O ENSINO DA FLAUTA DOCE NAS AULAS DE MÚSICA NA ESCOLA

Documentos relacionados
Grupo Pet/Artes Música da Universidade Estadual de Montes Claros: Práticas de intervenções para o desenvolvimento do ensino de música nas escolas

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências Humanas e da Educação FAED PLANO DE ENSINO

Relato de experiência: Importância da Música na Terceira Idade

INSTITUTO DE PESQUISA ENSINO E ESTUDOS DAS CULTURAS AMAZÔNICAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO ACRIANA EUCLIDES DA CUNHA

CURSO: MÚSICA LICENCIATURA EMENTAS º PERÍODO

Currículo Música Fundamental 1 Escola Santi. Professor José Calixto

INTRODUÇÃO

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

Universidade Federal da Bahia Faculdade de Educação Especialização em Educação Infantil Professores Carmelito Lopes e Letícia Lopes.

Título: Viajando pelo Universo da Leitura Justificativa:

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

ENSINO FUNDAMENTAL. DIRETRIZES CURRICULARES Infantil ao 5º ANO MÚSICA

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTE E EDUCAÇÃO

Estágio Supervisionado no Núcleo de Educação da Infância NEI/CAp UFRN: contribuições para a formação docente na educação infantil

EMENTAS E CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

PROJETO APRENDENDO E BRINCANDO COM CANTIGAS DE INFANTIS. Escola Municipal Alfabeto. Série: 2ª. Professor: Edilza Ferreira de Lima Correia

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTE E EDUCAÇÃO

ENSINO MÉDIO INTEGRADO/ TÉCNICO EM INSTRUMENTO MUSICAL. DO COLÉGIO Pedro II. Pôster

LUDICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

ALUNOS E ESTAGIÁRIOS: UMA RELAÇÃO DESAFIADORA DE APRENDIZAGEM

CURSO: LICENCIATURA EM MÚSICA EMENTAS PERÍODO

CURSO: MÚSICA EMENTAS º PERÍODO

REUNIÃO DE ESPECIALISTAS Março/2017

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC) Departamento de Música (DEMUS)

Agrupamento de Escolas de Loureiro

CURSO: MÚSICA LICENCIATURA EMENTAS º PERÍODO

RESOLUÇÃO Nº 018/2016-CEPE/UNESPAR. Considerando o art. 7º, incisos I, II e VII do Regimento Geral da Unespar;

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

PLANEJAMENTO ANUAL DE ARTES ENSINO FUNDAMENTAL

AGRUPAMENTO ESCOLAS PROFESSOR CARLOS TEIXEIRA

PARTICIPAÇÃO E MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE MÚSICA DA ESCOLA. Pôster

OFICINA DE REPERTÓRIO MUSICAL PARA PROFESSORES

Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso

APRENDIZAGEM MUSICAL AO VIOLÃO EM PROJETO SOCIAL NA CIDADE DE FORTALEZA-CE. Comunicação

capacitação em musicalização infantil Mirella Aires Alves

HORÁRIO DAS OFICINAS DO SEMINÁRIO DE MÚSICA Semestre

SEMED São Luis-Ma.

A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAS: DISCIPLINA PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MENTAIS

CENTRO DE ESTUDO E APRENDIZAGEM INTEGRAL - CEAI DISCIPLINA: MUSICALIZAÇÃO PROFESSOR: TIAGO BELÉM TURMA: 1º ANO RECURSO CRONOGRAMA AVALIAÇÃO REFERÊNCIA

AGRUPAMENTO ESCOLAS PROFESSOR CARLOS TEIXEIRA Código EDUCAÇÃO MUSICAL:

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

A MÚSICA NO ESPAÇO DA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Atividades rítmicas e expressão corporal

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A filosofia do projeto MúsicAmiga assenta na promoção de atividades, quer em sala de aula quer em contexto de concerto, que proporcionam a exploração

MUSIVIVER:COMPARTILHANDO CONHECIMENTOS E VIVÊNCIAS MUSICAIS SCHNEIDER, T. ¹, HUYER, G. S.², DINIZ, J. R.³ RESUMO

PLANO DE ENSINO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE COLÉGIO DE APLICAÇÃO. Disciplina: MÚSICA Série: 8º ano

