EMPREENDEDORISMO SOCIAL: CASO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA. Relatório de Estágio



Documentos relacionados
Empreendedorismo De uma Boa Ideia a um Bom Negócio

Passaporte para o Empreendedorismo

I N C E N T I V O S A O E M P R E E N D E D O R I S M O Page 1. Incentivos ao EMPREENDEDORISMO

Plano e Orçamento para Políticas de Promoção de Emprego e Empregabilidade

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

PROGRAMA IMPULSO JOVEM

Factores Determinantes para o Empreendedorismo. Encontro Empreender Almada 26 de Junho de 2008

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Pequenas e Médias Empresas no Chile. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Sessão de Abertura Muito Bom dia, Senhores Secretários de Estado Senhor Presidente da FCT Senhoras e Senhores 1 - INTRODUÇÃO

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios

Os desafios do Bradesco nas redes sociais

Apresentação. Olá! O meu nome é Paulo Rebelo e sou apostador profissional.

Posicionamento Estratégico e Fundo de Apoio ao Empreendedorismo

O Empreendedor Fabiano Marques

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

WORKSHOP :EMPREENDEDORISMO E CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO

Welcome Call em Financeiras. Categoria Setor de Mercado Seguros

Lógicas de Supervisão Pedagógica em Contexto de Avaliação de Desempenho Docente. ENTREVISTA - Professor Avaliado - E 5

Perfil de investimentos

ESPECIAL PMEs. Volume III Fundos europeus 2ª parte. um Guia de O Portal de Negócios. Março / Abril de 2011

Empresariado Nacional e Tecnologias de Informação e Comunicação: Que Soluções Viáveis para o Desenvolvimento dos Distritos?

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO

INOVAÇÃO NA ADVOCACIA A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL NOS ESCRITÓRIOS JURÍDICOS

No E-book anterior 5 PASSOS PARA MUDAR SUA HISTÓRIA, foi passado. alguns exercícios onde é realizada uma análise da sua situação atual para

EMPREENDEDORISMO. Maria Alice Wernesbach Nascimento Rosany Scarpati Riguetti Administração Geral Faculdade Novo Milênio

Planejamento Estratégico

VOLUNTARIADO E CIDADANIA

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Grupo de Pesquisa em Interação, Tecnologias Digitais e Sociedade - GITS

Resumo do Acordo de Parceria para Portugal,

COMO FAZER A TRANSIÇÃO

FrontWave Engenharia e Consultadoria, S.A.

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Veículo: Site Estilo Gestão RH Data: 03/09/2008

COMO CAPACITAR AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS PARA SE TORNAREM APTAS PARA RECEBER INVESTIMENTO? Carlos Azevedo Diretor Académico IES- SBS

EMISSOR: Presidência do Conselho de Ministros e Ministério da Economia e do Emprego

Capacitando, assessorando e financiando pequenos empreendimentos solidários a Obra Kolping experimenta um caminho entre empréstimos em condições

Plano de Atividades 2014

Avanços na transparência

ASPECTOS PRINCIPAIS SOBRE

FINICIA. Como funciona?

Recursos Próprios. Amigos e Familiares

EMPREENDEDORISMO DE. Professor Victor Sotero

IX Colóquio Os Direitos Humanos na Ordem do Dia: Jovens e Desenvolvimento - Desafio Global. Grupo Parlamentar Português sobre População e

Cresce o numero de desempregados sem direito ao subsidio de desemprego Pág. 1

1. Introdução. 1.1 Apresentação

EMPREENDEDORISMO: POR QUE DEVERIA APRENDER?

INOVAÇÃO, EMPREENDEDORISMO E O FUTURO MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Rendimentos e despesas das famílias europeias

Empreendedorismo social

ESTRUTURA EMPRESARIAL NACIONAL 1995/98

Criatividade e Inovação Organizacional: A liderança de equipas na resolução de problemas complexos

Empreender para Crescer

UWU CONSULTING - SABE QUAL A MARGEM DE LUCRO DA SUA EMPRESA? 2

Empreendedorismo de Negócios com Informática

Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Empreendedorismo e desenvolvimento sustentável O papel da educação em Empreendedorismo Marco Lamas

IMIGRANTES E SERVIÇOS FINANCEIROS QUESTIONÁRIO. N questionário. Cidade em que habita:. Sexo: M F Idade:

Novo Modelo para o Ecossistema Polos e Clusters. Resposta à nova ambição económica

COMPETITIVIDADE E INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

UMA PROPOSTA INOVADORA PARA ENSINAR EMPREENDEDORISMO AOS JOVENS

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL. Empowering People O Poder das Pessoas

PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA

Sumário Executivo. Amanda Reis. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

Programa de Desenvolvimento Social

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO As Normas da família ISO 9000

ENTREVISTA Coordenador do MBA do Norte quer. multiplicar parcerias internacionais

EMPREENDEDORISMO: Características, tipos e habilidades. Prof. Dr. Osmar Manoel Nunes

BIS - Banco de Inovação Social

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

Gastos Tributários do governo federal: um debate necessário

A Descrição do Produto ou Serviço e a Análise do Mercado e dos Competidores Fabiano Marques

Qual o âmbito deste protocolo e que tipo de projectos pretende apoiar?

w w w. y e l l o w s c i r e. p t

Pequenas e Médias Empresas na Alemanha. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

estão de Pessoas e Inovação

Condições do Franchising

O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade. Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO

Evolução do Número de Beneficiários do RSI

Marketing Turístico e Hoteleiro

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

DE ESTAGIÁRIO A CEO. 12 dicas de Marco Costa, CEO da Critical Software

PROGRAMA BOM NEGÓCIO PARANÁ- APOIO AO EMPREENDEDORISMO AVALIAÇÃO DO NÚCLEO MARINGÁ

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

Introdução. Procura, oferta e intervenção. Cuidados continuados - uma visão económica

Gestão de Pequenas Empresas no Brasil - Alguns Dados Importantes.

