Procedimentos para a Execução do Intervalo Ativo da Equipe Lucau Niterói de 50 anos ou mais Atividade Após os Jogos do Brasileiro Master 2015 Nelson Kautzner Marques Junior kautzner123456789junior@gmail.com
2 ÍNDICE RESUMO...03 INFORMAÇÕES SOBRE O ELABORADOR DO INTERVALO ATIVO...04 TEORIA DA DOR MUSCULAR E SUA RELAÇÃO COM A FADIGA...05 DETALHES SOBRE O INTERVALO ATIVO...08 PROTOCOLO INDICADO PARA O LUCAU NITERÓI...11 ANÁLISE DA TABELA, EFEITO DO INTERVALO ATIVO E DA ALIMENTAÇÃO...15
3 RESUMO O objetivo dessa tarefa de intervalo ativo é reduzir o nível de dor muscular da equipe Lucau Niterói. A dor muscular está relacionada com a fadiga, quanto maior esse inconveniente neurofisiológico, pior a performance.
4 INFORMAÇÕES SOBRE O ELABORADOR DO INTERVALO ATIVO Nelson Kautzner Marques Junior Idade: 43 anos / Natural: RJ / Tel. (021) 9719-2345 / E-mail: kautzner123456789junior@gmail.com Formação Licenciatura e Bacharelado em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro (RJ) 1996. Pós-Graduado Lato Sensu em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfo-Funcional pela Universidade Gama Filho (UGF) do RJ - 2001 Pós-Graduado Lato Sensu em Musculação e Treinamento de Força pela UGF do RJ 2003 Pós-Graduado Lato Sensu em Treinamento Desportivo pela UGF do RJ 2005 Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco do RJ - 2008 Área de Atuação Personal training saúde e performance Produção Científica Autor de mais de 100 artigos, com ênfase no voleibol Lattes http://lattes.cnpq.br/8233910609932362 Research Gate http://www.researchgate.net/profile/nelson_marques_junior
5 TEORIA DA DOR MUSCULAR E SUA RELAÇÃO COM A FADIGA A dor muscular no praticante do esporte e da atividade física aparece após o esforço do jogo e algumas horas depois da execução dessa modalidade (Carvalho et al., 2015). Esse inconveniente neurofisiológico costuma interferir no desempenho esportivo porque prejudica a máxima contração muscular do atleta, ou seja, ocorre um declínio na ação muscular concêntrica, excêntrica e isométrica (Ormsbee et al., 20150). Esse é um dos motivos da dor muscular ou mialgia ser muito estudada na literatura (Mougios, 2007). Referências Carvalho T et al. Archv Sci Med 2015;1749(1):1-7. Ormsbee M. et al. J Int Society Sports Nutr 2015;12(2):1-9. Mougios V. Br J Sports Med 2007;41(10):674-678. A causa exata da dor muscular tardia ainda é desconhecida, mas existem teorias que tentam explicar essa desagradável resposta neurofisiológico (Mooren e Völker, 2012). Talvez isso aconteça, porque muitos estudos da dor muscular tardia são com animais (Takekura et al., 2001). Referências Mooren F, Völker K. Fisiologia do exercício molecular e celular. São Paulo: Santos; 2012. p. 12-14. Takekura N et al. J Physiol 2001;533(2):571-583.
6 Teoria da Inflamação, onde o tecido inflamado, proveniente da lesão na musculatura ocasiona a dor muscular tardia (Tricoli, 2001). Para combater esse incômodo, os glóbulos brancos aumentam no sangue após o exercício fatigante com o intuito de reparar o local da lesão. Teoria dos Danos Estruturais, sendo comprovado que ocorrem rupturas nas linhas Z do sarcômero no músculo, esse dano nessa região ocasiona interferência na contração muscular (Hedayatpour e Falla, 2015; Takekura et al., 2001). Músculo em perfeito estado. Rupturas na linha Z. Extraído de: Takekura et al. (2001). Teoria do Tecido Conjuntivo Danificado, a literatura informou que acontece um possível dano nessa região, essa afirmações são sustentadas pela correlação positiva da hidroxiprolina excretada na urina que é um marcador do dano no tecido conjuntivo (Alter, 2001). Portanto, a dor muscular é uma resposta neurofisiológica complexa, e em muitos momentos da prática esportiva, a mialgia está associada com o nível de fadiga (Gentle, 2014). Alter M. Ciência da flexibilidade. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2001. p. 131-140. Referências Gentle H. et al. JISSN 2014;11(33):1-8. Hedayatpour N, Falla D. BioMed Res Int 2015;-(-):1-7 Takekura N et al. J Physiol 2001;533(2):571-583. Tricoli V. Rev Bras Ci Mov 2001;9(2):39-44
