AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS E A AGRICULTURA FAMILIAR. Lic. Andrés Bancalari
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1 AS NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS E A AGRICULTURA FAMILIAR Lic. Andrés Bancalari
2 AGENDA PRIMEIRA PARTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO SEGUNDA PARTE: OS ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO(ALCouTLC)EOMERCOSUL TERCEIRA PARTE: OS ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO AMPLOS QUARTA PARTE: MERCOSUL E OS ACORDOS EM NEGOCIAÇÃO
3 PRIMEIRA PARTE ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO
4 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) A Organização Mundial do Comércio (OMC) é o único organismo internacional que trata das normas que regem o comércio entre os países. Seu principal propósito é fazer que o comércio flua com a maior facilidade, previsibilidade e liberdade possíveis. FONTE: WTO SECRETARIAT
5 UM POUCO DE HISTÓRIA Ele tem seu antecessor no GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) que entrou em operação em O modo de operação tanto do GATT como da OMC são as chamadas Rodadas comerciais. A oitava e última Rodada do GATT foi a Rodada Uruguai ( ) que culminou comacriaçãodaomc. Em 1 de janeiro de 1995, a OMC substituiu o GATT como organização responsável pela supervisão do sistema multilateral de comércio.
6 A OMC EM 2012 FONTE: WTO SECRETARIAT
7 COMÉRCIO INTERNACIONAL É REGIDO PELOS PRINCÍPIOS DA OMC Não Discriminação Concorrência leal; defesa formal contra práticas desleais OBJETIVO: Liberalização do comércio Proteção por meio de tarifas Procedimento de solução de controvérsias
8 RODADA DOHA DA OMC Começou em outubro de 2001 na cidade de Doha, Qatar, com o objetivo de alcançar a total liberalização dos setores industrial, agrícola e de serviços. Um dos principais fatores que impede o avanço é o setor agrícola, que embora representa apenas 7% do comércio mundial é muito sensível no mundo inteiro. Com a Rodada de Doha paralisada, as negociações de novos acordos comerciais regionais (acordos preferenciais, acordos de livre comércio, etc.) estão se multiplicando, uma vez que o acordo multilateral (a Rodada) está estagnado.
9 ACORDOS COMERCIAIS VIGENTES (ACUMULADO ) FONTE: WTO SECRETARIAT
10 SEGUNDA PARTE OS ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO (ALC ou TLC) E O MERCOSUL
11 DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE ALC ALC são acordos de comércio bilateral ou regional para ampliar o acesso ao mercado de bens entre os paises participantes. Basicamente,consistemnaeliminaçãode tarifas sobre bens entre as partes. São acordos regidos pelas regras da OMC e de comum acordo entre os países.
12 DEFINIÇÃO DA OMC PARA ZONA DE LIVRE COMÉRCIO Entende-se por Zona de Livre Comércio um grupo de dois ou mais territorios aduaneiros entre os quais os direitos aduaneiros e outras regulamentações restritivas das trocas comerciais são eliminadas substancialmente para todo o comércio GATT -Art. XXIV-Par. 8 (b)
13 ELIMINAÇÃO DE TARIFAS A eliminação das tarifas é o aspecto central na negociação de um acordo delivrecomérciotradicional. Atualmente, nos acordos de livre comércio amplos, a eliminação de tarifas é relevante, mas seu peso é muitomenordoqueeranopassado.
14 ELIMINAÇÃO DE TARIFAS E A CONCORRÊNCIA NOSSOS PRODUTORES AGRÍCOLAS DEMAIS PAÍSES COM ACESSO PREFERENCIAL AO MERCADO MERCADO- ALVO (CONCORRÊNCIA: OS PRODUTORES LOCAIS)
15 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS COMUNS DOS ALC PROCESSOS DE DESGRAVAÇÃO REGRAS DE ORIGEM ALC SALVA- GUARDAS
16 REGRAS DE ORIGEM Aplica-se o regime de origem para que os benefícios das reduções tarifárias concedidas entre dois países, ou um grupo de países, seja de fato para produtos elaborados neles, e não para produtos importados de extra zona a serem reexportados na região. FUENTE : Red Académica Uruguaya
17 OBJETIVO DAS REGRAS DE ORIGEM EN UM ALC o REGRAS DE ORIGEM SÃO NECESSÁRIAS PARA PREVENIR DESVIOS DE COMÉRCIO. o IMPEDEM A TRIANGULAÇÃO A PARTIR DE PAÍSES QUE NÃO SÃO SIGNATÁRIOS DO ACORDO.
