As perspectivas das negociações internacionais em 2010 FIESC Abril de 2010
Multiplicidade de negociações comerciais: OMC, UE, Mercosul, México, CAN, África do Sul, Índia, Israel, Conselho do Golfo, etc. As estratégias brasileiras nestes foros de negociação deveriam se pautar pela necessidade de ampliar o acesso aos mercados e a facilitar a internacionalização das empresas brasileiras. Necessidade de identificar com clareza os objetivos brasileiros em cada frente de negociação. Prioridade para a negociação na OMC. Mercosul-UE: impasse e dependência do resultado da Rodada Doha. Acordos com PEDs com resultados modestos de acesso a mercados para o Brasil.
Pesquisa: Prioridades da Agenda Comercial (2010) 1. os empresários brasileiros esperam: uma intensificação da concorrência nos mercados externos e doméstico, e o aumento dos requisitos para ter êxito na competição internacional. 2. a competição internacional se tornará mais acirrada, as tensões e conflitos comerciais tenderão a aumentar. 3. os riscos de um recrudescimento do protecionismo crescerão substancialmente. 4 a emergência da China como potência comercial de primeira grandeza é uma preocupação crescente. 5. temas como a mudança climática e a segurança energética e alimentar agregam complexidade ao cenário mundial com que se defrontarão as empresas brasileiras, nos próximos anos.
Pesquisa: Prioridades da Agenda Comercial (2010) 1. os mercados prioritários para a negociação de acordos preferenciais são, os dos EUA, da União Européia, da América do Sul e do México. 2. Índia e Oriente Médio também aparecem na pesquisa como mercados que ganharão relevância para as exportações brasileiras nos próximos anos, merecendo também atenção da estratégia negociadora do Brasil. 3. concluir a negociação de acordos abrangentes de livre-comércio com o México e com o Conselho de Cooperação do Golfo. 4. aprofundar os acordos comerciais já negociados com a Índia e a África do Sul, ampliando as preferências tarifárias já negociadas. 5. concluir a transformação da rede de acordos bilaterais assinados entre os países sulamericanos no âmbito da ALADI em um ambicioso espaço de livre comércio regional. 6. concluir as negociações com a União Européia.
Acordos vigentes Acordos assinado em tramitação parlamentar Acordos em andamento
Acordos vigentes: ALADI: Mercosul-Chile (ACE 35) Mercosul-Bolívia (ACE 36) Mercosul-Cuba (ACE 62) Mercosul-CAN (ACE 56/59) Mercosul-México (ACE 54) Mercosul-Israel Mercosul-Índia Acordo assinado em tramitação parlamentar Mercosul-SACU
Acordos vigentes ALADI Características gerais: Objetivo de chegar a uma zona de livre comércio na região; Prazo médio de abertura 10 anos Mercosul-Chile (1996) Desgravação automática e diversos cronogramas aplicados conforme a sensibilidade dos produtos 97% já liberalizado, faltando poucos produtos para 2011 Protocolo sobre o comércio de serviços (o primeiro assinado pelo Mercosul) Mercosul-Bolívia (1996) Desgravação em 10 anos e prazos mais longos para as sensibilidades Em 2006, 92% de liberação por parte da Bolívia e 97%, por parte do Mercosul Em 2011, o processo de abertura estará concluído Mercosul-Cuba (1999/2006) Liberalização comercial através da multilateralização das preferências vigentes nos acordos bilaterais
Acordos vigentes ALADI Mercosul-CAN (2003) ACE 56 (2002) temporário, até assinatura de um ACL definitivo (ACE 59) Negociação em separado com o Peru (ACE 58) dificuldades com o tratamento a ser dado às zonas francas e áreas aduaneiras especiais solução: regime de preferências fixas para os produtos oriundos dessas áreas, cumprindo regras de origem da ALADI e regras específicas (em vigor) ACE 59 foi assinado com Colômbia, Equador e Venezuela (2004), com vigência bilateral Acordo desequilibrado em favor dos interesses andinos em termos de acesso a mercados (desgravações até 2018) Adesão da Venezuela ao Mercosul (o protocolo de 2006 deveria reduzir o desequilíbrio em 6 anos até 2012, mas acabou ficando até 2014)
