A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS PARA ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM COMUNIDADES NÃO ASSISTIDAS: ESTUDO DE CASO DAS COMUNIDADES VIZINHAS DO PARQUE MUNICIPAL DO MACIÇO DA COSTEIRA / ILHA DE SANTA CATARINA Neide Beschtold Schneider (1) Bacharel e licenciada em Geografia. Mestranda do curso de pós-graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina. Luiz Sérgio Philippi Engenheiro Civil. Msc. em Hidráulica e Saneamento/Escola de Engenharia de São Carlos (USP). Doutor em Saneamento Ambiental/ Universidade de Montpellier I, França. Professor Titular do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC. Endereço (1) : Fax: 048-23459 - e-mail: mailto:neidebs@hotmail.com RESUMO O abastecimento de água na Ilha de Santa Catarina encontra-se distribuído de forma diferenciada. Os moradores que residem acima da cota 25 no entorno do Parque Municipal do Maciço da Costeira (PMMC) têm as nascentes como alternativa para seu abastecimento, suprindo a deficiência do sistema público. A criação do Parque possibilita a proteção dos ecossistemas. Com o objetivo de preservar estas áreas, ressalta-se a importância de um plano de manejo, onde a Educação Ambiental é o instrumento de conscientização que deverá auxiliar as comunidades locais através dos centros comunitários e professores da rede de ensino local, em parceria com Instituições do Setor. PALAVRAS-CHAVE: Unidades de Conservação, Preservação de Mananciais, Abastecimento de Água, Educação Ambiental, Organização Comunitária. Objetivo Geral Identificar mecanismos que possibilitem um plano de manejo no Parque Municipal do Maciço da Costeira (PMMC), localizado em área urbana, visando a preservação dos seus recursos hídricos. Objetivos Específicos Obter dados referentes ao total das residências não contempladas pelo abastecimento de água do sistema público; Verificar como está estruturada a relação da população do entorno do Parque no uso dos recursos Hídricos; 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3749
Utilizar a Educação Ambiental como forma de conscientização dos moradores na proteção da água; Comparar o plano diretor com o uso de solo atual. INTRODUÇÃO A água é um dos grandes desafios para o para o século XXI; segundo especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU): no começo do próximo milênio, cerca de 1/3 das nações terão escassez de água. A escassez de água está relacionada ao crescimento das populações e ao uso indevido dos recursos hídricos. A falta de saneamento básico é um dos maiores desafios para as populações urbanas da porção insular da Ilha de Santa Catarina que dependem dos recursos hídricos de bacias de outros municípios localizados a 30 km de Florianópolis. Este trabalho busca ressaltar a importância da participação das comunidades para a preservação dos ecossistemas do Parque, cujas nascentes representam uma alternativa de abastecimento para pequenas comunidades que residem nestas encostas e necessitam desta água para abastecimento doméstico. O tratamento deste recurso tem baixo custo, o que justifica o uso e a preservação de todo o ecossistema destas reservas hídricas. É preciso estimular a tomada de consciência das comunidades locais, através de uma ação conjunta, entre universidades, órgãos do governo, entidades ambientalistas, professores de escolas locais e centros comunitários e associações de moradores através da Educação Ambiental, como instrumento desta conscientização. Em 1995 foi criado o Parque através da Lei municipal n.º 4605-95, cujos principais objetivos são: I - Preservar o patrimônio natural representado pela fauna, flora e paisagem, de modo que possa ser utilizado como área de interesse ecológico e de pesquisa científica; II- proteger os mananciais hídricos que têm suas nascentes neste maciço de modo a permitir uma utilização adequada do seu potencial. A criação de Unidades de Conservação em área urbana têm como objetivo melhoria na qualidade de vida das populações locais. Um outro aspecto do trabalho é a possibilidade de estabelecer relações entre as diferentes legislações (municipal, estadual e federal) em consonância com a finalidade de preservação dos mananciais e o modo de ocupação da área. CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA A Ilha de Santa Catarina situa-se entre as latitudes de 27º22 e 27º50 e as longitudes de 48º20 e 48º35, tem uma área de 423 Km 2 e direção geral NE - SW. Possui quatro bacias hidrográficas quais sejam, do Itacorubi, do Rio Tavares, Ratones e do Peri; duas formam suas nascentes na região do Parque (fig. 1). O Parque MMC é um dos mais importantes e extensos com 1.456,53 ha., longitude central - 48º30 00 e latitude central - 27º37 30. Está situado na porção centro /sul da Ilha de Santa Catarina e abrange toda uma área de floresta atlântica primária, além de 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3750