18 SALVAGUARDAS Salvaguardas são medidas de emergência para proteger a produção nacional ameaçada pelo aumento absoluto ou relativo das importações. Estas medidas consistem na restrição temporária das importações que causam dano grave à indústria nacional, não preparada para competir com produtos importados. FONTE : LA OMC Y LA REGULACIÓN DEL COMERCIO INTERNACIONAL RICARDO BASALDÚA
19 SALVAGUARDAS Somente podem ser usadas durante um periodo LIMITADO de tempo, normalmente o tempo da desgravação do produto. Requer a verificação de um aumento inusitado das importações devido à uma evolução inesperada das circunstâncias. O aumento das importações debe ser importante o suficiente para causar ou ameaçar causar dano grave, embora o mesmo seja muito difícil de provar.
20 PROCESSOS DE DESGRAVAÇÃO A desgravação tarifária é parte de todos os acordos de integração, com o objetivo de atingir o livre comércio entre as partes. O conceito é que as tarifas constantes do ALC são reduzidas lentamente, com o objetivo de proteger produtos nacionais por periodos de até 20 anos, para que os produtores locais possam incorporar melhor tecnologia e melhores recursos humanos.
21 EXEMPLO DE UM PROCESSO DE DESGRAVAÇÃO (ACESO CONCEDIDO À ISRAEL NO ALC MERCOSUL-ISRAEL) PRODUTOS (ÍTENS TARIFÁRIOS) % DO TOTAL DO UNIVERSO NEGOCIADO CATEGORIA PROCESSO DE DESGRAVAÇÃO % A IMEDIATA AO ENTRAR EM VIGOR O ALC % B 4 ANOS % C 8 ANOS % D 10 ANOS 49 1 % E TRATAMENTO ESPECIAL TOTAL (95 % UNIVERSO) TOTAL 100 % FONTE: SECRETARIA MERCOSUL
22 MERCOSUL OBJETIVO INICIAL: CRIAÇÃO DE UM MERCADO COMUM PARA REPOSICIONAMIENTO EM 1994: CONSTRUÇÃO DA UNIÃO ADUANEIRA. ESTAGNAÇÃO DO PROGRESSO SUBSTANCIAL OBTIDO EM RELAÇÃO À UNIÃO ADUANEIRA NA SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE DESDE MEADOS DA ÚLTIMA DÉCADA O MERCOSUL ADOTOU UM PAPEL MAIS POLÍTICO DO QUE COMERCIAL. HOJE É UMA ZONA DE LIVRE COMÉRCIO E UMA UNIÃO ADUANEIRA IMPERFEITA.
