3 RECURSO DIGITAL SOBRE SOLUBILIDADE PRODUZIDO NO CONTEXTO DESTE TRABALHO O principal objectivo deste trabalho centra-se na produção de um recurso digital relacionado com a solubilidade e avaliar a sua utilidade no processo de ensino deste conceito, para alunos da disciplina de Ciências Físicas e Química do 3º ciclo do Ensino Básico. Por um lado, para proporcionar experiências de aprendizagem atraentes que contribuam para que ocorra uma melhor eficácia e uma participação mais activa dos alunos na aprendizagem e, por outro lado, para procurar colmatar algumas dificuldades que os alunos apresentam em relação a este tema. Para esse efeito, desenvolvemos uma página intitulada Solubilidade, que se encontra disponível em http://nautilus.fis.uc.pt/bl/conteudos/42/pags/videosdivulgcientifica/solubilidade.html e em CD, associado a este trabalho. Esta página é um caso particular do projecto Mocho Banda Larga, na sua secção 4.2 Divulgação Cientifica (Figura 3-1). Este projecto de recursos em banda larga, financiado pelo projecto POS - CONHECIMENTO da Comunidade Europeia, é um dos vectores do portal Mocho, portal de ensino das ciências e de cultura científica (Figura 3-2). Figura 3-1 Imagem da secção 4.2 Divulgação Científica do Portal Mocho 67
Figura 3-2 Imagem do Portal Mocho A página inicial deste recurso possui um pequeno texto sobre solubilidade que foca os termos: solução; soluto; solvente; solubilidade; sais solúveis, pouco solúveis ou insolúveis (Figura 3-3). Figura 3-3 Página inicial 68
De modo a proporcionar uma melhor compreensão dos conceitos acima referidos, apresentamos treze vídeos laboratoriais referentes ao processo de dissolução de substâncias iónicas e moleculares em solventes como a água, etanol e tetracloreto de carbono. Cada um dos vídeos é acompanhado por uma explicação áudio do procedimento e de alguns aspectos importantes relacionados com o processo de dissolução visualizado. Alguns desses aspectos figuram, também, num texto colocado ao lado do vídeo, juntamente com a equação química do respectivo processo. Para visualizar cada um dos processos de dissolução apresentados, clicamos em cima do respectivo vídeo. Por exemplo, se pretendermos visualizar o processo da Dissolução do sulfato de cobre (II) na água, clicamos no vídeo 2 (Figura 3-4). É possível ver os filmes em resoluções diferentes: de 432 Kbps (por defeito), 256 Kbps, 128 Kbps e 56 Kbps. Isto é importante pois haverá alunos e professores sem banda larga. Para escolhermos a qualidade de imagem clicamos nos separadores que se encontram por cima dela:,,,. Figura 3-4 Imagem do processo de dissolução do sulfato de cobre (II) Durante a visualização do vídeo, é possível fazer uma pausa, avançar a imagem, retroceder ou iniciar novamente, usando a barra de ferramentas que se encontra por 69
baixo da imagem. Para fazer uma pausa clicamos no botão ; para continuar a ver o filme clicamos no botão reproduzir (play) e para retroceder (rewind) no botão ; para avançar (foward) clicamos no botão. Se pretendermos reiniciar o filme usamos o botão. Também podemos fazer avançar ou retroceder o filme movendo o cursor na barra que se encontra por baixo da imagem -. As imagens têm acompanhamento áudio que pode ser seleccionado clicando no botão. O volume pode ser regulado usando o cursor do volume. Neste recurso, pretendemos demonstrar o efeito das acções mecânicas (agitação e temperatura) no processo de dissolução. Um dos vídeos que salienta o efeito da temperatura no processo de dissolução (na maior parte dos casos, processos endotérmicos) é o referente ao processo de dissolução do alúmen de crómio na água (Figura 3-5). Figura 3-5 Imagem do vídeo do processo de dissolução do alúmen de crómio na água Muitas vezes, os alunos têm a ideia errada de que a água dissolve todas as substâncias. Para demonstrar que esta ideia não é correcta, apresentamos os vídeos dos processos de dissolução do iodo e do ácido N-fenilantranilico na água. Apesar destes dois solutos serem praticamente insolúveis na água, mesmo quando aquecidos, dissolvem-se facilmente em etanol. 70
Figura 3-6 Imagem do vídeo do processo de dissolução do iodo na água Para além de terem a ideia de que a água dissolve todas as substâncias, muitas vezes os alunos também consideram que a água não reage com as substâncias que lhe são adicionadas. Mais uma vez, tivemos o cuidado de incluir neste recurso um vídeo que pretende colocar os alunos numa situação de confronto entre as suas ideias preconcebidas e as suas observações. Neste sentido, colocou-se um vídeo de um processo no qual ocorre uma reacção química: adição do iodeto de estanho à água (Figura 3-7). De forma a evitar que os alunos fiquem com a ideia de que não é possível dissolver o iodeto de estanho ou que este reage com qualquer solvente, incluímos no recurso um vídeo do processo de dissolução do iodeto de estanho no tetracloreto de carbono, onde este soluto é bastante solúvel (Figura 3-8). O tetracloreto de carbono é um solvente que requer cuidados especiais. Por este motivo, no início do vídeo da dissolução do iodeto de estanho neste solvente incluímos uma nota informativa para os cuidados especiais a ter em consideração quando se utiliza este solvente (Figura 3-9). A utilização do tetracloreto de carbono no ensino básico coloca em evidencia a vantagem do uso destes vídeos, já que requerem cuidados especiais de manipulação com alunos muito novos. 71
Figura 3-7 Imagem do vídeo da reacção do iodeto de estanho ao ser adicionada à água Figura 3-8 Imagem do processo de dissolução do iodeto de estanho em tetracloreto de carbono 72
Figura 3-9 Imagem do início do vídeo do processo de dissolução do iodeto de estanho em tetracloreto de carbono Para visualizar os vídeos disponíveis no recurso digital, é necessário possuir o programa Flash Player versões 8 e/ou 9, cujo download pode ser realizado gratuitamente clicando no botão, existente no canto inferior esquerdo da página. A página possui, ainda, uma hiperligação a outros recursos disponíveis, onde se pode encontrar um roteiro de exploração que poderá ser utilizado pelo aluno (Anexo 1) em casa, na escola, individualmente ou em grupos. Existe, também, uma série de links úteis sobre o tema, que podem ser explorados pelos alunos, ou pelo professor na sala de aula. No Anexo 2 são apresentadas imagens de todos os vídeos realizados e os textos que lhe estão associados. Convém salientar que os vídeos apresentados não pretendem substituir as actividades laboratoriais. Deverão ser usados como reforço pedagógico, antes e/ou depois de actividades de laboratório. Enquanto professores de Ciências Físicas e Químicas, consideramos de extrema importância a implementação de actividades de trabalho experimental e as suas implicações no ensino das ciências, como dinamizador, rentabilizador e (re)construtor do conhecimento científico. A ciência tem uma estrutura dinâmica e não estática, em permanente evolução. O trabalho experimental acompanhou e acompanhará essa evolução. 73