outras áreas de florestas em estágio de regeneração. É uma das unidades de conservação mais recentes e não esta demarcada; até o presente momento o Parque não possui um plano de manejo Centro de Estudos Cultura e Cidadania (CECCA, 1997 ) (fig. 2). O Parque está localizado em área urbana e contém importantes mananciais hídricos que integram as bacias do Itacorubi e Rio Tavares, cujos tributários são de médio e pequeno porte, que nascem em elevações rochosas do Maciço da Costeira, destacando a Unidade de Conservação relevante interesse, com cachoeiras e inúmeros poções, sendo dois utilizados para abastecimento de água do sistema público atendendo a uma população de 2400 pessoas e os de pequeno porte são utilizados para lazer e abastecimento pela própria comunidade.(fig. 3). METODOLOGIA A metodologia de trabalho consistiu na identificação da problemática na comunidade. Em seguida foi elaborado um questionário de forma a contemplar as questões levantadas, o qual foi aplicado para um contingente de cem (100 ) pessoas distribuídas em função da população existente em cada comunidade do entorno do parque. O questionário continha vinte e cinco (25) perguntas fechadas e abertas. A amostra foi definida em função da população que utiliza água para abastecimento doméstico do Parque. Procurou-se incluir as lideranças comunitárias aplicando um questionário complementar com retorno das expectativas da população. Na medida em que o pesquisador busca informações em campo procura manter contato com as lideranças comunitárias, através de reuniões e entrevistas para troca de informações. JUSTIFICATIVA A situação geográfica do Parque localizado em maciços cristalinos com relevante cobertura florestal auxilia a proteção de suas encostas. Em virtude do incremento da população na área da Costeira do Pirajubaé, região oeste do Parque; destacamos os principais problemas: pressão da ocupação nos limites do Parque, deslizamentos de terra falta de esgotamento sanitário, abastecimento de água deficitário, coleta de lixo domiciliar insuficiente (fig.4). Verificando o censo de 1991 do IBGE constatamos em torno de 4.064 residências das quais 547 usam água de nascente. A necessidade de ações que estimulem e organizem o uso e preservação das fontes nas áreas do Parque Municipal do Maciço da Costeira é de vital importância para a manutenção do ecossistema existente. As perspectivas destas ações em conjunto com as comunidades são amparadas pela Política Nacional de Recursos Hídricos ( Lei 9433/97), no seu quinto e último princípio sobre gestão descentralizada e participativa. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3751
A Agenda 21, determina que a sociedade civil organizada deve influenciar no processo de tomada de decisão sobre os Recursos Hídricos. A participação e a gestão de manejo de Unidades de Conservação (UC), podem estar associadas a práticas de parcerias entre poder público e organizações sociais contribuindo para a construção da cidadania. Verificando junto aos órgãos ambientais a existência de trabalhos em Educação Ambiental, constatamos apenas trabalhos pontuais, ligados a limpeza dos córregos para combate do borrachudo. A inexistência de um plano de manejo do Parque leva ao aguçamento da problemática decorrente dos conflitos de uso da área. Observando o Plano Diretor no município de Florianópolis, relativo ao parcelamento do solo para área em questão, são consideradas como não edificáveis: as Áreas de Preservação Permanente (APP), as Áreas de Preservação Limitada (APL), Topos dos Morros e Linhas de Cumeadas; consideradas como áreas delimitada a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação com relação a base, encostas com declividade igual ou superior a 46,6%. O Parque caracteriza-se como linha de cumeada, assim, verificamos o mapa de ocupação do solo e constatamos que os conflitos ocorrem nas áreas de APL, onde não é permitido o parcelamento do solo. Constatamos ainda que a falta de fiscalização e poder das Instituições, gera uma série de problemas para as populações locais. RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO Serão explorados neste trabalho apenas questões relativas ao conhecimento do Parque pela população e uso dos recursos hídricos, em organização comunitária e aspectos relativos a participação. Nos resultados relativos a níveis de participação da comunidade constatamos que 62% da população respondeu que não participa de reuniões e discussões nos centros comunitários do seu bairro.