Editorial NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO

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Transcrição:

Editorial NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO Com o inicio do boletim eletrônico da LASRA Brasil iniciamos um novo canal de comunicação com nossos associados e com a comunidade interessada na anestesia regional, anestesia em obstetrícia e dor. Este boletim, aberto ao público em geral no site www.lasra.com.br, tem como objetivo principal facilitar e aumentar o contato com os sócios que terão acesso às diferentes ações da Diretoria da LASRA, podendo assim avaliar melhor o que está sendo feito e interagir com a LASRA através do próprio boletim. O Boletim da LASRA está aberto ao debate e os sócios em dia terão o direito de publicar sua opinião sobre qualquer aspecto científico ou associativo dentro das áreas de atuação da sociedade, relatar casos de interesse incluindo a solução ou o desfecho, estabelecer propostas de pro ou contra determinadas práticas, técnicas ou fármacos, propor atividades científicas dentro ou fora do âmbito do congresso anual e também muito importante, o boletim receberá e vai publicar as críticas a nossa gestão. Para que isto se transforme em realidade necessitamos a participação ativa dos associados reiterando que a leitura do boletim será livre, porém, só sócios em dia podem publicar artigos. E se ainda não é associado? É muito fácil o caminho para ingressar como sócio da LASRA Brasil e o roteiro está em nossa página. Em forma resumida, quem tem interesse em ser parte da LASRA deve acessar o site e fazer seu registro eletrônico, posteriormente, no primeiro semestre do ano receberá um boleto bancário de cobrança da anuidade. Este pequeno valor permite a LASRA gerir sua estrutura durante o ano e é devolvido ao sócio no custo da inscrição para o nosso evento maior. Mas o sócio tem outras vantagens. O livro «Anestesia Regional: Princípios e Prática» publicado em 2009 foi entregue em forma gratuita a todos os associados em dia no momento da publicação. Esse enorme esforço da LASRA produziu um livro de qualidade e pela primeira vez temos uma publicação original em português. Estamos estudando como estender este benefício aos novos associados e a solução está próxima. DR. SERGIO D. BELZARENA - PRESIDENTE DA LASRA BRASIL Estamos negociando com a ASRA a possibilidade do acesso à revista RAPM (até este momento o órgão oficial da LASRA, de acordo com a capa). Este acesso seria à edição virtual e haverá uma senha para o associado. Ainda estamos com pequenas diferenças no valor e isto deve ser resolvido nos próximos meses. Esta revista, a principal sobre anestesia regional, não tem convênios de acesso nas grandes redes e este seria o primeiro fora do eixo ASRA/ESRA. O sócio da LASRA tem descontos importantes nos eventos anuais que a LASRA Internacional realiza nos países membros. Podemos combinar uma visita a Santiago, Buenos Aires, Lima ou Montevidéu, para citar alguns, e participar das atividades científicas da LASRA. O próximo boletim traz o programa completo para 2011. O evento mais próximo é em Lima nos dias 23 e 24 de março. Há descontos para sócios da LASRA em congressos da ASRA e ESRA. O momento pede participação de todos os interessados na prática da anestesia regional. Está aberto um novo canal de comunicação com os sócios. Aguardamos sua participação. Sergio D. Belzarena Presidente da LASRA Brasil

Um grande congresso em 2010 e outro ainda melhor em 2011. Em agosto de 2010 foi realizado no IEP em São Paulo o 16 Congresso da LASRA Brasil que coincidiu com o IX Simpósio da LASRA Internacional, que atualmente é presidida por nosso colega Dr. Marildo Gouveia.. Esta coincidência permitiu que entre os palestrantes estivessem alguns dos principais anestesiologistas dedicados a anestesia regional da latinoamérica. Isto mostrou que a prática da anestesia regional já não é um privilegio exclusivo de nosso país. Colegas da Argentina, Chile, México, Panamá e Uruguai contribuíram para o engrandecimento científico do evento. Dois novos cursos foram apresentados: neuromodulação para tratamento da dor crônica e manejo de via aérea e anestesia geral na gestante. Ambos com muito sucesso, vagas esgotadas e fila de espera na porta. Nos dias 19 e 20 de agosto teremos o 17 Congresso da LASRA Brasil em São Paulo. Este ano a sede do congresso será o Hotel Intercontinental, situado na Alameda Santos 1123 muito próximo da