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Transcrição:

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Nome: Nº 8º ano Data: / /2016 Professor: Nota: (valor: 1,0) 2º bimestre A - Introdução Neste bimestre, revisamos alguns estudos de gramática, além de termos aprendido uma nova função sintática: o aposto. Lembrando-nos dos conceitos de sujeito, predicado e das relações de predicação verbal, aplicamos nossos conhecimentos ao processo de análise linguística. Além disso, encaminhamos a leitura do livro Frankenstein, analisando temas e significados principais da obra. Para a recuperação, é importante retomar o que eventualmente não tenha ficado claro; para isso siga as instruções e faça as atividades solicitadas. Bom trabalho! B - Conteúdos essenciais do semestre - Gênero textual: crônica narrativa (aspectos gerais da crônica); - interpretação de texto; - sujeito (classificações e efeitos de sentido); - predicado (classificações); - predicação verbal; - predicativos (do sujeito e do objeto); - adjunto adnominal C OBJETIVOS DE APREDIZAGEM 1. Gênero textual: Crônica narrativa - Reconhecer as características do gênero crônica, em especial, a crônica narrativa; - Identificar o contexto de circulação do gênero e suas implicações na constituição do texto e na interlocução; - Perceber a relação entre crônica e fatos cotidianos, relevantes na composição do gênero; - Apreender o modo como os elementos básicos da narrativa (situação inicial, conflito, clímax e desfecho) aparecem ou não, na crônica narrativa; - Diferenciar sequências narrativas de descritivas. - Perceber os diferentes modos de construção da sequência dissertativa (reflexão) na crônica;

- Reconhecer marcas textuais que caracterizem o estilo de um cronista. 2. Leitura e Produção textual: Crônica narrativa - Analisar, com atenção, as orientações das propostas acerca da produção textual; - Planejar o texto de acordo com os objetivos, o leitor a que se destina e a situação de comunicação; - Refletir sobre o próprio texto e reformulá-lo, buscando adequá-lo ao gênero. - Utilizar o repertório de leituras para ser inventivo e criar um texto com marcas autorais. 3. Análise linguística - Reconhecer os diversos tipos de sujeito e os seus efeitos de sentido no texto; - Estudar os conceitos de transitividade verbal e os tipos de predicado; - Apreender o conceito de predicativo do objeto, a partir de um contraponto com o predicativo do sujeito; - Reconhecer a importância do predicativo do objeto e do sujeito na caracterização de um termo e suas implicações no texto como um todo; - Identificar as características sintáticas e semânticas do predicado verbo-nominal em relação aos outros tipos de predicado; - Reconhecer as funções sintáticas exercidas pelos pronomes oblíquos; - Perceber a importância dos pronomes oblíquos na coesão e clareza do texto. - Identificar as características sintáticas e semânticas do adjunto adnominal; - Reconhecer a função dos adjuntos adnominais na construção das sequências descritivas presentes em narrativas; D Orientações de estudo. Nesse momento, é necessário que você siga com muita responsabilidade as orientações, para que seu desempenho melhore e, assim, você recupere a sua nota. Para isso:

Verifique suas anotações de aula no caderno e nas fichas; Faça uma síntese do conteúdo; Reorganize todas as suas fichas; Refaça todos os exercícios; o Verifique a qualidade das suas respostas; o Destaque aqueles exercícios que geraram dúvidas; Consulte a monitoria; Compartilhe as suas anotações com colegas e faça ajustes, se necessário; Registre dúvidas no caderno E Atividade Conteúdos do 1º bimestre (Estas questões deverão ser respondidas apenas pelos alunos que não fizeram o roteiro de recuperação do 1º bimestre): Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões que seguem. Um apólogo Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? Deixe-me, senhora. Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. Mas você é orgulhosa. Decerto que sou. Mas por quê? É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando... Também os batedores vão adiante do imperador. Você é imperador? Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plicplic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestirse, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! (Machado de Assis, Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.)

Vocabulário: Apólogo: narrativa curta, em que figuram seres inanimados, e que expressa uma verdade moral. Coser: costurar Galgos: cães de caça Diana: deusa dos animais selvagens e da caça na mitologia romana Mofar: zombar Balaio: cesto de palha Mucama: escrava ou criada negra Melancolia: tristeza Ordinária: vulgar, inferior, mal-educada 1- Sobre a estrutura do texto, responda: O texto é predominantemente narrativo ou descritivo? Justifique sua resposta, com base em elementos do texto (não copie trechos). 2- Considerando o texto, responda às questões. Por que: a) a agulha se julgava superior ao novelo de linha? b) a linha se julgava superior à agulha? c) o alfinete se julgava mais sábio do que a agulha?

