Sub-Reino Metazoa. - Esse sub-reino possui 30 filos, sendo 2 de importância médica. São os filos Platyhelminthes e Nemathelminthes.

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Sub-Reino Metazoa - Esse sub-reino possui 30 filos, sendo 2 de importância médica. São os filos Platyhelminthes e Nemathelminthes. - Suspeita-se que 20% da população mundial esteja infectada com algum parasito pertencente a esses filos. - São características dos animais pertencentes ao filo Platyhelminthes: - Dorso achatado dorso-ventralmente; - São acelomados; - Ausência de exo ou endoesqueleto; - Aparelho digestivo ausente ou incompleto; - Ausência de sistemas circulatório e respiratório; - Alternam desenvolvimento entre o ambiente e o hospedeiro; - A maioria das espécies é hermafrodita (monóica). - Dentro do filo Platyhelminthes, há duas classes de importância médica: Trematoda e Cestoda. - Na classe Trematoda: - O corpo não é segmentado; - O sistema digestório é incompleto; - Há ventosas para fixação; - O ciclo é heteroxeno (o caramujo é o hospedeiro intermediário) ou monoxênico. - A forma adulta realiza reprodução sexuada e está presente em vários tecidos do hospedeiro definitivo. A forma jovem é assexuada e se localiza no molusco. - Schistosoma mansoni e Fasciola hepatica são trematodas. Esquistossomose Parasito Reino: Animalia Filo: Platyhelminthes

Classe: Trematoda Família: Schistosomatidae Gênero: Schistosoma Espécie: Schistosoma mansoni - A família Schistosomatidae engloba 8 espécies, mas o S. mansoni é o único que ocorre no Brasil. - Esquistossomose também é conhecida como barriga d água ou doença dos caramujos. - Vermes adultos: estão presentes em veias e vênulas do plexo intestinal. Possuem cor leitosa (esbranquiçada), com ventosas oral e ventral. - Macho: menor, possui canal ginecóforo para albergar a fêmea; há parte do intestino; contém massas testiculares. - Fêmea: maior, com glândulas vitelinas (responsáveis pela produção dos ovos) na porção posterior.

- Ovos: são postos pelas fêmeas que se localizam no interior de veias. Atravessam, então, a parede intestinal e vão para o ambiente junto com as fezes. Contêm em seu interior uma larva, o miracídio. Essa larva já se apresenta madura quando chega ao solo, porque o amadurecimento ocorre durante a passagem pela parede do intestino. Apresentam espículo lateral que auxilia na passagem das veias para a luz intestinal. Os ovos podem não ultrapassar a parede intestinal e ser levados para outros órgãos, formando granulomas nos tecidos em que se instalam.

- Miracídio: quando o ovo encontra, no meio ambiente, condições adequadas (contato com água, temperatura, oxigenação), há desencistamento e liberação do miracídio. Essa larva possui cílios para locomoção na água. É capaz de infectar qualquer gênero de caramujo, mas é no Biomphalaria que se torna infectante. Possui complexo apical para penetrar nas partes moles do caramujo. Depois de penetrar, transforma-se em esporocisto. Como? O miracídio perde os seus cílios e fica contido em uma espécie de saco dentro do caramujo. As células do miracídio, então, tornam-se células germinativas. O conjunto dessas células germinativas é o esporocisto, que passa por fases (I, II, III, IV...) e, a cada passo, libera cercárias. Obs: cada miracídio que infecta um caramujo está predestinado a formar cercárias de um determinado sexo. - Cercária: saem dos caramujos e são infectantes para o homem. Possuem ventosa oral, corpo e cauda em fúrcula (bifurcada). A cauda atua na locomoção. Na região bucal, há o complexo de boca, com aparelho bucal e glândulas para produção de enzimas (que auxiliam na penetração). A cercária liberada fica viável por até 8h. São liberadas mais nos momentos em que há mais luz

no ambiente. Após penetrar no homem, a cercária perde a cauda. O seu corpo origina o esquistossômulo. Ele cai na corrente sanguínea, vai para o fígado, se acasala, migra para as vênulas do intestino e passa a ovipor. Obs: para isso, é necessário que haja infecção do homem por cercárias macho e fêmea. Esquistossômulos. Vetor - O hospedeiro intermediário é o caramujo do gênero Biomphalaria. No Brasil, existem três espécies susceptíveis ao parasito.

Ciclo de vida - Os ovos postos nas vênulas intestinais atravessam a parede do intestino para alcançarem a sua luz e serem eliminados com as fezes. - Podem ser levados para outros órgãos pela corrente sanguínea.

Transmissão - Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. - A infecção geralmente ocorre nos pés e nas pernas, já que são áreas que ficam mais em contato com águas contaminadas. Evolução - A penetração das cercárias promove é seguida de uma fase assintomática ou com sintomas pulmonares, mal estar, febre, dores musculares, sintomas semelhantes à da hepatite. - Pele: a penetração das cercárias pode causar dermatite, com urticária, erupções, eritema, edema, dor. Isso porque as cercárias liberam substâncias nocivas para a pele. - A presença de esquistossômulos no organismo pode causar linfadenia, febre, esplenomegalia, sintomas pulmonares, hepatite aguda. - A grande causa da doença é a presença de ovos nos tecidos do organismo (como no fígado) e a perfuração da parede intestinal. Os vermes adultos podem morrer nas vênulas, serem levados para o fígado e causarem inflamação intensa. - Fase aguda: 50 a 120 após infecção. Enterocolite aguda, febre, sudorese, calafrios, emagrecimento, alergia, diarréia, cólica, hepatoesplenomegalia discreta. Nessa fase, há ativação de resposta imune Th1 (celular). - Fase crônica: há hepatoesplenomegalia, varizes esofagianas, ascite (edema generalizado). Os vermes adultos promovem a espoliação de nutrientes do hospedeiro (consome Fe e glicose). Anemia. Nessa fase, a resposta imune é Th2 (humoral). - Intestino: ovos atravessando a sua parede podem causar hemorragias, edemas, úlceras. Há dor abdominal, constipação constante (ou mesmo diarréia mucossanguinolenta). - Fígado: ovos que vão para o fígado têm conseqüências importantes. Provocam reação inflamatória (granuloma). A área ao redor se necrosa, é reparada e há fibrose

do tecido. Inicialmente, o volume do fígado se apresenta aumentado. Posteriormente, devido à fibrose, o fígado fica menor e mais duro. - Hipertensão portal pode causar a morte do indivíduo. Diagnóstico - Exame laboratorial de fezes para detecção de ovos. - Utiliza-se técnica de sedimentação espontânea. - Pode ser feita biópsia e raspagem de mucosas, a fim de encontrar vermes e ovos. - No caso de ovos presentes nos tecidos, pode ser feita ultrassonografia para visualização. - O método Katz permite que seja feita contagem de ovos nas fezes para estimar o número de adultos presentes no indivíduo. - Há métodos imunológicos para diagnóstico (ELISA, imunofluorescência indireta). Tratamento - Medicamentoso, com oxamniquina ou praziquantel. Profilaxia

- Tratamento de água. - Saneamento básico. - Mudanças de hábitos. - Tratamento dos doentes, com educação sobre a doença.