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Administração Financeira MÓDULO 13: FINANCIAMENTO DE ATIVOS FIXOS Vejamos, neste tópico, algumas das formas de obtenção de financiamentos de longo prazo disponíveis no mercado financeiro para novos ativos fixos: Leasing ou Arrendamento Mercantil Exploremos, inicialmente, as características do arrendamento mercantil financeiro, ou, como é mais conhecido, leasing. Trata-se de modalidade que vem sendo largamente utilizada, especialmente para a utilização de veículos, máquinas, computadores e outros equipamentos. Conforme estabelecido na legislação em vigor, citados em informativo da ABEL Associação Brasileira das Empresas de Leasing - considera-se arrendamento mercantil (...) o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. Assim a arrendatária é a parte que tem a necessidade do bem e que o escolheu livremente no mercado, sem que houvesse interferência da arrendadora na seleção desse bem. As arrendadoras, por sua vez, são as sociedades de arrendamento mercantil e carteiras de arrendamento mercantil de bancos múltiplos, devidamente autorizadas a operar e sob fiscalização direta do Banco Central do Brasil (BC). Sua função consiste na aquisição do bem escolhido pela arrendatária junto ao fornecedor indicado por ela. Depois de entregue o bem, a arrendatária deverá cumprir com todas as obrigações relativas ao pagamento das parcelas referentes às contraprestações, bem como dos valores convencionados a título de pagamento de Valor Residual Garantido (VRG), impostos, multas e demais obrigações inerentes ao bem. Com base na legislação em vigor, considera-se arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que: I) as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela arrendatária, sejam normalmente suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos; II) as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da arrendatária, e

III) o preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado. Um contra o de leasing financeiro tem o prazo mínimo de 24 meses para veículos e computadores. No caso de máquinas e equipamentos, o prazo mínimo é de 36 meses, conforme legislação em vigor. Na análise das condições de uma operação de leasing, deve-se atentar especialmente para aquelas referentes ao Valor Residual Garantido (VRG). Conforme dispositivos legais, o VRG constitui um preço contratualmente estipulado para exercício da opção de compra. Assim, as partes convencionam que, ao final do contrato, a arrendatária poderá, se quiser, exercer a compra do bem pelo valor e formas estabelecidos no instrumento contratual firmado. Refere-se, portanto, a um valor contratualmente garantido pela arrendatária como mínimo que será recebido pela arrendadora na venda a terceiros do bem arrendado, na hipótese de não ser exercida a opção de compra pela arrendatária. Por isto, caberá à arrendatária ou a terceiro por ela indicado, garantir à arrendadora o pagamento do valor estabelecido no contrato. No caso de exercício do VRG, a sua forma de pagamento poderá ser livremente pactuada entre as partes, podendo ser: a) antecipado, ou seja, pago já no início do contrato ou; b) parcelado ao longo da vigência do contrato ou; c) pago no encerramento da vigência do contrato. Observa-se, portanto, que, no final do prazo contratual, a arrendatária deverá se manifestar formalmente pela intenção de adquirir o bem, devolvê-lo ou renovar o contrato de arrendamento por um novo período. Se a arrendatária resolver devolver o bem ao final do contrato, a arrendadora poderá vendê-lo no mercado. Neste caso, se a arrendatária tiver antecipado qualquer importância a título de VRG, esta deverá ser devolvida pela arrendadora, descontando-se as despesas incorridas para a realização da venda. Se o valor da venda for inferior ao VRG estabelecido no instrumento contratual, a arrendatária deverá cobrir a diferença verificada. Entre as características que conferem flexibilidade ao contrato de leasing em relação a outros instrumentos de financiamento existentes no mercado financeiro destacam-se a possibilidade de transferência do contrato para uma terceira parte, com manifestação expressa de todos no correspondente instrumento, e ainda a possibilidade de substituição do bem arrendado, com a concordância expressa das partes. Os bens arrendados são normalmente segurados por meio de apólice específica contra acidentes, roubo, incêndio, entre outros.