TUDO SOBRE MIM Nair Alves Tavares Silvia Maria Barreto dos Santos Pedagogia/Ulbra Cachoeira do Sul RESUMO

A AVALIAÇÃO EM MÚSICA E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM MUSICAL

A PRÁTICA DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INICIAIS. Acadêmica de Pedagogia Andreza de Freitas Mendes. Professora Silandra Badch Rosa

3º bimestre Ficha de acompanhamento das aprendizagens

Agrupamento de Escolas Diogo Cão, Vila Real Ano letivo de 2018/19 INDICADORES PERFIL DE APRENDIZAGENS

Discutindo o trabalho docente aliado às novas tendências educacionais De 25 à 29 de Maio de 2009 Vitória da Conquista - Bahia

Secretaria Regional da Educação e Cultura Direção Regional da Educação ESCOLA BÁSICA SECUNDÁRIA MOUZINHO DA SILVEIRA

A OFB acredita que o aprendizado por meio das artes muda para melhor a vida das pessoas, sendo um poderoso instrumento para integração social

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

Atividades Extraclasse

Desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação - Interpretação e comunicação

Livro didático de Educação Musical: objetivos, conteúdos e atividades para a construção do conhecimento musical

MÚSICA /1 MANHÃ - CURRÍCULO SERIADO. Flauta Doce II IPA A118 IPA A118. Ritmos Brasileiros e educação IPA A115 A115

Critérios de Avaliação PERFIL DE APRENDIZAGENS ESPECÍFICAS. (Aprovado em Conselho Pedagógico de 18 de julho de 2016)

O segundo workshop trata das questões da duração: pulso, métrica, andamento, agógica, sistemas rítmicos.

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: VIVÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Comunicação CONJUNTO DE CORDAS DEDILHADAS Iniciação Musical

Currículo. Rumo ao sucesso da atuação pedagógica

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Vamos brincar de construir as nossas e outras histórias

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2º Ciclo

VISÃO DO PIBID SOB O OLHAR DO SUPERVISOR SUBPROJETO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Heitor Villa-Lobos ( ) Prof. Rafael Rodrigues da Silva

Distinguindo os parâmetros musicais: altura e intensidade

PLANEJAMENTO ANUAL 2018

PLANEJAMENTO ANUAL 2018

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

A CONCEPÇÃO DO BOM PROFESSOR PARA OS BOLSISTAS DO PIBID SUBPROJETO EDUCAÇÃO FÍSICA

COORDENADORIA DE EXTENSÃO

ARRANJOS VOCAIS POLIFÔNICOS E HOMOFÔNICOS: DESAFIOS NO REPERTÓRIO DO CORO EM CORES.

LDB Lei de Diretrizes e Bases

Levantamento bibliográfico a partir de princípios de ensino propostos por Trendafil Milanov ( )

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

Coral de trombones: uma experiência com alunos do Instituto Estadual Carlos Gomes em Belém-PA

O uso da música na biblioteca escolar

FAZENDO MÚSICA NO ELZIRA MUSICALIZAÇÃO ATRAVÉS DA FLAUTA- DOCE, UMA IDÉIA QUE DEU CERTO. Pôster. Introdução. Metodologia

1º e 2º ano do Ensino Fundamental Anos Iniciais

ENSINO FUNDAMENTAL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

Conteúdo Programático Edital Nº 1065, de 26 de dezembro de 2018

PRÁTICA MUSICAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EJA

Ensino coletivo de instrumento: Flauta doce

INICIAÇÃO MUSICAL NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL DEPUTADO ÁLVARO GAUDÊNCIO DE QUEIROZ: SUBPROJETO PIBID/MÚSICA UFCG

Oficinas artísticas do CUCA Música

Plano de Formação 2018/2021

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

TRABALHANDO O LIVRO DIDÁTICO: Com produção de maquetes no Ensino de História Medieval

Teste de Habilidade Específica em música: inclusão das pessoas com deficiência visual no ensino superior

BNCC e a Educação Infantil

RESOLUÇÃO Nº 016/2016-CEPE/UNESPAR. Considerando o art. 7º, incisos I, II e VII do Regimento Geral da Unespar;

Transcrição:

O ENSINO DA FLAUTA DOCE NAS AULAS DE MÚSICA NA ESCOLA Mônica Marques Resumo O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência em sala de aula como educadora musical. Relato aqui os desafios encontrados em sala de aula frente a uma turma de crianças do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular. Apresento nesse relato as reflexões importantes sobre a atuação do educador musical em sala de aula perante um conteúdo que é hoje obrigatório seu aprendizado, segundo a lei 11.769/2008 (estabelece a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica). As aulas ministradas fazem parte da experiência como professora de música ao longo do ano de 2012. As aulas ocorrem semanalmente com os alunos em horário específico oferecido pela escola, sendo uma aula de 50 minutos. A aula de música tem como objetivo oferecer aos alunos uma experiência com a aprendizagem da Flauta Doce, sendo esta um instrumento introdutório e obrigatório pela instituição, na educação musical dos alunos. Palavras chave: Educação Musical, Flauta Doce, Estágio, Professor. 1 Introdução O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência com as aulas práticas durante o ano de 2012 como educadora musical. As aulas ocorrem semanalmente com os alunos do 3º ano do ensino fundamental I (Colégio Objetivo de Maringá), no período vespertino incluído na matriz curricular de suas aulas habituais. O ensino da Flauta Doce tem por objetivo oferecer aos alunos uma experiência com a aprendizagem da mesma, sendo um instrumento introdutório na educação musical dos alunos, promovendo assim, a prática musical por meio de atividades de composição, execução e apreciação, proporcionando o desenvolvimento criativo em um processo contínuo de aprendizagem do instrumento, e ainda; compreender e vivenciar os parâmetros do

som (timbre, intensidade, altura e duração), conhecer os princípios básicos de leitura e escrita musical e leitura convencional e não convencional da partitura. A flauta doce é um instrumento que tem uma vocação natural para a musicalização. Seu som é suave e de fácil emissão. A digitação segue uma lógica simples e natural proporcionando resultado consistente num curto período além de ser um instrumento de baixo custo, acessível a grande parte da população. O desafio das aulas será o trabalho com um grupo de 30 crianças, que exigirá do educador um grande esforço, como também, organização e disciplina tanto por parte dele, como dos alunos, para que as aulas aconteçam de um modo que todos tenham seus objetivos alcançados. Mesmo o ensino deste instrumento sendo obrigatório na escola em questão, gosto de trabalhar com ele por acreditar que é um instrumento melódico de fácil acesso e possibilita um aprendizado de certa maneira rápido e agradável, proporcionando aos alunos a aprendizagem de um instrumento musical, com um repertório popular, utilizando cantigas conhecidas. Oferecer conhecimentos básicos de música por meio do ensino da flauta doce através de aulas coletivas e audições musicais, bem como a aplicação de técnicas de postura e concentração, favorecendo o domínio deste instrumento. Segundo Joly, o trabalho em grupo auxilia o desenvolvimento da personalidade, o respeito com o próximo, o desenvolvimento da organização, disciplina, pontualidade, sensibilidade e criatividade (Joly, 1997, p. 10). 2 A Experiência Pedagógica Escolhi o ensino da Flauta por ser um instrumento didático e por sua praticidade. Levando em consideração que cada aluno chega à aula com um conhecimento musical do senso comum, ou seja, experimentaram música de alguma maneira. Sempre procurei

