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Fls. 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta Interna nº 12 - Data 29 de junho de 2012 Origem SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 4ª REGIÃO FISCAL, DIVISÃO DE TRIBUTAÇÃO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA Ementa: REGIME DE COMPETÊNCIA. ALUGUÉIS RECEBIDOS ANTECIPADAMENTE. SECURITIZAÇÃO. Os recursos recebidos antecipadamente, pelo locador, em razão da securitização de créditos imobiliários, têm seu reconhecimento apropriado à medida do transcurso do prazo de locação. Dispositivos Legais: Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, arts. 177 e 187; Decreto-Lei n 1.598, de 26 de dezembro de 1977, arts. 7 e 67; Lei n 9.514, de 20 de novembro de 1997, arts. 3, 6 e 8 ; e Lei n 10. 406, de 10 de janeiro de 2002, art. 286. Relatório (Processo nº 10480.720289/2012-27) A Divisão de Tributação da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 4ª Região Fiscal (Disit/SRRF04) submete a esta Coordenação a Consulta Interna nº 1, de 10 de janeiro de 2012, que tem por objeto o esclarecimento sobre o regime de reconhecimento de receita (caixa ou competência) aplicável à cessão de créditos imobiliários na hipótese a seguir detalhada. 2. Questiona a Consulente se, em face do regime de competência, o reconhecimento pelo cedente da receita proveniente da cessão de crédito de aluguel deve ocorrer quando da cessão, pelo valor integral, ou à medida do recebimento mensal das parcelas de aluguéis. 2.1. A Consulente informa tratarem-se o cedente de locador em contrato de locação do tipo BTS (construção sob medida ou sob demanda), garantido o retorno do investimento e a remuneração do imóvel por meio de pagamento de aluguel pelo locatário, e a cessionária de 1

Fls. 2 sociedade securitizadora, a qual emite títulos no mercado para proporcionar a antecipação dos pagamentos dos aluguéis ao locador, descontados os custos administrativos e financeiros. 3. A Consulente submeteu a questão ao Parecer da Divisão de Tributação da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 5ª Região Fiscal (Disit/SRRF05) em atendimento ao disposto na Ordem de Serviço COSIT nº 1, de 5 de setembro de 2011, e na Ordem de Serviço COSIT nº 2, de 1 de dezembro de 2011. Fundamentos 4. A securitização de recebíveis consiste na operação de transferência de créditos futuros a uma Sociedade de Propósito Específico (Securitizadora), a qual emitirá títulos e valores mobiliários, em geral, no mercado de capitais, antecipando recursos ao cedente. Segundo Fernando Schwartz Gaggini, in Securitização de Recebíveis, Ed.Leud, 2003, p.23: Portanto, numa visão geral, o termo security significa valor mobiliário. Por sua vez, o termo securitização é decorrente da palavra inglesa securities, no sentido de que esta operação tem por objetivo transformar recebíveis em valores mobiliários, em securities, e, assim, em função de um aportuguesamento da palavra, a operação de conversão de recebíveis em lastro para a emissão de valores mobiliários ficou conhecida no Brasil como operação de securitização de recebíveis. 4.1. A Lei n 9.514, de 20 de novembro de 1997, disciplinou a securitização de créditos imobiliários nos seguintes termos: Art. 3º As companhias securitizadoras de créditos imobiliários, instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações, terão por finalidade a aquisição e securitização desses créditos e a emissão e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários, podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com as suas atividades. (...) Art. 6º O Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI é título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de pagamento em dinheiro. (...) Art. 8º A securitização de créditos imobiliários é a operação pela qual tais créditos são expressamente vinculados à emissão de uma série de títulos de crédito, mediante Termo de Securitização de Créditos, lavrado por uma companhia securitizadora, do qual constarão os seguintes elementos: I - a identificação do devedor e o valor nominal de cada crédito que lastreie a emissão, com a individuação do imóvel a que esteja vinculado e a indicação do 2

Fls. 3 Cartório de Registro de Imóveis em que esteja registrado e respectiva matrícula, bem como a indicação do ato pelo qual o crédito foi cedido; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) II - a identificação dos títulos emitidos; III - a constituição de outras garantias de resgate dos títulos da série emitida, se for o caso. 5. A aquisição de créditos a que se refere o art. 3 da Lei n 9.514, de 20 de novembro de 1997, na hipótese desta Consulta, ocorre por meio de cessão de créditos. Por sua vez, segundo João Baptista de Mello e Souza Neto, in Direito Civil: Obrigações, Ed. Atlas, 2004, p. 67, citando Caio Mário da Silva Pereira: Denomina-se cessão de crédito o negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, que tem por objeto bem incorpóreo (crédito), pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, total ou parcialmente, a terceiro (cessionário) sua posição na relação obrigacional, com todos os acessórios e garantias, independente da anuência do devedor, sem que ocorra a extinção da obrigação (sem destaques no original). 5.1. Segundo a Lei n 10. 406, de 10 de janeiro de 2002, em seu art.. 286: Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação (sem destaques no original). 5.2. Constata-se, por conseguinte, que a cessão corresponde somente ao direito de crédito, permanecendo, para o cedente, a obrigação de entregar o imóvel ao locatário nos termos do contrato BTS. 6. Explicadas as linhas gerais da cessão de crédito entre o locador e a securitizadora, a operação de securitização a que se refere a Lei n 9.514, de 20 de novembro de 1997, pode ser melhor visualizada por meio da estrutura a seguir (adaptação de Securitização de Recebíveis, Ed.Leud, 2003, p. 32 ): LOCADOR (CEDENTE) R$ SECURITIZADORA (CESSIONÁRIA) RECEBÍVEIS CRÉDITOS IMÓVEL R$ Valores Mobiliários LOCATÁRIOS INVESTIDORES 3