Transcrição:

EMPREENDEDORISMO SOCIAL: CASO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA Relatório de Estágio Mestrado em Gestão e Estratégia Empresarial Orientador da dissertação: Prof. Doutor José Manuel Fonseca André Santos 50028053 Lisboa, Janeiro de 2015

EMPREENDEDORISMO SOCIAL: CASO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA Relatório de Estágio 2

Declaração de autoria O conteúdo deste relatório é da exclusiva responsabilidade do(a) autor(a). Mais declaro que não incluí neste trabalho material ou dados de outras fontes ou autores sem a sua correta referenciação. A este propósito declaro que li o guia do estudante sobre plágio e as implicações disciplinares que poderão advir do incumprimento das normas vigentes. Data Assinatura 3

Agradecimentos Este espaço é dedicado a todos os que contribuíram na realização deste trabalho, expresso os meus sinceros agradecimentos. Agradeço à Universidade Europeia, Laureate International Universities, por todo o apoio e disponibilidade que veio a demonstrar ao longo do meu percurso académico, e por conseguir realizar este projeto e ter criado condições para a sua realização. Agradeço a todos os professores que estiveram presentes ao longo dos anos, em especial ao Professor Doutor José Manuel Fonseca o facto de ter aceite orientar este trabalho e disponibilidade demonstrada ao longo da sua realização, e ao Professor Doutor César Ribeiro orientador do curso que esteve sempre disponível para ajudar e pelo incentivo dado à realização deste mestrado. Por último quero agradecer à minha família, amigos e namorada que estiveram sempre presentes e me apoiaram, em especial aos meus país que me incentivaram e ajudaram à concretização deste mestrado, à minha namorada que esteve sempre presente nos momentos maís difíceis e me deu todo o apoio, e quero deixar um agraciamento muito especial a uma pessoa que já não se encontra presente neste mundo o Sr. Vítor Manuel Da Silva Santos (tio e padrinho) que sempre foi um pai para mim e foi fonte de toda motivação e incentivo para conseguir terminar todo este percurso. A todos estes agradeço o apoio que me deram ao longo deste percurso. 4

Índice Geral Declaração de autoria... 3 Agradecimentos... 4 Índice Geral... 5 Índice dos gráficos... 7 Lista de Abreviaturas... 8 Resumo... 9 Abstract... 10 1. Introdução... 11 2. Enquadramento do problema... 12 2.1 Empreendedorismo... 13 2.2 Empreendedorismo Social... 19 2.3 Situação em Portugal... 20 2.4 Condições Estruturais do Empreendedorismo em Portugal... 24 2.5 Programas de Apoio... 29 3. Experiência do Estágio... 30 3.1 Introdução... 30 3.2 Apresentação do Programa... 30 3.3 Atividades realizadas... 31 5

3.4 Estratégia... 31 4- Conclusão... 34 5- Bibliografia... 35 6 - Anexos... 37 6

Índice dos gráficos Gráfico 1 Taxa TEA por faixa etária Gráfico 2 Avaliação das Condições Estruturais do Empreendedorismo 7

Lista de Abreviaturas B BIS Banco de Inovação Social G GEM Global Entrepreneurship Monitor I IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação IEFP Instituto de Emprego e Formação Profissional IES Instituto de Empreendedorismo Social IVA Imposto de Valor Acrescentado M MTSS Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social P PME Pequenas e Médias Empresas R RSI Rendimento de Inserção Social T TEA Total Early-Stage Entrepreneurship Activity U UE União Europeia 8

Resumo O empreendedorismo está cada vez mais presente na economia e o seu impacto têm vindo a sentir-se nos países e na sociedade que se encontra. Na economia portuguesa o impacto do empreendedorismo pode ser mais notório, face à economia ter estagnado a solução para muitos economistas e analistas passa por uma economia dinâmica para superar as suas dificuldades e ultrapassar a crise que se instalou não só em Portugal como um pouco em todo o mundo. Ex-ministro da economia Álvaro Santos Pereira que em 2012 citou que A criação de emprego e de riqueza depende muito dos empreendedores e da sua capacidade de arriscar, inovar e de criar. Neste estudo feito, o empreendedorismo social é uma ferramenta essencial que pode atenuar o desemprego e a pobreza em Portugal. A Santa Casa realizou um programa com este prepósito, o programa concentrou-se num segmento de população mais necessitada com vista a obter empreendedores e autonomizar estes indivíduos, ao mesmo que construía bases para atenuar o desemprego e contribuía no crescimento da economia local da região da Amadora. São estes projetos que visam reestruturar a economia em Portugal, a mentalidade dos cidadãos está a tornar-se cada vez mais empreendedora, e resultado desse facto é na atualidade já existem escolas focadas para o empreendedorismo. Tendo como referência o estudo GEM, Portugal têm vindo a apresentar bons resultados face ao empreendedorismo, nos últimos anos a taxa TEA têm aumentado progressivamente e a principal faixa etária a contribuir para este facto situa-se entre os 24 e os 34 anos, o que demostra que o empreendedorismo está mais presente na vida dos jovens. Em Portugal o apoio ao empreendedorismo é insuficiente face ao estudo GEM e continua a ser um entrave a muitos empreendedores, o resultado em 2012 ficou muito aquém das expectativas passando de um cenário nulo (2011) para negativo. A forte aposta no empreendedorismo começou a ter efeitos na economia, a taxa de desemprego que vinha subindo desde 2008 até 2013 (16,2%), em 2014 teve uma queda acentuada para os 13,9%, ainda há muito a fazer neste aspeto mas os indicadores mostram que relativamente ao empreendedorismo Portugal está num bom caminho. 9

Palavras-Chave: Empreendedorismo; Empreendedorismo social; Empreendedor; Desemprego; Economia; Crise; Abstract Entrepreneurship is increasingly present in the economy and their impact is more felt in the country and society that is. This theme is having very importance in the Portuguese economy because its growth have stalled and the solution would be a dynamic economy to overcome its difficulties and pass the crisis installed in the EU and many other countries, and for many economists and analysts the solution could be the entrepreneurship. The social entrepreneurship is a tool to be used to alleviate unemployment and poverty in Portugal, the Santa Casa realize a program for this same purpose, the program focused on a more needy population segment with a view to entrepreneurs and help these individuals while participating in contributing to the fight against unemployment and helped in the growth of the local economy of the region. These are projects helped at restructuring the economy in Portugal, the mentality of citizens is becoming more entrepreneurial, and this prove is that today exists schools focused on the theme of entrepreneurship. With reference to the GEM study, Portugal have been showing good results in the entrepreneurship, in recent years the TEA rate has increased gradually and the group to more contribute to this fact is between 24 and 34 years, distribution gender male entrepreneurs amounts to about double the female, tending to decrease this discrepancy. In Portugal the sector most exploited by entrepreneurs, was the sector oriented for consumers, concerned the structural conditions of the country considered favorable access to physical infrastructure, especially in the quality of support the same view of the new industries and growth, opposite the social and cultural standards fall short of expectations being considered one of the main factors to prevent the entrepreneurship. Keywords: Entrepreneurship; Social Entrepreneurship; Entrepreneur; unemployment; Economy; Crisis; 10