conversar com os alunos buscando interagir e saber deles quais conhecimentos tem com relação à música. Em minha experiência prática entendo que as aulas são sempre uma preocupação por parte do professor, pois o mesmo precisa estar preparado para ministrar sua aula. A aula de Música já traz em seu nome um anseio grande perante o que os alunos terão diante dessa disciplina, gerando uma expectativa de como será a aula, se o professor é legal, se terão brincadeiras, se aprenderão a ler música, a escrever. Sempre vem à tona as dúvidas: o conteúdo planejado para a aula vai dar certo?; será que os alunos estão realmente interessados na aula?; estão conseguindo aprender o conteúdo planejado? Estas dúvidas sempre nos norteiam, principalmente quando o educador tem consciência de sua função como professor, tem responsabilidade com seu conteúdo a ser ministrado, com o processo de ensino/aprendizagem. Como afirma Snyders (1994 apud SMOLE, 2000, p.145) [...] o desenvolver um sentido musical é ter uma oportunidade fascinante de comunicar-se com o mundo de modo qualitativamente diferente. A importância da comunicação com o ambiente externo é fundamental para o desenvolvimento da aptidão e percepção dos sons e de seu aprendizado, pois o elemento musical não se prende ao indivíduo, mas sim a vários elementos e a um grupo. A educação musical visa desenvolver integralmente o educando do que, necessariamente ensinar um instrumento musical. Para uma educação musical melhor fundamentada e elaborada, surgiram no cenário pedagógico musical, vários músicos e educadores que, através de práticas pedagógicas inovadoras, lançam as bases de toda a educação musical moderna. Um deles é Shinichi Suzuki, que, inspirado na observação da maneira como as crianças aprendem a falar a língua materna, fez desta observação uma adaptação para o ensino da música e criou um revolucionário método de ensino que é o Método Suzuki.

A metodologia utilizada para as aulas de Flauta doce será a da imitação, como propõe o método Suzuki. No início, o estudo deverá ser informal, isto é, voltando-se a atenção para a forma da flauta, os orifícios, o bocal, o modo de segurá-la, os cuidados com ela e o modo de assoprar corretamente. A despeito do rigor dos princípios, o método Suzuki está baseado, paradoxalmente, na aprendizagem informal da língua-mãe (Fonterrada, p. 156). A prática da flauta doce deve causar prazer, para o bom aprendizado do estudante. O ambiente ideal para isso inclui amor, bons exemplos, elogios, e um determinado tempo de estudo, de acordo com o desenvolvimento do aluno. Ou seja, o ambiente musical adequado, conduzido por mestres experientes, levará o aluno a dominar o instrumento e adquirir grande habilidade para a música, com a mesma facilidade com que domina a língua materna. Na filosofia Suzuki o talento não é um acaso de nascimento, mas fruto do ambiente em que o homem vive. Começar dando às crianças o prazer de brincar com um brinquedo, deixando o espírito de divertimento levá-las pelo caminho certo (Suzuki, 1994, p.88, citado por Fonterrada, 2003, p. 161). As músicas que serão estudadas devem ser segundo o método Suzuki antes de tudo ouvidas pelos alunos, para que ao executá-las, saibam reconhecer a sua melodia, a sua harmonia e o seu ritmo. O método se desenvolve naturalmente através da repetição: aprender a tocar música ouvindo música; e utiliza a educação musical para enriquecer e melhorar a vida de seus estudantes. Ele é direcionado a crianças e consiste basicamente em brincadeiras, para que elas se divirtam enquanto aprendem. A observação visual e auditiva de modelos é preferida à explicação verbal. Depois que a criança já adquiriu as habilidades mais básicas no instrumento é que se introduz, de forma criativa e adequada à idade e maturidade de cada um, a teoria musical e a leitura. O objetivo é capacitar a criança a tocar com fluência a cada nível de

adiantamento, de forma que ela vai gostar de tocar para ela mesma e também para os outros. É necessário ter uma boa sonoridade desde o início, executar as pequenas peças fáceis de modo musical, evitando-se a repetição fria ou sem expressão. Nas aulas, após a audição da música o professor deve demonstrar na prática a maneira correta de ser tocada, servindo de exemplo para os alunos. As aulas semanais deverão sempre seguir uma ordem gradativa de evolução, sendo necessária a cada aula uma breve recapitulação do conteúdo anterior, e logo em seguida a proposta de um novo desafio para o próximo estudo da semana. As aulas em grupo oferecem a oportunidade das relações interpessoais, em que um aluno pode aprender não só com o professor, mas também com os colegas de sua turma. A afetividade que o método propõe entre professor e aluno e entre aluno e aluno, ajuda tanto no aprendizado, quanto no incentivo. O encaminhamento metodológico deu-se por meio de diferentes recursos tais como: copos, para músicas com exercícios rítmicos, por exemplo, vela para trabalhar o controle de ar alguns exercícios de imitação utilizando o corpo dentro de um repertório sugerido, utilizar partes do instrumento como recurso percussivo, entre outros. As atividades musicais foram estruturadas em quatro propostas: apreciação, percepção, execução e criação musical de acordo com o método (T)EC(L)A de Swanwick. Segundo o autor: a aprendizagem musical acontece por meio de um engajamento multifacetado: solfejando, praticando, escutando os outros (Swanwick 1994, p.7). Por meio destas aulas, espero contribuir na ampliação do conhecimento musical dos alunos, trabalhando com eles a música em grupo. A proposta do trabalho em grupo permite uma melhor interação entre os alunos, proporcionando o crescimento do grupo a partir da troca de experiências musicais.

