A ATUAL PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E COMO OS PECUÁRISTAS FARÃO PARA SE MANTEREM NO MERCADO COM A CARACTERIZAÇÃO DE FAZENDA EM EMPRESA

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A ATUAL PECUÁRIA DE CORTE BRASILEIRA E COMO OS PECUÁRISTAS FARÃO PARA SE MANTEREM NO MERCADO COM A CARACTERIZAÇÃO DE FAZENDA EM EMPRESA Wanderley Baldini e-mail: adm_wanderley@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho apresenta elementos de gestão administrativa e em especifico o planejamento estratégico para o processo de transição da antiga forma de gestão da pecuária de corte para o atual conceito chamado de agronegócio, demonstrando algumas ferramentas administrativas e novas tecnologias da pecuária de corte, alguns modelos de trabalho que podem ser usado pelos pecuaristas para aperfeiçoarem sua produção, tendo total controle sobre seu negocio e obterem lucros reais, demonstrando aos pecuaristas as vantagens de se tornarem empresários rurais aderindo ao agronegócio. Palavra chave: Pecuária de Corte Brasileira. Gestão empresarial. Planejamento Estratégico. 1. Introdução Nos últimos anos o Brasil vem sendo reconhecido pelo mundo como o grande seleiro da economia mundial, por vários motivos como, extensão territorial, terras produtivas, grande quantidade de água potável, clima favorável ao agronegócio, seja qualquer que for o segmento de produção. No caso da pecuária bovina de corte, o Brasil saltou nos últimos anos da quinta posição para o primeiro lugar em volume exportação de carne sendo um avanço de grande importância mais que ainda não é o suficiente para as necessidades do segmento, pois o Brasil ainda esta produzindo carnes de baixa qualidade, sem eficiência, com uma baixa taxa de retorno ao pecuarista, e usando grandes extensões de terras produtivas, para uma baixa produção de seu rebanho. É fato que o Brasil avançou muito em termos de melhoramento genético nos últimos anos, e opções aos pecuaristas não faltam, hoje já existem raças para a necessidade de cada pecuarista brasileiro, mais o que ainda falta são instrumentos de gestão que possam melhorar os resultados das propriedades, e um desses instrumentos é o planejamento estratégico, que visa definir metas a serem cumpridas otimizando os recursos existentes, para que os pecuaristas possam geri-la de forma a aumentar seu lucro, controlar os custos de produção, estimar suas receitas, e qualificar a mão-de-obra. A pecuária brasileira possui condições para se tornar mais produtiva adotando-se uma gestão profissional das fazendas, que em conjunto com os incentivos do governo de liberação de linhas de créditos para melhoria dos rebanhos, das fazendas, e promoção de cursos de capacitação aos pequenos pecuaristas para que os mesmos possam conhecer as ferramentas de gestão rural e utilizá-las, tornando-se profissionais conscientes dos resultados que precisam ser alcançados, para obterem maior lucro e ganhar market share.

