DIAGNÓSTICO DE RISCOS AMBIENTAIS E ALTERNATIVAS PARA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE TRECHO DO RIO GUANDU
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- Benedita Maria da Assunção Álvares da Silva
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1 DIAGNÓSTICO DE RISCOS AMBIENTAIS E ALTERNATIVAS PARA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE TRECHO DO RIO GUANDU Albieri, Rafael 1 ; Firmino, Felipe 2 ; Ribeiro, Ariel 2 1 Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica/RJ; INTRODUÇÃO Na tentativa de promover alguma forma de expansão ou ocupação de uma região, as sociedades humanas, sejam em áreas rurais ou urbanas, sempre causam impactos ao ambiente em que vivem, tanto ao meio biótico como no físico. Esses processos ocorrem no âmbito de uma bacia hidrográfica, como por exemplo, a Bacia do Rio Guandu, objeto deste estudo, que é responsável por grande parte do abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O local escolhido para ser trabalhado pelo presente projeto compreende a região do Rio Guandu após a captação de parte de seu fluxo pela ETA Guandu. Com base na área de preservação permanente do rio, foram analisadas as influências naturais e antrópicas que provocam a perda de qualidade ao longo de seu trajeto até o sub-bairro Canto do Rio, localizado no município do Seropédica, e posteriormente até a sua foz, na Baía de Sepetiba. Este trabalho identificou as atividades antrópicas que ocorrem nesse trecho do rio e os problemas ambientais presentes para prever o que poderá acontecer naquela área no futuro e como isso poderá influenciar o abastecimento de água no Rio de Janeiro e outras atividades que ocorrem no caminho até a sua foz. A pesquisa também propõe medidas mitigadoras para os problemas encontrados. A região sofre vários desafios ambientais, entre eles a ocupação desordenada de sua margem e o despejo de resíduos oriundo de comunidades ribeirinhas. Portanto, tendo todos esses aspectos em mente a pesquisa propõe medidas mitigadoras para os problemas encontrados. Tendo em vista os recentes problemas com os recursos hídricos, o projeto ainda avaliou o contexto ambiental do rio, querendo saber até que ponto um aumento ou uma diminuição no fluxo de água, a partir daquela área, influenciaria na dinâmica ecológica e social daquele ambiente, tendo em vista que um possível aumento pela demanda de água, no município do Rio de Janeiro, pudesse influenciar esse fluxo em um futuro próximo. MATERIAL E MÉTODO 1 Doutor em Biologia 2 Estudante do Curso Técnico em Meio Ambiente Trabalho financiado com apoio do Colégio Técnico da UFRRJ
2 O presente trabalho utilizou-se de diferentes métodos para constituir o conjunto de informações captadas e chegar à conclusão. Com o intuito de realizar um mapeamento, inicialmente foi feito um levantamento bibliográfico sobre área, onde foram coletadas informações sociais, históricas, geográficas, climáticas e biológicas. Com base nas informações que foram coletadas, a área onde o projeto seria trabalho foi dividida em duas: Área 1 - Começa no local onde é realizada a captação de dados pela CEDAE e termina no sub-bairro Canto do Rio no município de Seropédica. Nesta área foi realizado trabalho de campo, onde os estudantes utilizaram-se do conhecimento adquirido no decorrer do curso técnico em meio ambiente, entrevistas indiretas com moradores ribeirinhos e também de registros fotográficos, que possibilitou ao trabalho receber olhares de diferentes profissionais para o que ocorre na região. No decorrer da pesquisa a Área 1 foi subdividida em duas áreas, A1 e A2, devido o Rio Guandu apresentar significativa diferença de velocidade nesses dois trechos. Área 2 Está tem início após o sub-bairro Canto do Rio e termina na foz do Rio Guandu, localizada na Baía de Sepetiba. Nesta área o diagnóstico foi dado com base na análise de imagens de satélite a partir do programa Google Earth. É previsto que áreas demarcadas como de importância sejam visitadas pelos estudantes com intuito de melhorar a qualidade do diagnóstico para essa área. Esquema I Foto aérea da região estudada. Na figura pode se ter uma percepção sobre o tamanho das áreas 1 e 2. A área 1 começa pouco depois do ponto de captação da CEDAE, e a área 2 termina na foz do corpo hídrico. 2