1. Introdução No quadro do mestrado decidi apresentar como trabalho final o resultado de um estágio profissional realizado ao longo de três meses, em que fiz parte de uma equipa da Santa Casa da Misericórdia da Amadora que preparou um programa de empreendedorismo, um tipo de empreendedorismo especial, pois era restrito a um grupo de pessoas que estão inscritas no centro de emprego e ao mesmo tempo recebiam o rendimento social de inserção (RSI), o que despertou a minha curiosidade, visto que o meu curso pertence a uma área de gestão e economia e era um projeto pouco comum na sociedade em que vivemos. Este projeto foi-me apresentado pelo meu orientador de estágio com um plano muito objetivo e concreto, a apresentação que me foi feita deste projeto intrigou-me e aceitei este visto que era um pouco diferente dos outros e ao mesmo tempo ajudava pessoas carenciadas e contribuía para que a economia local tivesse um maior crescimento económico, outro dos aspetos que foi relevante foi a parceria com uma instituição financeira com relativa importância no mercado português. No fundo este projeto levantava a questão à iniciativa ao próprio emprego e focando-se num dos principais problemas que nos confrontamos na atualidade a elevada taxa de desemprego, sendo este programa uma ferramenta para o combate do mesmo, concentrando-se no grupo de pessoas mais desfavorecidas onde a única fonte de rendimentos que possuem é o RSI. 11

2. Enquadramento do problema Nos Tempos atuais, os padrões na economia global mudaram quando comparados aos últimos anos, estes têm sofridos muitas alterações devido a forças como a globalização, novas tecnologias, mudanças de comportamento dos consumidores, que hoje face à elevada concorrência a exigência é maior existindo maior competitividade entre as empresas, e às alterações políticas e económicas do país. Todos estes fatores levaram a que houvesse uma mudança a nível social e criaram espaço ao desenvolvimento do espirito empreendedor da população, o ministro da economia António Pires De Lima cita que Hoje Portugal experimenta uma época de empreendedorismo que representa uma energia nova na economia e sociedade. Muitos economistas procuram as respostas aos problemas impostos pela crise acentuada no globo e a grande parte das pessoas que procuram essas respostas concordam que a solução pode ser encontrada pelo fenómeno chamado empreendedorismo, vice-reitor da Universidade de Coimbra Pedro Saraiva cita que o empreendedorismo é um dos poucos antídotos de que Portugal dispõem para ultrapassar um período complicado de ausência de crescimento económico. As medidas impostas pela maioria dos países da zona euro aos cidadãos para combater este problema baseou-se no aumento de impostos, e por consequência o poder de compra diminui visto que os salários não sofreram alterações, o que destabilizou a economia e o seu crescimento. Estas medidas fizeram com que em Portugal e muitos outros países a economia passou a ficar estagnada, para um país sair da crise e conseguir ter um crescimento económico contínuo é preciso ter uma economia dinâmica. Em Portugal as PME significam 99,9 % do tecido empresarial e é um fato que muitas destas empresas fecharam portas com a recente crise, mas também houve oportunidade para muitos cidadãos mudarem e conseguiram entrar no mundo empresarial principalmente através políticas de motivação ao empreendedorismo. 12

Hoje o futuro está nas mãos dos empreendedores, nestes últimos anos têm sido criados vários fatores para ajudar os mesmo, o aparecimento em massa de várias incubadoras, aos apoios financeiros das instituições financeiras através do microcrédito, criação de oportunidade através das Instituições de solidariedade (programa apoio empreendedorismo Santa Casa da Misericórdia Lisboa), entre outros programas de apoio ao empreendedorismo vão servindo de facilitadores para o mesmo e a rápida implementação dos jovens que saem das universidades com grandes projeto mas com recursos limitados. 2.1 Empreendedorismo Origem da palavra O termo empreendedor tem origem na língua francesa ( entre-peneur ) e passou a ser utilizado no começo do século XVI aos homens que coordenavam operações militares, mas na realidade o ato de empreender existe desde a idade média que utilizavam os recursos disponíveis para grandes projetos mas nesta altura o risco não existia, só no século XVII é que Richard Cantillon (1755) deu uma noção à palavra empreendedorismo em 1755 o autor descreve o empreendedor como uma pessoa que adquire um determinado produto por um preço e de seguida vender a um preço incerto. Para Richard Cantillon (1755) e Jean Baptiste Say (1803) o empreendedorismo define pessoas que correm riscos porque investem nos seus empreendimentos através de capital Próprio. Joseph Alois Shumpeter Em 1883 nasceu Joseph Aloís Shumpeter um dos economistas mais importantes da primeira metade do séc. XX, De acordo com Shumpeter (1934), o empreendedorismo está associado à inovação afirmando que a essência do empreendedorismo está na perceção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios; tem sempre que ver com a criação de uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados do seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações. 13

Shumpeter deixou uma grande marca na história do empreendedorismo foi ele que revolucionou todos os conceitos e deixou uma definição de empreendedor que ainda hoje é utilizada, para Shumpeter O empreendedor é aquele que destrói a ordem económica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos materiais. Tipos de empreendedorismo De uma forma geral o empreendedorismo pode ser dividido em três tipos, o Empreendedorismo Start-up, Empreendedorismo Corporativo e o Empreendedorismo Social. O Empreendedorismo Star-up define-se pelo processo de criação de negócios que são inovadores e que nascem a partir de oportunidades identificadas, quando falamos deste tipo de empreendedorismo estamos a falar de criação de novas empresas para implementação e desenvolvimento de produtos ou serviços inovadores. O segundo tipo de empreendedorismo é o chamado Empreendedorismo Corporativo ou Intraempreendedorismo, este resume-se ao empreendedorismo dentro da organização ao qual o individuo empreende dentro da própria empresa onde trabalha, mas ao qual não é o dono. Este não se limita a executar tarefas e está sempre à procura de novas oportunidades que visam a melhoria da qualidade da empresa onde este trabalha. O empreendedorismo social é o terceiro tipo de empreendedorismo, e este com grande impacto nas sociedades onde este tipo de empreendedorismo é praticado, como iremos ver mais à frente. Para Bornstein (2014) empreendedorismo social é a construção, avaliação e busca de oportunidade para a mudança social transformadora realizada pelo visionário, indivíduos dedicados apaixonadamente. (Livro Gestão e Estratégia Empresarial Desafios da Globalização, Capítulo 3 Empreendedorismo por Miguel Nuno Portugal.) 14

