3º Seminário Catarinense sobre Atualidades Jurídico-Contábeis. Novo regime do ágio. A jurisprudência do CARF e as alterações a partir da MP 627/2013

Documentos relacionados
Nova disciplina do Ágio Lei /14 e IN 1515/14 Agosto 2015

As Modificações Referentes ao Ágio e a Lei /2014. Apresentação: Rafael Correia Fuso

IR: Lei /2014 e a Tributação do Ágio, dos Juros sobre Capital Próprio e da Incorporação de Ações

XVIII Congresso Internacional de Direito Tributário. Associação Brasileira de Direito Tributário - ABRADT

COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS IFRS E ÁGIO JULIANA FONSECA ALVES

Questionamentos da Abrasca Sobre a Lei /14

III Congresso Brasileiro de Direito Tributário Atual

Práticas Contábeis e Neutralidade Tributária

Talita Pimenta Félix. Mestre e doutoranda pela PUC/SP, Conselheira do CARF e do CAT/GO, Professora e Coordenadora do IBET/GO

ÁGIO E DESÁGIO NA AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS A PARTIR DE

Novo regime fiscal do ágio. Maio de 2015

ÁGIO. Aspectos Contábeis e Fiscais. Elaine Maria de Souza Funo Controller da EMBRAER S.A

Ágio Contábil e Fiscal

Aspectos Tributários Relevantes

Página 1. Grupo Modelo S.A.

Reunião Técnica de Normas Internacionais e CPC: Lei /14, o fim do RTT

Marcos Vinicius Neder

Goodwill Contábil x Goodwill. I Workshop em Contabilidade e Tributação

Amortização do ágio na aquisição de investimentos e efeitos fiscais o ágio interno. Paulo Roberto Riscado Junior Maio/2016

Alterações na Legislação Tributária Federal

Revista Capital Aberto

Ágio Apurado em Aquisição de Participação Adicional por Acionista Controlador

Lei /2014 IN RFB 1.515/2014

Contabilidade e Tributação da Renda Após a Lei nº /14

A Lei /2014 e o Novo Tratamento Tributário dados às Operações de Combinações de Negócios Pronunciamento Técnico CPC 15

LEI Nº /2014. Convergência Tributária Às Normas Internacionais de Contabilidade. Edson Pimentel

Medida Provisória nº 627, de 11 de novembro de 2013 DOU

LEI Nº /14 FIM DO REGIME TRANSITÓRIO DE TRIBUTAÇÃO ( RTT )

Bichara Advogados. É proibida duplicação ou reprodução sem a permissão expressa do Escritório.

CAPÍTULO III - DAS DEMAIS DISPOSIÇÕES RELATIVAS À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES RELATIVAS AO REGIME DE TRIBUTAÇÃO TRANSITÓRIO

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

O Ágio e Empresa Veículo

Lei /2014 IN RFB 1.515/2014

EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL

EDINO RIBEIRO GARCIA Contador, bacharel em direito, especialista em tributos diretos, contribuições para o PIS-Cofins e legislação societária,

Instrução Normativa SRF nº 038, de 27 de junho de 1996 DOU de 28/06/1996 Dispõe sobre a tributação de lucros, rendimentos e ganhos de capital

QUADRO COMPARATIVO DA LEI Nº /14 COM A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 627/13

CONTABILIDADE DE GRUPOS DE EMPRESAS

Boletim abril 2014 LEVY & SALOMÃO A D V O G A D O S

Alterações na. Legislação Tributária. Brasileira Lei /14. Julho de 2014

CONTABILIDADE DE GRUPOS DE EMPRESAS

Coordenação-Geral de Tributação

Auditoria de Impostos e Contribuições IRPJ - CSLL - PIS/PASEP COFINS ICMS IPI - ISS SÃO PAULO EDITORA ATLAS S.A

Escrituração Contábil Fiscal Destaques MP 627/03

Disposições anteriores à MP 627/13. Receita Bruta: produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Lucro Fiscal x Lucro Societário

NBC TG 32 (R4) IAS 12 CPC 32 NBC TG 32 (R4)

Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg)

ANEXO I. 1º ao 71 da Lei nº , de 2014, na conta de ajustes de avaliação patrimonial a que se refere o