Acordos vigentes ALADI Brasil México (ACE 53) Cobertura: +/- 800 produtos, assinado em 2002 depois de 4 anos de negociações Acordos com o Uruguai e Argentina Mercosul-México (ACE 54) Acordo Quadro marco institucional para os acordos bilaterais vigentes entre os sócios do Mercosul e o México, de forma a avançar na convergência entre eles na direção do livre comércio (em vigor desde 2003) Mercosul-México (ACE 55) Regula o comércio de produtos automotivos. O acordo foi revisto em 2006 com relação a ônibus e caminhões e essas preferências deverão entrar em vigor em 2011. Tentativas de ampliação do ACE 53 2007 missão presidencial e proposta de metodologia da CEB 2008 missão prospectiva/ acordo de segunda geração 2009 interesse do governo mexicano / visita do Presidente Calderón 2010 reunião em Cancún (fev), videoconferências até abril e fechamento dos termos de referência na 1ª quinzena de maio - Senado mexicano
Acordos vigentes Mercosul-Israel Acordo-quadro (2005) visando uma ALC 2007 acordo limitado a bens, podendo ter incorporação futura de serviços e investimentos. Em vigor desde novembro de 2009 N eg o ciação M erco su l Israel - S u m ário d as o fertas d e b en s D ezem bro de 2007 C esta O fertas M ercosul Israel Itens 1 P art.% Itens 2 P art.% A D esgravação im ediata 2.395 a 24,6 6.674 75,7 B D esgravação em 4 anos 927 b 9,5 1.061 12,0 C D esgravação em 8 anos 3.447 c 35,3 136 1,5 D D esgravação em 10 anos 2.606 d 26,7 - E R egim es diferenciados 375 3,8 995 10,8 E xcluídos 326 e 3,3 866 e 9,8 T otal 9.750 100,0 8.866 100,0 Nota: 1 - Nomenclatura NCM ; 2 - Nomenclatura Israel (a) 1(um ) produto excluído pelo Brasil (b) 35; (c) 52 e (d) 7 - P ro dutos com cestas difere nte s d a o fe rta do b loco (e) Esses produtos não constam das ofertas Mercosul-Índia Acordo-quadro (2003) visando uma ALC 2005 a 2009 - Acordo de preferências fixas em três níveis (10%, 20% e 100%) É um acordo muito limitado em termos de cobertura; 452 itens concedidos pelo Mercosul contra 450 itens pelos indianos. Negociações para o aprofundamento e ampliação do acordo: 20% para um mínimo de 70% das linhas tarifárias que não tenham tarifa zero, listas de sensíveis e preferências recíprocas entre 50% e 100% (SGPC).
Acordo assinado em tramitação parlamentar Mercosul-SACU (África do Sul, Namíbia, Botswana, Lesoto e Suazilândia) 2000 Acordo Marco Mercosul-África do Sul 2004 Acordo de preferências fixas abrange 1900 itens (958 outorgados pelo Mercosul e 951 pela SACU, com margens de preferência de 10%, 25%, 50% e 100%) Acordo ainda não aprovado pelos Congressos dos países membros 2006 a 2008 negociações para ampliação
Acordos em andamento Mercosul-União Européia Mercosul-Egito Mercosul-Marrocos Mercosul- Conselho do Golfo Mercosul-Paquistão Mercosul-Jordânia Mercosul-Turquia Mercosul-Coréia Brasil-México (ampliação) OMC SGPC
Mercosul-União Européia 2001 - oferta de bens 2002 crise econômica 2003 retomada das negociações / conclusão prevista para outubro de 2004 Problemas do Mercosul: setor automotivo; regras de origem; drawback Problemas da EU: setor agrícola;dependência de Doha; denominações geográficas; livre circulação intramercosul 2004 interrupção das negociações 2006 Parlamento Europeu 2008 Fracasso de Doha 2009/2010 reuniões prospectivas (90% de cobertura) 2010 retomada de consultas ao setor privado Maio de 2010 Madri possibilidade de retomada das negociações
Acordos em andamento Mercosul-Egito 2004 Acordo-quadro (negociação em duas etapas: preferências fixas, com reciprocidade e, posteriormente, ALC) Este acordo ainda não foi aprovado pelo Senado. 2004-2009 paralisia 2009 mudança de direcionamento: avançar para um ALC Proposta Mercosul: desgravações em 0, 4, 8 e 10 anos (ainda não aceita pelo Egito) Dez 2009 solicitação de identificação de pedidos prioritários do Brasil para desgravação imediata, com reciprocidade, e indicações de sensibilidades. Mercosul-Marrocos 2004 Acordo-quadro (negociação em duas etapas: preferências fixas, com reciprocidade e, posteriormente, ALC) Este acordo ainda não foi aprovado pelo Senado. 2005 processo de consulta com setor privado/elaboração de lista de pedidos, com reciprocidade (+/- 1900 itens) Não se chegou a um acordo intramercosul. 2006-2007 paralisia 2008 proposta do Mercosul: avançar para um ALC, não aceita pelo Marrocos.
