Fisiologia do Envelhecimento Cristiane Hernandes da Silva Coordenação da Atenção ao Adulto e Idoso SMSA PBH 2009
Pirâmides Etárias - Diferentes Regiões Globais anos: 2000 2050 Fonte: ONU
Fisiologia do Envelhecimento Senescência x Senilidade Conceito: processo dinâmico e progressivo em que ocorrem modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas no indivíduo, com diminuição da sua capacidade de adaptação ao ambiente, aumento da vulnerabilidade e maior incidência de doenças Ministério da Saúde (2007)
Fisiologia do Envelhecimento Estudos epidemiológicos: enfoque nos problemas de saúde prioritários Estudos antropológicos: enfoque no contexto sóciocultural e ações para resolução dos problemas Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Qual é a percepção do idoso acerca do mundo, de si próprio e dos seus problemas de saúde? O que significa envelhecer para um indivíduo com 60 anos? E com 80 anos? Como o brasileiro envelhece? Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Visão orgânica do envelhecimento (ocidental) Deterioração do corpo Declínio de funções Estudos não ocidentais Visão positiva da velhice e do envelhecimento Idoso tem papel central na sociedade Envelhecer é uma conquista Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Estudos antropológicos Envelhecimento não é um processo puramente biológico, mas profundamente influenciado pelas questões culturais. Passa a ser encarado como um processo ativo, ao qual os indivíduos reagem a partir de suas referências pessoais e culturais. Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Estudos antropológicos A cultura é a base que torna compreensível os diversos acontecimentos e situações da vida, como por exemplo, as limitações e perda comuns na velhice. Envelhecer representa a interação entre cultura, traços individuais e marcadores biológicos. Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Envelhecimento nas várias sociedades Problemas comuns Vividos e resolvidos de formas diferentes nas diversas culturas No modelo ocidental é visto de forma negativa e deficitária Os programas destinados aos idosos são estruturados a partir da idéia das perdas Marginalização da pessoa idosa Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Doença processo: orgânico Doença experiência: vivência psicosocial de adoecer Avaliação da gravidade e da relevância de um problema de saúde são determinados muito mais pela possibilidade de enfrentá-lo do que pelo problema em si Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento Visão de saúde dinheiro-dependente A saúde estaria relacionada a condições de acesso aos serviços e não às estratégias de promoção da saúde/hábitos de vida saudáveis A compreensão do processo saúde/doença/cultura é importante para elaboração de políticas públicas de promoção de saúde Uchôa (2003)
Fisiologia do Envelhecimento No trabalho das equipes de Atenção Básica as ações coletivas na comunidade, atividades de grupo, participação nas redes sociais dos usuários são alguns dos recursos indispensáveis para atuação nas dimensões cultural e social Ministério da Saúde (2007)
62 anos 91 anos
Fisiologia do Envelhecimento Célula poder de restauração permeabilidade Tecido conjuntivo elastina solubilidade do colágeno cross-links Composição corporal água IC tecido adiposo massa magra do tamanho e função das glândulas sebáceas e sudoríparas Flacidez Rugas Xerose Redução da elasticidade Desidratação Hipotensão ortostática Hiponatremia hiperpotassemia
Fisiologia do envelhecimento Sistema Nervoso perda neuronal alterações celulares lipofucsina degeneração neurofibrilar débito sangüíneo extração de glicose utilização corpos cetônicos níveis de catecolaminas AC e serotonina Desmielinização Lentificação das funções cognitivas Redução da coordenação fina e da agilidade Redução da força muscular Redução da sensibilidade Preservação dos reflexos tendinosos
Fisiologia do envelhecimento Sistema Geniturinário tamanho e volume clearance de creatinina acidez urinária bactericidas ptose vesical Hiperplasia prostática Redução da função renal Nefrotoxicidade ITU Incontinência urinária Retenção urinária Atrofia do epitélio vaginal
Fisiologia do envelhecimento Sistema Gastrintestinal motilidade acidez gástrica secreção de ácido biliar ateromatose mesentérica atrofia mucosa trama conjuntiva Denervação Redução palatabilidade e do apetite Engasgos Dor esofageana Deficiência de absorção de vitaminas Gastrotoxicidade Hepatotoxicidade Constipação intestinal Refluxo gastroesofágico
Fisiologia do envelhecimento Sistema Cardiovascular Ateromatose Cardiomiopatia Infiltração / arritmias Esclerose do endocárdio débito cardíaco máximo durante o exercício frequência cardíaca máxima durante o exercício pressão arterial sistólica risco de IAM e outras doenças cardíacas
Fisiologia do envelhecimento Sistema Respiratório superfície alveolar clearance mucociliar capacidade vital complacência pulmonar estática débitos expiratórios PO 2 arterial VO 2 máximo ventilação e efetividade da tosse Acúmulo de secreção respiratória e maior risco de pneumonias Hipoxemia, hipercapnia e desordens do sono
Fisiologia do envelhecimento Sistema Imunitário timo e medula óssea proliferação linfócitos T imunidade celular capacidade de neutralização de anticorpos Infecção freqüência de doenças auto-imunes Neoplasia auto-imunidade Não há mudanças no nº de linfócitos B
Fisiologia do envelhecimento Sistema Locomotor massa muscular Denervação relativa força muscular massa óssea degeneração articular quedas fraturas risco de artrose
Classificação Internacional de Funcionalidade OMS Deficiência Incapacidade Desvantagem
Impacto do envelhecimento sobre a saúde Envelhecimento Vulnerabilidade Biológica e Psicológica Vulnerabilidade Social Limitação Falta de recursos sociais e materiais Incapacidade Dependência
Intervenções preventivas Envelhecimento Prevenção primária (individual) Prevenção secundária (Triagem de grupos de risco) Prevenção terciária (integração dos serviços) Vulnerabilidade biológica e psicológica Limitação Incapacidade Dependência Vulnerabilidade social Falta de recursos sociais e materiais Prevenção primária (sociedade) Serviços de cuidados a domicílio
Princípios da Avaliação Gerontológica Evitar os preconceitos: Atitude positiva Necessidades do idoso Mas também na sua idade... Não utilizar a velhice para explicar os sintomas
Princípios da Avaliação Gerontológica Avaliar globalmente Física Psicológica Social Diagnóstico Funcional Avaliação multidisciplinar
Avaliação Global do Paciente Idoso Evitar danos ao idoso e a seus cuidadores Iatrogenia Excesso: tratar TODOS os sintomas Omissão: atribuir os sintomas à idade
Avaliação Global do Paciente Idoso sintomas inespecíficos perda de autonomia confusão quedas incontinência fadiga fraqueza
Avaliação Global do Paciente Idoso Dirigir-se primeiramente ao próprio idoso Revisão exaustiva dos antecedentes médicos e cirúrgicos O idoso tende a não relatar alguns sintomas por atribuí-los à idade Descobrir a razão real da consulta Conhecer TODA a medicação em uso (prescrita e não prescrita) História familiar Hábitos alimentares
Avaliação Global do Paciente Idoso Déficit visual Sala bem iluminada Uso de óculos e próteses Déficit auditivo Eliminar ruídos ambientais Falar diante do idoso Tom mais grave Escrever, SN
Avaliação Global do Paciente Idoso Linguagem Adaptar-se ao nível cultural Vocabulário adequado Perguntar o significado de expressões Fadiga Anamnese em etapas Perguntas curtas e específicas (quedas, incontinência...) Respeitar a lentidão psicomotora
Avaliação Global do Paciente Idoso Identificaçao dos problemas Repercussões sobre o idoso e seu ambiente Fatores precipitantes Soluções anteriores Soluções propostas Indivíduo Idoso Personalidade prévia Funcionamento anterior Etapas do envelhecimento Motivação Reação emocional
Avaliação Global do Paciente Idoso Valorização do eu Finitude Aceitação da morte Perdas Percepção do problema atual Família Posição do idoso na família Dinâmica familiar Conseqüências do envelhecimento
Avaliação Global do Paciente Idoso Recursos sociais Reduzir a dependência Rede de suporte natural Assegurar a vida mais digna possível Serviços recebidos (públicos, privados, voluntários) Participação em associações ou atividades Recuperar a autonomia e independência funcional Compensar os déficits via reabilitação