Motivações de empreendedorismo Ângelo (2003) dividiu os empreendedores através da motivação existente em adquirir um negócio, desta forma o autor classificou o empreendedorismo por necessidade e por oportunidade no entanto ainda podemos encontrar outro tipo de motivação ao empreendedorismo. O empreendedorismo por necessidade resulta da ausência de outras oportunidades de obtenção de rendimentos, o que leva os indivíduos a serem forçados a criar alternativas ao trabalho dependente e que uma dessas alternativas pode passar pelo empreendedorismo e a criação do seu próprio negócio. Este tipo de empreendedorismo tem vindo a aumentar em Portugal devido ao desemprego, sobretudo o desemprego de longa duração onde percentagem de desempregados em Portugal é maior do que o desemprego de curta duração, este facto tempo de espera para os cidadãos faz com que muitos destes desistem de procurar e encontrem melhores soluções para a sua vida futura. Outro tipo de motivação ao empreendedorismo que podemos detetar é o empreendedorismo por oportunidade em que são os empreendedores que optam por iniciar um novo negócio, mesmo que existam melhores opções de trabalho, normalmente este empreendedorismo está associado a empreendedores com nível de qualificação elevado, com projetos definidos e tendem como objetivos o aumento dos seus rendimentos, autonomia e realização pessoal. Analisando os dois tipos de motivações, o empreendedorismo de necessidade está mais sensível a situação económica do país, o exemplo em Portugal em que com a degradação económica, tem vindo a aumentar este tipo de empreendedorismo face a menor sensibilidade da população e por outro lado o empreendedorismo por oportunidade tem maiores hipóteses de sucesso e tem um maior impacto económico. Além destes dois tipos de motivação ao empreendedorismo ainda pode existir uma terceira motivação, designado 15

empreendedorismo por vocação este empreendedorismo não é dada tanta importância quanto os outros mas tende também ter alguma importância no futuro face aos outros tipos motivações de empreendedorismo, esta motivação centra-se na aptidão que um indivíduo tem para um determinado tipo de negócio, normalmente este empreendedorismo está associado a jovens que entram na universidade já com ideia do que pretendem fazer e vão em busca de conhecimento e da experiência para explorar a sua vocação para determinado tipo de negócio. Vantagens do empreendedorismo Com a palavra empreendedorismo vêm associadas as suas vantagens tanto a nível do empreendedor, como para a sociedade, a economia e principalmente o estado. Para o empreendedor a vantagem mais significativa é a possibilidade de um ganho financeiro bastante mais significativo, poder ter uma maior qualidade de vida e acima de tudo a realização pessoal. Com a recente crise em que nos deparamos, com taxas de desemprego muito altas e a dificuldade em arranjar emprego é cada vez mais um problema na sociedade, esta situação fez com que desencadeasse o fenómeno do empreendedorismo principalmente o empreendedorismo por necessidade, por outro lado a grande parte deste empreendedorismo está a gerar novos postos de trabalho, com esta situação não é apenas uma vantagem para a individuo em si como também para o Estado, pois este fica livre de pagar o sustento ao individuo como o próprio além do rendimento que recebe para se auto sustentar ainda faz os descontos do seu rendimento o que faz com o que o Estado em vez de pagar ainda recebe, sendo uma vantagem para todas as partes. Se olharmos para o outro lado do empreendedorismo em que toda a atividade económica do país tem compras e vendas e que deste processo existe 23% (relativos ao IVA) de todo o dinheiro que entra e sai que vai diretamente para as contas do estado português, e o mesmo é um dos maiores beneficiários do fenómeno empreendedorismo. Tudo se resume à economia e sendo esta quem sofre maiores efeitos, no fim de tudo o empreendedorismo resume-se à criação de novas empresas através de ideias e projetos 16

inovadores e quando estes surgem no mercado a economia tende para um cenário mais positivo para o país, pois a aparição destas novas empresas faz com que exista maior competitividade entre as empresas pois a palavra inovação cada vez mais surge no dia-adia das empresas e o investimento principal das empresas hoje esteja focado no departamento de Investigação e Desenvolvimento, além desta competitividade surge a parte dos consumidores que estão cada vez mais exigentes face ao grande poder de escolha que existe na atualidade, assim força as empresas a ter um nível de exigência cada vez maior entre elas, sejam as empresas que optam por uma política de preço e que que cada vez mais tendem reduzir os preços e a parte da qualidade não é a peça relevante ou as empresas que optam por uma politica de qualidade em que os preços não são tão relevantes mas o problema de hoje para as empresas tende a ser as novas empresas que com a mesma qualidade conseguem obter melhores preços o que obriga às mesmas que estão no mercado a reinventarem-se, no fim o sucesso está ligado à palavra inovação e cada vez mais e as empresas precisam de se adaptar cada vez mais depressa, Filion (1999). Características pessoais do empreendedor 1. Necessidade de sucesso O sucesso do empreendedor está interligado com o seu desejo de realização pessoal, mas o excesso dessa necessidade pode levar o individuo a maior necessidade de poder. A vontade de sucesso é uma característica principal do empreendedor pois é a partir da mesma que se percebe o sucesso pessoal do empreendedor. (McClelland 1987) 2. Necessidade de autonomia / independência. Segundo Uriarte (1999) o empreendedor procura atingir um certo nível de independência para no futura encarar as adversidades que vão ocorrendo na sua vida seja a nível pessoal ou profissional. Nesta segunda característica existe um paradoxo em todo o percurso do empreendedor, pois o empreendedor é um individuo com vontade de se sentir livre para poder se confrontar com as dificuldades que vão aparecendo ao longo do percurso como as 17

oportunidades e ameaças que ocorrem permanentemente, por outro lado, quando o processo final do empreendimento ocorre, a liberdade do empreendedor é substituída pelo trabalho que o mesmo é submetido ao longo do seu percurso. 3. Criatividade Para Uriarte (1999), a criatividade pode ser a solução para resolver determinado problema inesperado. A criatividade é uma das características mais visíveis no empreendedor, pois é dela que podem surgir novas oportunidade para empreender. Esta é a característica que pode originar a ideia de negócio para o empreendedor, tudo o negócio antes de começar tem de ser pensado e gerado uma ideia, que através da criatividade do empreendedor vai proporcionar que o seu empreendimento tenho sucesso ou não, é preciso que numa fase inicial a criatividade do empreendedor venho ao de cima fazendo com que a ideia do seu negócio seja criativa e diferente das outras. Não é apenas utilizado a criatividade numa fase inicial do empreendimento como também no seu decorrer de vida, pois ao longo do tempo o empreendedor vai enfrentar problemas e contrariedades que poderão ser ultrapassadas de maneira mais eficaz. 4. Calculista Segundo Caird (1988), o empreendedor opta por situações de risco moderado, de modo a conseguir controla-los e prever os seus acontecimentos. Para o empreendedor todo o negócio antes de começar tem de ser calculado os riscos possíveis que o empreendedor consiga antecipar a sua breve solução, o empreendedor é muito calculista tentando sempre prever todos os problemas que irão surgir e todos os desafios ao longo dos seus projetos mas sempre de forma controlada. 5. Impulso e determinação Uriarte (1999) defendia como já acima transcrito Caird (1988) disse que o empreendedor não corria grandes riscos pois os riscos que assumia eram de risco moderado, ao mesmo tempo Uriarte defendia que o empreendedor criava situações favoráveis e alternativas a problemas mesmo antes de terem acontecido. 18