(fig. 5. 1 ) A questão referente a qualidade de vida, o item a participação da população e lideranças comunitárias mais ativas foram consideradas prioritárias dos entrevistados com 39% das respostas. A pesquisa aponta para o fato de que a população não está preparada para o exercício da cidadania, e encontra-se vinculada ao sistema centralizado de decisão pela falta de conscientização (fig. 5. 2 ). Na questão referente a divulgação da Educação Ambiental 45% dos entrevistados escolheram a divulgação da E. A. através de líderes comunitários e 31% a divulgação da E. A. através de professores da rede pública (fig.5. 3 ). Este resultado aponta para uma gestão local dos problemas da comunidade, que deverá ser estimulada através da participação em eventos culturais programados pelos centros comunitários. O resultado desta colocação não está apresentado na figura, contudo em torno de 80% dos entrevistados, afirmam que gostariam de participar de eventos culturais nos centros comunitários dos seus bairros. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3752
Na questão sobre as responsabilidades por soluções de problemas ambientais a população escolheu o item cada um de nós com 32% e, a prefeitura com 35 % nos resultados de campo demostrando que a população está consciente das suas responsabilidades com o meio ambiente e busca na prefeitura o apoio para outras questões. (fig. 6. 1.a 1.b ). Na questão, Você conhece o PMMC Verificamos que 80% da população entrevistada respondeu que não tem conhecimento da criação do Parque Municipal. Com base nos dados de campo podemos afirmar que a falta de divulgação na sua implantação, levou a estes resultados negativos onde todos perdem, pela falta de conscientização da população do entorno, que têm o beneficio direto com o parque através do abastecimento alternativo da água e que deverá ser estimulada para proteger estas áreas (fig.6 2 ). Na pesquisa referente ao uso da água de o item nascente ou poço para o universo de 100 residências pesquisadas no total dos bairros, verificamos; Rio Tavares com 49%, Canto e Porto da Lagoa 40%, Córrego Grande 94%, Pantanal. 100%. Portanto o uso da água nestas áreas é significativo. Paralelo a pesquisa com a comunidade foi aplicado um questionário complementar, junto aos centros comunitários, com objetivo de verificar a aceitação das propostas de participação da população. Na questão quais funções os centros comunitários poderiam atender junto as comunidades, relativas a saúde, educação, promoções de eventos culturais. Outra questão, foi sobre parceria com Instituições, verificamos que existe interesse dos centros comunitários, já que os mesmo têm responsabilidades junto as populações na preservação do Parque. A questão seguinte quanto aos centros comunitários serem mais efetivo junto a população, confirmamos a falta motivação por parte da Diretoria e a participação da população. Faltam verbas que não são repassadas pelo governo para atender os interesses sociais. Referente ao estudo dos centros comunitários mostrado artigo 1ºe 2º, 1º- Os centros comunitários têm a finalidade de integrar e dinamizar as ações da comunidade aprimorando as como agente do seu próprio desenvolvimento 2º-Congregar os esforços de todos os moradores na criação e desenvolvimento de atividades comunitárias (culturais, esportivas, recreativas econômicas e sociais. Fundamentado nestes objetivos percebemos que está faltando mais empenho e uma readequação em formar parcerias. Para obter independência para realização dos trabalhos comunitários, o qual poderiam desempenhar melhor suas funções para o desenvolvimento da cidadania local. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa de campo. É necessário interpretar todos os dados, afim de fazer recomendações adequadas, para o uso racional dos recursos utilizados pelas populações do entorno do Parque. A organização da população quanto ao uso dos recursos hídricos está distribuída da seguinte maneira: sistemas individuais e comunitário; em alguns pontos percebemos o empenho da comunidade no sentido de manter um sistema adequado de abastecimento, com relativa preocupação em proteger a captação da água e a tubulação de mangueiras. São raras as verificações de qualidade da água. Inserido nestas organizações está um 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3753
