar por filtros que retinham bactérias; Evolução técnico-científica; Nem todos

Injúria microbiana. Talita Schneid Tejada. Pelotas, outubro de 2008

Surto de Doença dos Legionários de Vila Franca de Xira, Portugal, 2014

Determinação de sensibilidade bacteriana aos antimicrobianos

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Legionella em Unidades de Saúde

Legionella em Unidades de Saúde

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Parâmetros ambientais na alteração da dinâmica dos sistemas europeus das doenças associadas a ixodídeos. Referência do projecto PTDC/CLI/64257/2006

Microrganismos do solo

Diagnóstico laboratorial de Micobactérias Não-Tuberculosas

Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde - particularidades na criança

PROTOCOLO OPERACIONAL PARA TRANSFERÊNCIA DE CÉLULAS BACTERIANAS PARA MEIO LÍQUIDO

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

(73) Titular(es): (72) Inventor(es): (74) Mandatário:

Tiago Filipe Coelho Resende CURRICULUM VITAE

Ficha Técnica de Produto

Ana Coutinho Ana Sousa Miguel Costa Pedro Cordeiro Tiago Ferreira Tierri Oliveira. Objectivos. Produção de Biopesticidas 2/22

Pesquisa de Leveduras em Rios. Poluídos e não Poluídos

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

AULA 03: Nutrição e metabolismo bacteriano

Método : HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Performance) por troca Iônica. Material: Sangue Edta

RESULTADO DE EXAMES LABORATORIAIS. Estado: MG

Declaração de Conflitos de Interesse. Nada a declarar.

Inserido no texto didático em:

Anexo Técnico de Acreditação Nº L Accreditation Annex nr.

Sumário ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

Lista de ensaios sob acreditação flexível

Diversidade de rizóbios que nodulam o feijoeiro (Phaseo!us vulgaris L.) em solos dos cerrados

Agências financiadoras

Transcrição:

Isolamento e Identificação de Legionella spp. Milton Costa Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra e Biocant Associação de Transferência de Tecnologia, Cantanhede

Primeiros passos Prof. Luis de Oliveira, Director Clínico das Termas do Luso, pretende saber se existem legionelas nastermas. Fui fazer um curto estágio no PHLS, Porton Down, UK com Julian Dennis. Primeiros isolamentos de Legionella spp. em tabuleiros de água morna na unidade de prematuros no Hospital Pediátrico de Coimbra. Veríssimo, A., G. Vesey, M. G. Rocha, G. Marrão, J. Colbourne, P. J. Dennis & M. S. da Costa. (1990) A hot water supply as the source of Legionella pneumophila in incubators of a neonatology unit. Journal of Hospital Infections, 15: 255-263. O António Verissimo e eu relacionámos as temperaturas de isolamento de Legionella com temperatura de nascentes termais e decidimos saber se colonizavam nascentes termais. Veríssimo, A., G. Marrão, F. Gomes da Silva & M. S. da Costa. (1991) Distribution of Legionella spp. in hydrothermal areas in Continental Portugal and on the Island of S. Miguel, Azores. Applied and Environmental Microbiology, 57: 2921-2927.

As espécies do género Legionella L. adelaidensis L. anisa L. belardiensis L. birminghamensis L. bozemanii L. brunensis L. busanensis L. cherrii L. cincinnatiensis L. drancurtii L. dresdenensis L. drozanskii L. dumoffii L. erythra L. fairfieldensis L. fallonii L. feeleii L. geestiana L. gormanii L. gratiana L. gresilensis L. hackeliae L. impletisoli L. israelensis L. jamestowniensis L. jordanis L. lansingensis L. londiniensis L. longbeachae L. lytica L. maceachernii L. massiliensis L. micdadei L. moravica L. nagasakiensis L. nautarum L. oakridgensis L. parisiensis L. pneumophila L. quateirensis L. quinlivanii L. rowbathamii L. rubrilucens L. sainthelensi L. santicrucis L. shakespearei L. spiritensis L. steigerwaltii L. tauriensis L. tucsonensis L. tunisiensis L. wadsworthii L. waltersii L. worsleiensis L. yabuuchiae Cerca de 22 espécies associadas a doença

Imunofluorescência indirecta Anticorpos Policlonais Anticorpos Monoclonais para L. pneumophila L. pneumophila sg 1 L. micdadei L. pneumophila sg 2 L. santicrucis L. pneumophila sg 3 L. spiritensis L. pneumophila sg 4 L. steigerwaltii L. pneumophila sg 5 L. wadsworthi L. pneumophila sg 6 L. dumofii L. pneumophila sg 7 L. gormanii L. pneumophila sg 8 L. oakridgensis L. pneumophila sg 9 L. londiniensis L. pneumophila sg 10 L. moravica L. pneumophila sg 11 L. nautorum L. pneumophila sg 12 L. pneumophila sg 13 L. pneumophila sg 14 L. pneumophila sg 15 L. bozemanii sg1 L. bozemanii sg2 L. erythra L. feelei sg1 L. feelei sg2 L. israelensis L. jamestowniensis L. jordanis L. longbeachae sg1 L. longbeachae sg2 L. rubrilucensis MAB 1 MAB 2 MAB 3 W32 33G2 32A12 144C2 W29 P4C3 P9C3 P 13-15 W36 W32 4032 W39 JR5 K1 G6 Um flagelante

Processar amostras Amostra de água Filtração Norma ISO 11731 Concentrado Directo Tratamento calor Tratamento ácido Espalhamento em GVPC ou BCYE Incubação a 37ºC, 3 a 10 dias ou a temperaturas mais baixas

Identificação presumptiva Visualização das colónias suspeitas Norma ISO 11731 Identificação presumptiva de Legionella spp. BCYE BCYE sem cisteína Purificação Preservação Identificação Latex Ser1, Ser2-14, Ser2-15 Ácidos gordos ou 16s rrna

Identificação de Legionella a partir dos perfís proteicos Veríssimo, A., P. V. Morais, A. Diogo, C. Gomes & M. S. da Costa. (1996) Characterization of Legionella species by numerical analysis of whole-cell protein electrophoresis International Journal of Systematic Bacteriology, 46: 41-49.

Identificação de Legionella pelos ácidos gordos 6790 amostras examinadas entre 1997 e 2013 para legionelas. Cerca de 1600 estirpes de Legionella identificadas pela análise dos ácidos gordos. Este banco de dados, foi adoptado pela MIDI e estamos agora acreditadso o método dentro da Norma ISO 11731 e prnp4422. Em casos de dúvida podemos pesquisar o gene dota for PCR para confirmar L. pneumophila. De 375 estirpes de Legionella, só Temos conservadas todas as estirpes de espécies de Legionella isoladas desde. As não-pneumophila, mais isoladas pertencem a L. oakridgensis, L. londiniensis, L. parisiensis, L. steigerwaltii Diogo, A., A. Veríssimo, M. F. Nobre & M. S. da Costa. (1999). Usefulness of fatty acid composition for the differentiation of Legionella species. Journal of Clinical Microbiology, 37: 2248-2254.

Aquicella lusitana e Aquicella siphonis Algumas coisas não são aquilo que parecem Santos, P., I. Pinhal, F. A. Rainey, N. Empadinhas, J. Costa, B. Fields, R. Benson, A. Veríssimo & M. S. da Costa (2003). The Gamma-Proteobacteria, Aquicella lusitana gen. nov., sp. nov. and Aquicella siphonis, sp. nov., infect protozoa and require activated charcoal for growth in laboratory media. Applied and Environmental Microbiology, 69:6533-6540.

Aquicella lusitana e Aquicella siphonis Algumas coisas não são aquilo que parecem Parentes mais próximos são Rickettsiella (doença em insectos). Rickettsiella spp., parasitas intracelulares, nunca foram cultivadas. Legionella spp. e Aquicella spp. são cultiváveis. Aquicella spp. Crescem só em meios com carvão, extracto de levedura e a-cetoglutarato ou piruvato. Crescimento aeróbio ou microaeróbio. Não cresce em anaerobiose.

Aquicella lusitana e Aquicella siphonis Algumas coisas não são aquilo que parecem Este processo permitiu-nos examinar várias condições de crescimento de Legionella e Aquicella que não seria possível com meios sólidos contendo carvão. Gama de temperatura de crescimento, Gama de ph de crescimento, Substratos assimilados, Meio de cutura líquido Espaçamento de agar Carvão Activado

Aquicella lusitana e Aquicella siphonis Algumas coisas não são aquilo que parecem Thermomonas hydrothermalis Meiothermus cerbereus Albidovulum inexpectatum ph 9.0 ph 10.0 Legionella oakridgensis Legionella anisa Aquicella lusitana Aquicella siphonis 5.0 6.0 7.0 8.0 ph

Aquicella lusitana e Aquicella siphonis Algumas coisas não são aquilo que parecem Aquicella spp. infectam Hartmanella vermiformis Hartmannella vermiformis Infecção crónica (10 3 /cell), não é aguda (10 5-10 6 /cell) como Legionella spp. Aquicella lusitana Aquicella siphonis Células humans infectadas com Legionella Aquicella spp. não infectam macrófagos humanos

Aquicella lusitana e Aquicella siphonis Algumas coisas não são aquilo que parecem 1 2 3 4 5 mip gene 1 2 3 4 5 6 7 dota gene 2642 bp 500 bp 697 bp 1- Marker 2- Sgt 39 (Aquicella) 3- Sgt 108 (Aquicella) 4- L. pneumophila 5- L. anisa 1- Marker 2- L. pneumophila 3- L. anisa 4- Sgt 39 (Aquicella) 5- Sgt 50 (L. pneumophila) 6- Sgt 59 (L.pneumophila) 7- Sgt 108 (Aquicella)

AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÔES FINANCIADORAS António Verissímo Fernanda Nobre Joana Costa Graça Rocha Gina Marrão Alexandra Diogo Paula Morais Richard Bowker Barry Fields Fundação para a Ciência e a Tecnologia Sociedade das Águas de Luso, SA Cinágua