O empreendedor é aquele que não depende de outros, gosta de controlar tudo o que está a sua volta, não gosta de ambiente incerto, mas ao mesmo tempo têm necessidade de correr certos riscos para atingir o sucesso, o empreendedor vive de conquistas e do seu sucesso. Ao longo do seu negócio o empreendedor vai se deparar com situações adversas e irá ser preciso um empreendedor impulsivo de forma a alterar rapidamente a sua estratégia de forma a ultrapassar as dificuldades, sempre que surgirem, e assumir total responsabilidade pelas suas conquistas. 2.2 Empreendedorismo Social O empreendedorismo social visa maximizar o capital social de forma a realizar outras iniciativas, programas e ações que envolvam o mesmo objetivo, e que permitam à sociedade, região ou mesmo o país a desenvolver se de maneira sustentável e contínua Bornstein (2004), segundo o diretor executivo do IES Um empreendedor social pode criar lucro mas antes de o ter têm, na sua génese vontade de dar uma resposta a um problema social. O empreendedorismo social surge como solução inovadora para os problemas mais comuns existentes na sociedade. Ao contrário do empreendedorismo clássico que tem como objetivo o lucro para o empreendedor, o empreendedorismo social procura encontrar soluções sustentáveis para melhorar as condições na sociedade, mas ambos têm um objetivo comum a criação de valor. O empreendedorismo social cada vez mais tem um maior impacto em Portugal, e a prova disso é a criação da primeira escola de negócios criada na inovação e empreendedorismo em Portugal, este projeto foi lançado pelo instituto de empreendedorismo social (IES), além deste instituto continuam a serem criados outros institutos e fundações neste âmbito do empreendedorismo social. Não só em Portugal que o empreendedorismo social está assente mas em todo o mundo, principalmente nos países mais pobres, mesmo com a crise os cidadão dos países desenvolvidos tem maior facilidade em conseguir recursos principalmente monetários ao contrário, por exemplo, os países africanos em que a pobreza é extrema e a dificuldade em conseguir recursos é maior. E para este efeito hoje 19

existe uma organização com o nome de ZIVA (origem na palavra swahili que quer dizer "acordo" ou "unidade") que consiste na concessão de crédito em pequenas quantidades através da Internet com o objetivo de ajudar à criação de pequenos negócios ou financiar negócios já existentes dos países do Terceiro Mundo (Parte do continente Africano, Sul da América e alguns países do sul da Ásia), esta instituição não lucrativa é financiada com doações e parcerias de grandes empresas como a Google e Youtube e outras instituições, sendo esta organização intermediária na concessão de crédito, as pessoas que concedem o crédito não têm qualquer lucro mas ajudam no intuito de criar valor a esta população e ajudar a que estes países saem da pobreza, este projeto já tem vários casos de sucesso e é um exemplo a nível mundial de empreendedorismo social. A Santa Casa Da Misericórdia da Amadora também adaptou este tipo de empreendedorismo social, que visa a adaptação das pessoas no mercado de trabalho e sua independência, bem como ajuda no crescimento da economia local da Amadora, a Santa Casa não procura obter lucro sobre este tipo de programas socias em que se envolve, em vez disso cria condições a que muitos cidadãos tenham um futuro melhor. 2.3 Situação em Portugal O projeto GEM têm como base o estudo do empreendedorismo a nível mundial e é considerado o maior estudo independente sobre este tema. É com base neste programa que vou apresentar todas as estatísticas relativas ao tema empreendedorismo, seja de Portugal ou mesmo dos países associados a estes projetos. Este programa é uma avaliação anual de toda a atividade empreendedora e dos fatores que rodeiam este tema, ao mesmo tempo conseguimos comparar vários anos e verificar o crescimento ou decréscimo da situação empreendedora nos respetivos países. Em 2012 o projeto contava com sessenta e nove países, incluindo Portugal que conta com seis participações neste estudo que já existe desde 1999. Neste projeto o empreendedorismo é citado como qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou nova iniciativa, tal como o emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio existente, por parte de um individuo, de uma 20

equipa de indivíduos, ou de negócios estabelecidos. O principal indicador utilizado neste programa é TEA (Taxa de Atividade Empreendedora) e participam adultos com idades compreendidas entre os 18 e 64 anos e que estejam envolvidos em negócios já existentes ou em novos negócios. Enquadramento Nos últimos anos, o empreendedorismo ganhou alguma importância em Portugal. As últimas estatísticas internacionais mostram que Portugal têm tido um desempenho positivo, o empreendedorismo pode ser considerado um fator decisivo para o crescimento, competitividade e emprego, indicadores que são essenciais para o desenvolvimento do país. Em 2012, Portugal registou uma TEA de 7,7%, ou seja, por cada 100 indivíduos em idade adulta existem 7 a 8 empreendedores, um aumento relativamente ao ano de 2011 de 0,2% apesar de a diferença não ser muita, a tendência é para continuar este crescimento, e é visível esse crescimento em 2013, segundo o GEM a TEA teve um aumento de 0,5%, ou seja, a TEA em Portugal foi de 8,2% em 2013. Se recuarmos até 2010 em que por cada 100 indivíduos Portugal tinha 4 a 5 empreendedores constatamos que na atualidade quase duplicamos a taxa para cerca de 8 empreendedores a cada 100 indivíduos. Referente ao ano 2012 Portugal registou uma taxa de 9,2% correspondente ao sexo masculino e o sexo feminino apresentou uma taxa mais baixa de 6,1%, relativamente ao ano 2011 houve uma descida na diferença entre os sexos, ou seja, o rácio de empreendedor / empreendedora em 2011 registava 2,23% o que nos diz que havia mais de o dobro de empreendedores que empreendedoras, no ano 2012 essa taxa diminui para 1,53%. Podemos constatar o mesmo cenário em relação à taxa de desemprego face aos sexos em 2011, o sexo feminino apresentava uma taxa de 13% e o sexo masculino de 12.3%, face ao ano seguinte as diferenças entre ambos eram praticamente nulas apenas com uma diferença de 0.1%, mas agora com um cenário oposto em que existe mais homens desempregados do que mulheres. Em relação à faixa etária a maior fatia desta pertence 21