estação Trianon do metro. Neste evento vamos oferecer múltiplas oportunidade de aperfeiçoamento em anestesia regional, anestesia em obstetrícia e dor, as três áreas de dedicação da LASRA. NOTICIAS DA LASRA Em forma resumida, e fica a sugestão de procurar a versão completa do programa no nosso site www.lasra.com.br, estamos oferecendo vinte sessões de aulas praticas ou debates interativos, quatro cursos completos em cada dia e duas sessões plenárias, que este ano não terá atividades simultâneas. Dois cursos, que se repetem no dia 19 e no dia 20 e a sessão plenária dedicada a segurança em anestesia regional serão as principais novidades a apresentar este ano. Os cursos novos são destinados ao estudo aprofundado da anestesia regional para membro superior e membro inferior. Cada um deles inclui revisão da anatomia, farmacologia e toxicologia, debate de casos clínicos e cada participante vai participar de 3 horas de treinamento de bloqueios com ultrassonografia e neuroestimulação com destacados professores sob a coordenação do Dr. Diogo Conceição e do Dr. Tolomeu Casali. No dia 19 haverá curso completo de ultrassonografia para anestesia regional, com 50 vagas, curso completo de neuromodulação em dor crônica, com 60 vagas, e o curso de bloqueios para membro superior e inferior, com 32 vagas em cada um No dia 20 será repetido o curso de ultrassonografia, voltam os o novos cursos de bloqueios e o curso de anestesia para emergenciais em obstetrícia com seis estações oferece 60 vagas.este curso, oferecido novamente este ano depois de ter sido um grande sucesso em 2010 e único em nosso meio, abordando o moderno manejo da via aérea em situações críticas em obste-

trícia. No dia 20 o programa apresenta na sessão plenária várias apresentações sobre segurança em anestesia regional, tema relevante na prática profissional atual. A sessão começa com uma palestra em homenagem ao Dr. Carlos Parsloe. Finalmente, um programa extenso e abrangente como estamos apresentando em 2011, tem custo elevado. No entanto, foram feitos grandes esforços da LASRA para que o valor da inscrição seja menor que em congressos do mesmo porte. Também, o custo das inscrições, com vantagens importantes para sócios em dia, está no portal da LASRA. Por tudo que foi relatado, visite www.lasra.com.br,, avalie todo o programa e faca sua escolha de atividades e realize sua inscrição aproveitando os valores ainda reduzidos. O PROJETO ANTICOAGULANTES E ANESTESIA REGIONAL DA LASRA BRASIL O uso de anticoagulantes no período perioperatório cresce rapidamente devido a evidência da prevenção de trombose venosa e profunda e sua conseqüência o tromboembolismo pulmonar. Com o aparecimento de hematomas espinhais e periféricos quando é associada anestesia regional e anticoagulante aparecem guias («guidelines») que orientam sobre o uso de bloqueios nesta situação, tentando aproveitar as vantagens sem causar eventos adversos. Outra situação complexa é o lançamento no mercado de vários anticoagulantes novos que trazem benefícios na sua farmacologia e forma de administração para o paciente (muitas vezes oral, com dose única) e ao mesmo tempo causam incerteza para o anestesiologista que não tem referencias adequada para manejar esta circunstância. Analisando as «guidelines» publicadas em diferentes países é notório que há aspectos semelhantes acompanhados de diferenças importantes que refletem a prática anestesiológica e do uso de anticoagulantes no local. Este fato mostra que é necessário um guia de orientação em nosso país, que tem destaque mundial pelo número de bloqueios que realiza e onde não há um guia específico sendo adotados guias estrangeiros ou em alguns centros um conceito próprio. Por isso, a LASRA Brasil iniciou em 2010 seu projeto que tem dois objetivos: Fazer um mapa da situação no país sobre como se trabalha na realidade com anestesia regional e anticoagulação e se há alguma guia que oriente sobre este assunto Com os dados anteriores e a opinião de muitos colegas publicar uma guia nacional que reflita conceitos internacionais e a prática local. No congresso da LASRA Brasil de 2010 o tema foi extensamente debatido e temos uma comissão encarregada de levar adiante o estudo e elaborar as propostas. Em breve vai ser encaminhado um formulário através da internet com consulta sobre diferentes aspectos deste tema. Como em tudo que faz a LASRA Brasil é imprescindível a colaboração do associado para o sucesso do empreendimento.