Diagnóstico MP 627. Diagnóstico sobre os principais impactos decorrentes da Medida Provisória 627/2013 na operação da Cagece

Contabilidade Societária

SEMINÁRIO TRIBUTAÇÃO DA INDÚSTRIA NA JURISPRUDÊNCIA DO CARF. Devolução de capital (ativos) aos sócios

Legislação Tributária Aplicável às Novas Normas Contábeis

CONTABILIDADE GERAL. Demonstração do Resultado do Exercício. Ganhos ou Perdas de Capital. Prof. Cláudio Alves

A Lei n e o Novo RIR

SEMINÁRIO ABRASCA A NOVA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (LEI /14) LAUDO DE AVALIAÇÃO

MARAFON & FRAGOSO ADVOGADOS. pmarafon@marafonadvogados.com.br Fone

17/07/2014. Alterações na Legislação Tributária Brasileira Lei /14 Julho de Quem está com você hoje

Goodwill, mais valia de ativos, menos valia de ativos e Ganho por compra vantajosa

Avaliação a Valor Justo AVJ

Aspéctos Destacados da Conversão da MP627/13 na Lei /2013. Julho de 2014

TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DO VALOR JUSTO. APET 1º COLÓQUIO DE DIREITO CONTÁBIL E TRIBUTÁRIO São Paulo, 08 de maio de 2019 José Antonio Minatel

Regime Tributário de Transição: as normas de contabilidade e os impactos fiscais

Subseção V - Avaliação com Base no Valor Justo na Sucedida Transferido para a Sucessora

Lei n /07. Alterações na Lei das S.A. - Aspectos tributários

Sumário. Introdução, 1

XV SIMPÓSIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO DA APET. IRPJ e CSLL: DESPESAS NECESSÁRIAS E DEDUTIBILIDADE NA ATUAL JURISPRUDÊNCIA

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Sumário. Parte I SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO, CONTABILIDADE E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Tributo e Sistema Tributário Brasileiro...

CONTABILIDADE AVANÇADA. Ágio e Ganho na Aquisição de Investimento

JCP no Brasil Linha do Tempo. TEMA: Controvérsias da Lei nº /2014, envolvendo os Juros sobre o Capital Próprio e Dividendos

Sergio André Rocha (UERJ)

NBC TG 15 COMBINAÇÃO DE NEGOCIOS SÉRGIO L. FIORAVANTI. Dezembro/2016

DIREITO TRIBUTÁRIO. Tributos Federais IRPJ Parte XII. Prof. Marcello Leal

ANO XXX ª SEMANA DE MAIO DE 2019 BOLETIM INFORMARE Nº 19/2019

Contabilidade e Introdutória. Professora Mara Jane Contrera Malacrida. Investimentos

sumário Apresentação, xvii Introdução, 1

Fórum de Debates MP 627/ CRC/RJ

CONTABILIDADE GERAL. Investimentos. Método de Equivalência Patrimonial (MEP) Parte 2. Prof. Cláudio Alves

Diagnóstico da Convergência às Normas Internacionais IAS 28 Investments in Associates

INCORPORAÇÃO DE AÇÕES PERSPECTIVA DO ACIONISTA

1. Balanço patrimonial

Lei nº , de 13 de maio de 2014

ÍNDICE. Destaques dos Capítulos Índice por Artigos Instrução Normativa RFB nº 1.469/

rios (a partir de 2008) Setembro 2009

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº, DE 2014

Combinação de Negócios CPC 15 (R1)/IFRS 3

Contabilidade Avançada. Apostila I. Prof. Marcelo Evandro Alves

ANO XXVI ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 50/2015

III Seminário Catarinense sobre Atualidades Jurídico-Contábeis

Ganhos ou perdas de capital na determinação do lucro real. José Antonio Minatel Mestre e doutor PUC/SP

Módulo Extra Egbert 1

HOLDING A Importância do Contador do Planejamento à Rotina Caio Melo

Medida Provisória nº 685/2015 e regras gerais do novo regime fiscal do ágio (IN nº 1.515/2014).

