ACESSÓRIO PARA POSICIONAMENTO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL DURANTE A REALIZAÇÃO DE EXAME RADIOGRÁFICO DE TÓRAX Leandro de França Antunes Tháina Schlickmann Rosângela Jakubiak Elenise Silveira Nunes
INTRODUÇÃO As radiografias de tórax são os procedimentos mais executados entre todas as modalidades de exames radiológicos. Devido ao fácil acesso, baixo custo e de grande auxílio no diagnóstico clínico de diversas patologias e afecções. Entretanto, apesar de ser considerado um dos exames mais simples de ser realizado, é o que gera o maior número de repetições se não for executado com a técnica de exposição e posicionamento adequados, resultando no aumento da dose de radiação no paciente.
A projeção PA é indicada para os diagnósticos de pneumonia e patologias das vias aéreas superiores e inferiores (VAS-VAI), que acometem os pacientes com paralisia cerebral(pc).
Desta forma este trabalho apresenta a metodologia utilizada para determinar as medidas antropométricas adequadas para o desenvolvimento de um acessório para o suporte e posicionamento de crianças portadoras de Paralisia Cerebral (PC) durante a realização de exame radiográfico de tórax pósteroanterior PA.
OBJETIVO O desenvolvimento do acessório Menos traumático conforto A redução da exposição a radiação ionizante Criança, cuidador, técnicos.
Na radiografia de tórax em PA toda a caixa torácica situada acima do diafragma deve ser reproduzida.
Ela deve ser realizada com o paciente em pé, com a parte anterior do tórax encostada ao filme.
CRITÉRIOS DE BOA IMAGEM Diferenças físicas Tamanho do corpo Idade Composição corporal
Diferenças funcionais Frequência cardíaca Frequência respiratória Dificuldade de permanecer imóvel Aumento de gases intestinais.
No caso de pacientes portadores de Paralisia Cerebral, o alcance dos requisitos recomendados para uma boa qualidade de imagem torna-se ainda mais difícil devido às limitações apresentadas por esses pacientes.
ORTOSTASE ESCOLIOSE E CIFOSE O acessório serádesenvolvidoa fimde minimizar os efeitos dessas limitações na qualidade da imagem.
Acessório utilizado atualmente:
ERGONOMIA E ATROPOMETRIA No desenvolvimento de novos produtos as medidas antropométricas do público-alvo é fator relevante para uma boa adaptação ergonômica do produto ao seu usuário
Assim, tem-se como ramo da ergonomia física a antropometria, que objetiva a medição dos segmentos corporais de uma determinada população, como ferramenta para o desenvolvimento de produtos adaptados ao ser humano, melhorando seu desempenho na atividade de trabalho
Ao se realizar o perfil de uma população, é necessário levar em consideração diferentes fatores tais como: dimensões corporais, massa corporal, gênero, idade, condição física dos indivíduos, alimentação, etnia e cultura.
Foram realizadas 7 medições, sendo elas 4 de segmento corporal e 3 de perimetria, importantes para a determinação das medidas a serem aplicadas no desenvolvimento do acessório para suporte e posicionamento das crianças durante a realização do exame radiográfico.
As medidas de segmento corporal a) altura sentado b) altura dos ombros na posição sentado c) nádega-sulco poplíteo d) altura poplítea
Dados Experimentais Literatura 4 anos Altura Poplítea 20,23±2,32 25,94±2,08 Altura Ombro (sentado) 28,27±2,11 36,12±0,15 Altura Sentado 47±5,67 59,38±1,24 Nádega Sulco Poplíteo 24,06±2,22 5 anos Altura Poplítea 21,725±2,38 28,14±2,38 Altura Ombro (sentado) 31,95±5,12 37,87±0,59 Altura Sentado 50,5±8,53 62,1±1,41 Nádega Sulco Poplíteo 26,9±3,77
6 anos Altura Poplítea 23,675±2,31 30,38±2,24 Altura Ombro (sentado) 29,6±1,56 39,42±1,14 Altura Sentado 47,8±1,89 64,72±1,55 Nádega Sulco Poplíteo 26,92±4,10 32,25±0,49 7 anos Altura Poplítea 27,2±2,43 32,26±2,4 Altura Ombro (sentado) 35,3±4,11 41,15±1,39 Altura Sentado 58,63±5,22 67,18±1,55 Nádega Sulco Poplíteo 30,73±1,88 34,2±0,56
8 anos Altura Poplítea 26,37±2,20 33,98±2,53 Altura Ombro (sentado) 37,22±3,21 42,8±1,38 Altura Sentado 56,35±1,33 69,3±1,56 Nádega Sulco Poplíteo 30,42±4,38 36,2±0,56 9 anos Altura Poplítea 27±3,32 35,6±3,01 Altura Ombro (sentado) 37,25±1,34 44,52±1,26 Altura Sentado 57,76±0,64 71,3±1,82 Nádega Sulco Poplíteo 29,66±5,90 38,55±0,49
Observa-se que há diferenças entre as medidas das crianças com e sem PC e principalmente em algumas medidas, como a altura poplítea e a altura sentada que são as mais evidentes.
Entre as crianças com a idade de 6 anos, a medida altura sentado é a que mais teve diferenças em relação ao percentil 50 das criançascomesempc(35%).
A medida antropométrica com menor diferença entre os percentis 50 é a nádegapoplítea, tendo 11,29% de diferença entre elas.
As medidas de perimetria: p1) Cabeça p2) Linha umbilical p3) Punho
Dados Experimentais Literatura 4 anos Cabeça 43,6±3,62 50,86±0,59 Linha Umbilical 54,4±5,67 50,47±1,79 Punho 11,7±1,53 11,71±0,18 5 anos Cabeça 44,4±3,95 51,63±0,60 Linha Umbilical 59,775±5,85 51,81±0,79 Punho 11,65±1,54 12±0,17 6 anos Cabeça 46,65±5,86 51,97±0,66 Linha Umbilical 62,6±6,87 52,23±0,59 Punho 11,275±0,68 12,19±0,10
7 anos Cabeça 42,96±2,02 52,14±0,42 Linha Umbilical 65,56±5,88 54,11±0,70 Punho 12,8±1 12,60±0,18 8 anos Cabeça 45,9±3,66 52,63±0,47 Linha Umbilical 67,3±5,23 55,80±0,43 Punho 13,25±1,81 12,91±0,13 9 anos Cabeça 45,8±5,67 52,986±0,63 Linha Umbilical 67,26±14,51 57,80±0,78 Punho 12,96±1,35 13,25±0,05
As medidas de perimetria tiveram menor amplitude, tendo a menor diferença entre as medidas a linha umbilical com 8,25% maior em relação a crianças com PC e a maior com 12,14%,ambascom7anosdeidade.
Fica evidente a diferença das medidas em crianças com e sem PC e principalmente quanto maior for à idade da Criança, pois durante a infância ela recebe diversos estímulos como os visuais, cognitivos, sonoros e motores, além dos estímulos proprioceptivos facilitadores das respostas motores e essa se torna uma fase muito importante para o desenvolvimento
Os materiais que serão utilizados no desenvolvimento do suporte passarão por testes quanto ao peso, conforto, estabilidade, resistência, radiotransparência e segurança.
Esses testes possibilitarão a escolha dos melhores materiais para o desenvolvimento do suporte de modo a garantir sua utilização eficaz e, dessa forma, diminuir as dificuldades encontradas na realização da radiografia de tórax (projeção PA) em pacientes pediátricos portadores de Paralisia Cerebral.