BLOQUEIO DO PLEXO LOMBAR BLOQUEIO DO COMPARTIMENTO DO PSOAS O primeiro ramo do plexo lombar é o nervo íleo-hipogástrico, que está lateral a borda do músculo psoas maior. Está, normalmente, ao lado do nervo íleo inguinal, passando através do músculo psoas quase de forma paralela. Outro nervo que atravessa o psoas é o genitofemoral que se divide em dois ramos: - o genital e o femoral. Também, na borda lateral do músculo psoas maior está o nervo cutâneo lateral da coxa, se localizando, posteriormente, próxima a espinha ilíaca ântero-superior. O ramo maior, o femoral, atravessa um canal entre os músculos ilíaco e o psoas maior em direção a coxa. O nervo obturador, é o único que caminha medial ao músculo psoas e chega ao canal do obturador, após passar pela artéria e a veia ilíaca externa. Técnica Clásica (Chayen et al, 1973) 1. Posição O paciente deve se posicionar em decúbito lateral, com as pernas fletidas e o lado a ser anestesiado para cima. 2. Marcas DR. DURVAL KRAYCHETTE MEMBRO DA COMISSÃO CIENTÍFICA DA LASRA BRASIL RESPONSÁVEL PELA ÁREA: DOR PROFESSOR ADJUNTO DE ANESTESIOLOGIA UFBA COORDENADOR DO AMBULATÓRIO DE DOR - UFBA Anatomia O ramo anterior dos primeiros quatros nervos lombares está entre a parte superficial e profunda do músculo psoas e forma o plexo lombar. O ramo do quarto nervo lombar se divide em uma porção cranial e outra caudal. O ramo caudal se combina com o ramo anterior do quinto nervo lombar para formar o tronco lombosacro, que também fará parte do plexo sacral. Uma linha entre as espinhas ilíacas, localiza o processo espinhoso da quarta vértebra lombar (L4). Do processo espinhoso, marcar uma linha de três cm em sentido caudal e mediano. A partir desse ponto, uma linha de cinco cm em ângulo perpendicular em sentido superior, que é o local para inserção da agulha. 3. Método Usar estimulação contínua, com corrente de 0.5 a 1.0 ma, com agulha 22G de comprimento em torno de 10 a 12 cm. A agulha deve ser avançada em sentido estrito, em ângulo reto, na direção sagital. Pode haver contato entre a ponta da agulha e o processo transverso da quinta vértebra lombar (L5), em torno de 5 a 8 cm da introdução da agulha. Após o contato com o osso, retirar a agulha 4 cm e direcionar em sentido cranial e avançado novamente, até 2.5 cm, e nunca além de 11 cm no total. Lembrar que o plexo lombar está mais profundo em homens e essa distância é proporcional ao peso corporal. Após a agulha passar pelo processo transverso de L5, há perda de resistência na passagem através do músculo quadrado lombar, do transversalis e da fáscia do psoas,

indicando a chegada no compartimento do psoas. A contração do quadríceps (porção anterior da coxa) após estimulação com corrente de 0.3 ma e duração de pulso de 0.1 ms é a ideal. A posição correta é próxima ao nervo femoral. Uma resposta do nervo obturador ou ciático indica que a agulha está próxima a região medial da coluna, na emergência de uma raiz nervosa. Após aspiração cuidadosa, injetar 3 ml de anestésico local de curta duração (dose teste) para excluir a possibilidade de bloqueio subaracnóideo. Após o teste, injetar 30 a 50 ml de anestésico local de longa duração. Aspirar a cada 10 minutos, para evitar a possibilidade de injeção acidental intravascular. O cateter também pode ser introduzido após dose teste em sentido caudal. É comum resistência na passagem pelos tecidos. Na maioria das vezes o cateter se localizará no compartimento do psoas, contudo, pode ficar atrás da fáscia ilíaca, entre o psoas e o quadrado lombar ou migrar para a cavidade abdominal ou entre o disco intervertebral de L4-L5, nesses casos, deve ser imediatamente retirado. Para administração contínua, utilizar ropivacaína a 0.2%, na infusão de 5 a 15 ml//hora, ou qualquer outro anestésico de preferência. Um estudo relatou que a levobupivacaína (L) provoca bloqueio motor de início mais rápido e bloqueio sensitivo de maior duração que a ropivacaína (R). Normalmente, é anestesiado o cutâneo lateral da coxa (L2/L3) que é sensitivo, o obturador (L2, L3, L4) que é sensitivo (área medial da coxa) e motor (adutores) e o femoral ( L2, L3, L4) que é sensitivo (região anterior da coxa) e motor (quadríceps, sartório e pectíneo). Um trabalho realizado com 93 pacientes, houve bloqueio da coxa na face interna (n=77), na face anterior da (n= 86), na face lateral (n= 73) e posterior (n=7), com extensão contralateral em 6 pacientes. Outros autores sugeriram uma modificação da técnica de original de Chayen et al. descrita anteriormente, com a inserção da agulha 3 cm lateral da linha média, ou seja, 2 cm mais baixo. Assim, estudaram 132 pacientes, atingindo o plexo lombar a uma distância média de 9,5 cm, todavia, houve dificuldade em posicionar o cateter em 4 pacientes com índice de massa corpórea maior que 30 Kg/m 2. Houve também anestesia contralateral em 2 pacientes, com maior nível de anestesia entre T10 e T11 e no contralateral entre L1 e L2. Após a injeção de contraste radiopaco em 64 sujeitos, houve concentração medial interna em 75% dos casos e acima de L1 ao redor do plexo lombar, infiltrando o compartimento do psoas e em 25% dos pacientes mais distal e lateral, na junção da parte distal do compartimento do psoas e a porção proximal da fáscia ilíaca. Também, a injeção com posição medial, proporcionou maior ocorrência de bloqueio do nervo obturador e acessórios (ileoinguinal, hipogástrico e genitofemoral) mais freqüentemente que a lateral ( 87% - 71%; 64% - 43%; 62% - 38%; 57% - 38%, respectivamente). As complicações foram parestesia por avanço da agulha ( 8%), injeção da solução (8%), inserção do cateter (15%); aspiração de sangue pela seringa (3%), pelo cateter (8%); bloqueio peridural (2%); falência da inserção do cateter ( 3%). 4. Indicações e contra-indicações Operações no membro inferior (quadril, joelho e pé) em combinação com o bloqueio de nervo ciático; analgesia após operação de quadril ou joelho; manuseio de feridas abertas e enxertos de pele na face anterior e lateral da coxa. Contra-indica, entretanto, a técnica, distúrbios de coagulação e infecção peritoneal. Na anestesia para artroscopia de joelho, esse bloqueio se mostrou mais eficaz que o femoral (3:1), visto que com esse último há possibilidade maior de falha de bloqueio do nervo obturador e do cutâneo lateral da coxa. Houve também relato de melhor qualidade de analgesia, com escores menores na escala analógica visual e menor consumo de fentanil intra-operatório nos pacientes que foram submetidos a bloqueio do plexo lombar. 5. Complicações Há relato de complicações que está em torno de 80/10000. Foram relatados: - anestesia peridural e raquianestesia (1%), injeção peritoneal, hematoma retroperitoneal, hematoma subcapsular de rim, infecção do psoas, toxicidade sistêmica, injeção intravascular e lesão de nervo femoral. Pode haver, anestesia do membro contralateral, com incidência variando de 4 a 40%. Os fatores que influem a lesão permanente

ou transitória após os bloqueios de nervos periféricos incluem trauma direto da agulha ou cateter, isquemia local por compressão interna (injeção intraneural do anestésico local) ou externa (volume do anestésico local ou hematoma). Outros fatores que podem induzir a isquemia da fibra nervosa, como o emprego de adrenalina na solução injetada, posição do paciente e toxicidade do agente anestésico local. O anestésico local, mesmo em baixas doses, pode ser neurotóxico, principalmente, após lesão química, trauma mecânico ou doença degenerativa e se aplicado em áreas de regeneração ou crescimento do nervo. Também, as membranas durais envolvem o nervo alguns centímetros fora do forame vertebral, antes de continuar com o epineuro. Além