Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico



Documentos relacionados
O Diagnóstico, seguimento e tratamento de todas estas complicações causam um enorme fardo econômico ao sistema de saúde.

Diabetes Mellitus: Prevenção

CORRELAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RENAL E ANEMIA EM PACIENTES NORMOGLICEMICOS E HIPERGLICEMICOS EM UM LABORATÓRIO DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, CE

Pré diabetes. Diagnóstico e Tratamento

Diabetes mellituséuma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue QUEM DA MAIS?...

AS MODERNAS INSULINAS

NÚMERO: 002/2011 DATA: 14/01/2011 ASSUNTO: PALAVRAS CHAVE: PARA: CONTACTO:

ESPECTRO. ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA OBESIDADE e DMT2 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Diabetes Tipo 2 em Crianças. Classificação de Diabetes em Jovens

Treinamento de Força e Diabetes. Ms. Sandro de Souza

Que tipos de Diabetes existem?

Estudo mostra que LANTUS ajudou pacientes com Diabetes Tipo 2 a atingirem a meta recomendada pela ADA para o controle de açúcar no sangue

RESPOSTA RÁPIDA 219/2014 Insulina Glargina (Lantus ) e tiras reagentes

Introdução. Roberta A. Cobas Marilia de B. Gomes

O que é diabetes mellitus tipo 2?

INTRODUÇÃO. Diabetes & você

Diabetes: diagnóstico e clínica


NÚMERO: 007/2011 DATA: 31/01/2011

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes

DIABETES E CIRURGIA ALVOS DO CONTROLE GLICÊMICO PERIOPERATÓRIO

EXERCÍCIO E DIABETES

Pesquisa revela que um em cada 11 adultos no mundo tem diabetes

RESPOSTA RÁPIDA /2014

Sessão Televoter Diabetes. Jácome de Castro Rosa Gallego Simões-Pereira

PALAVRAS-CHAVE Diabetes mellitus. Aconselhamento. Glicemia.

Sessão Televoter Diabetes

Cadernos de. Informação. Científica. Ano 7 nº Diabetes Mellitus

Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

Protocolo para controle glicêmico em paciente não crítico HCFMUSP

Retinopatia Diabética

TIPOS: Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Diabetes secundária Diabetes gestacional

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

Sedentarismo, tratamento farmacológico e circunferência abdominal no controle glicêmico de diabéticos tipo 2 em Ponta Grossa.

à diabetes? As complicações resultam da de açúcar no sangue. São frequentes e graves podendo (hiperglicemia).

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

DIABETES MELLITUS. Curso de semiologia em Clínica Médica II

Alterações Metabolismo Carboidratos DIABETES

Diabetes Mellitus em animais de companhia. Natália Leonel Ferreira 2º ano Medicina Veterinária

Sessão Televoter Diabetes

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

DIABETES E SINAIS VITAIS

Dia Mundial da Diabetes - 14 Novembro de 2012 Controle a diabetes antes que a diabetes o controle a si

Conheça mais sobre. Diabetes

Jean Carl Silva. Declaração de conflito de interesse

ENFRENTAMENTO DA OBESIDADE ABORDAGEM TERAPÊUTICA

AVALIAÇÃO DO PERFIL GLICÊMICO EM INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL APRESENTANDO OU NÃO SÍNDROME DE DOWN

VOCÊ CUIDA DO SEU DIABETES, A GENTE CUIDA DE VOCÊ.

TRABALHO SUBMETIDO AO 4º ENDORIO PRÊMIO INGEBORG LAUN (MÉRITO CIENTÍFICO) CONTROLE GLICÊMICO DE MULHERES COM DIABETES GESTACIONAL

ENTREVISTA COM O CLÍNICO

ATIVIDADE FÍSICA E DIABETES. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

11º Curso Pós-Graduado NEDO 2010 Endocrinologia Clínica Diabetes. Diabetes: avaliação da evolução e do tratamento

O que é O que é. colesterol?

