SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

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Transcrição:

Senhores Professores, A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que expressa o Plano Nacional de Educação, determina em sua Meta 23, que até Dezembro de 2004 todas as instituições federais de ensino superior devem assegurar, no mínimo 10 % do total de créditos exigidos para a Graduação no Ensino Superior no país, para atuação dos alunos em ações extensionistas. Então, de forma muito objetiva e procurando evitar citações, estamos diante de uma exigência legal, e como Lei, deverá ser cumprida. Criado pelo Fórum da PROEG, o Grupo de Trabalho Ensino & Extensão vem trabalhando no sentido de procurar mostrar as experiências exitosas do Ensino e da Extensão com o objetivo de estimular e contribuir para a elaboração dos novos Projetos Político - Pedagógicos da UFPA. Classicamente se estabeleceu que os pilares da universidade são a tríade Ensino, Pesquisa, Extensão. É preciso ficar claro que a nossa universidade adota enquanto princípio a indissociabilidade entre Ensino & Pesquisa & Extensão. Ora, se o ensino e a pesquisa se nos parecem mais fáceis de compreender e conceituar, a Extensão é certamente mais complexa e difícil, seja pela sua subjetividade, seja pela sua conceituação. Talvez que o primeiro conceito de Extensão seja o de Ações Extensivas, ou seja, tudo aquilo que é extensivo, ou que vai ou está além do Ensino e da Pesquisa; outra interpretação usual é que a Extensão seria a Prestação de Serviços como forma da universidade retribuir para a sociedade todos os investimentos e a sua própria manutenção por conta de impostos e recursos orçamentários; e não se pode escamotear também os arcaicos

propósitos de instrumentalizá-la sob a expressão de perniciosos mecanismos de assistencialismos e clientelismos que queremos superar. Em 2001, construído coletivamente pela comunidade universitária, aprova-se o Plano de Desenvolvimento da UFPA, com perspectiva para 10 anos e que elege sete eixos estruturantes, dos quais destacamos três: Universidade Multicampi; Integração com a Sociedade e Reestruturação do Modelo de Ensino. Não que os outros quatro (Pesquisa e Desenvolvimento Amazônico; Valorização de Recursos Humanos; Ambiente Adequado e Modernização da Gestão) não sejam também importantes, mas por acreditar que os três primeiros guardam maior ligação com o ensino e a extensão e, portanto, estejam mais próximo dos objetivos de estudo do GT Ensino & Extensão, é que nos dispomos a comentá-los. Na verdade os Eixos Estruturantes expressam tanto uma visão de universalidade e realidade, como uma filosofia de gestão multicâmpica comprometida com a interdisciplinariedade, a transversalidade e a flexibilidade, que deverão permear todas as ações institucionais. Então, do ponto de vista do Planejamento Estratégico da UFPA, é a partir dos Eixos Estruturantes que dever-se-ão organizar as Ações (sob a forma de Programas e Projetos) para que se busque alcançar as metas propostas, capazes de permitir a UFPA, fundamentada em sua política de gestão e visão estratégica, cumprir a sua missão institucional. E qual é a Visão Estratégica da UFPA? É tornar-se referência (local, regional, nacional e internacional) em suas atividades (de ensino, pesquisa e extensão), consolidando-se como instituição multicampi e firmando-se como suporte de excelência para as demandas sócio-políticas de uma Amazônia economicamente viável, ambientalmente segura e socialmente justa. E qual a Missão Institucional? Porque e para que existe a UFPA? Qual a razão primordial de nossa existência? Qual nossa razão de ser?

Está certo que precisamos gerar, difundir e aplicar conhecimentos... Devemos aproveitar as potencialidades da região mediante processos integrados de ensino, pesquisa e extensão... Sustentados em princípios de responsabilidade, de respeito à ética, à diversidade biológica, étnica e cultural... Pugnar pelo desenvolvimento sustentável... Garantir o acesso ao conhecimento produzido e acumulado... Mas eu diria que a principal razão de ser da UFPA é melhorar a qualidade de vida das pessoas. Se a Pesquisa é a produção de conhecimento e o Ensino a socialização deste conhecimento apropriado e acumulado, a Extensão se caracteriza pela troca de saberes entre a academia e a comunidade propiciando a desenvolvimento recíproco em desenvolvimento da sociedade. Assim sendo, não existe nenhum curso, por mais especificidade que tenha, mesmo no confinamento dos laboratórios de Física ou Genética, no trabalho solitário e penoso nas comunidades mais distantes nos municípios de difícil acesso; mesmo a transcendente Filosofia ou a fria e calculista Matemática não se podem perder de vista quanto a razão final de sua ciência que é melhorar a qualidade de vida das pessoas. Há que se ressaltar alguns princípios históricos da universidade que foi criada para ser independente dos impérios e da igreja, o que contemporaneamente nos leva a concebê-la como instituição autônoma, no sentido de ser livre dos governos e das religiões. Porém, sendo politicamente liberta e religiosamente laica, isto não significa ser apolítica ou atéia, agnóstica. Ao contrário, embora não tenha atrelamento político-partidário ela é campo democrático e plural onde se testemunha e se estimula o embate de idéias e a valorização de todas as organizações institucionais, inclusive as partidárias. Não sendo propriedade, pois, de nenhuma igreja ou seita religiosa, defenderá a liberdade de credo, de associação e de expressão de todos aqueles que assim optarem, e mesmo garantir o direito e o respeito àqueles que resolverem simplesmente não optar.