indivíduo que se responsabiliza por estes serviços e divide os custos com os usuários. Observamos que em vários pontos de captação o abastecimento alternativo acontece de forma organizada sem conflitos entre os usuários. Os resultados parciais apontam para uma gestão local, ressaltando a necessidade de trabalhos que estimulem as populações locais na prática da participação para auxiliar o processo de tomada de decisões nas soluções de seus problemas. Neste contexto podemos concluir com as considerações: 1- o papel aglutinador representado pelos centros comunitários; 2- a inadequação dos centros comunitários em relação ao estatuto; 3- a Educação Ambiental pode auxiliar as comunidades a adequarem seus centros comunitários aos objetivos propostos no estatuto. BIBLIOGRAFIA 1. AGENDA 21 Carta da Terra. Conferencia da Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Ministério do Meio Ambiente Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Brasília, 1992. 2. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Lei Federal n.º 9433 de 8 de janeiro/ Brasília, 1997. 3. CENTRO DE ESTUDOS CULTURA E CIDADANIA (CECCA). Unidades de conservação e Áreas protegidas da Ilha de Santa Catarina: caracterização e legislação. Florianópolis: Insular, 1997. 4. IBGE, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Demográfico 1991. 5. LEI Municipal n.º 4605, cria o Parque Municipal do Maciço da Costeira, publicada Diário Oficial do Estado SC.. 03.02.95. 6. LEI n.º 5055/ 97, DISPÕE SOBRE O ZONEAMENTO, O USO E A OCUPAÇÃO DO SOLO NO DISTRITO SEDE DE FLORIANÓPOLIS, lei complementar 001/97, publicada no Diário Oficial do Estado SC, 17 abril de 1997. 7. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 4.º ed., São Paulo: Cortez: autores associados, 1988. Órgão financiador da pesquisa / CAPES. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3754
Figura 1 - Córrego do Rio Sertão. Observa-se na foto 1 um dos pontos de captação de água das populações residentes acima da cota 25 no bairro Pantanal. Esta forma de captação atende aos moradores que localizam-se numa distância de 800 a 2000 metros. Figura 2 - Um dos modelos de abastecimento alternativo utilizado por moradores dos Bairros Córrego Grande e Costeira do Pirajubaé. Nascente protegida com blocos de pedra e coberta. Trechos do Ribeirão do Chagas, na Costeira do Pirajubaé, entorno do Parque. Observa-se blocos de rochas carreados pelas águas pluviais e destruição parcial de galerias. A catástrofe ocorreu em dezembro de 1995, seguida de deslizamento provocado pela ocupação desordenada e desmatamento a montante do córrego, com prejuízos para as comunidades locais. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3755
Figura 3. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3756
Figura 4. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3757
Figura 05 - Resultado da Pesquisa em Campo. 1: Você participa de reuniões no centro comunitário ou associações de moradores de seu bairro: Bairros: Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal, Canto da Lagoa e Costeira do Pirajubaé. 5% 7% 2% 13% 11% Sim Não Eventualm ente Não convidaram Falta divulgação Não responderam 62% 2: Na sua opinião o que falta no seu bairro para proporcionar melhor qualidade de vida aos moradores: Bairros: Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal, Canto da Lagoa e Costeira do Pirajubaé. 39% 32% Participação da população Lideranças com unitárias m a is a tiva s As duas opções 29% 3: Na sua opinião qual a melhor forma de divulgar um Programa de Orientação e Educação Ambiental para a sua comunidade. Bairros: Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal, Canto da Lagoa e Costeira do Pirajubaé. 24% Treinamento de líderes com unitários 45% Treinamento de professores da rede pública Panfletos 31% Palestras 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3758
Figura 06 - Resultado da Pesquisa em Campo (continuação). 1.a: Quem são os principais responsáveis pela solução dos problemas do Meio Ambiente? Bairros: Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal, Canto da Lagoa e Porto da Lagoa, Costeira do Pirajubaé. 8% 18% 32% 4% 2% 1% 35% Governo Federal Prefeitura Entidades ecológicas Meios de comunicação Cada um de nós Governo Estadual Com unidades locais 1.b: Como você pode contribuir com o meio ambiente Bairros: Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal, Canto da Lagoa e Porto da Lagoa, Costeira do Pirajubaé. 6% 2% Recolho e lixo, planta 11% Saneam ento Organização 9% 2% 4% 66% Preserva árvores, solo, água Conscientização Separa o lixo Não sabe 2: Conhece o Parque Municipal do Maciço da Costeira? Bairros: Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal, Cantos da Lagoa e Porto da Lagoa e Costeira do Pirajubaé. 20% Sim Não 80% 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3759