23 O QUE O MERCOSUL É HOJE? POLÍTICA COMERCIAL EXTERNA COMUM CONSOLIDAÇÕES EM OMC QUASE UNIFORMES UNIÃO ADUANEIRA IMPERFEITA APLICA-SE AINDA UM REGIME DE ORIGEM TARIFAS INTRA ZONA QUASE ELIMINADAS ADOTOU-SE UMA TARIFA EXTERNA COMUM, A QUAL É APLICADA COM EXCEÇÕES
24 TERCEIRA PARTE OS ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO AMPLOS
25 ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO NO CONTEXTO DA INTEGRAÇÃO COMERCIAL É UM DOS MODELOS FORMAIS DE INTEGRAÇÃO COMERCIAL, MAS NÃO O ÚNICO. A TIPOLOGIA TRADICIONAL DE MODELOS CONCEITUAIS DE INTEGRAÇÃO É A SEGUINTE: ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO UNIÃO ADUANEIRA MERCADO COMUM UNIÃO MONETÁRIA UNIÃO ECONÔMICA
26 ACORDOS DE INTEGRAÇÃO EM NEGOCIAÇÃO OU PROPOSTOS TRATADOS DE LIVRE COMÉRCIO (92%) ACORDOS PREFERENCIAIS (7%) UNIÃO ADUANEIRA (1%) FONTE: WTO SECRETARIAT
27 ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO AMPLOS ATUALMENTE, NA HORA DA NEGOCIAÇÃO E DE IMPLEMENTAÇÃO DOS ACORDOS DE LIVRE COMÉRCIO, DEVEM SER CONSIDERADOS OUTROS ASPECTOS (DENTRO E FORA DA OMC) RELACIONADOS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO. ELIMINAÇÃO DE TARIFAS SPS (MEDIDAS SANITÁRIAS E FITOSANITÁRIAS) PROPRIEDADE INTELECTUAL INVESTIMENTOS TBT (BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO) E MUITO MAIS
28 INVESTIMENTOS Ao assinar um ALC os produtores locais entram em concorrência direta com os investidores estrangeiros no país (ou bloco) com o qual o MERCOSUL assinou o ALC. O ALC deve procurar, na hora da negociação do acordo, mecanismos que protejam ou que cubram o produtor local do impacto que esta concorrência tem, uma vez que o investidor estrangeiro pode ter um melhor acesso e eventuias subsídios à finanças, recursos humanos e tecnologia.
29 INVESTIMENTOS Para a Agricultura Familiar, um Acordo de Livre Comércio que considere aspectos relacionados ao investimento deve abranger áreas tais como: 1. Regulação dos aspectos de compra e arrendamento de terras por estrangeiros. 2. Controle do estado na regulação do investimento produtivo, protegendo o desenvolvimento da Agricultura Familiar. 3. Levar em conta a harmonização das políticas públicas para a AF.
30 BARREIRAS SANITÁRIAS E FITOSANITÁRIAS A história dos acordos de livre comércio está cheia de acordos bons no papel, mas com dificuldades na hora de implementar o comércio de produtos agrícolas. Conseqüência 1: uma barreira sanitária ou fitosanitária mal definida acaba sendo igual ou pior que uma tarifa existente. Conseqüência 2: custos para o produtor local, tempo gasto e desgaste no relacionamento comercial entre as partes.
31 OBJETIVO E SOLUÇÕES CRIAÇÃO DE UM COMITÉ SPS ENTRE AS PARTES FORTALECER ASSESSORIAS AGRÍCOLAS DOS PAÍSES DO MERCOSUL NO EXTERIOR OBJETIVO: FACILITAR O COMÉRCIO, NO ESPÍRITO DO ALC, E ELIMINAR O DUPLO STANDARD.
32 PROPRIEDADE INTELECTUAL (PI) Regulamentada pelo acordo-quadro TRIPS (Trade Related aspects of Intellectual Property Rights) da OMC com o objetivo central de que a proteção dos direitos de propriedade intelectual deverá contribuir com a promoção e transferência de tecnologia em benefício recíproco dos produtores e dos usuários dos conhecimentos tecnológicos.
33 PROPRIEDADE INTELECTUAL (PI) Dada a relação direta entre a expansão do investimentoemi+deopedidodepatentes,a experiência mostra que em países com níveis menores aos do mundo desenvolvido, como o Mercosul, a assinatura de um ALC que inclua benefícios em termos de PI a países do primeiro mundo pode deixar aos nossos produtores em desvantagem frente a produtores desses países com acesso a financiamento etc. para estas patentes.
34 PROPRIEDADE INTELECTUAL (PI) Dois aspectos centrais para a Agricultura Familiar em um ALC que abranja aspectos relativos à PI são: 1. As Indicações Geográficas (IG): levar em conta que outras regiões e países tem um histórico maior que o MERCOSUL em relação às IG, pelo qual deve-se avaliar se podem ser excluídas da negociação do ACL. 2. Estabelecer acordos efetivos de cooperação e transferência de tecnologia e capacitação entre os centros de formação dos produtores locais e os estrangeiros.