disso, há uma membrana translúcida que se destaca da camada interna do saco dural e enrola a fibra nervosa. Isso facilitaria o contato da agulha e do anestésico local com o neuroeixo, a neurotoxicidade e a ocorrência de anestesia peridural ou raqui. A lesão de nervo femoral provoca fraqueza muscular da coxa e alterações sensoriais na distribuição do nervo, cuja evolução apresenta prognóstico favorável. É importante o diagnóstico de lesão por compressão, sendo mandatório afastar compressão extrínseca por hematoma, através de ressonância magnética de abdome total e eletromiografia. É possível a recuperação da função do nervo em dias ou até seis meses, lembrando que a regeneração da fibra nervosa depende de dois fatores: 1) capacidade intrínseca do nervo (liberação de neurotrofinas) e 2) intensidade da isquemia.. Após o diagnóstico, deve-se indicar serviço de reabilitação e tratar a dor neuropática com medicações apropriadas. 6. Conclusão Baseado em metanálise publicada recentemente, o bloqueio do compartimento do psoas combinado ao bloqueio do nervo ciático do é uma alternativa ao bloqueio do neuroeixo e superior ao uso de opióides intravenosos e ao bloqueio 3 em 1 (no nível de região inguinal) para analgesia pós-operatória, contudo, há evidência insuficiente como alternativa para anestesia geral ou do neuroeixo, devido principalmente a má qualidade dos trabalhos publicados. Desse modo, o bloqueio do compartimento de psoas está indicado para analgesia após cirurgias em joelho ou quadril como padrão ouro, visto que o bloqueio 3:1 não atinge o nervo obturador, tornando a técnica inadequada. Por outro lado, o tempo de analgesia é em torno de 4 a 6 horas, necessitando a colocação de cateter. Isso não torna a analgesia completa para áreas inervadas para o plexo sacral, sendo necessário complemento com opióides. A técnica é segura, de fácil aplicação, e com pouco relatos de complicações. Referências Bibliográficas 1. Al-Nasser B, Palacios JCFemoral Nerve injury complicating continuous psoas compartment block. Reg Anesth Pain Med 2004;29:361-363. 2. Auroy Y, Benhamou D, Bargues L, Ecoffey C, Falissard B, Mercier FJ, Bouaziz H, Samii K, Mercier F. Major complications of regional anesthesia in France: The SOS Regional Anesthesia Hotline Service. Anesthesiology 2002;97:1274-1280. 3. Capdevila X, Macaire P, Dadure C, Choquet O, Biboulet P, Ryckwaert Y, D Athis F. Continuous psoas compartment block for postoperative analgesia after total hip arthroplasty: New landmarks, technical guidelines, and clinical evaluation. Anesth Analg 2002;94:1606-1613. 4. Gentili M, Aveline C, Bonnet F. Total spinal anesthesia complicating posterior lumbar plexus block. AnnFr Anesth Reanim 1998;17:740-742. 5. Aida S, Takahashi H, Shimoji K. Renal subcapsular hematoma after lumbar plexus block. Anesthesiology 1996;84:452-455. 6. Breslin DS, Martin G, Macleod DB, D ercole F, Grant SA. Central nervous system toxicity following the administration of levobupivacaine for lumbar plexus block: A report of two cases. Reg Anesth Pain Med 2003; 28:144-147. 7. Atim A, Ergin A, Kurt E, Özdemiroglu Y, Guzeldemir E Comparison of sciatic psoas compartment block and sciatic femoral 3-in-1 block for knee arthroscopy. Journal of Clinical Anesthesia 2007; 19: 591 595 8. Psoas compartment block with general anaesthesia: descriptive study of 93 cases Destrubé M, Guillou N, Orain C, Chaillou M, Ecoffey C.. Annales Françaises d Anesthésie et de Réanimation 2007; 26 : 418 422. 9.. Chayen D, Nathan H, Chayen M. Lumbar plexus: a new posterior approach. Anesthesiology 1973;45:95 9. 10. Touray ST, Leeuw MA, Zuurmond WWA, Perez RSGM. Psoas compartment block for lower extremity surgery: a meta-analysis British Journal of Anaesthesia 2008; 101 (6): 750 60.

Imagem do cateter no compartimento do psoas e abaixo da fáscia ilíaca