ATIVIDADES MOTIVADORAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA RESUMO

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Transcrição:

ATIVIDADES MOTIVADORAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA Caroline Soares Nogueira (G-CLCA-UENP/CJ) Franciele Vilela de Souza (G-CLCA-UENP/CJ) Carmen Sylvia G. A. Purger (Orientadora-CLCA-UENP/CJ) RESUMO Este artigo trata da observação feita em nossos estágios do curso de Letras-Inglês, na disciplina de Inglês, onde percebemos a dificuldade existente no ensino da língua inglesa, no ensino fundamental e médio de escolas públicas do Estado do Paraná. Verificamos que a forma de ensino aplicada pelos professores não provoca motivação e interesse nos alunos. Isto nos fez pensar cada vez mais nas práticas pedagógicas utilizadas nas escolas. Sendo assim, procuramos apresentar através desta pesquisa, uma metodologia com o intuito de alcançar uma aprendizagem mais satisfatória da disciplina, ocasionando maior compromisso dos alunos. Pesquisamos, então, alguns estudos de Vilson J. Leffa, José Carlos P. de Almeida Filho, entre outros, sobre metodologias e abordagens do ensino da língua inglesa. Através desses conceitos demonstraremos algumas formas de ensino que, acreditamos, poderão contribuir para o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos Introdução Através de algumas análises a respeito do que estaria provocando desmotivação e desinteresse nos alunos, tentamos encontrar sugestões que possam contribuir para a melhoria do ensino de língua inglesa. Em nossos estágios de língua inglesa, buscamos observar as metodologias utilizadas pelos professores da rede de ensino estadual para verificarmos como estava sendo realizado o processo de ensino-aprendizagem e como este era percebido pelos alunos. Notamos que os professores recorrem apenas à gramática, com o ensino do verbo to be, e uso frequente de exercícios de tradução. Pouca prática da oralidade e aulas sem uso de recursos de mídia ou atividades que despertem interesse para aprender. Observamos que muitos professores não tem conhecimento das diferentes abordagens de ensino existentes e, portanto, não possuem uma metodologia de ensino que possa colaborar para a sua prática docente. 326

O ensino de uma língua estrangeira não se deve voltar apenas para a gramática, a língua precisa ser ensinada de forma que o aprendiz possa aprender a se comunicar e saber fazer uso da língua em situações adequadas. Cabe ao docente a tarefa de procurar por metodologias eficientes para que o ensino possa se tornar algo prazeroso e satisfatório e não apenas meras aulas de repetições. Diante dessas constatações, nesse artigo, apresentamos um breve histórico sobre as principais abordagens de ensino e sugestões de atividades motivadoras para o ensino da língua inglesa. Breve história das abordagens Apesar do século XIX ter marcado o início de importantes mudanças e inovações na procura pelo método perfeito, foi na segunda metade do século XX que a obsessão por abordagens de ensino de línguas estrangeiras atingiu seu nível mais elevado. Durante este período, várias abordagens foram desenvolvidas ou, em alguns casos, modificadas ou aperfeiçoadas a partir de outras já existentes. Para melhor entendimento do que se trata este trabalho, será apresentado um breve histórico das principais abordagens utilizadas no ensino-aprendizagem de língua inglesa. Antes de se passar à exposição das abordagens, faz-se necessário mencionar sobre as diferenças terminológicas entre método, metodologia e abordagem. Dentre outras definições, Brown (1994, p.51) chama de método o conjunto generalizado de especificações de um sala de aula para a realização de objetivos linguísticos; metodologia encontra-se num nível superior, estuda as práticas pedagógicas em geral (incluindo fundamentações teóricas e pesquisas relacionadas). Abordagem ( approach em inglês) é o posicionamento teórico e crenças sobre a natureza da língua, a natureza do aprendizado da língua, e a aplicação de ambas nas definições pedagógicas. Em outras palavras, a abordagem descreve como as pessoas adquirem conhecimentos acerca da língua e as condições que promoverão um aprendizado satisfatório. Adotaremos, portanto, o termo abordagem para descrever a forma como o ensino de língua estrangeira vem ocorrendo ao longo dos anos. 327

As abordagens mais utilizadas no ensino de línguas são: Abordagem da Gramática e Tradução (AGT), Abordagem Direta (AD) que é mais conhecida como Método Direto, Abordagem Audiolingual (AAL) e, por fim, a Abordagem Comunicativa (AC). A Abordagem da Gramática e Tradução é a mais clássica que existe e foi utilizada no ensino do Latim. Seu objetivo de ensino é que o aluno tenha o conhecimento gramatical e que saiba traduzir os diferentes tipos de texto. Os três passos para a aprendizagem da língua, de acordo com essa abordagem são: (a) memorização prévia de uma lista de palavras, (b) conhecimento das regras necessárias para juntar essas palavras em frases e (c) exercícios de tradução e versão (tema) (LEFFA, apud Bohn e Vandersen, 1988). O aspecto negativo da AGT é que essa abordagem não se preocupa com conhecimentos de pronúncia e habilidade da fala, ou seja, não atinge a comunicação, pois sua ênfase está apenas na escrita. A Abordagem Direta surgiu como reação à AGT e foi fundada nos Estados Unidos em 1878, seu objetivo principal é a comunicação, ou seja, o indivíduo é capaz de se comunicar na língua alvo. O princípio fundamental da AD é que a L2 se aprende através da L2; a língua materna nunca deve ser usada em sala de aula. A transmissão do significado dá-se através de gestos e gravuras, sem jamais recorrer à tradução. O aluno deve aprender a pensar na língua (LEFFA, apud Bohn e Vandersen, 1988). Como seu princípio era de que a língua estrangeira se aprende através da própria língua, a AD não obteve sucesso no Brasil. Leffa aponta para o insucesso da AD fatores como a falta de pré-requisitos linguísticos exigidos (fluência oral e boa pronúncia por parte do professor ou a resistência necessária do mesmo para manter a fala na língua alvo durante várias horas. Segundo o autor, o entusiasmo inicial com a AD, terminou em regressão a uma versão metodológica da AGT. Já a Abordagem Audiolingual foi a primeira a ser considerada moderna. Surgiu durante a Segunda Guerra Mundial quando o exército americano precisou de falantes fluentes em várias línguas. Sua preocupação era produzir falantes de línguas estrangeiras o mais rápido possível por isso obteve grande sucesso. Seu objetivo era a pronúncia, com uso de diálogos e repetições: 328

Língua é fala, não escrita. Estava restabelecida a ênfase na língua oral. No momento em que se equiparava a fala com a língua, o que não fosse fala também não era língua. Daí que ensinar a leitura não era ensinar a língua, já que a escrita era uma fotografia muito mal feita da fala (Ibidem). Era um ensino tido apenas como um processo mecânico e seu aprendizado era através da prática e não de regras, ou seja, conforme aponta Leffa (1988), a língua era vista como um hábito condicionado que se adquiria através de um processo mecânico de estímulo e resposta. As respostas certas dadas pelo aluno deveriam ser imediatamente reforçadas pelo professor. O aspecto negativo da AAL é que o aluno aprende a responder perguntas de acordo com o padrão e não tem capacidade de interpretar frases diferentes. Como a língua é dinâmica e não um conjunto de hábitos, o aluno encontra dificuldade para a comunicação espontânea na língua alvo. Na Abordagem Comunicativa, o foco está na comunicação espontânea. Esta enfatiza a semântica da língua e tem como objetivo de ensino, descrever aquilo que se faz através da língua e o uso da mesma em determinada função. Para Leffa: o fato de que a mesma função pode ser expressa através de um grande número de expoentes linguísticos demonstra que as palavras não têm apenas significado imediato, aquele registrado no dicionário, mas adquirem um valor especifico, relativo ao contexto em que são usadas (LEFFA, apud Bohn e Vandersen, 1988). Deste modo, o expoente linguístico é determinado pelo contexto, relação entre os participantes e características intelectuais e afetivas de cada falante. Daí a preocupação da AC com o uso de linguagem apropriada e adequada à cada situação específica em que ocorre a fala e também ao papel desempenhado pelos participantes. Apesar da AC priorizar a comunicação espontânea na língua alvo, essa não exclui a aprendizagem das formas linguísticas quando necessárias para o desenvolvimento da competência comunicativa. Como cada uma das abordagens surgiu em reação a uma anterior, não se pode afirmar que uma é melhor que a outra. A solução proposta por alguns metodólogos é a do ecletismo inteligente, que segundo Leffa, baseia-se na experiência de sala de aula: Nenhuma abordagem contém toda a verdade e ninguém sabe tanto que não possa evoluir. A atitude sábia é incorporar o novo ao antigo; o maior ou menor grau de acomodação vai depender do contexto em que se encontra o professor, de sua experiência e de seu nível de conhecimento ( Ibidem). 329

A citação acima leva a conclusão de que, não existe uma abordagem ideal que possa suprir as necessidades de ensino satisfatório. O que pode ser feito é tentar adaptar algumas abordagens já conhecidas com o uso de novas tecnologias, levando-se em consideração o nível de conhecimento do professor, suas experiências na prática docente, percepção por parte do professor do filtro afetivo do grupo e o contexto em que o mesmo se encontra inserido. Sugestões de Atividades O professor deve oferecer oportunidades para o aprendiz ler textos em jornais e revistas, de preferência sobre assuntos de seu interesse, tais como esporte, cinema, música, uso de blogs, sites de relacionamentos, textos literários diversos para que esse possa se motivar. A Secretaria de Ensino e Educação do Estado do Paraná (SEED) disponibiliza no site www.diaadia.pr.gov.br, na área de Língua Estrangeira Moderna, inúmeras sugestões de atividades de vídeo, áudio e textos para o uso da TV multimídia, como exemplificado abaixo: A utilização do vídeo na TV multimídia, relacionado aos cartões postais, tem relevância no presente processo de ensino, visto que as imagens motivam e inspiram a lembrança de lugares novos que o aluno tenha visitado. Os sons, por outro lado, através da música, é também uma estratégia afetiva para a aprendizagem de línguas, pois melhora a autoconfiança, desenvolve a competência comunicativa e baixa a ansiedade (www.diaadia.pr.gov.br). Os educadores também podem utilizar a TV multimídia para vídeos curtos que poderão ajudar os alunos na melhoria da pronúncia, entonação e ritmo da fala, na aquisição de vocabulário e na fixação das estruturas frasais. O uso de jogos, como bingos para ensinar verbos e numerais, jogos da memória para relacionar significados e significantes, também estimulam o aprendizado. O uso de músicas com exercícios de preencher lacunas para trabalhar a audição é muito eficaz, uma dica é que o professor realize sorteios para ver quem vai escolher a música a ser trabalhada. É também muito importante criar situações reais de uso da língua estrangeira, com acontecimentos do cotidiano, montando pequenas cenas, como compras em 330

supermercados ou consultas médicas para que sejam montados pequenos diálogos na língua alvo que estimulem o aluno a compreender e a pensar na língua alvo. Figuras e fotos de diferentes lugares ajudam os alunos a encontrarem adjetivos, e ao mesmo tempo, permite que os mesmos expressem o que pensam sobre as imagens ou o que elas os fazem lembrar. Filmes são também boas sugestões, pois o docente pode elaborar questionários para verificar a compreensão na LE. Como pode-se observar, há uma infinidade de ideias que podem ser utilizadas em sala de aula, mas, para isso, o professor precisa saber explorar sua capacidade criativa e, colocar em prática um novo agir pedagógico, com aulas motivadoras que estimulem o aprendizado. Considerações Finais Este estudo demonstra que tanto as escolas quanto os professores precisam se adaptar urgentemente ao uso de novas tecnologias em sala de aula, especialmente para o ensino de línguas estrangeiras. Com metodologia adequada e utilização de recursos de multimídia, o professor pode dinamizar seu agir docente, com contribuições significativas para o ensino da língua inglesa, e também efetivar uma maior integração entre o aluno e a língua alvo. É importante salientar que os aprendizes de línguas estrangeiras do século XXI são indivíduos inseridos no mundo tecnológico e, portanto, deixam de ser simples agentes passivos e consumidores. O aluno do mundo globalizado, pode usar o inglês em situações diversificadas de comunicação, produzindo e publicando seus próprios textos e interagindo com recursos de áudio e vídeo. A Internet permite ao usuário, oportunidades de vivenciar experiências linguísticas reais com falantes de língua inglesa através das redes de relacionamento como o Orkut, os blogs e o Facebook. Sob este ângulo, percebe-se que tanto a escola quanto o professor precisam adequar-se à realidade dos jovens aprendizes do século XXI, para juntos poderem oferecer um ensino condizente com as expectativas deste novo mundo digital. Referências 331

ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Dimensões Comunicativas no ensino de línguas. Campinas, SP. Editora Ponte, 1998. BROWN, H. Douglas. Teaching by Principles: An interactive Approach to Language Pedagogy. Prentice Hall, 1994. LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN. H. I,: VANDRESEN. P. Tópicos em lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1988, p.211-236. Disponível em: <http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/metodologia_ensino_linguas. pdf. Acesso em: 20 ago. 2012. MALLMANN, Naiza Augusta Lied et al. Práticas da TV multimídia. Disponível em: <http://www.lem.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=176. Acesso em: 20 ago. 2012. TEIXEIRA, Augusto Teixeira. O pós-método e o ensino de língua inglesa. Disponível em:<http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/formulario8>. Acesso em: 20 ago. 2012. Para citar este artigo: NOGUEIRA, Caroline Soares; SOUZA; Franciele Vilela de. Atividades motivadoras para o ensino de língua estrangeira moderna. In: IX SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA SÓLETRAS - Estudos Linguísticos e Literários. 2012. Anais... UENP Universidade Estadual do Norte do Paraná Centro de Letras, Comunicação e Artes. Jacarezinho, 2012. ISSN 18089216. p. 326-332. 332