Leasing operacional ou locação Esta não constitui uma operação sujeita à regulamentação do Banco Central. Pode, portanto, ser realizada por qualquer empresa que, tendo adquirido o bem, queira cedê-lo a uma terceira parte por período de tempo estabelecido em um contrato de locação por uma determinada taxa de locação, que pode ser semanal, mensal, trimestral ou anual. Uma das vantagens desta modalidade é a que diz respeito à manutenção do bem, geralmente de total responsabilidade da empresa locadora. Ao final do contrato ou a qualquer tempo, obedecidas as condições contratuais específicas a este respeito, o bem será devolvido à locadora. O instrumento contratual pode ou não estipular uma condição de opção de compra a ser oferecida ao locatário, a partir de determinada vigência do contrato. É comum observar-se no mercado a aquisição de determinado bem pela modalidade leasing financeiro que será oferecido para locação por meio de um leasing operacional. Lease back Esta é mais uma forma de obtenção de recursos financeiros de longo prazo disponível no mercado financeiro. Consiste em uma operação de venda de um ativo fixo da empresa, totalmente desimpedido, para uma sociedade de arrendamento mercantil. Esta empresa de leasing adquire o bem e processa uma operação de leasing financeiro ao vendedor do ativo. Desta maneira, o bem permanece no mesmo local, sendo normalmente utilizado pela empresa ex-proprietária que poderá, ao final do contrato de arrendamento, exercer a opção pela aquisição do bem, com base no VRG a que nos referimos anteriormente. Operações de financiamento com Bancos de Desenvolvimento Dentre as formas de obtenção de capital de investimento de longo prazo não se poderia deixar de verificar as modalidades de financiamento disponibilizadas pelos Bancos de Desenvolvimento, tais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG), o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (BANRISUL), Banco do Nordeste e outros bancos comerciais que disponibilizam linhas de crédito especiais para aquisição de bens do ativo fixo e mesmo capital de giro. Os custos financeiros destas operações são geralmente inferiores aos custos praticados no mercado financeiro. Dá-se preferência a máquinas e equipamentos novos, com elevado grau de nacionalização dos componentes, bem como a ampliação da capacidade exportadora da empresa tomadora dos

recursos, dada a importância da ampliação das reservas internacionais de divisas do país. São beneficiárias as empresas de qualquer porte e setor, legalmente estabelecidas no país. A operacionalização destas linhas de crédito faz-se geralmente com a participação de um agente financeiro um banco comercial ou instituição financeira com a qual a empresa tomadora realiza suas operações bancárias de forma regular que fará a análise creditícia, estabelecimento das garantias e outros detalhes correspondentes à operação financeira solicitada e devidamente enquadrada nas linhas de crédito em vigor à época da consulta. Neste estágio de busca de informações sobre o ambiente financeiro das organizações e suas especificidades, é chegada a hora de implementar as ferramentas disponibilizadas ao longo do curso para a elaboração de um diagnóstico empresarial que considere, sobretudo, os parâmetros setoriais oferecidos por entidades de reconhecida competência, como a Serasa e a Revista Exame. É o que veremos no capítulo final deste livro. INDICADORES DE DESEMPENHO Vamos, neste capítulo, reunir e apresentar medidas preventivas no que se refere à área financeira das organizações. Como se fosse possível apresentálas a título de exemplo elucidativo do como não fazer, ou do como fazer melhor, o capítulo dimensionará situações reais de empreendimentos de sucesso e de aparente fracasso. Iremos demonstrar quais os padrões [parâmetros do setor ou indústria] que existem no mercado financeiro brasileiro para efeito de comparações, no intuito de que tais indicadores possam balizar as ações gerenciais de forma direta e eficiente. Dessa forma, nosso estudo será encaminhado a um tripé extremamente importante nas finanças: o risco, o retorno e o hedge [proteção]. Risco Todos os empreendimentos estão sujeitos a algum tipo de risco. Sendo assim, é um bom conselho que todas as projeções devam conter sua relação de risco, que é o perigo a que estão sujeitas nossas atitudes, especialmente aquelas tomadas no campo financeiro mais específico, ou gerencial, no campo mais abrangente. Estudiosos no assunto definiram dois tipos de riscos: o risco sistemático, ou comum, ou inerente a qualquer negócio, cujo melhor exemplo é o das condições econômicas do País, que tanto afetam as decisões empresariais; o outro tipo é risco Indicadores de Desempenho específico, ou próprio, cujo melhor exemplo é o do setor de serviços, quando se vê afetado por

reclamações trabalhistas inerentes aos defeitos ou situações próprias na relação com seus empregados. O risco pode e deve ser gerenciado; pode ser previsto; pode ser quantificado e pode, portanto, ser minimizado. Na gestão do risco, devemos separar os riscos de característica operacional, e aqueles com característica financeira. Os riscos operacionais são aqueles típicos de cada operação. Por exemplo, se uma empresa só consegue sobreviver em suas vendas, se praticar o prazo, correrá o risco de ter problemas ou não, dependendo de suas políticas próprias de crédito. A propósito, comecemos por delinear os riscos inerentes à conta Duplicatas a Receber ou Clientes, nas empresas que vendem a prazo. Os riscos variam de acordo com as características de cada cliente ou tomador do crédito. Os mais conhecidos e pertinentes são: a) Risco do Negócio Está ligado à incerteza que uma empresa tem de obter determinado resultado em seu negócio, uma vez que o ponto de equilíbrio operacional deve ser meta constante a ser alcançada e a margem de contribuição deve ser suficiente para cobrir os custos e despesas operacionais fixas. Há uma variedade quase infinita de empresas e de situações competitivas que deverão ser enfrentadas, nas quais se evidenciam os controles dos custos fixos, harmonização de um faturamento ideal, e obtenção de um lucro que satisfaça as necessidades dos investidores e também da própria empresa. Assim, o administrador que desejar quantificar seus riscos terá de analisar sistematicamente a força e a fraqueza de sua empresa, procurando antecipar os futuros problemas. Em se tratando de crédito, terá que fazê-lo também junto a seus clientes. Dentre os diversos tipos de riscos do negócio, destacamos: risco inicial - O risco que envolve o início das atividades, por meio de um dimensionamento ideal do capital social necessário ao negócio e os próprios limites relativos ao talento dos gestores ou administradores. risco de caixa - O que se traduz na falta de dinheiro, ou dimensionamento inadequado ao pagamento dos compromissos assumidos, sejam eles internos ou externos.

risco de autoridade - Ocorre quando os limites pessoais de delegação de autoridade não são aceitos ou inexistem, criando confusões administrativas e desobediência generalizada a ordens. risco de liderança - Ocorre quando a empresa não tem comando ou quando este comando não é percebido pelos participantes do processo organizacional. risco da sucessão - Ocorre quando o fundador da empresa não sabe a quem passar o bastão em termos familiares e, ao mesmo tempo, quando estes fazem parte da administração. b) Risco Financeiro É ressaltado pela utilização excessiva de empréstimos, quer a curto prazo para a manutenção das atividades operacionais quer a longo prazo para investimentos em ativos permanentes. Estas atitudes são primordiais para a manutenção das atividades financeiras dentro de parâmetros suportáveis. A cobertura dos custos financeiros é uma tarefa que requer planejamento adequado. Se assim não se proceder, há o risco de atraso nos compromissos e mesmo a impossibilidade de alcance da necessária lucratividade. c) Risco Político Que se traduz na influência considerável que a condução política do Estado traz às empresas e aos negócios. A dinâmica nas regras econômicas e tributárias promovidas pelos governos federal, estaduais e municipais é de tal ordem que acabam por inibir a atuação empreendedora, causando instabilidade e influência, por vezes negativa, nos negócios e transações de médio e longo prazo, com todas as conseqüências de ordem social e econômica que tal fato acarreta. d) Riscos Contingentes Devemos reconhecer que os negócios convivem com incertezas e inseguranças. Incêndios, alagamentos e enchentes são fatores muitas vezes incontroláveis. Há situações, entretanto, que podem ser previstas e mantidas como passivos contingenciais. Dentre elas se destacam as ações trabalhistas, imposição de multas, autuações etc. e) Risco do Prazo O ideal, numa economia, é que todas as transações se realizem à vista, ou seja, sem necessidade de financiamento a prazo. Todavia, não é o que ocorre. A cada dia o crédito aos clientes é mais e mais importante. E também a necessidade de buscar idêntica aliança junto aos

fornecedores. Este ciclo precisa ser favorável um adequado ciclo de caixa, sob pena de estabelecer-se um desequilíbrio financeiro na relação ativo circulante versus passivo circulante. f) Risco da Insolvência Trata-se de um risco permanente em situações de crédito determinadas pelo mercado de atuação da empresa. A formação de uma provisão para devedores duvidosos é de vital importância para a saúde financeira do negócio. A administração financeira deve reconhecer tal risco em toda sua magnitude e estabelecer normas e políticas que venham a equacionar e, sobretudo, diminuir o impacto deste risco na rentabilidade do negócio. Como riscos com característica financeira destacamos aqueles que possam causar prejuízos diretamente nos resultados ou na condução de uma política financeira saudável, tais como: a) mudança inesperada no custo das mercadorias ou insumos, movidos por problemas econômicos nacionais; b) redução dos preços de venda por problemas econômicos ou específicos do setor; c) mudança inesperada e representativa na taxa de câmbio; d) mudança inesperada e significativa nas taxas de juros. Bibliografia BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1989. GITMAN, Lawrence, J. Princípios de Administração Financeira. 3ª. edição, São Paulo. Ed. Harper & Row: 1984. Princípios de Administração Financeira, 10a. edição. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. site http://www.bcb.gov.br/?sfncomp, 9.6.2007, 8:20 h, do Banco Central do Brasil, sobre os agentes operadores do Sistema Financeiro Nacional. HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. 5ª. edição. São Paulo: Atlas, 2004.

LEITE, Helio de Paula Introdução à Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1994. MARION, José Carlos Análise das Demonstrações Financeiras. São Paulo: Atlas, 2005. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. São Paulo: Atlas, 1998. ROSS, Stephen A. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2002. SOUZA, Alceu, CLEMENTE, Ademir Decisões Financeiras e Análise de Investimentos. São Paulo: Atlas, 2004.