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Transcrição:

Apelação Cível n. 2010.078282-8, de Videira Relator: Des. Joel Dias Figueira Júnior APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA SECURITÁRIA C/C COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM GRUPO. PRESCRIÇÃO. PRAZO ÂNUO. EXEGESE DO ARTIGO 206, 1, II, b, DO CÓDIGO CIVIL. PRECEDENTES DA CORTE SUPERIOR. SÚMULA 101 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. GRUPO DE CÂMARAS DE DIREITO CIVIL DESTE TRIBUNAL. TERMO INICIAL DO DECURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL É A CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA INVALIDEZ. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PEDIDO DE PAGAMENTO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. SUSPENSÃO DO LAPSO PRESCRICIONAL. PRAZO QUE TORNA A FLUIR A PARTIR DA CIÊNCIA DA NEGATIVA DA SEGURADORA. EXEGESE DA SÚMULA 229 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ARTIGO 269, IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA REFORMADA. INVERSÃO DO ÔNUS SUCUMBENCIAL. APELO PROVIDO. RECURSO ADESIVO PREJUDICADO. Consoante entendimento pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça por meio da Súmula 101, tratando-se de ação que objetiva o recebimento de indenização securitária, proveniente de contrato de seguro de vida em grupo, o prazo prescricional é o previsto no artigo 206, 1, II, b, do Código Civil, qual seja, de um ano. Vale esclarecer que o pedido administrativo realizado dentro do prazo prescricional suspende-o, conforme os ditames da Súmula 229 do Superior Tribunal de Justiça, contudo, volta a fluir após a ciência do interessado sobre a negativa da seguradora. In casu, apesar de ter ocorrido causa suspensiva, tem-se que o ajuizamento da ação verificou-se após o termino do prazo prescricional. Assim, decorridos mais de um ano entre a ciência inequívoca da incapacidade e a propositura da demanda, mister se faz declarar prescrita a pretensão do segurado à cobrança da indenização prevista em contrato de seguro em grupo. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n.

2010.078282-8, da comarca de Videira (1ª Vara Cível), em que são apte/rdoad Itaú Seguros S/A, e apdo/rtead Irineu Maus: A Sexta Câmara de Direito Civil decidiu, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento. Prejudicado o recurso adesivo interposto pelo Autor. Custas legais. O julgamento, realizado em 27 de junho de 2013, foi presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Jaime Luiz Vicari, com voto, e dele participou o Excelentíssimo Senhor Desembargador Substituto Stanley da Silva Braga. Florianópolis, 27 de junho de 2013. Joel Dias Figueira Júnior RELATOR

RELATÓRIO Irineu Maus ajuizou ação de cobrança c/c reparação por danos morais contra Itaú Seguros S.A. pelos fatos e fundamentos jurídicos descritos na exordial de fls. 1-13, integrando este acórdão o relatório de fl. 104 contido na sentença recorrida. Regularmente citado, o Réu ofereceu resposta em forma de contestação (fls. 41-67). Sentenciando, o Magistrado de primeiro grau julgou parcialmente procedente o pedido para condenar o Requerido ao pagamento de indenização securitaria no valor correspondente a 36 vezes a última remuneração do segurado, acrescidas de correção monetária e juros de mora. Inconformado, o Autor opôs embagos de declaração (fls. 111-113), que foram rejeitados (fl. 131). O Réu interpôs recurso de apelação (fls. 115-129) alegando, em preliminar, o cerceamento de defesa e a prescrição. No mérito reiterou os fundamentos já articulados em primeira instância. Contrarrazões às fls. 137-141. O Autor interpôs recurso adesivo (fls. 143-147) pugnando pela procedência do pedido de reparação por danos morais. Contrarrazões ao recurso adesivo às fls. 154-163. Presentes os requisitos de admissibilidade do recurso. É o relatório.

VOTO O recuso interposto pela Ré merece ser conhecido e provido pelos seguintes fundamentos: O Magistrado sentenciante afastou a alegação de prescrição por entender que o termo inicial para o decurso do prazo era a data da negativa da seguradora em realizar o pagamento da indenização securitária requerida administrativamente. Contudo, equivoca-se o Magistrado sentenciante, porquanto, apesar de ter aplicado o prazo prescricional de um ano, consoante o disposto na súmula 101 do Superior Tribunal de Justiça, não utilizou o termo a quo adequado, isso porque é entendimento pacífico dos tribunais de que o transcurso do prazo prescricional ânuo inicia-se com a ciência inequívoca da incapacidade do autor. Por outro lado, tal prazo prescricional será suspenso quando houver requerimento administrativo, segundo o disposto na súmula 229 do Superior Tribunal de Justiça. Sobre o tema colhe-se de precedentes do Grupo de Câmaras de Direito Civil desta Corte de Justiça: EMBARGOS INFRINGENTES. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. INVALIDEZ PERMANENTE. PRESCRIÇÃO. PRAZO ÂNUO. TERMO A QUO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PEDIDO DE PAGAMENTO. ESFERA ADMINISTRATIVA. SUSPENSÃO DO LAPSO PRESCRICIONAL. AUSÊNCIA DE PROVA SOBRE A CIÊNCIA DA SEGURADA QUANTO A NEGATIVA DE PAGAMENTO. TRANSCURSO DO PRAZO. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRESCRIÇÃO RECHAÇADA. PREVALÊNCIA DO VOTO DISSIDENTE. RECURSO PROVIDO. "É de um ano o prazo prescricional da ação do segurado contra a seguradora, nos moldes do art. 178, 6º, II, do Código Civil de 1916, aplicável à espécie (correspondente ao art. 206, 1º, II, b, do Código Civil de 2002). O prazo prescricional relativo à cobrança de indenização securitária tem como termo inicial a data da ciência inequívoca da invalidez pelo Segurado e será suspenso desde o aviso do sinistro à Corretora de Seguros (preposta da Seguradora) até a ciência da recusa de pagamento. Se a Seguradora deixa de provar a data da comunicação da negativa de pagamento ao Segurado, ônus que lhe competia (art. 333, II, do CPC), não há como acolher a alegada prescrição" (TJSC, Embargos Infringentes n. 2011.052580-5, de Blumenau, rel. Des. Victor Ferreira, j. em 9-5-2012) (Embargos Infringente n. 2013.007547-8, de Capinzal, rel. Des. Fernando Carioni, Dj. 10-4-2013). Assim, compulsando atentamente os autos, verifica-se que a ciência inequívoca da incapacidade do Autor deu-se por ocasião da sua aposentadoria em 20-3-2008 (fl. 30). O pedido administrativo que suspendeu o prazo prescricional ocorreu em 13-3-2009 (fl. 72) conforme aviso de sinistro juntado pelo Réu, e não impugnado pelo Autor, tendo a negativa da seguradora ocorrido em 30-4-2009 (fl. 37 - fato incontroverso), momento em que o prazo prescricional retomou o seu transcurso,

findando em 7-5-2009. Desta feita, tendo o protocolo da presente demanda sido feito apenas em 29-11-2009, ou seja, 6 meses 22 dias após o transcurso do lapso prescricional, há de se reconher a prescrição do direito do Autor. Destarte, tendo a ação sido ajuizada após o prazo ânuo estampado no artigo 206, 1, II, b, do Código Civil, configurada está a prescrição, devendo o feito ser extinto com resolução do mérito, conforme o artigo 269, IV, do Código de Processo Civil. Por fim, inverte-se o ônus da sucumbência e condena-se o Autor ao pagamento da totalidade das despesas processuais e dos honorários advocatícios, que se fixa em R$ 2.000,00, conforme o disposto no artigo 20, 4, do Código de Processo Civi, ressalvando-se, entretanto, o disposto no artigo 12 da Lei n. 1.060/1950. Diante do acolhimento do apelo interposto pelo Réu, fica prejudicada a análise do recurso adesivo interposto pelo Autor. É o voto.