Reflexão das Monitorias de Química Oferecida pelo Projeto PIBID nas Escolas de Pelotas



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Transcrição:

Reflexão das Monitorias de Química Oferecida pelo Projeto PIBID nas Escolas de Pelotas Eduardo Vargas Pereira (IC) 1*, Diego Soares de Moura (IC) 1, Caroline Pereira Dutra (IC) 1, Roberta Almeida dos Santos (IC) 1, Suelen Santana dos Santos (IC) 1, Gratiane Velleda Brito (IC) 1 *eduardo.vargas@vetorial.net 1- Instituto de Química e Geociências/UFPel - Campus Capão do Leão/RS, CEP: 96010-900. Palavra-Chave: monitoria Área Temática: Ensino e Aprendizagem EAP Resumo: Este trabalho é desenvolvido no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Incentivos a Docência (PIBID), o qual é um programa do Ministério da Educação/CAPES que proporciona aos futuros professores experiências metodológicas e práticas docentes inovadoras, articuladas com a realidade local da escola. Neste contexto desenvolveu-se esta atividade sobre o tema reflexão das monitorias do ensino de Química oferecida pelo projeto PIBID em quatro escolas Estaduais no Município de Pelotas, RS Escola Estadual de 1º e 2º Graus Cassiano do Nascimento, Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, Colégio Estadual Dom João Braga e Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello. Desta forma, essas monitorias são oferecidas aos alunos, em horário extraclasse, para revisar e aprofundar os conteúdos lecionados pelos professores titulares desta disciplina em sala de aula. Sendo assim, através da observação, por nós bolsistas, dos fatos ocorrido durante todo o período dessas atividades, foi possível realizar o trabalho em questão. Introdução Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a falta de sintonia entre a realidade escolar e os projetos pedagógicos das escolas, que são freqüentemente inadequados e/ou ultrapassados, reflete na má formação de estudantes 1. Este fato é realmente muito lamentável, principalmente, no que diz respeito a química, pois, além desta disciplina ter um papel muito importante na vida humana, ela amplia os horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania. A proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) contrapõe a velha ênfase de memorização de informações, fórmulas, nomes e conhecimentos desligados da realidade do aluno. Os PCNs afirmam também que: o aprendizado de Química no ensino médio deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. Com isso, ensinar Química nessa perspectiva facilita o desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos. Neste contexto, o programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência da Universidade Federal de Pelotas (PIBID/UFPel), com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), incentiva estudantes licenciandos da graduação a terem um convívio com o ambiente escolar, propondo atividades que visam melhorar o Ensino Público; dentre essas atividades estão as monitorias, cuja função é auxiliar os alunos no aprendizado dos conteúdos vistos em sala de aula. Desta forma, o PIBID/UFPel abrange, desde de 2009 até momento atual, 4 escolas da Cidade de Pelotas no Rio Grande do Sul, nas quais são: Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, Colégio Estadual Dom João Braga, Escola