Porem a evolução da pecuária de corte passa pela quebra de paradigmas dos antigos fazendeiros que criavam o gado como seus antepassados, desprezando as novas técnicas e raças melhoradas geneticamente para a criação e engorda do rebanho. E isso gera prejuízos para os pecuaristas, pois aumenta o tempo de engorda do rebanho em até 2,5 vezes em comparação com a criação de gado no sistema de cruzamento industrial. Mas felizmente existem aqueles empresários rurais que sempre saltam na frente e utilizam os melhores e mais avançados métodos de produção existentes na atualidade, esses sim sabem o custo de produção de seu rebanho na ponta da língua, sabem seu lucro com exatidão, e esses serão os pilares para o desenvolvimento da pecuária moderna do país. Tem-se muito essa comparação, entre empresário rural e do fazendeiro, buscando demonstrar para os fazendeiros, as vantagens de se tornarem empresários rurais, utilizando ferramentas administrativas e as melhores tecnologias oferecidas pelo mercado, para agregar valor ao produto, aumentando a eficiência produtiva do rebanho e por conseqüência o lucro liquido do empresário rural. No mundo atual com a globalização e o advento da terceira grande onda, onde a tecnologia é primordial para o desenvolvimento e sustentação das empresas, pode-se pensar que a agricultura, mais especificamente a pecuária bovina de corte, não seria mais um segmento viável! Porque a agricultura e a pecuária são segmentos da primeira grande onda, mas que por principalmente por dois motivos que foram cruciais para que a agricultura e a pecuária não perdessem sua viabilidade que foram o acompanhamento das mudanças tecnológicas e o fato do Brasil se tornar o celeiro mundial de alimentos, fizeram com que esses segmentos mudassem seu nome e tornarem-se agronegócio, mudando também sua forma de trabalhar tornando-se profissional. Com a chegada do agronegócio, os pecuaristas estão sendo forçados a mudarem suas estratégias, traçando novos objetivos e começarem a administrar seus negocio como os grandes empresários urbanos administram suas empresas, utilizando ferramentas administrativas e aproveitando todo o know how que as empresas construíram com o passar dos anos e adaptando-os as suas necessidades, além de aderirem novas tecnologias de produção de gado corte, trabalhando com alta tecnologia, onde nem se imaginavam que pudéssemos chegar, quando surgiu a primeira grande onda. O que torna essa tarefa muito complexa é a dificuldade de se quebrar paradigmas de alguns pecuaristas tradicionais, que seguem aquele velho jargão que diz: Meu avô produziu assim, meu pai produziu assim, eu produzo assim e sempre deu certo. Então para que mudar meu sistema de produção?. Essa é a etapa mais complexa desse processo de transição de fazenda para agronegócio, quebrado esse paradigma a tarefa se torna mais fácil, pois basta apenas adaptar a propriedade e o modo de gestão de acordo com as ferramentas administrativas que conhecemos. A pecuária bovina de corte brasileira é o segmento de produção de gado que visa abastecer o mercado interno e externo de carne bovina, e existem dois tipos de sistema de produção que são a pecuária intensiva e extensiva. Na pecuária intensiva visa-se produzir a maior quantidade possível de animais por hectare e esse sistema se subdivide em mais dois sistemas que são a pecuária intensiva a pasto e o sistema de confinamento. No sistema de pecuária intensiva a pasto, como o nome diz o gado é criado em pastos, mas em pastos de qualidade, cultivados como outra cultura qualquer, muitas vezes com sistema de irrigação, piquetes, e rotação de pastagens, garantindo o ano todo alimentos de qualidade e em quantidade suficiente às necessidades alimentares dos bovinos e no sistema de confinamento o gado recebe alimentação controlada no cocho, onde existe uma pequena área para circulação dos animais e uma grande área é destinada para o cultivo de plantas que servirão de alimentos para esses animais. Na pecuária extensiva o gado é solto em pastagens nativas e não

cultivadas necessitando de uma grande área territorial para uma pequena quantidade de animais. Algumas tecnologias disponíveis para a pecuária de corte Inseminação artificial; Cruzamento industrial; Transferência de embriões; Gado melhorado geneticamente; Fertilização in vitro, etc. Cultivo de pastagens; Confinamento bovino; E um dos principais órgãos brasileiros de pesquisa a Embrapa Gado de Corte (Empresa Brasileira de Pecuária e Agricultura), que é grande responsável pelo desenvolvimento das atividades rurais, sendo referencia como empresa de pesquisa no mundo. Figura 1 Logomarca da Embrapa Fonte: Embrapa Apesar das tecnologias existentes serem comprovadas através de testes de campo, existe uma grande resistência por parte dos pecuaristas em utilizá-las, como foi dito anteriormente a Embrapa gado de corte se tornou referencia no mundo em empresa de tecnologia agrícola, mesmo assim sendo reconhecida mundialmente há dificuldades de aceitação de suas pesquisas tecnológicas por grande parte dos pecuaristas e ainda existem muitos pecuaristas que não conhecem a Embrapa, ao invés de se tornarem parceiros dela estando muito próximos e trocando informações importantes. Mas para que haja a caracterização de fazenda em empresa, não basta apenas tecnologia é necessário haja interesse do pecuarista em se tornar empresário rural, sendo um elemento crítico dentro desse processo de mudança organizacional, pois será necessária a implantação de um grande processo de reestruturação do modo gerencial da propriedade, mudando radicalmente o modo de agir e pensar do pecuarista, tornando sua propriedade produtiva e assim atingindo um lucro liquido real. Portanto como os pecuaristas farão para se manterem no mercado com a caracterização de fazenda em empresa? 2. Referencial Teórico 2.1 Conceito de agronegócios Soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agropecuários e itens produzidos a partir deles. (L. H. Oliveira 2009) Agronegócio é toda relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva agrícola ou pecuária. No Brasil, o termo agropecuário é usado para definir o uso econômico do solo para o cultivo da terra, associado com a criação de animais. Agronegócio (também chamado de agribusiness) é o conjunto de negócios relacionados à agricultura dentro do ponto de vista econômico.