IBRACON NPC nº 25 - CONTABILIZAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS APLICÁVEIS

4 ECF, e-lalur e subcontas

Operações de Combinações de Negócios e Ágio

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA PRÁTICA

Transcrição:

3º Seminário Catarinense sobre Atualidades Jurídico-Contábeis Novo regime do ágio. A jurisprudência do CARF e as alterações a partir da MP 627/2013 Gustavo F. Minatel gustavo@minateladv.com.br

AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO E ÁGIO Art. 20 do DL 1598/77 Como era Valor da Compra... 450.000 (-) Valor do PL... 250.000 (vr.contábilda PJ adquirida) (=) Ágio ou deságio 200.000 Novo Texto (MP 627) Valor da Compra... 450.000 (-) Valor do PL... 250.000 (-) Mais ou menos valia decorrente da aplicação do valor dos ativos líquidos da investida... 150.000 (=) Ágio (Goodwill).. 50.000 (por rentabilidade futura) 2 2

AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO E ÁGIO 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Ágio; 50 Ágio; 200 Mais Valia; 150 PL; 250 PL; 250 Antes da MP 627 Pós MP 627 Valor Justo 3 3

AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO E ÁGIO RENTABILIDADE FUTURA = GOODWILL Aproveitamento condicionado à mensuração do goodwill por Laudo: Requisitos do Laudo (NR 3º do art. 20 do DL 1.598/77): Elaborado por perito independente; Protocolado na SRF ou Registrado em Cartório de Títulos e Documentos Prazo para protocolo/registro: até o último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da participação. Laudo pode ser desconsiderado pela SRF quando os dados constantes apresentem comprovadamente vícios ou incorreções de caráter relevante( 2º do art. 22 da Lei 12.973/04) 4 4

APROVEITAMENTO FISCAL DO ÁGIO SALDO DO GOODWILL: (Lei 12.973/04 Art. 22) Art. 22. A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ágio por rentabilidade futura (goodwill) decorrente da aquisição de participação societária entre partes não dependentes [...] poderá excluir para fins de apuração do lucro real dos períodos de apuração subsequentes o saldo do referido ágio existente na contabilidade na data da aquisição da participação societária, à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração. Mantida a dedutibilidade do ágio por rentabilidade futura; Exigência de controle em subconta distinta e laudo protocolado na RFB ou registrado no cartório até 13º mês da aquisição; 5 5

APROVEITAMENTO FISCAL DO ÁGIO RENTABILIDADE FUTURA = GOODWILL Regra Contábil: ágio não é amortizável Regra Fiscal: Exclusão do goodwill no e-lalur à razão máxima de 1/60 do valor do saldo existente na contabilidade (5 anos) para cada mês do período de apuração subsequente à incorporação Vedações ao aproveitamento fiscal do goodwill: Ausência de laudo ou protocolo intempestivo; Goodwill decorrente de substituição de ações ou quotas de participação societária; (Vedação constava na MP 627 mas foi retirada na conversão em lei) Goodwill decorrente de operações com partes dependentes 6 6

APROVEITAMENTO FISCAL DO ÁGIO PARTES DEPENDENTES (Lei 12.973/04 art. 25) Art. 25. Para fins do disposto nos arts. 20 e 22, consideram-se partes dependentes quando: I - o adquirente e o alienante são controlados, direta ou indiretamente, pela mesma parte ou partes; II - existir relação de controle entre o adquirente e o alienante; III - o alienante seja sócio, titular, conselheiro ou administrador da pessoa jurídica adquirente; IV - o alienante seja parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge ou companheiro das pessoas relacionadas no inciso III; ou V - em decorrência de outras relações não descritas nos incisos I a IV, que fique comprovada a dependência societária. Parágrafo único. No caso de participação societária adquirida em estágios, a relação de dependência entre o(s) alienante(s) e o(s) adquirente(s) de que trata este artigo deve ser verificada no ato da primeira aquisição, desde que as condições do negócio estejam previstas no instrumento negocial. 7 7

APROVEITAMENTO FISCAL DO ÁGIO TESTE DE RECUPERABILIDADE - IMPAIRMENT Os valores contabilizados no resultado como perda pela redução de ativos (impairment) equiparam-se às provisões. Portanto, não são dedutíveis e só podem ser excluídos na baixa do bem; (Lei 12.973/04, art.32) SALDO DO GOODWILL: (Lei 12.973/04 art. 28) O ajuste do valor recuperável do goodwill não será computado no lucro real. 8