ao grupo dos 25 e 30 anos em que para essa faixa etária a TEA é de 10,6%, o que em ralação aos outros esta faixa etária tem maior preponderância. Antes de fazer qualquer comparação é preciso ter em atenção estes três grupos, em primeiro lugar temos o empreendedorismo orientado por fatores de produção em que neste grupo enquadramos a África Subsariana e alguns países do norte de África e Médio oriente, países com altas taxas de pobreza e ainda longe dos países desenvolvidos, o outro grupo é um empreendedorismo orientado para a eficiência em que a grande parte deste grupo são economias emergentes como Brasil, China e Rússia que ainda não são considerados países desenvolvidos, no último grupo onde se inclui Portugal, a maior parte destes países são desenvolvidos onde aparece Estados Unidos, Japão e a maior parte da zona Euro em que o empreendedorismo é virado para a inovação, e a grande parte destes países apostam forte em atividades de Investigação e Desenvolvimento, como já referi o terceiro sector é o que tem mais ênfase, este sector é capaz de responder às necessidades de uma população em crescimento, face às exigências criadas numa sociedade muito exigente com elevado rendimento (Programa GEM 2012). Nos 67 países analisados no projeto GEM, em Portugal a taxa de TEA é a 45ª mais elevada e comparando entre os grupos orientados para a inovação onde Portugal se inclui, a TEA é a 9ª mais alta ficando à frente de grandes países como Espanha (5.2%), França (5,2%) e a grande potencia mundial Alemanha (5,0%), no top deste ranking temos os Estados Unidos em primeiro. Fora deste grupo encontramos a Zâmbia com a taxa mais elevada dos países analisados com uma taxa de 41,5%. 22

Figura 1 - Taxa TEA por faixa etária Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág.20. A nível global o tipo de economia orientada por fatores de produção é a que tem a média mais elevada, isto porque na maioria dos países existe um défice de trabalho dependente e obriga a população a encontrar outras soluções como o empreendedorismo, neste tipo de economia o empreendedorismo de necessidade assuma maior relevância em oposição ao empreendedorismo por oportunidade, que por regra é mais relevante em estados de desenvolvimento mais avançado. Mas nos últimos anos as condições mudaram devido sobretudo ao aparecimento da crise, e com isso veio o aumento do desemprego (2008 com uma taxa de 7,6% e em 2013 com 16,2%) o que levou a inverter um pouco a tendência do empreendedorismo por oportunidade e aumentado o empreendedorismo por necessidade, o facto de a taxa de desemprego ter disparado nos últimos anos em Portugal originou a que houvesse uma maior necessidade das pessoas desempregadas arranjarem meios para se sustentarem e com isso o empreendedorismo começou a ter maior importância. Se virmos o gráfico 1, constatamos que nos três tipos de economia a faixa etária dos 25 aos 34 anos é a que apresenta as maiores taxas, mas se nos focarmos em Portugal podemos reparar que houve alterações face à importância desta faixa etária, em 2011 a TEA para o segmento dos 25 aos 34 anos era de 10, 9% e face ao aumento da TEA em termos gerais em Portugal era expectante que o mesmo acontecesse nesta faixa etária, mas foi o 23

contrário pois este segmento teve uma queda, mas isto deve se ao facto de o empreendedorismo por necessidade ter começado a ter maior relevância, em Portugal as empresas procuram jovens qualificados e esquecem se de um grupo de população que indicam não ter tanta margem de progressão e por consequência a faixa etária dos 35 aos 44 e dos 45 aos 54 anos aumentaram porque ao verem que não conseguem arranjar emprego surge a necessidade de se tornarem donos de si próprios e procurarem novas soluções visto que arranjar emprego se torna complicado, o mesmo acontece com a faixa etária dos 18 ao 24 anos que cansados de esperar por uma oportunidade de emprego optam por empreender, é certo que existe uma percentagem desta faixa que já tens projetos definidos para seguir outros caminhos que passam pelo empreendedorismo mas a maior percentagem recai sobre aqueles a quem não é dada uma oportunidade (Programa GEM 2012). 2.4 Condições Estruturais do Empreendedorismo em Portugal No âmbito do projeto GEM em 2012 Portugal foi analisado num conjunto de condições que têm impacto na atividade empreendedora do país, nas quais encontramos: Apoio Financeiro Políticas governamentais Programas Governamentais Educação e Formação Transferência de Investigação e Desenvolvimento Infraestrutura Comercial e Profissional Abertura do Mercado / Barreiras à entrada Acesso a Infraestruturas Físicas Normas Sociais e Culturais Olhando para o gráfico 2 Constatamos que entre 2011 e 2012 Portugal teve um desempenho muito abaixo das expectativas, baixando praticamente em todos os indicadores, à exceção das Normas Sociais e culturais em que a opinião foi mais favorável e no acesso às infraestruturas físicas em que mantivemos a mesma avaliação, assim sendo 24

apesar do crescimento empreendedorismo registado em Portugal as condições para o mesmo diminuíram. Figura 2 - Avaliação das Condições Estruturais do Empreendedorismo Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 33. Apoio Financeiro Os empreendedores têm apoio financeiro necessário para empreenderem em Portugal? Em relação em 2011 a avaliação feita a Portugal em 2012 piorou, se em 2011 o cenário em Portugal ainda não era de positiva em 2012 passou mesmo para insuficiente. O apoio financeiro ao empreendedorismo em Portugal é considerado insuficiente, apesar de este cenário não ser o melhor Portugal o da União Europeia não foge à regra e está com um 25

cenário idêntico ao do nosso país. Não só em Portugal como em toda a União Europeia as empresas e particulares tem cada vez mais dificuldade em aceder a apoio financeiro. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 33) Políticas Governamentais Neste parâmetro Portugal têm a pior avaliação de todos os nove fatores, em 2011 Portugal apesar de ter uma avaliação negativa ainda se aproximava do grupo da União Europeia em 2012 o cenário é bastante negativo nem os países das outras economias se aproximam destes resultados, o que demonstra que o Estado Português ainda tem muito trabalho para fazer e se o objetivo é que o empreendedorismo venha a crescer é preciso implementar medidas para o mesmo. Aqui importa realçar a falta de apoio às novas empresas e empresários, políticas públicas, carga burocrática e sobretudo a carga fiscal que em vez de diminuir cada vez mais aumenta e torna se um entrave a estas novas empresas de hoje (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 34) Programas Governamentais Novamente Portugal apresenta uma descida nesta avaliação apesar de não se ter distanciado face a 2011 e tem uma avaliação idêntica à União Europeia, o estudo considera que os programas governamentais não são suficientes nem insuficientes ao apoio da atividade empreendedora. Neste aspeto destaca se os parques de ciência e tecnologia e incubadoras de empresas que em Portugal se têm registado um grande crescimento destas incubadoras, no entanto estes programas são um pouco criticados face à sua eficiência em prestar assistência a quem procura. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 34) Educação e Formação A avaliação feita foi idêntica a 2011 tendo uma ligeira queda, contudo Portugal está próximo da avaliação feita à União Europeia sendo que estes ainda estão no cenário mais negativo desta avaliação. Na opinião dos especialistas os níveis básicos e secundários do país são bastante desfavoráveis face à capacidade de promover atividade empreendedora, mas face ao ensino superior é a opinião é bastante positiva principalmente na formação 26