3 Considerações Finais Hoje vejo a importância da experiência, da prática em sala de aula, pois, a cada dia que passa a sociedade exige cada vez mais de nós professores em busca de uma educação de qualidade. A Música vem sendo alvo de olhares e apontamentos, já que, enquanto um recurso educativo pode possibilitar ao docente trabalhar de forma interdisciplinar, estimulando as habilidades mentais, o desenvolvimento dos alunos e a aprendizagem de conceitos. Questiono sempre minha ação frente à turma pensando se o que foi planejado vai funcionar, se é o melhor para eles. Não faço a disciplina de Estágio supervisionado II, entretanto, participo das aulas teóricas tendo a possibilidade de avaliar minhas ações e de conhecer as dos meus colegas de turma, possibilitando a aquisição de novos conhecimentos referente à área de nossa atuação. A Música permite a construção de uma prática pedagógica diferenciada que prime pela produção do conhecimento e a aquisição de uma aprendizagem significativa (SMOLE; DINIZ, 2002). De acordo com Pimenta e Lima (2004), a aplicação teórica e prática, são objetivos do estágio. Sabe-se que teoria e pratica não podem ser separadas. Procurando que aconteça a interinfluência entre a teoria e a prática, a avaliação é o grande instrumento possibilitador desta ação, pois por meio desta podemos integrar o ensino-aprendizagem a um conjunto de ações, cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica, para que o aluno aprenda da melhor forma, buscando obter informações sobre o que foi aprendido e a reflexão contínua do professor sobre sua prática educativa, permitindo ao aluno tomar consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades. Para mim, enquanto educador, o estágio II tem sido de grande valia, pois é um espaço em que tenho a oportunidade de explicitar minha prática, tudo aquilo que tenho vivenciado em sala de aula como educadora musical. Encaro o trabalho com a turma de flauta

doce, crianças entre 8 anos, como um desafio, pois estão sempre em constante transformação. Referências Bibliográficas HENTSCHKE, Liane 2003. Ensino de Música: propostas para pensar e agir em sala de aula. Sâo Paulo, São Paulo: Moderna. JOLY, Ilza Zenker Leme 1997. O coral infantil. São Paulo, São Paulo: In: SESC Canto Canção Cantoria, p.10. MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara 2006. Práticas de Ensinar Música: legislação, planejamento,observação, registro, orientação, espaços, formação. Rio Grande do Sul, Porto Alegre: Sulina. PIMENTA, Selama Garrido; LIMA, Maria Socorro L. 2004. Estágio e Docência. São Paulo, São Paulo,Cortez. SOUZA, Jusamara 2002. A experiência musical cotidiana e a pedagogia. In: SOUZA, Jusamara (org). 2002. Música, Cotidiano e Educação. Rio Grande do Sul, Porto Alegre: UFRGS. SWANWICK, Keith 2003. Ensinando Música Musicalmente. São Paulo, São Paulo: Moderna. SMOLE, Kátia Cristina Stocco; DINIZ, Maria Ignez. Comunicação em Matemática: instrumento de ensino e aprendizagem. Disponível em: <www.mathema.com.br/reflexões /comunicação_mat.html>. Acesso em: Julho 2012. FONTERRADA, Mariza Trench de Oliveira. De Tramas e Fios ZAGONEL, Bernadete. Métodos ativos de educação musical. MASCARENHAS, Mário. Minha Doce Flauta Doce. São Paulo: Irmãos Vitale,1997.