3- Para comprovar sua superioridade, as personagens fazem uso de argumentos. Qual foi, em sua opinião, o melhor argumento utilizado pela linha? 4- O texto de Machado apresenta sentido figurado. Explique as expressões abaixo com as suas palavras. a)... não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. b) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária. 5- Explique o significado, no texto, da expressão abaixo:...um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência.

6- Interprete uma fala da personagem linha: Também os batedores vão adiante do imperador. 7- Elabore uma frase empregando a expressão abrir caminho em sentido figurado. Cuide para que ela esteja num contexto em que se compreenda seu sentido. 8- No trecho abaixo, foi empregada uma comparação. Identifique-a. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana para dar a isto uma cor poética. 9- Identifique no texto: a) o conflito:

b) o momento do clímax: 10- Diz a agulha à linha, logo no início da narrativa: Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? (...) Mas você é orgulhosa. a) Observe as orações sublinhadas acima e identifique o predicado de cada uma delas. De que tipo de predicado se trata? Por que ele é empregado para caracterizar a linha? b) Crie duas orações, com esse mesmo tipo de predicado, para caracterizar psicologicamente: - a agulha - o alfinete 11- Identifique e classifique o sujeito e o predicado das orações. a) Chegou a costureira //

b) Veio a noite do baile. // c) calou-se também // 12- Observe a palavra em negrito na oração: Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante... a) A que personagens do texto a palavra destacada se refere? b) A que classe gramatical ela pertence? 13- Leia: Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? A que se refere o pronome sublinhado acima? Qual é a sua função sintática? Conteúdos do 2º bimestre (Estes exercícios deverão ser feitos por todos os alunos): Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões que seguem. Homem no mar De minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar. Não há ninguém na praia, que resplende ao sol. O vento é nordeste, e vai tangendo, aqui e ali, no belo azul das águas, pequenas espumas que marcham alguns segundos e morrem, como bichos alegres e humildes; perto da terra a onda é verde.

Mas percebo um movimento em um ponto do mar; é um homem nadando. Ele nada a uma certa distância da praia, em braçadas pausadas e fortes; nada a favor das águas e do vento, e as pequenas espumas que nascem e somem parecem ir mais depressa do que ele. Justo: espumas são leves, não são feitas de nada, toda sua substância é água e vento e luz, e o homem tem sua carne, seus ossos, seu coração, todo seu corpo a transportar na água. Ele usa os músculos com uma calma energia; avança. Certamente não suspeita de que um desconhecido o vê e o admira porque ele está nadando na praia deserta. Não sei de onde vem essa admiração, mas encontro nesse homem uma nobreza calma, sinto-me solidário com ele, acompanho o seu esforço solitário como se ele estivesse cumprindo uma bela missão. Já nadou em minha presença uns trezentos metros; antes, não sei; duas vezes o perdi de vista, quando ele passou atrás das árvores, mas esperei com toda confiança que reaparecesse sua cabeça, e o movimento alternado de seus braços. Mais uns cinquenta metros, e o perderei de vista, pois um telhado a esconderá. Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros; isto me parece importante; é preciso que conserve a mesma batida de sua braçada, e que eu o veja desaparecer assim como o vi aparecer, no mesmo rumo, no mesmo ritmo, forte, lento, sereno. Será perfeito; a imagem desse homem me faz bem. É apenas a imagem de um homem, e eu não poderia saber sua idade, nem sua cor, nem os traços de sua cara. Estou solidário com ele, e espero que ele esteja comigo. Que ele atinja o telhado vermelho, e então eu poderei sair da varanda tranquilo, pensando "vi um homem sozinho, nadando no mar; quando o vi ele já estava nadando; acompanhei-o com atenção durante todo o tempo, e testemunho que ele nadou sempre com firmeza e correção; esperei que ele atingisse um telhado vermelho, e ele o atingiu". Agora não sou mais responsável por ele; cumpri o meu dever, e ele cumpriu o seu. Admiro-o. Não consigo saber em que reside, para mim, a grandeza de sua tarefa; ele não estava fazendo nenhum gesto a favor de alguém, nem construindo algo de útil; mas certamente fazia uma coisa bela, e a fazia de um modo puro e viril. Não desço para ir esperá-lo na praia e lhe apertar a mão; mas dou meu silencioso apoio, minha atenção e minha estima a esse desconhecido, a esse nobre animal, a esse homem, a esse correto irmão. (Adaptado de: BRAGA, Rubem. A cidade e a roça. Editora do Autor: Rio de Janeiro, 1964, p. 11.) 1. Neste bimestre, estudamos o gênero crônica. O texto de Rubem Braga é um exemplo desse gênero que lança um olhar atento à realidade e às suas particularidades. Pensando nisso, responda ao que se pede. a) Conceitue a crônica com suas palavras, mencionando algumas características do gênero.