superior de gestão e negócios. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 34 e 35) Transferência de Investigação e Desenvolvimento Neste parâmetro à semelhança da Educação e Formação em Portugal desceu ligeiramente mas consegue se manter próximo do grupo da União Europeia, mas tanto Portugal e a União Europeia encontrão se num cenário negativo. Aqui importa realçar a facilidade de acesso ás novas empresas à tecnologia e subsídios governamentais à investigação e desenvolvimento em que a opinião dos avalistas não é tão negativa do que os preços das novas tecnologias e a dificuldade das áreas cientificas e tecnológicas do país em apoiar a criação de novos negócios no ramo da tecnologia ao nível mundial. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 35) Infraestrutura comercial e financeira A opinião dos avaliadores é mais positiva do que as anteriores neste caso a opinião fica no meio-termo nem é suficiente nem insuficiente, tendo uma ligeira queda face ao ano de 2011, no entanto mantem se próximo das economias orientadas para a inovação e encontra se ao mesmo nível das economias viradas para os fatores de produção e eficiência. Na opinião dos avalistas a disponibilidade dos serviços de consultoria, contabilidade assessoria jurídica e finanças são considerados pontos fortes, mas o seu custo não é visto de maneira positiva. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 35) Abertura de mercado/ barreiras à entrada No que diz respeito à abertura de mercado / barreiras à entrada Portugal não se afastou muito da opinião retida em 2011, continuando num cenário parcialmente insatisfeito, já a União Europeia está com uma avaliação mais positiva e consegue estar numa posição nula, o aspeto menos negativo que foi detetado em Portugal foi a facilidade de entrada do mercado das novas empresas sem que estas sejam atropeladas por outras existentes e 27

grandes empresas, o aspeto mais negativo desta avaliação deve se ao custo de entrada das novas empresas. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 35 e 36) Acesso a infraestruturas físicas Portugal este aspeto consegue ter a melhor avaliação face aos restantes grupos a opinião é bastante positiva e de todas as nove condições avaliadas é a única em que Portugal consegue ter uma melhor avaliação face a União Europeia e manteve esta avaliação igual ao ano de 2011. As opiniões feitas sobre as infraestruturas serviços e utilidades foram bastantes coerentes da forma positiva que avaliaram, no revés o preço das mesmas foi um aspeto menos positivo, ao longo destas avaliações reparamos que o preço é um constante entrave ao empreendedorismo. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 36) Normas Sociais e Culturais Este foi o único aspeto em que Portugal melhorou relativamente ao ano 2011, contudo Portugal ainda apresenta uma avaliação negativa e ainda distante da União Europeia. Pela primeira vez no estudo GEM Portugal as normas sociais e culturais não são o principal entrave ao empreendedorismo, assumindo agora esse papel as políticas governamentais. Mesmo com uma avaliação melhor à de 2011, a opinião dos avalistas é que o estímulo que a cultura nacional fornece à tomada de risco ao empreendedorismo é negativa, pois a sociedade portuguesa sempre foi uma sociedade com uma cultura um pouco conservadora e com medo de arriscar, ainda hoje os portugueses têm receio em arriscar e tudo o que envolva a palavra risco os mesmos tendem em recuar, mas a nova geração não tem tanto essa mentalidade e a tendência á para haver maior tolerância ao risco. Por outro lado a criatividade e a inovação dos portugueses é visto de um modo mais positivo. (Fonte: GEM 2012 Estudo sobre o empreendedorismo, pág. 36) 28

2.5 Programas de Apoio Hoje existem variadíssimos programas de instituições locais para o apoio aos desempregados, nomeadamente programas relacionados com o empreendedorismo, se referimos capital onde existe a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que criou em 2013 um novo Banco de Inovação Social (BIS), com um total de 32 parceiros com o objetivo de apoiar 30 projetos, tendo em vista criação de novas respostas para o problema do desemprego, seja através do apoio a projetos capazes de gerar emprego ou no apoio a projetos de empreendedorismo social. Além destas instituições, o IEFP com a ajuda do MTSS (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social) criou um programa com o objetivo de apoiar projetos de criação de novas empresas que tenham como base a criação de novos empregos e que a mesmo contribuem para o crescimento e desenvolvimento da economia local.este programa tem como principais destinatários os jovens que ainda procuram o primeiro emprego, que a sua idade não exceda os 35 anos e têm que ter pelo menos o ensino secundário e que nunca tenham tido um emprego por conta própria ou de outrem. Este programa além da linha de crédito disponibilizada com garantia e bonificação de taxa de juro, ainda oferece apoio técnico no desenvolvimento do projeto e acompanhamento do mesmo. Importa também referir o programa FINICIA criado pelo IAPMEI (apoio ás pequenas e medias empresas e á inovação) que facilita o financiamento de crédito a novas empresas, este financiamento é assegurado pelo Estado, através do IAPMEI, e este partilha o risco com sociedades de capital de risco, instituições bancárias entre outas. É importante realçar os apoios disponibilizados pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, I.P. (IAPMEI) que através do programa FINICIA facilita o acesso a soluções de financiamento na criação de empresas. Segundo o IAPMEI são abarcados projetos empresariais diferenciadores, próximos do mercado ou com potencial de valorização económica. Este financiamento é garantido, pelo Estado, através do IAPMEI, que partilha o risco com as sociedades de capital de risco, instituições bancárias, sociedades de garantia mútua e Business Angels. 29

Ainda a referir o programa Nacional de microcrédito SOU MAIS que facilita no aceso ao crédito com destino a apoiar projetos com investimento e financiamento num limite máximo de 20 mil euros, um dos requisitos é ter pelo menos 18 anos e sem incidentes na banca, além destes requisitos o programa tem como destinatários pessoas com dificuldade à entrada no mercado de trabalho, e além de estes apresentarem uma ideia viável precisam de um projeto de suporte que sustente esse negócio e que tenha uma prospeção viável no futuro. Os outros destinatários são micro entidades e as cooperativas até 10 trabalhadores que apresentam ideias para a criação de novos postos de trabalho e que contribuíam para o desenvolvimento da economia local. Além destes programas apresentados ainda existem mais programas a nível nacional e não só apoiado pelo estado como outras instituições, hoje a maioria de instituições financeiras tem programas específicos envolvendo o microcrédito e parcerias com outras instituições. 3. Experiência do Estágio 3.1 Introdução No âmbito de uma oportunidade de trabalho voluntário surgiu-me a oportunidade de participar num estágio realizado durante 3 meses na Santa Casa da Misericórdia da Amadora, mais concretamente num programa relacionado com a minha área de formação, o programa estava relacionado com o tema empreendedorismo e no segmento de população mais carenciada. 3.2 Apresentação do Programa O programa chama-se micro empreendedorismo e centra-se na integração de Beneficiários de RSI em contexto de trabalho por conta de outrem, ampliando as trajetórias de autonomização face à medida, nomeadamente através da criação do próprio negócio. O diagnóstico social da população alvo e da conjuntura macroeconómica, traduzidos, há um tempo, na identificação de competências de empreendedorismo, resiliência e capacidade crítica, e a outro, nos elevados índices de desemprego e 30

fragilidade socioeconómica, consubstanciam a importância deste Programa, assente em três eixos estratégicos: Diagnóstico: identificação, através de entrevistas individuais e grupais, de beneficiários com competências de empreendedorismo e/ou com Projeto de criação do próprio negócio; Capacitação: Maximização de competências de empreendedorismo (comunicação, resiliência, gestão de tempo e tarefa, gestão financeira, capacidade crítica, diagnóstico, planeamento), através de processos formativos em ambiente de Mentorização. Implementação: A Implementação do Programa consubstanciar-se-á nas vertentes da gestão de Comunidades Autofinanciadas e na criação do próprio negócio. Tendo como principal objetivo a criação do próprio negócio através da articulação com Instituição Bancária Parceria com âmbito de negócio de Microcrédito, para avaliação. 3.3 Atividades realizadas O que me foi proposto fazer ao longo destes três meses teve principalmente como base a preparação de um programa de empreendedorismo, mas ao longo do estágio também tive atividades referentes ao marketing, como apresentação de outras programas de inserção social, criação de flyers com o mesmo fim e o respetivo plano de ação do programa do micro empreendedorismo, no entanto como o tempo do estágio foi curto, o meu contributo para este programa baseou-se no plano de ação do mesmo. 3.4 Estratégia Ao longo desta tese entrei em contacto com o responsável deste projeto com o objetivo de identificar os resultados obtidos, no entanto a resposta que me foi dada é que o projeto não chegou a arrancar devido à incapacidade de alocar Recursos Humanos face a este projeto. 31

Face aos resultados apresentados do programa anterior, o resultado tinha como expectativas que o programa fosse iniciado e os objetivos tivessem sido cumpridos, apesar de ter entrado na parte inicial do programa, este projeto estava muito bem planeado e com objetivos concretos e capazes de realizar, a única falha que este projeto apresentou foi a falta de planeamento face aos seus recursos humanos para dar continuidade ao projeto. Ao contrário de muitos programas que estas instituições tem vindo a desenvolver com base na procura de emprego, o programa de micro empreendedorismo ia muito mais além do que isso, fazia com que estas pessoas se tornam-se independentes e capazes de se governarem sozinhas, como a maior parte destes pequenos negócios se traduzia a serviços ao público (em 2011 com a ajuda deste programa foi aberta uma pequena oficina) e com isso não só gerava emprego para si como ajudava outras pessoas a conseguirem o seu emprego. Na minha opinião este programa têm limitações que fazem com que os objetivos propostos não passem de abertura de duas ou três negócios, pois este programa limita-se às pessoas que recebem RSI (Rendimento social de inserção), o que exclui muitos desempregados da zona da Amadora e não só. Os objetivos deste e de todos os programas dependem de recursos que são disponibilizados e a maior parte destas instituições depende do apoio do Estado o que se torna necessário uma maior intervenção. Como estratégia, este programa podia incluir todos os desempregados do concelho de Amadora, com esta medida haveria mais pessoas a expor a sua ideia de negócio que antes não tiveram a mesma oportunidade, e ao mesmo tempo era necessário obter mais meios principalmente mais pessoas a servir de elo de ligação entre Santa Casa e instituição financeira, pois antes de qualquer ideia ser apresentada à instituição financeira em causa é preciso um plano de negócios e ao mesmo tempo ter alguém que consiga levantar questões sobre a viabilidade do negócio, para que quando o projeto chegasse a instituição financeira não fosse apenas mais uma ideia de muitas, o que facilitaria o processo à instituição financeira que neste caso é o Millennium BCP, consequentemente surge mais um entrave ao programa pois a estratégia deste programa podia ir mais além do que uma instituição financeira. 32

Estes elos de ligação entre ambas instituições poderiam ser indivíduos em nome individual com experiência nesta área e parcerias com incubadoras que são hoje um instrumento muito importante para as pessoas com pouca experiência nesta área. A coordenação entre as Santas Casas De Misericórdia podia ser outro tema a abordar neste programa, em vez de o programa se focar apenas na região da Amadora este podia se expandir a todas as Santas Casas de Portugal Continental, relacionando uma boa gestão, boa articulação entre elas e uma rede de troca de informação, iria colocar este programa num nível superior, vejamos o exemplo de duas pessoas que tenham a mesma ideia mas que estas sejam de concelhos diferentes, este negócio sendo viável podia se juntar num só, em vez de uma só ideia ir para adiante ou ambas se tornarem concorrentes. Ao analisar este exemplo levantamos possíveis ideias de negócios que não são viáveis em determinadas regiões do país, e havendo articulação entre as Santas Casas poderia estas ideias não viáveis se tornarem ideias viáveis noutras regiões do país. Principalmente há que reter o seguinte, para este programa e as ideias apresentadas se resumam ao sucesso é indispensável os apoios para o sustento destes negócios, principalmente na fase inicial dos mesmos, sabendo que a maior parte destes negócios são serviços ao público é esperavel que sejam criados mais postos de trabalho para além da pessoa que teve a ideia, aqui a possibilidade de o Estado ajudar a incentivar e apoiar a contratação de pessoas que estejam no centro de emprego, sendo este facilitador para estas novas empresas como por exemplo a participação em parte do pagamento de ordenados ou libertando a carga fiscal às novas empresas, é preciso criar fatores impulsionadores para que estas empresas consigam ultrapassar as dificuldades iniciais, visto que a fase inicial é crucial em todos os negócios. Todas as ideias propostas que referi são de difícil implementação principalmente devido a questões monetárias e visto que o orçamento de Estado têm levado grandes cortes, nos apoios também é importante o apoio de empresários e empresas locais para que este programa tenha uma dimensão muito maior para o propósito criado. 33