Fls. 4 6.1. Sobre o funcionamento dessa estrutura, esclarece a Consulente: 1. O locador (cedente) possui direitos de crédito (recebíveis de aluguel) contra uma empresa locatária, que gera fluxo financeiro futuro; 2. O locador cede os direitos de crédito (recebíveis) para uma empresa securitizadora; 3. A securitizadora emite CRI lastreado nos recebíveis de aluguel cedidos e os coloca no mercado; 4. A securitizadora utiliza os recursos captados com a emissão dos CRI para pagar o valor dos aluguéis ao locador (cedente);e 5.A securitizadora passa a receber os aluguéis diretamente da locatária. 7. Verifica-se, portanto, a ocorrência de antecipação de recursos ao cedente, em decorrência da emissão de valores mobiliários correspondentes aos recebíveis, o qual tem a obrigação de disponibilizar o imóvel reduzida, periodicamente, na medida em que cumpre o contrato de locação. 7.1. A antecipação de recursos resultante na hipótese desta Consulta corresponde a uma antecipação de receita para o cedente, cuja apropriação aos resultados contábeis ocorrerá ao longo do prazo de locação, em obediência ao regime de competência. Nesse sentido, o art. 177, da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976: Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência (sem destaques no original). 7.2. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) considera o regime de competência pressuposto básico para a elaboração das demonstrações contábeis, a teor dos Pronunciamentos Técnicos Contábeis 2010, pp. 18-19, disponível em www.cpc.org.br: A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas que é destacada nos itens 95 e 96 (sem destaques no original). 4

Fls. 5 7.3. Como, para o cedente, as despesas com o empreendimento imobiliário são incorridas no decorrer do prazo de locação e o regime de competência pressupõe o confronto entre receitas e despesas, a receita correspondente ao crédito antecipado deverá ser apropriada aos resultados contábeis no transcurso do prazo de locação (pro rata tempore). Nesse sentido o 1, do art. 187, da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos (sem destaques no original). 7.4. Tal entendimento é corroborado pelo disposto no Parecer Normativo CST nº 11, de 28 de janeiro de 1976, mencionado pela Consulente, que, ao tratar das receitas de arrendamento de imóveis recebidas antecipadamente, esclareceu: 3. As receitas de arrendamento em face de suas características próprias, mesmo quando recebidos antecipadamente, podem ser apropriadas nos exercícios aos quais pertencem, consagrando-se o regime de competência ou econômico, que melhor traduz a distribuição dos valores pelos períodos de determinação. Devemos lembrar que a ocorrência da disponibilidade financeira não presume a competência da receita que a originou ao exercício do seu recebimento. Dúvidas não podem existir quanto a esse entendimento, o qual é reforçado pela obrigação do arrendatário em diferir as despesas com o arrendamento 8. Finalmente, a legislação tributária determina a observância do regime de competência para apropriação das receitas na hipótese desta Consulta, conforme o disposto no Decreto-Lei n 1.598, de 26 de dezembro de 1977, observadas as alterações incluídas pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, in verbis: Art 7º - O lucro real será determinado com base na escrituração que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais e fiscais. 5

Fls. 6 4º - Ao fim de cada período-base de incidência do imposto o contribuinte deverá apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Art 67 - Este Decreto-lei entrará em vigor na data da sua publicação e a legislação do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas será aplicada, a partir de 1º de janeiro de 1978, de acordo com as seguintes normas: XI - o lucro líquido do exercício deverá ser apurado, a partir do primeiro exercício social iniciado após 31 de dezembro de 1977, com observância das disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (sem destaques no original). Conclusão 9. Com base no exposto, soluciona-se a consulta interna respondendo à interessada que, em face do regime de competência, o reconhecimento, pelo cedente, da receita proveniente da cessão de créditos de aluguéis, em operação de securitização, deve ocorrer à medida do período de remuneração acordado entre o cedente e o locatário no contrato de locação (BTS). À consideração superior. PLÍNIO RODRIGUES LIMA Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora da Cotir. RICARDO SILVA DA CRUZ AFRFB - Chefe da Dirpj De acordo. À consideração do Coordenador-Geral da. 6

Fls. 7 CLÁUDIA LÚCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA AFRFB - Coordenadora da Cotir Despacho de Aprovação nº 14 Data: 29 de junho de 2012. Aprovo a Solução de Consulta Interna. Divulgue-se na Internet da RFB. FERNANDO MOMBELLI AFRFB - Coordenador-Geral da 7