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO

Nelié Freitas Macedo. Diabetes

Tópicos da Aula. Classificação CHO. Processo de Digestão 24/09/2012. Locais de estoque de CHO. Nível de concentração de glicose no sangue

Veículo: Jornal da Comunidade Data: 24 a 30/07/2010 Seção: Comunidade Vip Pág.: 4 Assunto: Diabetes

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

- Grupo de Apoio e Educação em Diabetes

PALAVRAS CHAVE Diabetes mellitus tipo 2, IMC. Obesidade. Hemoglobina glicada.

Proteger nosso. Futuro

DIABETES TIPO 2 PREVALÊNCIA DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM. Paula Bogalho. S. Endocrinologia Diabetes e Metabolismo

PALAVRAS-CHAVE Diabetes mellitus. Insulina. Acompanhamento farmacoterapêutico.

Uso Correto da Medicação. Oral e Insulina Parte 2. Denise Reis Franco Médica. Alessandra Gonçalves de Souza Nutricionista

Prevenção Cardio vascular. Dra Patricia Rueda Cardiologista e Arritmologista

INSULINOTERAPIA. Aluna: Maria Eduarda Zanetti

VI CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DIABETES DIETOTERAPIA ACADÊMICA LIGA DE DIABETES ÂNGELA MENDONÇA

Novos critérios de diagnóstico e classificação da diabetes mellitus

DIABETES MELLITUS. Ricardo Rodrigues Cardoso Educação Física e Ciências do DesportoPUC-RS

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PALAVRAS-CHAVE CRUTAC. Diabetes mellitus. Exames Laboratoriais. Extensão.

PERFIL NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS ATENDIDOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO NORTE DO PARANÁ

Projeto de Resolução n.º 238/XIII/1.ª. Recomenda ao Governo que implemente medidas de prevenção e combate à Diabetes e à Hiperglicemia Intermédia.

Artigo apresentado no III Seminário de Pesquisas e TCC da FUG no semestre

Vitamina D: é preciso dosar e repor no pré-natal? Angélica Amorim Amato 2013

A SAÚDE DO OBESO Equipe CETOM

Diabetes Mellitus: Nefropatia

DIABETES MELLITUS E RESISTÊNCIA À INSULINA

RESPOSTA RÁPIDA 381 /2014 Informações sobre:galvus,pioglit ediamicron

Atualização no diagnóstico, classificação e tratamento para o diabetes mellitus (DM)

Bruno de Oliveira Fonseca Liga de Diabetes UNIUBE 11/06/2012

Atividade Física para Pessoas com Diabetes Mellitus

RESPOSTARÁPIDA 36/2014 GALVUS MET, PIOTAZ, CANDESARTAN, LEVOID, ROSTATIN

Educação em Diabetes da Faculdade Municipal "Professor Franco Montoro"

EFEITO DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NO RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS HIPERTENSOS E/OU DIABÉTICOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO PERFIL LIPÍDICO.

Diabetes - Introdução

Consulta de Enfermagem para Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica. Ms. Enf. Sandra R. S. Ferreira

Estudo com Mais de Pacientes Confirma

DIAGNÓSTICO DE PRÉ-DIABETES E DIABETES NUMA POPULAÇÃO OBESA SEGUNDO OS NOVOS CRITÉRIOS DA AMERICAN DIABETES ASSOCIATION

PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM POPULAÇÃO ATENDIDA EM APARECIDA DE GOIÂNIA PELA LIGA ACADÊMICA DE DIABETES DA UFG

Transcrição:

Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico Autoria: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Elaboração Final: 4 de Junho de 2004 Participantes: Lima JG, Nóbrega LHC, Vencio S O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. 1

DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA: Revisão bibliográfica de artigos científicos, recomendações e consensos de especialistas. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. OBJETIVOS: Apresentar a classificação e o diagnóstico de diabetes mellitus; Sistematizar, sob o ponto de vista de aplicação prática, o diagnóstico de diabetes mellitus. CONFLITO DE INTERESSE: Nenhum conflito de interesse declarado. 2 Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico

INTRODUÇÃO Diabetes é uma doença caracterizada pelo excesso de glicose no sangue, podendo evoluir com complicações oculares, renais, vasculares, neurológicas, dentre outras. Com o aumento na incidência de obesidade, diabetes mellitus, principalmente o tipo 2, tem se tornado uma epidemia, com prevalência crescente em todo o mundo 1 (D). As classificações e os critérios diagnósticos sofreram modificações desde a década de 1980, objetivando a classificação etiológica adequada, para o estabelecimento da melhor terapia, e o diagnóstico precoce, para se prevenir o aparecimento de complicações crônicas. EM UM PACIENTE COM SINTOMAS DE POLIS, EMAGRECIMENTO E SUSPEITA DE DIABETES, QUAL O MÉTODO DIAGNÓSTICO MAIS ESPECÍFICO? SOLICITO GLICEMIA DE JEJUM OU A CURVA? Os valores de glicemia utilizados para o diagnóstico de diabetes não se baseiam em sintomatologia, mas sim na probabilidade de evolução para retinopatia ou nefropatia 2 (D). Tanto no diabetes tipo 1 3 (A), quanto no tipo 2 4,5 (A), uma glicemia mais elevada promove maior risco para complicações, e um controle glicêmico mais rigoroso cursa com menos complicações crônicas. Nesse sentido, pacientes com glicemia > 200 mg/dl, após 2 horas de sobrecarga com 75g de glicose, apresentam riscos elevados. Em relação à glicemia de jejum, valores acima de 126 mg/dl se correlacionam relativamente bem com os valores de 2 horas após sobrecarga acima de 200 mg/dl, de modo que glicemias de jejum > 126mg/ dl em duas ocasiões confirmam o diagnóstico. Apesar de boa especificidade, a glicemia de jejum tem baixa sensibilidade para afastar diabetes 6 (B), ou seja, uma glicemia de jejum normal não é suficiente para afastar o diagnóstico de diabetes, sendo, muitas vezes, necessário realizar o teste de sobrecarga. Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico 3

Tabela 1 Valores glicêmicos e risco de complicações Glicemia jejum Glicemia 2 horas Risco aumentado para Diabetes > 126 mg/dl > 200 mg/dl Retinopatia, nefropatia, doença cardiovascular Tolerância diminuída à glicose < 126 mg/dl 140 a 199 mg/dl Diabetes e doença cardiovascular Intolerante de jejum 101 a 125 mg/dl < 140 mg/dl Normal < 100 mg/dl < 140 mg/dl O teste oral de sobrecarga com glicose deve ser realizado após um jejum de 8 a 14 horas, e com, pelo menos, três dias de dieta sem restrição de carboidratos ( > 150g/dia). Desde 1997, o Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus (Comitê de Expertos em Diagnóstico e Classificação do Diabetes Mellitus) diminuiu o nível diagnóstico da glicose em jejum de 140 mg/dl para 126 mg/dl 2. Essa decisão visava igualar a prevalência de diabetes diagnosticado pela glicose em jejum (GJ), com os casos de diabetes diagnosticados pela glicose, 2 horas após o teste de tolerância oral à glicose (TTGO). Não foi levado em consideração o fato de que 60% desses novos pacientes que tiveram diagnóstico de diabetes apresentavam a dosagem de hemoglobina A1c ou glicada normal (A1c) 7 (A). Desde 2003, a Associação Americana de Diabetes, por meio do mesmo comitê, vem adotando um novo critério para diagnóstico de intolerância à glicose. Também, tentando equalizar o número de casos diagnosticados pelo TTGO com os casos diagnosticados pela GJ, o critério para diagnóstico de intolerância à glicose em jejum (IGJ) baixou para 100 mg/dl 8 (D). Apesar de igualar a quantidade de pacientes, esses dois critérios, GJ e TTGO, identificam grupos diferentes. Além disso, o valor da glicemia não é tão importante na predição de doença cardiovascular, se fizermos ajustes para outros fatores de risco. O papel mais importante de se pesquisar a IGJ ou a tolerância à glicose diminuída (TDG) está na predição de casos novos de diabetes 9,10 (A) 11 (B). Com a definição anterior, de IGJ entre 110 e 140, a sensibilidade em se predizer o aparecimento do diabetes era menor 12 (D). Não se sabe ainda se essa mudança no cutoff da glicemia de jejum de 110 mg/dl para 100mg/dl é benéfica. O Diabetes Prevention Program mostrou que o diabetes é uma doença prevenível. Esses pacientes poderiam adotar medidas intervencionistas no estilo de vida, dieta 4 Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico

e exercício, diminuindo a incidência de diabetes 13-15 (A). Porém, não existe nenhum dado que nos induza a pensar que isso ocorrerá. Mesmo os pacientes diabéticos, já diagnosticados, são resistentes em aceitar mudanças de estilo de vida concretas. Isso nos leva a pensar que essas mudanças seriam mais difíceis de serem alcançadas naqueles onde se diagnosticou somente a intolerância à glicose 16 (D). PACIENTE DE 30 ANOS DE IDADE, IMC 22 KG/M 2, APRESENTA GLICEMIA DE 210 MG/ DL. ISSO CARACTERIZA TIPO 1 OU TIPO 2? A classificação do diabetes foi modificada em 1997 2 (D), incluindo quatro classes clínicas: 1) Diabetes de tipo 1 ou imunomediado - Ocorre uma destruição de células β, usualmente levando à deficiência absoluta de insulina. Os marcadores da destruição imune incluem os auto-anticorpos contra as células das ilhotas, contra a insulina e contra a descarboxilase do ácido glutâmico (GAD) 17 (D) 18,19 (B). Estudos demonstram que a presença desses anticorpos pode ocorrer em pacientes com diagnóstico na vida adulta, o que aceleraria o uso da insulina como proposta terapêutica, uma vez que a presença desses anticorpos acarreta uma destruição mais rápida das células beta, podendo predizer a necessidade de uso da insulina para controle glicêmico 20-23 (B). 2) Diabetes tipo 2 - É provocado por um defeito na secreção de insulina. Se agrava devido ao fator concomitante de resistência à insulina. Representa 90% a 95 % dos casos de diabetes. Pelo menos inicialmente esses indivíduos, normalmente, não necessitam de insulina 2,8 (D) 6 (B) 7 (A). Embora as etiologias específicas não sejam conhecidas, a destruição auto-imune das células β não ocorre, e os pacientes não apresentam quaisquer das outras causas. 3) Outros tipos específicos de diabetes - Envolvem os defeitos genéticos das células β, os defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino, endocrinopatias, diabetes quimicamente induzido ou induzido por drogas, formas incomuns de diabetes imunemediado e outras síndromes genéticas, algumas vezes, associadas ao diabetes 2 (D) 6 (B) 7 (A). 4) Diabetes gestacional - É definido como qualquer grau de intolerância à glicose com início ou primeira detecção durante a gravidez 2,8 (D) 6 (B) 7,24 (A). Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico 5