APROVEITAMENTO FISCAL DO ÁGIO APLICAÇÃO DAS NOVAS REGRAS: (Lei 12.973/04, art.. 65) Assegurado o tratamento fiscal anterior para a operação cuja participação societária tenha sido adquirida até 31/12/2014, desde que a incorporação ocorra até 31/12/2017; Parágrafo único. aquisições que dependam da aprovação de órgãos reguladores...o prazo para incorporação poderá ser até 12 (doze) meses da data da aprovação da operação. 9 9

GANHO POR COMPRA VANTAJOSA Lei 12.973/04: Art. 23. A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ganho proveniente de compra vantajosa [...] deverá computar o referido ganho na determinação do lucro real dos períodos de apuração subsequentes à data do evento, à razão de um sessenta avos, no mínimo, para cada mês do período de apuração.. Mantida a tributação do antigo deságio ; Mesmo tratamento para o excesso de valor líquido (compra vantajosa) para bem adquirido e passivo assumido na avaliação a valor, na data da aquisição; (Lei 12.973/04 art. 27) 10 10

GANHO POR COMPRA VANTAJOSA 500 450 400 350 300 250 200 Ágio; 200 COMPRA VANTAJOSA 100 Mais Valia; 300 Valor Justo 150 PL; 250 PL; 250 100 50 0 Antes da MP 627 Lei 12.973/04 11 11

ASPECTOS CONTROVESOS DOS PROCESSOS ENVOLVENDO APROVEITAMENTO DO ÁGIO Exame caso a caso operações e contextos diferentes Repercussão das alterações promovidas pela Lei 11.638/07 e Lei 12.973/04; natureza do fundamento econômico do ágio (rentabilidade x ativos x estabelecimento); substância econômica das operações societárias: utilização de empresas veículo para investimento e posterior incorporação pela empresa adquirida; Conceito de aquisição de participação societária: ágio gerado por operações realizadas dentro de um mesmo grupo econômico (ágio interno) ou por aumento de capital com subscrição de novas ações proibição só com a Lei 12.973/04?; Hipóteses em que a investida possui PL negativo; Ágio já amortizado contabilmente antes da incorporação; Decadência para exame sobre fundamento econômico e o valor do ágio; 12 12

Jurisprudência: Empresa Veículo - Caso Cosern: Acórdão 1402-000993, 11/04/2012 INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO ARTIGOS 7º E 8º DA LEI Nº 9.532/97. PLANEJAMENTO FISCAL INOPONÍVEL AO FISCO INOCORRÊNCIA. A reorganização empresarial, sob amparo dos artigos 7º e 8º da Lei nº 9.532/97, mediante a utilização de empresa veículo, desde que dessa utilização não tenha resultado aparecimento de novo ágio, não resulta economia de tributos diferente da que seria obtida sem a utilização da empresa veículo e, por conseguinte, não pode ser qualificada de planejamento fiscal inoponível ao fisco. 13 13

Jurisprudência: Empresa Veículo - Caso Multiplan: Acórdão 1302-001.150 sessão de 07/08/2013 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007, 2008, 2009, 2010 GLOSA DA AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO. INDEVIDA. SIMULAÇÃO. NÃO CARACTERIZADA. Deve ser afastada a imputação de simulação, quando não demonstrado o pacto simulatório. O fato de o investidor no exterior ter preferido aportar capital em uma subsidiária brasileira, para que essa depois adquirisse as ações da recorrente com ágio não se constitui em conduta simulada, pois, diante de dois caminhos lícitos, não estaria obrigado a optar pelo mais oneroso tributariamente, ou seja, aquele em que ele adquirisse diretamente as ações com ágio e depois não pudesse realizar o evento (incorporação, fusão ou cisão) que lhe permitisse recuperar o custo sem alienar o investimento. A dedutibilidade da amortização do ágio fundamentado em expectativa de rentabilidade futura, após a incorporação da controladora pela controlada, encontra expressa previsão legal nos arts. 7º e 8º da Lei 9.532/97. 14 14

Jurisprudência: Mensuração do Ágio - Caso Diagnósticos da América S/A: Acórdão 1402-000.342, 15/12/2010 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJAnocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002. ( )LUCRO REAL. GLOSA DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA. Reconhece-se que o ilícito fiscal limita-se à desconsideração da natureza jurídica do fundamento econômico do ágio e que a demonstração arquivada como comprovante do fundamento econômico do ágio, traduz a avaliação dos ativos, pela expectativa de rentabilidade futura.lucro REAL. GLOSA DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. CONDIÇÃO DE EFETIVIDADE DO LUCRO. A legislação fiscal editada no contexto de incentivo às privatizações e que permaneceu em vigor nos períodos objeto da autuação não condicionou a dedutibilidade da amortização do ágio à efetiva apuração de lucro, e nem estabeleceu prazo para a geração de lucros. A Instrução CVM 247/96 alterada pela 15 285/98 não pode ser aplicada para efeitos fiscais. 15 15

Jurisprudência: Ágio Interno - Caso CENTER: Acórdão 1103-00501, de 30/06/11 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS. ENCARGO DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO GERADO COM UTILIZAÇÃO DE SOCIEDADE VEÍCULO. ÁGIO DE SI MESMO. ABUSO DE DIREITO. O ágio gerado em operações societárias, para ser eficaz perante o Fisco, deve decorrer de atos econômicos efetivamente existentes. A geração de ágio de forma interna, ou seja, dentro do mesmo grupo econômico, sem a alteração do controle das sociedades envolvidas, sem qualquer desembolso e com a utilização de empresa inativa ou de curta duração (sociedade veículo) constitui prova da artificialidade do ágio e torna inválida sua amortização. A utilização dos formalismos inerentes ao registro público de comércio engendrando afeiçoar a legitimidade destes atos caracteriza abuso de direito. [...]. 16 16

Jurisprudência: Ágio Interno - Caso Gerdau: Acórdãos 1101-00708, 1101-00709 e 1101-00710, de 11/4/2012 ÁGIO INTERNO. A circunstância da operação ser praticada por empresas do mesmo grupo econômico não descaracteriza o ágio, cujos efeitos fiscais decorrem da legislação fiscal. A distinção entre ágio surgido em operação entre empresas do grupo (denominado de ágio interno) e aquele surgido em operações entre empresas sem vinculo, não é relevante para fins fiscais. ÁGIO INTERNO. INCORPORAÇÃO REVERSA. AMORTIZAÇÃO. Para fins fiscais, o ágio decorrente de operações com empresas do mesmo grupo (dito ágio interno), não difere em nada do ágio que surge em operações entre empresas sem vinculo. (...). 17 17

Jurisprudência: Subscrição de Ações - Caso Casa do Pão de Queijo (CSRF): Acórdão 9101-001657, de 14/5/2013 ÁGIO. AMORTIZAÇÃO, SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES. A operação societária de subscrição de ações equipara-se a uma aquisição. A subscrição de ações é uma forma de aquisição e o tratamento do ágio apurado nessa circunstância é o previsto na legislação em vigor (artigos 7 e 8, da Lei n. 9.532/1997). Subscrição de ações e alienação de ações são duas operações que permitem a aquisição de participação societária. (...). 18 18

Jurisprudência: Patrimônio Líquido Negativo - Caso Globo: Acórdão 1101-000766, 05/07/2012 AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. DETERMINAÇÃO. Na aquisição de investimento em empresa com passivo a descoberto, o ágio limitase ao valor pago pela investidora. RECEITA DE DESAGIO. REALIZAÇÃO. ABSORÇÃO DE PREJUÍZOS A CONTA DE SOCIO. Materializa-se o ganho potencial verificado na aquisição de título com deságio quando a obrigação, na qual passaram a ser partes investidora e investida, é extinta mediante absorção de prejuízos conta de sócio, procedimento que assemelha-se, em seus efeitos, ao aporte de capital pelo investidor. [...]. 19 19

Jurisprudência: Multa Qualificada Acórdão 1401-000.850, publicado em 01/04/2014 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO. No planejamento tributário, quando identificada a convicção do contribuinte de estar agindo segundo o permissivo legal, sem ocultação da prática e da intenção final dos seus negócios, não há como ser reconhecido o dolo necessário à qualificação da multa, elemento este constante do caput dos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/64. Acórdão 1302-001.183, publicado em 27/01/2014. MULTA QUALIFICADA. INAPLICABILIDADE. A glosa de despesas de amortização decorrentes do chamado ágio interno não enseja, 20 por si só, a aplicação da multa qualificada. 20 20