Definição O termo espirometria vem do latim espirare = respirar + metrum = medida É a medida do ar que entra e sai do pulmão Exame peculiar em medicina, pois exige: compreensão e colaboração do paciente equipamentos exatos e precisos emprego de técnicas padronizadas aplicadas por pessoal especialmente treinado Importância Auxilia na prevenção e permite diagnóstico e quantificação dos distúrbios ventilatórios Mede fluxos e volumes pulmonares Fornece informações sobre a existência de transtornos obstrutivos, restritivos ou mistos Colabora nos estudos: de volumes estáticos e dinâmicos, epidemiológicos e farmacológicos, da fisiologia respiratória, entre outros. Utilização Relembrando... Como parte integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida Acompanhamento/avaliação do tratamento Controle evolutivo da doença Avaliação de riscos cirúrgicos Aplicação de testes de reversibilidade da obstrução das vias aéreas Realização de testes de boncoprovocação Volume: quantidade de ar que entra ou sai do pulmão (L) Fluxo: volume de ar movimentado pelo pulmão em determinado tempo (L/s) 1
Capacidade Vital Forçada (CVF ou FVC) volume total máximo de ar exalado com esforço máximo, após uma inspiração máxima muito dependente de esforço expressa em litros pode ser indicativo de restrição ou obstrução normal quando superior a 70-80% do predito Volume Expiratório Forçado no 1º seg. (VEF1 ou FEV1) volume de ar exalado no primeiro segundo da manobra de CVF relativamente independente de esforço expresso em litros avalia basicamente distúrbios obstrutivos considerada obstrução importante quando apresenta valores abaixo de 80% do predito Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) relação entre FEV1 e CVF normal entre 70% e 120% do predito deve ser analizado juntamente com FEV1 e CVF Pico de Fluxo Expiratório (PFE ou PFER) fluxo expiratório máximo obtido durante a expiração forçada muito dependente de esforço bem reprodutível em pacientes que cooperam expresso em litros/segundo fácil medir em domicílio normal quando superior a 80% do predito 2
Fluxo Expiratório Forçado (FEF25-75%) medida de fluxo entre 25 e 75% da CVF expresso em litros/segundo limite inferior situa-se se em 60-65% 65% do predito pode apresentar-se alterado mesmo com PFE e VEF1 normais tem grande variabilidade, podendo ser o único valor alterado em fumantes Observações A espirometria não tem valor sem a história clínica do paciente Valores preditos são calculados a partir da idade, estatura, sexo, peso e raça A espirometria não fornece valores de volume residual A espirometria deve ser feita na avaliação inicial e após o tratamento para verificação de possível obstrução residual Dados antropométricos Estatura: medida rigorosa sem sapatos em antropômetro com postura corrigida Envergadura: em pessoas com deformidade da coluna (em adultos dividir por 1,03 para homens e 1,06 para mulheres) Peso: obesidade, principalmente morbida (IMC >30) pode gerar restrição Recomendações Não utilizar BD antes (de 4 a 24 hs) Não tomar café ou chá 6hs antes Não fumar pelo menos 2hs antes Não ingerir bebidas alcoólicas 4hs antes Evitar roupas apertadas Repousar 10min antes do teste 3
Questionar Motivo da realização do teste Se sabe ser portador de doença pulmonar Fuma ou já fumou cigarros (anos-maço) Já realizou este exame antes, onde e se estava alterado Ver se teve gripes, resfriados, bronquite ou pneumonia nas ultimas 3 semanas (conveniência de realização) Técnica de realização Explicar cuidadosamente como realizar a manobra Retirar dentadura ou prótese somente se estiverem mal ajustadas Realizar sentado e com clipe nasal Peça bucal sobre a língua e entre os dentes Realizar demonstração e estimular o paciente Critério para aceitar as curvas Início: sem hesitação retroextrapolação variação do PFE Duração e término: esvaziamento completo dos pulmões expiração forçada por no mínimo 6 segundos ou até o platô Critério para aceitar as curvas Valores e Curvas ideal 3 curvas aceitáveis e 2 reprodutíveis; máximo de 8 curvas (aprendizado x cansaço) sem tosse no 1ºseg seg,, vazamento, obstrução do bucal, manobra de valsalva e ruído glótico boncoconstrição de uma curva para a seguinte, utilizar os melhores valores (melhor prova); 2 maiores valores de CVF e VEF1 devem diferir no máximo 200ml; 4
Tabelas de Referência Muitas tabelas foram obtidas antes do: Desenvolvolvimento de questionários respiratórios padronizados Estabelecimento de normas técnicas para cálculo das curvas e avaliação dos equipamentos Geralmente os valores são retirados de amostras selecionadas, podendo ter variação de até 1 litro em diferentes tabelas Deve-se preferir a utilização de padrões nacionais BIE Intensidade: 80-90% da FCmáx. Tempo: 6 a 8 min. (pista 4 a 6 min) Avaliar: pré,, e a cada 5 min. pós durante 20-30 min Positivo: queda 15% (suspeita-se se a 10%) Desvantagens/Vantagens: menos sensível que a boncoprovocação,, porém mais fácil de realizar Broncoprovocação Fornecimento de doses crescente de: metacolina,, histamina ou carbacol Positivo: queda de 20% do inicial Pode ser negativo em asma leve em períodos assintomáticos PFE seriado Fazer 3 repetições e anotar maior valor Medir 3 vezes ao dia ao acordar, no meio da tarde e ao deitar Durante 10-14 14 dias Despreza 3 primeiros (aprendizado) Verificar: média dos 3 períodos Amplitude de diagnóstico: 30 % em crianças e 20 % em adulto 5
PFE seriado Fazer 3 repetições e anotar maior valor Medir 3 vezes ao dia ao acordar, no meio da tarde e ao deitar Durante 10-14 14 dias Despreza 3 primeiros (aprendizado) Verificar: média dos 3 períodos Amplitude de diagnóstico: 30 % em crianças e 20 % em adulto 6