b) Qual é o assunto do texto Homem no mar? c) Com base na sua resposta anterior, diga por que é possível afirmar que o texto lido apresenta a principal característica de uma crônica. 2. Pode-se perceber que o texto de Rubem Braga traz, ao mesmo tempo, descrições e reflexões movimento característico do gênero. Sabendo disso, transcreva: a) uma passagem descritiva. b) uma passagem reflexiva.

3. A figura do homem que nadava no mar é vista com importância ou com indiferença pelo cronista? Justifique sua resposta. 4. Leia a seguinte passagem, retirada da primeira linha do texto. De minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar. A respeito do verbo ver, responda: a) qual é o seu sujeito? b) qual é a sua predicação? c) qual é o seu complemento (se houver)? 5. Observe o trecho a seguir:

espumas são leves (2º ). a) Separe, com um traço, sujeito e predicado. b) Como o termo leves se classifica sintaticamente? c) Qual é a classificação do predicado destacado por você? Justifique sua resposta. c) Acrescente, ao sujeito, adjuntos adnominais (pelo menos dois). Em seguida, reescreva a passagem. 6. Leia atentamente o excerto abaixo e responda ao que se pede: Não desço para ir esperá-lo na praia... (último parágrafo) a) Dê a função sintática do pronome oblíquo destacado. I. lo: b) Justifique sua resposta anterior reescrevendo o trecho e substituindo o pronomes por outro termo de mesmo valor sintático.

7. Observe o trecho a seguir: eu poderei sair da varanda tranquilo (4º ) a) Qual é a função sintática do termo tranquilo? b) Como se classifica o predicado do período acima? Justifique sua resposta. 8. Leia o mesmo trecho da questão anterior, com algumas alterações: Eu acho a varanda tranquila. a) Separe, com um traço, sujeito e predicado. b) A classificação sintática do termo tranquila permanece a mesma do termo tranquilo, no exercício 7? E a do predicado? Justifique sua resposta. 9. Observe a seguinte passagem e responda ao que se pede: Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros; isto me parece importante... a) Indique o sujeito do verbo parecer. b) Qual é a predicação desse verbo? 10. Agora leia outro trecho e responda às questões a seguir.

... mas dou meu silencioso apoio [...] a esse desconhecido... a) Qual é a predicação do verbo dar? Justifique sua resposta. b) Substitua o termo a esse desconhecido por um pronome oblíquo adequado, reescrevendo o trecho. c) Qual é a função sintática do pronome utilizado por você no item acima? Produção de Texto Neste bimestre, estudamos o gênero crônica. Tendo observado suas características gerais um elemento do cotidiano como ponto de partida, a visão pessoal do autor, a linguagem despojada, a aproximação com o leitor e, muitas vezes, o caráter reflexivo, você agora deve produzir uma crônica narrativa sobre o seguinte tema: injustiça social: todas as reações são iguais? Seu texto deve partir do fato cotidiano representado na charge abaixo, ou seja: imagine que você viveu situação semelhante à de Mafalda e, em seguida, desenvolva a reflexão acerca do tema. Não se esqueça de dar um título ao seu texto e seguir a estrutura do gênero crônica narrativa

(http://www.nova-acropole.pt/a_mafalda_justica.html)

D2 ATIVIDADE METACOGNITIVAS Agora que você fez todos os exercícios é importante corrigi-los e fazer o seguinte levantamento: Quais as principais dificuldades que você percebeu em seus estudos? Nunca Às vezes Muitas vezes Sempre Leio o texto com atenção Grifo palavras cujo sentido desconheço Leio o enunciado Releio texto e enunciado sempre que tenho dúvidas Ao escrever, penso que tenho de ser claro para meu leitor. Ainda apresento falha de correção da escrita ortografia e acentuação

Interpretação de textos Dificuldades na avaliação percepção do aluno Interpretação Produção de Conteúdo de enunciados textos e respostas Organização Dificuldades na avaliação percepção do professor (tabela de uso exclusivo do professor) Interpretação Conteúdo de textos Interpretação de enunciados Produção de textos e respostas Organização Não houve dificuldade relevante