Assim, me permito dizer que hoje a Universidade Federal do Pará tem um Plano de Desenvolvimento Estratégico. A UFPA tem claramente definida uma Política de Gestão Acadêmica, isto é, sabemos quem somos, o que queremos, temos rumo definido, conhecemos os meios e estamos absolutamente conscientes de onde queremos chegar, para o efetivo cumprimento de nossos compromissos e realização de nossa missão institucional, que é estar a serviço, não de grupos ou corporações, não de empresas ou de governos, mas a serviço da Sociedade. Tanto mais informados e fundamentados na ética e no rigor científico, mais conscientes e responsáveis estaremos no desempenho de nosso papel. Então, compreendendo que a universidade é laica, democrática, plural e antropocêntrica, é ainda uma instituição da Sociedade e que tem para com o Estado obrigações constitucionais dentro da ordem jurídica republicana. Ou seja, sendo mantida com os recursos provenientes do povo brasileiro, ainda que independente haverá que, em respeito à Constituição, formar profissionais capazes de desenvolver ações sob a forma de Programas e Projetos capazes de atender as exigências da população e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Em 2003, as Pro-Reitorias de Ensino e Extensão, em trabalho conjunto realizaram Colóquio. O evento teve por objetivo consensuar a concepção de Extensão, explicitar os conceitos das atividades de Extensão; tudo para buscar uma linguagem comum e modos de insereção da Extensão nos Projetos Político-pedagógicos dos Cursos de Graduação. De acordo com os resultados obtidos nesse esforço de reflexão, se elaborou um glosssário de termos utilizados em atividades extensionistas.

Extensão é processo educativo, cultural e científico, que se articula com o Ensino e a Pesquisa, de forma indissociável e dinamiza a relação transformadora da universidade com diversos segmentos da sociedade. Mais que uma situação espacial ou temporal, que devem também ser demarcadas, a concepção de Extensão deve ser explicitada enquanto processo dialético e dialógico, entre diferentes Saberes: Entre o Ensino e o Aprendizado; Entre o Aluno e o Professor; Entre a Academia e a Comunidade; Entre a Universidade e a Sociedade. Sendo conceituada enquanto processo, inerente está a dinâmica por intermédio da qual mecanismos constantes de realimentação cultural, pedagógica, filosófica, política e universal se estabelecem para a troca de valores e o crescimento integral de atores distintos. Portanto, em qualquer área do conhecimento, em qualquer Centro, Núcleo, Instituto, Faculdade, Campi ou Disciplina, onde se estabeleça ação de Extensão haverá sempre uma relação solidária de troca de saberes em benefício de atores distintos. Por exemplo, é ilusório e ingênuo pensar que somente o aluno aprende com o professor, pois o professor também aprende com o aluno. Mas, o que estamos querendo enfatizar como atores mais constantes são, em última análise, a Universidade e a Sociedade. Entretanto, há que se desmitificar a universidade como instituição detentora de todo o Saber e também a sociedade como entidade sociológica ou figura de linguagem, uma vez que ela se apresenta concretamente na comunidade, no bairro, na escola, no ambulatório, através de grupos de pessoas onde a universidade deverá agir, também na perspectiva de seu próprio crescimento. A aula prática é situação de aprendizagem & ensino, criada para que aluno & professor possam adquirir conhecimentos e experiências necessários para mudanças intelectuais, afetivas, motoras e sociais. É uma ação que vai reafirmar a Ciência e o conhecimento enquanto conquista histórica, fruto do acúmulo civilizatório e patrimônio da humanidade. Quando a aula prática tiver um terceiro ator (comunidade) será caracterizada atividade de extensão.

Estágio é atividade de ensino & aprendizagem profissional, cultural, social, pedagógica, proporcionada ao aluno, pela participação em situações reais de treinamento e trabalho. Para um estágio ser caracterizado como atividade de Ensino & Pesquisa & Extensão haverá a necessidade de coordenação & supervisão pedagógicas. Coordenação & supervisão é processo de ação permanente, planejado, organizado, sistematizado para viabilidade, dentro de objetivos educacionais, éticos e científicos, buscando efetivar o ensino & aprendizagem e sua avaliação. Interdisciplinaridade, intersetorialidade e transversalidade são princípios ou estratégias pedagógicas entre disciplinas, entre setores ou áreas de conhecimento de ampla dimensão integradora que exige articulação global, superando a fragmentação e o distanciamento em busca da formação profissional cidadã, crítica, capaz de compreender e agir com diversos conhecimentos. Flexibilização curricular é a proposta de mudança de paradigma aos currículos atuais que apresentam acentuada rigidez, que aprisionam conteúdos e habilidades. Os novos currículos devem proporcionar o desenvolvimento de habilidades básicas transfomadores, críticas, criativas e que proporcionem situações alternativas ao aluno & professor e facilitem o processo ensino & aprendizagem. Nosso grande desafio contemporâneo, portanto, é sistematizar as atividades de Extensão inserindo-as na Graduação, tornando-as partes inerentes dos conteúdos programáticos e cargas horárias dos Projetos políticopedagógicos de todos os Cursos da UFPA. Profa. Regina Fátima Feio Barroso Pró-Reitora de Extensão