Acordos em andamento Mercosul-Conselho do Golfo Maio/2005 assinatura de Acordo-quadro com o objetivo de estabelecer ambiente favorável à expansão do comércio e dos investimentos: i) aprofundar o intercâmbio de informações sobre comércio exterior; ii) eliminar barreiras tarifárias e não-tarifárias; iii) incentivar relações empresariais; iv) promover treinamento e transferência de tecnologia; e v) fomentar fluxos de capitais, incentivando empreendimentos conjuntos e facilitando investimentos corporativos em áreas como comércio, agricultura e indústria. Motivações políticas, apesar de haver interesses econômicos Dez/2005 proposta de ALC em bens, serviços e investimentos, a ser concluído em 2006 Problemas com a área petroquímica congelamento das negociações em 2007
Acordos em andamento Mercosul-Paquistão 2006 Acordo-quadro (negociação em duas etapas: preferências fixas, com reciprocidade e, posteriormente, ALC) Este acordo ainda não foi aprovado pelo Senado. Proposta Mercosul semelhante à proposta da Índia. No mesmo ano, o Paquistão encaminhou lista de produtos de interesse exportador daquele país, oferecendo reciprocidade de tratamento. As negociações estão paralisadas. Mercosul-Jordânia e Mercosul-Turquia 2008 Acordo-quadro (negociação em duas etapas: preferências fixas, com reciprocidade e, posteriormente, ALC) Este acordo ainda não foi aprovado pelo Senado. O processo de consultas foi iniciado (identificação de interesses ofensivos e de sensibilidades), mas está paralisado. Mercosul-Coréia 2007 Estudo de Factibilidade Mercosul-Coréia do Sul Há resistências dos setores privados dos dois lados.
SGPC Modalidades: Preferência pelo menos 20% sobre tarifa aplicada (NMF) Cobertura de produtos: pelo menos 70% das linhas tarifárias não zeradas Cronograma de negociação: MARÇO/ABRIL: discussão intra-mercosul sobre ofertas e elaboração de lista de sensíveis MAIO: apresentação de listas de pedidos e ofertas JUNHO-SETEMBRO: negociação sobre listas de pedidos e ofertas NOVEMBRO: notificação final das ofertas
Elementos da estratégia brasileira Acordos comerciais devem responder a uma lógica econômica Objetivos geopolíticos não são motivação suficiente para a negociação de acordos comerciais Mesmo os objetivos econômicos são muitas vezes melhor atendidos por outras iniciativas que não os acordos comerciais Iniciativas de promoção comercial e acordos de cooperação em várias áreas podem ser mais positivos do que acordos comerciais Cautela em assumir compromissos que impeçam o País de adotar políticas voltadas a preservar e expandir sua capacidade produtiva
Preparação doméstica Oportunidades dependem de habilidade para negociar e preparação interna para aproveitar os ganhos de acesso a mercados e minimizar os custos da competição com os importados. Para aproveitar as possibilidades de acesso a mercados: desoneração tributária das exportações, infraestrutura e logística, financiamento, desburocratização e promoção comercial. Para o mercado doméstico: isonomia tributária com o produto importado, redução do custo do investimento.
Muito obrigada