Técnica Estadual Professora Sylvia Mello e a Escola Estadual de 2º Grau Nossa Senhora de Lourdes. Esta última escola substitui a Escola Estadual de 1º e 2º Graus Cassiano do Nascimento, na qual recentemente saiu do quadro de Escolas ligadas ao PIBID/UFPel. Sendo que, fazem parte do projeto, as áreas de Biologia, Química, Física, Matemática, Filosofia, Ciências Sociais, História, Pedagogia, Artes e Teatro. Contexto do Relato Este trabalho foi desenvolvido através da análise realizada durante o período de desenvolvimento de monitorias de Química, por nós, bolsistas do PIBID da Universidade Federal de Pelotas, em aulas de apoio de Química para os três anos do Ensino Médio nas escolas Estaduais de Pelotas inseridas neste projeto. Nessas monitorias, são atendidos turmas do Ensino Médio, Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Médio para alunos Surdos, sendo que, no caso desses dois últimos, somente o Instituto Estadual de Educação Assis Brasil trabalha com esses alunos. Com isso, neste tipo de atividades, temos como uma de nossas funções auxiliar o aluno na sua aprendizagem referente ao assunto tratado na sala de aula. Nas aulas de apoio procuramos nos aproximar dos alunos para que assim eles se sintam á vontade em realizar questionamentos que ocorrem ao longo do processo. Sendo assim, através do diálogo sempre procuramos analisar todo o processo de aprendizagem dos alunos. Em nossas atividades, durante o período das monitorias, sempre nos preocupamos em proporcionar: responsabilidade pela organização do saber, vivência e compreensão do mundo que esses alunos vivem. Assim, o contato com estes processos mobilizou o saber de futuros professores, fazendo que sejamos críticos e investigadores referente a nossa futura profissão. Detalhadamento das Atividades No primeiro semestre de 2009 as monitorias de Química eram realizadas duas vezes por semana com um período de duas horas em cada encontro, totalizando assim quatro horas semanais. Depois, a partir do segundo semestre de 2009 até o momento atual, como o foi proposto outros tipos de atividades no projeto PIBID e como a procura pelos alunos nas aulas de apoio também havia diminuído, reduziram-se as monitorias para um encontro com duas horas semanais. Para realização destas atividades, as escolas fornecem uma sala reservada para cada um dos monitores receberem os alunos que são agendados através de uma professora regente de cada escola, que também faz parte do projeto. Sendo que, em cada encontro, cada bolsista atende no máximo três alunos por hora. No caso, dos alunos com deficiência auditiva, que fazem parte do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, há um espaço separadamente para serem atendidos e uma intérprete, que auxilia os monitores a se comunicarem com esses discentes. No entanto, em relação a esse aspecto, a Escola Dom João Braga ainda não possui uma sala certa para essas aulas, portanto para realização dessas aulas os monitores têm que procurar um professor para ter acesso a chave de uma das salas que estiverem disponíveis no momento. Nossas aulas são basicamente tradicionais; isto é, os estudantes comparecem nas monitorias nas horas marcadas; e nós através do contato direto com auxilio de livros didáticos e/ou com uso do quadro negro os ajudamos a solucionarem as dúvidas do conteúdo visto pelo professor titular na sala de aula. No

primeiro momento explicamos e, em seguida, passamos alguns exercícios referente ao conteúdo que o aluno tem dúvida para avaliar as dificuldades que ele possa ter. Com isso, nós estamos sempre nos atualizando referente aos conteúdos vistos nos três anos do Ensino Médio a fim de desempenharmos melhor nossas funções. Todavia, quando temos dúvidas em relação a algum conteúdo tratado, ficamos responsabilizados em trazer as respostas para estas dúvidas através da ajuda de outro colega ou de pesquisas em livros didáticos. No entanto para este trabalho se concretizar de forma adequada é preciso tentar entender como o aluno compreende o conteúdo em sala de aula, para que desta forma possamos trabalhar esse conhecimento de uma maneira simples e clara, ou seja, sempre procurando ensinar o assunto tratado na sala de aula de uma maneira que o aluno compreenda melhor. Só que para isso ocorrer é essencial nós lidarmos com situações de ensino-aprendizagem que envolvem metodologias que despertem o interesse do discente; isto é, vivenciarmos situações na busca pelo conhecimento, relacionando assim a disciplina com o cotidiano deste; onde, esses alunos, conforme é relatado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), percebam que aprender química, facilita o desenvolvimento de competências e habilidades e enfatiza situações problemáticas reais de forma crítica, permitindo ao aluno desenvolver capacidades como interpretar e analisar dados, argumentar, tirar conclusões, avaliar e tomar decisões. 1 Análise de Discussão do Relato Em relação a realização destas monitorias, podemos dizer, que apesar de passarmos por várias dificuldades, algumas contendo obstáculos mais difíceis de serem passados; outras menos; conseguimos obter vários avanços no nosso trabalho. Ao iniciar as nossas atividades nos deparamos com alguns problemas, tanto em relação ao adaptamento com os costumes da escola, como também, o preparo para o desempenho das nossas funções exercidas neste local. No que diz respeito aos costumes da escola, podemos dizer que foi um pouco complicado, principalmente por não haver um contato mais direto de professores e funcionários, com nós monitores. No caso dos funcionários em geral, algumas vezes percebia-se um certo descaso em relação a nossa presença na escola, pois este fato era realmente constatado, quando precisamos de uma simples informação, ou pedimos algum material emprestado. No entanto, com o passar do tempo, através do convívio mais intenso nessas escolas, fomos conhecendo melhor o funcionamento destas instituições e com isso, atualmente, não é preciso muito o auxílio desses funcionários. Já a pouca aproximação com os professores destas escolas é mais agravante, pois não há um contato com esses discentes titulares da disciplina de Química das escolas, isso dificulta muito a nossa preparação, ou seja, é complicado desenvolver nossa didática através do adaptamento da metodologia dos professores, sem haver um contato com estes. Como, nossas monitorias são realizadas, a partir das dúvidas dos alunos referentes aos conteúdos abordados por estes professores em sala de aula, muitas vezes, sentimos dificuldades em explicar os assuntos de forma semelhante como é abordado em aula. Desta forma, por não podermos ir de encontro com a didática do professor regente acaba, de certa forma, prejudicando o aprendizado do aluno. Todavia, para o desenvolvimento desta atividade, além da ajuda de livros

didáticos, de exercícios de fixação e dos colegas, temos os PCNs como suporte de ajuda; isto é, sempre procuramos realizar o nosso trabalho conforme os objetivos descritos neste documento. Como exemplo, sempre apresentar ao aluno fatos concretos, observáveis e mensuráveis acerca das transformações químicas, considerando a sua visão do mundo físico preponderantemente macroscópico, pois sua aprendizagem é facilitada quando se trabalha com fatos reais e perceptíveis. 1 Neste caso, sempre explicamos os conteúdos através de uma relação com acontecimento da vida desses alunos, de forma que estes compreendam que aprender Química é importante porque esta inserida em toda nossa volta, e não somente para preparação de uma prova ou vestibular. Com isso tentamos, mudar os costumes que os alunos têm com essa disciplina, como por exemplo, muitos preferem decorar os assuntos, como fórmulas, códigos e não tentar entender o porquê de aprender os conteúdos. No que diz respeito aos conteúdos que os alunos mais têm duvidas nas monitorias são: atomística, distribuição eletrônica, equações químicas (balanceamento, NOx,...), cálculo estequiométrico, ligações químicas, soluções, cadeias carbônicas e funções orgânicas, como também a interpretação de dados e gráficos, reconhecimento de símbolos, códigos e nomenclatura; e principalmente noções básicas de matemática. Neste último aspecto nota-se, quando muitos dos alunos do Ensino Médio que nos procuram não sabem montar regra de três; isto é, mesmo sendo um assunto de outra disciplina, quando sabemos do conteúdo abordado explicamos aos alunos de forma bastante calma, pois sabemos que é muito importante esses discentes compreenderem sobre estes conteúdos porque servem como base para entender alguns outros assuntos. No entanto, em outras vezes, quando temos dúvida referente a um conteúdo diferente, pedimos ajuda a um colega especializado de outra área. Entretanto, outro grande problema encontrado na realização dessas monitorias, é o fato de que, muitas vezes, os alunos comparecem nas monitorias sem o material de aula e também não sabem qual o conteúdo esta sendo tratado. Com isso, torna-se muito complicado, o acompanhamento desses alunos, pois além de ficarmos um bom tempo tentando descobrir, através de diálogo com esses alunos, qual a matéria esta sendo vista em sala de aula, ou quais são suas dúvidas, acabamos desperdiçando tempo que poderia ser utilizado com o desenvolvimento de outras atividades. Sendo assim, neste caso, em muita das vezes tentamos descobrir esses conteúdos vistos em aula, através de tentativas; isto é, primeiramente verificamos o ano que o aluno esta cursando, depois sabendo os conteúdos que são vistos durante este ano e também através de alguns questionamentos, mostramos a matéria ao aluno e assim conseguimos constatar, qual o assunto esta sendo abordado em sala de aula. Por outro lado, em se tratando dos alunos Surdos do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, pode-se afirmar que no primeiro momento foi bastante difícil ensiná-los, pois não conhecíamos as suas realidades, mas depois, com ajuda de uma intérprete, foi possível realizar as monitorias normalmente e também, conhecer a realidade deles. Sendo assim, o processo de ensino-aprendizagem vivenciado por nós futuros professores, na realização destas atividades nas escolas, serviu para que nós: melhorássemos nosso processo de formação, pois estamos lidando com situações que serão presenciadas durante a nossa vida de docência; como também á observação da necessidade de relacionar-mos o conteúdo com questões do nosso dia-a-dia, por serem assim essenciais para um melhor aprendizado ao aluno.

Considerações Finais Concluí-se que para um melhor desempenho da nossa função no processo de aprendizagem deveria haver um maior contato entre nós bolsistas e professores titulares das escolas. No que diz respeito ao desenvolvimento de nossas atividades, nós como futuros professores, devemos estar sempre nos atualizando para que possamos transpor um ensino de melhor qualidade aos alunos. Desta forma a nossa participação no projeto PIBID está sendo de grande importância por estarmos a cada dia que passa superando as nossas próprias dificuldades, aprendendo com os alunos e nos familiarizando com a comunidade escolar. Referências Bibliográficas 1 BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). PCN + Ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002.