Costuma-se dividir o estudo do agronegócio em três partes. A primeira parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos (ou de "dentro da porteira") que representam os produtores rurais, sejam eles pequenos médios ou grandes produtores, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas). Na segunda parte, os negócios à montante (ou "da pré-porteira") aos da agropecuária, representados pelas indústrias e comércios que fornecem insumos para a produção rural. Por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, etc. E, na terceira parte, estão os negócios à jusante dos negócios agropecuários, ou de "pós-porteira", onde estão a compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários, até chegar ao consumidor final. Enquadram-se nesta definição os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados e distribuidores de alimentos. (Wikipédia, a enciclopédia livre s.d.) 2.2 Pecuária de corte Pecuária é a arte ou o conjunto de processos técnicos usados na domesticação e criação de animais com objetivos econômicos, feita no campo. Assim, a pecuária é uma parte específica da agricultura. Pecuária de corte é um dos ramos de atividade que exerce o pecuarista, ou o criador de rebanho. Existem tipos diferentes de pecuária de corte, variando de acordo com o tipo de rebanho a ser abatido como bovinos, caprinos e ovinos: O abate de novilho ou garrote exige um rebanho mais aprimorado e maior tecnologia é chamada de corte novo ou abate de novilhos. De gado velho, o corte é denominado de abate velho ou gado de montaria. Não confundir com montaria de cavalgar (andar a cavalo). De gado confinado ou gado preso, esse tipo de abate é usado para engorda do gado e posterior abate, quando se precisa de carne mais nobre e em maior quantidade. Seletivo, esse tipo de abate não é muito comum, pois se usa costumeiramente, abater o animal doente e posteriormente incinerar sua carcaça. Esse tipo de abate, normalmente é realizado sob a supervisão da autoridade sanitária, pois normalmente abatam-se os animais doentes e os que tiveram contato diretos, como medida de prevenção e erradicação da doença. (Wikipédia, a enciclopédia livre s.d.) 2.4 Conceito de Cruzamento Industrial Na ultima década o cruzamento industrial de bovinos tornou-se uma importante ferramenta estratégica para programar a produção de carne nos diferentes sistemas produtivos no Brasil. Isto em parte ocorreu em função, principalmente ao aumento da prática de inseminação artificial, e conseqüentemente pela possibilidade e acessibilidade a sêmen de touros de uma ampla variedade de raças. A combinação ou o acasalamento de dois ou mais raças adaptadas para corte de diferentes tipos biológicos, que tem por objetivo melhorar eficiência na produção de carne, deve ser entendido como cruzamento industrial. O benefício gerado pela utilização do cruzamento industrial é poder explorar os efeitos da heterose ou vigor híbrido, que podem estar relacionados não só no aspecto produtivo (ganho de peso, peso de carcaça, fertilidade, precocidade, etc.), mas também no aspecto qualitativo da carcaça (como melhor acabamento, marmorização, e maciez). O cruzamento permite de forma mais rápida a obtenção de características desejáveis (carcaça, precocidade, etc.) em relação à seleção nas raças puras, efeito este também podendo ser chamado de complementaridade. Neste ponto deve ser