3 Por fim, o conjunto de informações coletadas foram analisadas e interpretadas a fim de definir qual a situação ambiental atual do corpo hídrico, como ele poderá estar caso os impactos continuem e de que maneira os problemas encontrados podem ser solucionados. RESULTADOS E DISCUSSÃO As informações coletadas a partir dos métodos descritos anteriormente apontaram para uma presente crise ambiental na área, que caso não seja solucionada, comprometerá não só o futuro desse trecho do Rio Guandu, como também a região de sua foz, a Baía de Sepetiba, que já possui um grande histórico de poluição. Fotografia I Imagem da área 1. Ao fundo pode se observar a margem direita do rio totalmente degrada e com seu solo ocupado com vegetação exótica. Observando-se a árvore situada na beirada do rio, pode se concluir que houve a retirada da vegetação nativa para se introduzir a cultura; Analisando as características ambientais da área, incluindo a relação homemnatureza, observou-se nesse aspecto que tanto a Área 1 quanto a Área 2 sofrem com ocupação desordenada e ilegal da área de preservação permanente, sendo não só utilizada para construção de moradias, mas também como ponto de despejo indevido de resíduos sólidos proveniente tanto de empresas quanto de moradores. Com base na avaliação de impactos feita pelo projeto, montou-se uma tabela que expõe as problemáticas ambientais comuns ao decorrer da área estudada, classificando tais problemas quanto à magnitude (De pequena, média ou grande intensidade), quanto à duração (Temporário, permanente ou cíclico) e quanto à reversibilidade (Reversível ou irreversível). 3
4 Tabela I Tabela de impactos ambientais, sua magnitude, duração e reversibilidade; Impacto Magnitude Duração Reversibilidade Desmatamento/ ocupação da área de preservação permanente (APP); Emissões de poeira; - Média - Cíclico; - Reversível; Aparecimento de doenças; Perda de terras pela exploração de areais; - Permanente; - Irreversível; Alta concentração urbana; - Média Despejo indevido de resíduos sólidos; -Grande Despejo indevido -Permanente; - Reversível; de esgoto; Áreas marginais com solo degradado; Assoreamento do corpo hídrico; Analisando a Tabela 1 nota-se que não há impactos de pequena magnitude na região, o que comprova a razão desse projeto voltar os seus olhares para uma área considerada de risco. Além disso, podemos perceber que grande parte dos impactos ambientais são reversíveis, mas por outro lado continuam a ser permanentes, o que acontece devido ao fato de não ocorrer um manejo sustentável e nem um sensibilização aos problemas da região 4
5 estudada. Após a análise da situação, o trabalho pode mostrar que a maior parte dos impactos ambientais é causada pela ocupação e utilização irresponsável dos terrenos as margens do rio em conjunto com a falta de fiscalização pública da região. CONCLUSÕES Com base nos problemas ambientais identificados na área, o presente trabalho buscou algumas informações e alternativas de recuperação ambiental viáveis para a região, especificando alguns aspectos importantes que devem ser considerados neste processo, e por fim concluiu que para se preservar e/ou recuperar qualquer ambiente tem que haver a participação de todos os atores sociais que fazem uso de tais recursos, tendo a educação ambiental à responsabilidade de formar o processo de mudanças de conceitos, atitudes e do entendimento do homem com sua relação com a natureza. Portanto, chegamos à conclusão de que se deve haver uma associação efetiva de ações, com a educação ambiental, que gerem mudança de atitudes e entendimento, juntamente com medidas governamentais, que fazem referência à implantação de um saneamento ambiental para a população ribeirinha, um planejamento urbano e ambiental da área, a desocupação de áreas impróprias, a recuperação de áreas degradadas, principalmente a vegetação ciliar, a fiscalização de despejo indevido de resíduos sólidos e a implantação de estações de tratamento de esgoto, com o objetivo de diminuir o risco de aparecimento de doenças. Assim, o ambiente poderá entrar em equilíbrio com a população local e ambos poderão obter qualidade, seja ela de vida ou ambiental. REFERÊNCIAS DERISIO, José Carlos. Introdução ao controle de poluição ambiental / José Carlos Derisio. 3 ed. São Paulo: Signus Editora, MOTA, Suetônio. Introdução à engenharia ambiental / Suetônio Mota. 4 ed. Rio de Janeiro: Expressão Gráfica, TUNDISI, José Galizia. Água no século XXI: Enfrentando a Escassez. 3ed. São Carlos: RiMa,
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