7 Evidências científicas que mostram que a dor muscular afeta o desempenho do ser humano. Fouré et al. Med Sci Sports Exerc 2015;47(6):1135-1144. Sujeitos: pessoas saudáveis (n = 13) Declínio da força MVC: máxima contração muscular CK: creatina cinase (marcador da dor muscular) MVC e CK Taylor et al. J Sci Med Sport 2015;-(-):-. SV e CK Declínio do SV Dor Musc Controle CK: creatina cinase (marcador da dor muscular) Jump Height: Salto Vertical (SV)
8 DETALHES SOBRE O INTERVALO ATIVO O protocolo do treino recuperativo para as jogadoras do voleibol master dupla na areia foi elaborado com embasamento nas características desse esporte e nas evidências científicas sobre trabalho recuperativo. Para prescrever essa sessão o treinador precisa seguir os seguintes conteúdos: Tipo de Trabalho: treino intervalado recuperativo, esforço com trote e pausa com caminhada (Arruda e Hespanhol, 2008; Tubino e Moreira, 2003). Distância: 1 a 10 metros, metragem comum no voleibol (Eira e Janeira, 2003; Marques Junior, 2014). Tempo de Estímulo: 2 a 7 minutos, valores comuns nos estudos de treino recuperativo (Oliveira et al., 2010; Pastre et al., 2009; Velenzuela et al., 2015). Intensidade de Treino: 20 a 40% do VO 2máx (Pastre et al., 2009), sendo classificada como um esforço leve (M c Ardle et al., 2011). Porém, após cobrir cada distância, o voleibolista vai controlar a intensidade aferindo a frequência cardíaca (FC = 15 segundos x 4 =? bpm), sendo efetuado o cálculo de Marins e Giannichi (1998) para saber a FC do treino recuperativo, sendo a seguinte: Intensidade de Treino = 20 a 40% do VO 2máx vai ser convertido para %FC máxima %FC máx = (%VO 2máx + 42) : 1,41 =?% Resultado %FC máx = 44% (limite inferior) e 58% (limite superior)
9 Agora o treinador deve calcular a frequência cardíaca máxima (FC máx ) pela equação de Tanaka, Monahan e Seals (2001) que possui um r de 0,90, sendo a seguinte: FC máx = 206 - ( 0,7 x idade) =? bpm Por exemplo, duas voleibolistas de dupla na areia vão fazer essa sessão após o jogo, todas possuem 27 anos, então o resultado da FC do treino recuperativo fica da seguinte maneira: FC máx = 206 (0,7 x 27) = 187 batimento por minuto Agora é possível calcular a faixa de estímulo da FC do treino recuperativo %FC máx = 44% (limite inferior, LI) e 58% (limite superior, LS) FC do treino recuperativo = (FC máx x %FC máx ) : 100 LI da FC do treino recuperativo = (187 x 44) : 100 = 82,28 bpm LS da FC do treino recuperativo = (187 x 58) : 100 = 108,46 bpm FC muito leve para o American College of Sports Medicine (2010)
10 Referências do Intervalo Ativo American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 2010. p. 104-114. Arruda M, Hespanhol J. Fisiologia do voleibol. São Paulo: Phorte, 2008. Eira A, Janeira M. Perfil da atividade do jogador de voleibol. Um estudo em iniciados masculino. In. Mesquita I, Moutinho C, Faria R (Eds.). Investigação em voleibol. Estudos ibéricos. Porto: Universidade do Porto; 2003. p. 246-252. Marques Junior N. Periodização específica para o voleibol: atualizando o conteúdo. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício 2014;8(47):453-484. Marins J, Giannichi R. Avaliação e prescrição de atividade física. 2ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. p. 161. McArdle W, Katch F, Katch V. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2011. p. 16-18. Oliveira M, Caputo F, Greco C, Denadai B. Aspectos relacionados com a otimização do treinamento aeróbio para o alto rendimento. Revista Brasileira de Medicina do Esporte 2010;16(1):61-66. Pastre C, Bastos F, Netto Júnior J, Vanderlei L, Hoshi R. Métodos de recuperação pós-exercício: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Medicina do Esporte 2009;15(2):138-144. Tanaka H, Monahan K, Seals D. Age-predicted maximal heart rate revisited. Journal of the American College Cardiology 2001;37(1):153-156. Tubino M, Moreira S. Metodologia científica do treinamento desportivo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. p. 296-308. Velenzuela P, Villa P, Ferragut C. Effect of two types of active recovery on fatigue and climbing performance. Journal of Sports Science and Medicine 2015;14(4):769-775.
11 PROTOCOLO INDICADO PARA O LUCAU NITERÓI O protocolo do treino recuperativo para as jogadoras do voleibol master dupla na areia foi elaborado baseado nas informações anteriores. Então recomenda-se o seguinte procedimento: 1º) Depois do jogo a equipe deve se hidratar, comer algo etc. Após a recuperação do esforço, merece fazer o seguinte: Tipo de Trabalho: treino intervalado recuperativo, esforço com trote e pausa com caminhada. Vai no trote Volta caminhando
12 Distância: 7 a 10 metros. Tempo de Estímulo: 3 minutos. Intensidade de Treino: A equipe precisa estar conversando, caracterizando um intervalo ativo muito fraco. Como o intervalo ativo diminui a dor muscular? Um maior fluxo sanguíneo reduz a inflamação muscular (ver p. 6) e permite uma cicatrização das microrupturas da musculatura (p. 6). Referências Gill N, Cook B. Br J Sports Med 2006;40(3):260-263.
13 Se estiver calor como deve ser o intervalo ativo? 1º) A equipe deve se hidratar. 2º) Merece fazer o intervalo ativo 3º) Imediatamente merece tomar uma chuveirada porque acelera a recuperação do esforço. Veja abaixo o estudo sobre esse tema. Duffield R, Marino F. Eur J Appl Physiol 2007;100(6):727-735. Sujeito e Protocolo: - Jogadores de rugby. - 2 x 30 min / Sprint / Pausa 10-15 min na pausa foi realizado o resfriamento do corpo Ice bath (azul): banho / ice vest (vermelho): colete que resfria o tronco / Control: grupo controle não fez nenhuma Veja que a distância do azul (banho) foi maior conforme o esforço
14 Valores melhores do resfriamento do corpo com banho. - A temperatura central (core temp) e temperatura da pele foram menores com banho em azul.
15 ANÁLISE DA TABELA, EFEITO DO INTERVALO ATIVO E DA ALIMENTAÇÃO 1º Jogo 13 h 40 min / 14 nov 2015 Círculo x Lucau Deve acabar 14 h 40 min (1 h) O efeito do intervalo ativo não é imediato. Conforme o condicionamento físico, e aproximadamente 6 h ou mais deve reduzir a dor muscular. Meta do Intervalo Ativo (diminuir) 12-24 h: valores consideráveis da dor muscular 48-72 h: pico da dor muscular Sethi V. Int J Biol Med Res 2012;3(1):1469-1475. Veqar Z. Elixir Hum Physio 2013;55(-):13205-13211. Caso o 1º jogo tenha duração de 1 h, o time vai ter 4 h 47 min de descanso. O que a equipe merece comer e beber para a próxima disputa? Um dos motivos da fadiga está relacionado com a diminuição do glicogênio muscular. Burke L et al. Carbohydrates and fat for training and recovery. In. Maughan R et al. (Eds.). Food, nutrition and sports performance II. New York: Routledge; 2004. p. 24-49.
16 Diretrizes Nutricionais para Reduzir a Fadiga 1) Consumir bebidas ou alimentos sólidos ricos em carboidratos e que possam ser digeridos 1-4 h antes da disputa 2) Descansar o máximo para o próximo jogo, recupera mais rápido. McArdle W, Katch F, Katch V. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara; 2011. p. 86, 104. 3) Alimentos ricos em carboidratos deixam o estômago mais rapidamente que os ricos em proteínas. As comidas mais demoradas são aquelas ricas em gordura. 4) Comida bem mastigada e os líquidos, permanecem pouco no estômago. 5) Quanto maior a quantidade de alimentos ingeridos, maior o tempo de permanência no estômago. 6) Comidas fritas e ricas em gorduras têm um período de duração mais longo que as cozidas e com pouca gordura. 7) Devido a localização anatômica no corpo, o estômago esvazia-se mais rápido quando a pessoa se deita sobre o lado direito, depois da refeição. Weineck J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole; 1991. p. 487-489.
Cardápio de Weineck (1991) 17
18 Absorção do Alimento (Weineck, 1991) 2º Jogo 19 h 30 min / 14 nov 2015 Brasília x Lucau Deve acabar 20 h 30 min (1 h) Fazer intervalo ativo, banho recuperativo e excelente alimentação.
19 Caso o 2º jogo tenha duração de 1 h, o time vai ter 10 h de descanso se acordar às 8 h 40 min. Nesse momento a dor muscular deve reduzir muito por causa do intervalo ativo. Todos devem tomar um bom café, se der tempo, fazer um intervalo ativo, igual que foi feito no jogo 1 e 2, para cicatrizar as microlesões musculares. 3º Jogo 12 h 30 min / 15 nov 2015 Lucau x Corinthians (2º dia) Deve acabar 13 h 30 min (1 h) Caso o 3º jogo tenha duração de 1 h, o time vai ter aproximadamente 5 h de descanso. Fazer os mesmos procedimentos de recuperação anterior. 4º Jogo 19 h 30 min / 15 nov 2015 Lucau x Tijuca (2º dia) Deve acabar 20 h 30 min (1 h) Fazer os mesmos procedimentos de recuperação anterior para não voltar muito dolorido para o trabalho.