35 QUARTA PARTE MERCOSUL E OS ACORDOS EM NEGOCIAÇÃO
36 NEGOCIAÇÕES EM CURSO O MERCOSUL ESTÁ NEGOCIANDO ACORDOS COMERCIAIS COM VÁRIOS PAÍSES E BLOCOS REGIONAIS. NAS NEGOCIAÇÕES EM CURSO DESTACAM-SE AS QUE ESTÃO SENDO REALIZADAS COM: -CANADÁ - UNIÃO EUROPÉIA
37 MERCOSUL - CANADÁ AINDA ESTAMOS EM UM PROCESSO DE EXPLORAÇÃO NO QUAL HOUVE TRÊS RODADAS DE REUNIÕES. EM MARÇO DE 2012 FOI ELABORADO UM PRIMEIRO DOCUMENTO CONJUNTO, AINDA MUITO PRELIMINAR E SEM DEFINIÇÕES SUBSTANCIAIS. CANADÁ DEVIA ENVIAR UM PROJETO ANTES DO VERÃO NO HEMISFÉRIO NORTE, MAS O MESMO FICOU EM STAND-BY DEVIDO À SITUAÇÃO POLÍTICA NO PARAGUAI.
38 ALGUNS DADOS SOBRE OS PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS IMPORTADOS PELO CANADÁ 5 IMPORTADOR MUNDIAL DE VEGETAIS FRESCOS (US$ MILHÕES EM 2010) 7 IMPORTADOR MUNDIAL DE FRUTAS FRESCAS (US$ MILHÕES EM 2010) 7 IMPORTADOR MUNDIAL DE CAFÉ (US$ MILHÕES EM 2010) 9 IMPORTADOR MUNDIAL DE CHÁ (US$ 208 MILHÕES EM 2010) 15 IMPORTADOR MUNDIAL DE CARNE BOVINA (US$ 722 MILHÕES EM 2010) FONTE:
39 MERCOSUL UNIÃO EUROPÉIA 1995: INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES 1999: ENTRA EM VIGOR O ACORDO-QUADRO DE COOPERAÇÃO 2004: NEGOCIAÇÕES PARALISADAS 2010: ESTABELECIDAS NOVAS NEGOCIAÇÕES
40 MERCOSUL UE 2012 MARÇO 2012: UE PROPÕE INTERCAMBIAR LISTAS DE OFERTAS DE BENS. O SISTEMA GENERALIZADO DE PREFERÊNCIAS (SGP) VENCE EM 1 DE JANEIRO DE ISTO É UM PODEROSO INCENTIVO PARA A NEGOCIAÇÃO EM NO CASODE AVANÇOS COM A UE A DESGRAVAÇÃO TARIFÁRIA DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS SERÁ NEGOCIADA NO MÁXIMO EMDEZANOS. BENEFÍCIOS DO ACORDO PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: PRODUTOS ORGÂNICOS TEM UM MERCADO POTENCIAL.
41 EXPORTAÇÕES DA UNIÃO EUROPÉIA (27) AO MUNDO E AO MERCOSUL- PRODUTOS AGRÍCOLAS (EM MILHÕES DE DÓLARES) MUNDO MERCOSUL FONTE: WTO SECRETARIAT
42 EXPORTAÇÕES DO MERCOSUL AO MUNDO E À UNIÃO EUROPÉIA -PRODUTOS AGRÍCOLAS (EM MILHÕES DE DÓLARES) TOTAL UE (31,9%) (30,3 %) (27,5 %) (24,2 %) (22,7 %) FONTE: WTO SECRETARIAT
43 NEGOCIAÇÕES EM CURSO Tanto Canadá como a UE representam oportunidades e desafíos importantes para a AF. São duas situações diferentes pelo tamanho de seus mercados, sua importância como produtores agrícolas e a proteção que oferecem à seus produtores locais. É muito importante a participação dos setores vinculados à AF em ambos processos de negociação, uma vez que o impacto da assinatura de um ALC não é menor.
44 MUITO OBRIGADO!
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