esclarecido e enfatizado que o cruzamento de Zebuínos com raças adaptadas para leite, não são e, portanto não devem ser chamados de cruzamento industrial, por razões óbvias. (Bacci s.d.) 2.4 Conceito de Estratégia A palavra estratégia tem origem grega, e era utilizada para designar a função do chefe do exército. Durante muito tempo os militares utilizaram-na para designar o caminho a ser seguido na guerra visando sempre à vitória. Sendo assim, a elaboração de planos de guerra passou a ser denominado estratégia. Com o decorrer dos anos, a palavra estratégia passou a ser mais usada no cotidiano. Na Administração é utilizada para designar o caminho que a empresa irá seguir, no futuro, para atingir os seus objetivos. A palavra estratégia foi agregada a planejamento, que, genericamente pode ser definido como o estudo de medidas que serão utilizadas pela empresa no futuro. (MOTTA, 1991; ALMEIDA; TEIXEIRA; MARTINELLI 1993). Estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa industria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento. (Porter 2001) A Administração Estratégica é, atualmente, uma das disciplinas do campo da Administração de maior destaque e relevância, pela produção científica e também pelo número de consultorias organizacionais. Qualquer organização, conscientemente ou não, adota uma estratégia, considerando-se que a não adoção deliberada de estratégia por uma organização pode ser entendida como uma estratégia. Além disso, a importância maior da AE está no fato de se constituir em um conjunto de ações administrativas que possibilitam aos gestores de uma organização mantê-la integrada ao seu ambiente e no curso correto de desenvolvimento, assegurando-lhe atingir seus objetivos e sua missão. A estratégia, nesse contexto, assim como a organização e o seu ambiente, não é algo estático, acabado; ao contrário, está em contínua mudança, desempenhando a função crucial de integrar estratégia, organização e ambiente em um todo coeso, rentável e sinérgico para os agentes que estão diretamente envolvidos ou indiretamente influenciados. 2.5 Conceito de Planejamento Estratégico Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada. O planejamento estratégico é normalmente de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto a seleção de cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta às condições externas e internas a empresa como sua evolução esperada. (D. d. Oliveira 2004) 3.0 Procedimentos metodológicos O Desenvolvimento desse artigo deu-se através de um projeto de monografia em fase de construção com aproveitamento de alguns dados obtidos dela com ênfase na pecuária de corte brasileira, e também através sites como a Embrapa e a ESALQ/USP e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, onde foram coletados dados técnicos e econômicos do segmento de pecuária bovina de corte brasileira, utilizando métodos comparativos de pesquisa.

4. Resultado e discussão O resultado esperando desse artigo vai de encontro ao objetivo tratado no inicio do trabalho, pois se espera alertar os pecuaristas a se profissionalizarem, gerindo suas propriedades como grandes empresas são geridas, tornando-as rentáveis com a obtenção de um lucro liquido real e não o um lucro imaginário, como alguns pecuaristas fazem os cálculos de modo macro deixando muito custos de lado pensando serem custos insignificantes e que em sua somatória fazem diferencia. A quebra de paradigmas também é um resultado a ser alcançado, pois por mais que possa parecer algo simples é algo muito complexo de se conseguir alcançar dentro das percepções de outras pessoas, porque o nível de cultura varia de pessoa para pessoa, e geralmente as pessoas ligadas à agricultura e pecuária em geral são pessoas que não buscaram ou não tiveram oportunidade de adquirir conhecimentos extras ao seu segmento produtivo, portanto deve-se tratar esse contexto de forma simples, objetiva, mas completa e concreta, de forma que se possam atingir todos interessados no assunto. O gráfico abaixo mostra importância da pecuária em minas gerais dentro de vários setores de produção superando a agricultura ficando atrás apenas do setor de insumos, pois a pecuária não exige tantos insumos como a agricultura. Figura 2 Taxas de crescimento acumuladas de janeiro a dezembro de 2008 (%) Fonte: CEPEA-USP / FAEMG / SEAPA

Tabela 1 Participação do PIB do agronegócio de MG no agronegócio nacional (%) Fonte: CEPEA-USP / FAEMG /SEAPA Participações com base os PIBs até dezembro de 2008. A tabela acima mostra a participação do PIB no agronegócio de Minas Gerais no agronegócio nacional em (%), dividido entre antes da porteira (insumos), dentro da porteira (básico), e depois da porteira (indústria e distribuição). Sendo que em 2008 somente a pecuária mineira responde por 20,81% do PIB do agronegócio nacional, demonstrando sua força dentro do cenário nacional, e sua importância para o PIB do agronegócio nacional. 5. Conclusão Uma das principais formas de se manterem no mercado é a profissionalização de sua fazenda, pois através da profissionalização será possível que o pecuarista tenha um controle total de sua propriedade, seja em custos, planejamento, aumento da eficiência produtiva, facilitando o planejamento a longo prazo e melhorando os processos decisórios, sendo possível diversificar os investimentos, diversificar a produção e os métodos de produção como, investir em confinamento, cruzamentos industriais, gado de elite, produção de touros, matrizes, animais para cria, recria, e engorda, sendo que a diversificação dos investimentos da empresa será de acordo com o planejamento estratégico adotado, de acordo com a tendência do mercado etc. Investimentos em marketing, como hoje em dia existem vários canais de comunicação rural, pois o agronegócio está em alta no mercado e o marketing é peça chave dentro dessa nova visão do agronegócio, pois é necessário o pecuarista mostrar seu produto (boi), seja qualquer que seja a linha de produção adotada pelo pecuarista, como gado de corte, de elite, touros matrizes, etc., demonstrando seu produto para o mercado, tendo seu produto reconhecido e agregando valor a ele, induzindo outros produtores a comprarem seus produtos obtendo com isso uma demanda maior, e assim trabalhando com a lei da oferta x demanda, conhecida e utilizada por muitos administradores e empresas.

Investimento em conhecimento, investindo em conhecimento o pecuarista fará sua reciclagem em seus métodos de gestão, conhecendo novas ferramentas que possam ajudá-lo no seu dia-a-dia na propriedade, enxergando novas oportunidades de mercado e de investimentos. Investimento na capacitação de seus funcionários tornando-os capazes de executarem com astucia suas tarefas rotineiras otimizando o processo de manejo do rebanho. Outra peça importante é a contratação de profissionais formados em administração, com vocação rural e de preferência com especialização em gestão rural, o que irá tornar muito rentável a propriedade, oferecendo um retorno grande do capital investindo, pois um profissional formado em administração conhece ferramentas administrativas, que serão utilizadas na gestão profissional da propriedade. 6. Referências Bacci, Rodolfo Almeida. Cruzamento Industrial na Pecuária de Corte Brasileira. Embrapa Gado de Corte. Análise da cadeia produtiva de peles e couros no Brasil. 2006. www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/cot/cot68.html (acesso em 06 de janeiro de 2009).. Boas práticas agropecuárias para bovinos de corte. 2006. www.cnpgc.embrapa.br/produtoseservicos/bpa/cartilhas.html (acesso em 06 de Janeiro de 2009).. Boi orgânico, boi verde e convencional podem ir mais longe, caminhando na mesma direção. 2000. http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/adm021.pdf (acesso em 07 de janeiro de 2009).. Calculo de misturas minerais para bovinos. 2006. www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc109 (acesso em 06 de janeiro de 2009).. Carne bovina alimento nobre indispensável. 2000. http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/gcd41.html (acesso em 06 de janeiro de 2009).. Crescimento compensatório em bovinos. 2006. http://www.cnpgc.embrapa.br/~sergio/cresccomp (acesso em 06 de janeiro de 2009).. Cruzamento e produção de carne. 2006. www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/gcd03.html (acesso em 06 de janeiro de 2009).

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