REFERÊNCIAS 1. Darnton-Hill I, Nishida C, James WP. A life course approach to diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Public Health Nutr 2004;7:101-21. 2. Report of the Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. Diabetes Care 1997; 20:1183-97. 3. The Diabetes Control and Complications Trial Research Group. The effect of intensive treatment of diabetes on the development and progression of longterm complications in insulin-dependent diabetes mellitus. N Engl J Med 1993;329:977-86. 4. UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. Effect of intensive blood-glucose control with metformin on complications in overweight patients with type 2 diabetes (UKPDS 34). Lancet 1998;352:854-65. 5. UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. Intensive bloodglucose control with sulphonylureas or insulin compared with conventional treatment and risk of complications in patients with type 2 diabetes (UKPDS 33). Lancet 1998;352:837-53. 6. Harris MI, Eastman RC, Cowie CC, Flegal KM, Eberhardt MS. Comparison of diabetes diagnostic categories in the U.S. population according to the 1997 American Diabetes Association and 1980-1985 World Health Organization diagnostic criteria. Diabetes Care 1997;20:1859-62. 7. Davidson MB, Schriger DL, Peters AL, Lorber B. Relationship between fasting plasma glucose and glycosylated hemoglobin: potential for false-positive diagnoses of type 2 diabetes using new diagnostic criteria. JAMA 1999; 281:1203-10. 8. Genuth S, Alberti KGMM, Bennett P, Buse J, DeFronzo R, Kahn R, et al. Follow-up report on the diagnosis of diabetes mellitus. Diabetes Care 2003; 26:3160-7. 9. Stern MP, Fatehi P, Williams K, Haffner SM. Predicting future cardiovascular disease: do we need the oral glucose tolerance test? Diabetes Care 2002;25:1851-6. 10. Meigs JB, Nathan DM, D Agostino RB, Wilson PWF. Fasting and postchallenge glycemia and cardiovascular disease risk: the Framingham Offspring Study. Diabetes Care 2002;25:1845-50. 11. Alexander CM, Landsman PB, Teutsch SM. Diabetes mellitus, impaired fasting glucose, atherosclerotic risk factors, and prevalence of coronary heart disease. Am J Cardiol 2000;86:897-902. 12. Unwin N, Shaw J, Zimmet P, Alberti KG. Impaired glucose tolerance and impaired fasting glycaemia: the current status on definition and intervention. Diabet Med 2002;19:708-23. 6 Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico

13. Knowler WC, Barrett-Connor E, Fowler SE, Hamman RF, Lachin JM, Walker EA, et al. Reduction in the incidence of type 2 diabetes with lifestyle intervention or metformin. N Engl J Med 2002;346:393-403. 14. The Diabetes Prevention Program. Design and methods for a clinical trial in the prevention of type 2 diabetes. Diabetes Care 1999;22:623-34. 15. The Diabetes Prevention Program: baseline characteristics of the randomized cohort. The Diabetes Prevention Program Research Group. Diabetes Care 2000;23:1619-29. 16. Davidson MB, Landsman PB, Alexander CM. Lowering the criterion for impaired fasting glucose will not provide clinical benefit. Diabetes Care 2003;26:3329-30. 17. Baekkeskov S, Aanstoot HJ, Christgau S, Reetz A, Solimena M, Cascalho M, et al. Identification of the 64K autoantigen in insulin-dependent diabetes as the GABA synthesizing enzyme glutamic acid decarboxylase. Nature 1990;347:151 6. 18. Seissler J, de Sonnaville JJ, Morgenthaler NG, Steinbrenner H, Glawe D, Khoo- Morgenthaler UY, et al. Immunological heterogeneity in type I diabetes: presence of distinct autoantibody patterns in patients with acute onset and slowly progressive disease. Diabetologia 1998;41:891-7. 19. Li H, Lindholm E, Almgren P, Gustafsson A, Forsblom C, Groop L, et al. Possible human leukocyte antigen-mediated genetic interaction between type 1 and type 2 Diabetes. J Clin Endocrinol Metab 2001; 86:574 82. 20. Mokdad AH, Ford ES, Bowman BA, Nelson DE, Engelgau MM, Vinicor F, et al. Diabetes trends in the U.S.: 1990 1998. Diabetes Care 2000;23:1278 83. 21. Tuomi T, Carlsson A, Li H, Isomaa B, Miettinen A, Nilsson A, et al. Clinical and genetic characteristics of type 2 diabetes with and without GAD antibodies. Diabetes 1999;48:150 7. 22. Riste L, Khan F, Cruickshank K. High prevalence of type 2 diabetes in all ethnic groups, including Europeans, in a British inner city: relative poverty, history, inactivity, or 21st century Europe? Diabetes Care 2001;24:1377 83. 23. Turner R, Stratton I, Horton V, Manley S, Zimmet P, Mackay IR, et al. UKPDS 25: autoantibodies to islet-cell cytoplasm and glutamic acid decarboxylase for prediction of insulin requirement in type 2 diabetes. Lancet 1997;350:1288 93. 24. Carpenter MW, Coustan DR. Criteria for screening tests for gestational diabetes. Am J Obstet Gynecol 1982;144:768-73. Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico 7

8 Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico