1 INTRODUÇÃO gestão escolar administração

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Transcrição:

1 INTRODUÇÃO Para compreendermos o que vem a ser Prática de Administração Gestão Escolar, entendemos que seja prudente ressaltar que há uma relação muito forte entre os dois termos, mas nem sempre percebemos as fronteiras que separam uma dimensão da outra. A priori, podemos afirmar que o conceito de gestão escolar é relativamente recente e de extrema importância, na medida em que desejamos uma escola que atenda às atuais exigências da vida social, ou seja, formar cidadãos com vistas a oferecer a possibilidade de apreensão de habilidades e competências que se tornaram extremamente necessárias para a inserção social das pessoas em um mercado que tem se tornado cada vez mais competitivo. Quanto a administração, podemos afirmar que é um termo abrangente que em síntese estuda a aplicação e coordenação de recursos humanos, materiais, financeiros, de informação, tecnológicos numa organização, nesse caso em específico, a escola, de modo a atingir determinados objetivos e resultados planejados com o máximo de eficiência e eficácia. Grosso modo, podemos dizer que a gestão escolar pode ser classificada em três áreas que funcionam de modo interligado, ou seja, integrado ou sistêmico, são elas: a gestão pedagógica, a gestão administrativa e a gestão de recursos humanos.

Frente ao exposto, o propósito dessa disciplina é mostrar para o futuro gestor educacional como se dá a gestão no cotidiano escolar a partir do conhecimento de suas dimensões do ponto de vista teórico e prático. Mas não é só isso, pois buscamos também orientá-los quanto ao cumprimento do estágio supervisionado em administração escolar, pois acreditamos que, para se tornar um bom gestor, se faz necessário conhecer as rotinas administrativas, e isso será possível somente com a observação in lócus. Portanto, a partir da análise das diferentes dimensões, buscaremos mostrar para você a importância do trabalho do gestor educacional em uma escola que tem sido cada vez mais cobrada quanto ao seu papel na sociedade contemporânea. Dessa forma, esperamos que esse estudo seja de grande valia para a sua formação. 2 ADMINISTRAÇÃO, GESTÃO, DIREÇÃO: RESGATANDO ALGUNS CONCEITOS De acordo com Libâneo (2004), a maioria dos autores que estudam as tarefas de administrar, gerir, organizar, dirigir, tomar decisões as reúne todas no conceito de administração, configurando-se assim uma ciência da administração ou teoria da administração, conforme sinalizado na disciplina Pressupostos da Administração. Essa conversa, porém, está ficando muito técnica, para não dizer chata, se não propusermos um diálogo. Você não acha? Para resolver esse problema, vamos convidar nossas companheiras de estudo: Maria Joaquina e Maria da Conceição 1. Maria Joaquina: Ainda bem! Já estávamos pensando que você tinha se esquecido de nós. 1 Maria Joaquina e Maria e Maria da Conceição da Conceição são duas são personagens duas personagens criadas criadas pelo autor pelo deste autor material, deste material, funcionam funcionam como suas como interlocutoras suas interlocutoras em alguns em alguns trechos. trechos. Na apostila Na apostila Pressupostos Pressupostos da Administração da Administração: Gestão Gestão Escolar Escolar (de (de mesma mesma autoria) autoria) essas essas personagens são são descritas descritas e citadas e citadas largamente.

Maria da Conceição: Isso mesmo! E já que estamos aqui, acho melhor procurar relacionar isso tudo com a gestão escolar. Claro que não me esqueci de vocês, afinal nosso diálogo tem sito muito importante para tornar nossos encontros mais agradáveis e, por que não dizer, mais didático e humano. Dessa forma, para aproximar essa discussão à nossa realidade, o professor José Carlos Libâneo afirma que as tarefas citadas anteriormente quando se referem à escola configuram a administração escolar. Para evidenciar o exposto, ele recorre a alguns autores que discutem o assunto, conforme as definições que seguem: A administração escolar tem como objetivos essenciais planejar, organizar, dirigir e controlar os serviços necessários à educação. Ela inclui, portanto, no seu âmbito de ação, a organização escolar. 2 Conforme se observa, a administração que se dá no âmbito escolar tem uma relação muito próxima com a que ocorre na empresa, mesmo porque, em uma visão reducionista, podemos afirmar que a escola é uma empresa apesar das várias críticas que inúmeros estudiosos fazem sobre esse ponto de vista. Ainda sobre o assunto, o autor continua: Em seu sentido geral, podemos afirmar que a administração é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. (...) Os recursos (...) envolvem, por um lado, os elementos materiais e conceituais que o homem coloca entre si e a natureza para dominá-la em seu proveito; por outro, os esforços despendidos pelos homens e que precisam ser coordenados com vistas a um propósito 2 SANTOS, 1996, p. 19 apud LIBÂNEO, 2004, p. 98.

comum. (...) A administração pode ser vista, assim, tanto na teoria como na prática, como dois amplos campos que se interpenetram: a racionalização do trabalho e a coordenação do esforço humano coletivo. 3 Frente ao exposto, Libâneo procura deixar claro que outros autores reconhecendo a especificidade das instituições educacionais preferem atribuir maior importância à organização quando comparada à administração. Pois bem, se outros autores discutem o assunto, entendemos que seja prudente buscar mais informações sobre a administração escolar para ficar mais clara a diferença entre administração geral e administração escolar. A discussão e as dúvidas não param por aí, pois uma vez compreendida a diferença entre administração geral e administração escolar surge uma nova dúvida, administração ou gestão? Para tentar responder a essa indagação, colocaremos nossa atenção em outros dois conceitos que são importantes para analisar a prática do gestor escolar: gestão e direção. Acreditamos que de posse desses dois outros conceitos conseguiremos compreender melhor a lógica da gestão escolar na atualidade. 2.1 Administração ou gestão escolar? Muito provavelmente vocês já devem ter percebido que o centro da organização e do processo administrativo é a tomada de decisão. Mas vocês não são as únicas pessoas que pensam assim, pois esse ponto de vista é compartilhado por inúmeros autores que dedicam boa parte de seu tempo estudando as organizações e o processo administrativo. 3 PARO, 1986, apud LIBÂNEO, 2004, p. 98.

Sobre esse assunto, Libâneo (2004) afirma que todas as demais funções da organização o planejamento, a estrutura organizacional, a direção, a avaliação referem-se ao processo eficaz de tomada de decisões. Portanto, não podemos esquecer que os processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a decisão funcionar caracterizam a ação que denominamos gestão (Libâneo, 2004). Diante disso, é mister dizer que a gestão nada mais é que a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos. Maria Joaquina: Espera um pouco, não estou entendendo a diferença. Maria da Conceição: É verdade. Os termos parecem iguais. Vocês estão certas, meninas, da forma como foi exposto, o termo gestão é sinônimo de administração (Libâneo, 2004). De acordo com Santos (2008), na literatura e no contexto educacional usa-se a expressão gestão educacional no lugar de administração escolar. Entretanto, qual é a diferença? Será que as pessoas mais jovens usam o segundo termo e as mais tradicionais, o primeiro? Talvez sim, mas não podemos generalizar. Afinal de contas, não necessariamente uma pessoa que atua há mais tempo no campo educacional se valha de termos ultrapassados para referenciar sua prática, tampouco os mais jovens se valem de termos contemporâneos por estarem mais atualizados com as mudanças observadas na sociedade.

Sobre o assunto, Lück (1998), citada por Santos (2008), afirma que o termo gestão tem sido utilizado, de forma equivocada, para substituir o que antes denominava-se administração. As proposições antecedentes expressam uma mudança significativa na postura e orientação de dirigentes. Diante disso, a autora adverte que consequentemente não se deve entender que o que esteja ocorrendo seja uma simples substituição de terminologia das antigas noções a respeito de como conduzir uma organização de ensino. Revitalizar a visão da administração da década de 1970, orientada pela ótica da administração científica, seria ineficaz e corresponderia a fazer mera maquiagem modernizadora. Portanto, deve ficar claro para os futuros gestores o ponto de vista da Heloísa Lück: A gestão é mais globalizada e dinâmica, envolvendo a dimensão política e social, a ação para transformações, globalizações, participação, práxis, cidadania, etc.. 4 A autora enfatiza também que administração científica proposta por Taylor e seus seguidores não tem mais vez nas organizações em que ocorrem processos sociais caracterizados pela diversificação e pluralidade de interesses, em que as pessoas não podem ser consideradas componentes de uma máquina manejada e controlada de fora para dentro. Maria Joaquina: Tudo bem, mas desde quando existe a expressão gestão educacional? Maria da Conceição: Qual o propósito do emprego desse novo termo? 4 LÜCK, 1998, apud SANTOS, 2008.

Vejam bem, meninas, esperamos que vocês tenham compreendido que não se trata de uma mera substituição de terminologia, mas sim do emprego de um novo conceito que se ajusta à gestão escolar no contexto da atualidade. Sobre esse assunto, o autor Clóvis Roberto dos Santos recorre a Heloísa Lück para justificar o emprego do termo gestão, conforme segue. A expressão gestão educacional, comumente utilizada para designar a ação dos dirigentes, surge, por conseguinte, em substituição à administração educacional (ou escolar), para representar novas ideias e estabelecer, na instituição, uma orientação transformadora, a partir da dominação da rede de relações que ocorrem, dialeticamente, no seu contexto interno e externo (...). O conceito de gestão educacional, diferentemente do conceito de administração educacional, abrange uma série de concepções não abarcadas pelo de administração. 5 Frente ao exposto, cremos que fica evidente a diferença e a importância do emprego do termo gestão escolar, o qual, ainda de acordo com a autora, pressupõe a democratização do processo de determinação dos destinos do estabelecimento de ensino e seu projeto político-pedagógico, a compreensão da questão dinâmica e conflitiva das relações interpessoais da organização como uma entidade viva e dinâmica, demandando uma atuação de liderança. O entendimento de que a mudança dos processos pedagógicos envolve alterações nas relações sociais da organização é o fator que justifica o emprego do termo gestão escolar em detrimento de administração escolar. 2.2 Direção: o que é isso? E a direção? O que significa? Qual sua relação com a gestão? Será que é correto dizer diretor ou gestor educacional? 5 LÜCK, 1998, apud SANTOS, 2008, p. 35.

Esses questionamentos são importantes e recorrentes na atualidade, mesmo porque o termo gestão, conforme sinalizado é recente, por isso muitas pessoas ficam em dúvida sobre quando e como utilizá-lo. Para compreender a lógica da direção, podemos afirmar que, quando temos uma estrutura montada com todos os recursos necessários, é hora de fazê-la funcionar. E para isso é preciso uma liderança segura, que motive as pessoas e garanta boas condições de trabalho. Também são necessários processos de trabalho claros e definidos. Esse esforço de fazer a estrutura movimentar-se e trabalhar de acordo com o planejado e de orientar e liderar pessoas constitui uma função da administração conhecida como direção. Para Libâneo (2004), a direção é um princípio e atributo da gestão, mediante a qual é canalizado o trabalho conjunto das pessoas, orientando-as e integrando-as no rumo dos objetivos. Portanto, segundo o autor, basicamente, a direção põe em ação o processo de tomada de decisões na organização e coordena os trabalhos, de modo que sejam executados da melhor maneira possível. O autor acrescenta ainda que a organização e os processos de gestão, incluindo a direção, assumem diferentes significados, conforme a concepção que se tenha dos objetivos da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos. Para ilustrar esse ponto de vista, caso seja supervalorizada uma concepção técnico-científica de escola, a direção é centralizada numa pessoa, as decisões vêm de cima para baixo, bastando cumprir um plano previamente elaborado, sem a participação dos professores nem dos demais componentes da equipe gestora e, claro, muito menos dos usuários da escola como um todo. Por outro lado, numa concepção democrático-participativa, o processo de tomada de decisões se dá coletivamente, participativamente.

Portanto, a direção pode tanto estar centrada no indivíduo quanto no coletivo, sendo possível uma direção individualizada ou uma direção coletiva, participativa. Atualmente, tem-se observado cada vez mais a tendência pela gestão participativa, mas nem sempre foi assim, pois até bem pouco tempo, o modelo de direção da escola era o de diretor submisso aos órgãos centrais, e seu papel se restringia a de guardião e administrador de determinações estabelecidas pelas instâncias superiores. Estudos mostram que a intensificação sobre a autonomia da escola se deu a partir da década de 1980, quando tomaram posse os primeiros governadores eleitos pelo voto direto. De acordo com Lück (1998), citada por Santos (2008), o debate sobre a autonomia da escola toma corpo e possibilita modificação na terminologia e na avaliação da atuação administrativa, que passa a ser denominada como gestão e, mais particularmente, gestão democrática. Com o Parecer CEE 67/98, passou-se a observar que a autonomia da escola não deve ser um discurso vazio. Ao contrário, define-se em função de prioridades, visa reverter a baixa produtividade do ensino e deve estar comprometida com a meta da redução da repetência e com a melhoria da qualidade do ensino. Ademais, a autora enfatiza que o diretor escolar é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e na promoção segura da formação de seus alunos. Atualmente, o diretor de escola é chamado a admitir seu papel político frente aos desafios exigidos pelo seu cargo. Além das atividades de administrador escolar, o diretor exerce a atuação da gestão, que abrange aspectos filosóficos e políticos. Devemos considerar que, esses aspectos vêm antes e acima da administração. A administração é uma das formas da gestão, pois compreende as atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. As

formas mais conhecidas de gestão são: administração, cogestão e autogestão. Para ilustrar o ponto de vista de Heloísa Lück, recorremos a um edital de concurso público para provimento do cargo de diretor de escola realizado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo no ano de 2007. Consta do edital que os então futuros diretores de escola da Rede Pública Estadual de São Paulo precisam dominar competências e habilidades para: compreender a natureza, a organização e o funcionamento da educação escolar, suas relações com o contexto histórico-social e com o desenvolvimento humano, bem como a gestão do sistema escolar, seus níveis e modalidades de ensino; apropriar-se dos fundamentos e das teorias do processo de ensino e de aprendizagem; relacionar princípios, teorias e normas legais a situações reais, interpretando e aplicando a legislação de ensino a favor da população escolar; identificar e avaliar criticamente os impactos de diretrizes e medidas educacionais, objetivando a tomada de decisão, com vistas à garantia de uma educação plena; comunicar-se com clareza, em diferentes situações, com diferentes interlocutores, utilizando as linguagens e as tecnologias próprias; socializar informações e conhecimentos na busca do diálogo permanente com a comunidade intra e extraescolar; estimular a participação dos colegiados e instituições escolares, promovendo o envolvimento e a participação efetiva de todos como fator de desenvolvimento da autonomia da escola;

compreender, valorizar e implementar o trabalho coletivo, reconhecendo e respeitando as diferenças pessoais e as contribuições de todos participantes; incorporar à sua prática valores, atitudes e sentido de justiça, essenciais ao convívio social, solidário e ético, ao aprimoramento pessoal e à valorização da vida; utilizar recursos tecnológicos nas atividades de gestão escolar; promover ações de formação continuada, garantindo espaços de partilha de experiência e reflexão, especialmente na HTPC (hora de trabalho pedagógico coletivo), que possibilitem seu desenvolvimento pessoal e aprimoramento profissional, bem como do grupo que lidera; elaborar de forma participativa os planos de aplicação dos recursos físicos e financeiros, vinculados à proposta pedagógica da escola; responsabilizar-se pela administração de pessoal, de recursos materiais e financeiros e do patrimônio escolar com transparência nos procedimentos administrativos, garantindo a legalidade, a publicidade e a autenticidade das ações e dos documentos escolares; fortalecer o vínculo com a comunidade local, buscando estabelecer, com outras instituições e lideranças comunitárias, parcerias que promovam o enriquecimento do trabalho da escola e da comunidade em que ela se insere. A partir do exposto e uma vez compreendidos a diferença entre administração e gestão e o papel da direção no contexto educacional, podemos afirmar que o graduando que pretende ser diretor de escola precisa ter em mente que, entre outras coisas, a participação é o principal meio de se assegurar a

gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. 3 PRÁTICAS DE GESTÃO Segundo Libâneo (2004), as práticas de gestão dizem respeito a ações de natureza técnico-administrativa e de natureza pedagógico-curricular, que se constituem em meios, instrumentalidades, da ação educativa e docente. Entendemos que essas ações se dão a partir da gestão pedagógica, administrativa e dos recursos humanos. Dessa forma, apresentamos a seguir algumas considerações acerca de cada uma dessas dimensões. 3.1 Gestão pedagógica Embora seja difícil ajuizar as ações educacionais, entendemos que a gestão pedagógica é o lado mais importante e significativo da gestão escolar. Não que as outras dimensões não sejam importantes, mas a parte pedagógica é a que deve recair a maior atenção por parte dos gestores educacionais, pois ela cuida da área educativa propriamente dita da escola. Grosso modo, podemos dizer que essa dimensão estabelece objetivos para o ensino, sejam gerais ou específicos. Ademais, é a partir da gestão pedagógica que: define-se as linhas de atuação, em função dos objetivos e do perfil da comunidade e dos alunos; propõe-se metas a serem atingidas; elabora-se os conteúdos curriculares; acompanha-se e avalia-se o rendimento das propostas pedagógicas, dos objetivos e o cumprimento de metas;

avalia-se o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um todo. Portanto, suas especificidades devem estar enunciadas no regimento escolar e no projeto pedagógico da escola também conhecido como proposta pedagógica. Além disso, parte do plano escolar inclui elementos da gestão pedagógica: objetivos gerais e específicos, metas, plano de curso, plano de aula, avaliação e treinamento da equipe escolar. Maria Joaquina: Será que você poderia explicar melhor o que é um plano escolar? Maria da Conceição: Ou plano de gestão, pois já ouvi falar nesse termo também. Claro que sim, meninas! Em primeiro lugar, é importante ressaltar que plano de gestão e plano escolar são sinônimos. Em segundo lugar, qualquer dos termos trata-se de um instrumento de trabalho dinâmico e flexível que: operacionaliza as medidas previstas de forma genérica no regimento; propõe ações para a execução da proposta pedagógica da escola em um determinado período letivo; norteia o gerenciamento das ações escolares. No plano de gestão, a escola apresenta sua proposta de trabalho, ressaltando seus principais problemas e os objetivos a

alcançar. Além disso, relaciona as ações específicas que pretende desenvolver, com vistas a solucionar os problemas ou a fornecer os aspectos positivos que tem a favor. Outro aspecto importante a ser destacado é que nesse documento a escola explicita também, como, por quem e quando as ações serão realizadas, bem como os critérios para acompanhamento, controle e avaliação do trabalho desenvolvido. Por fim, é importante de ressaltar que o diretor é o grande articulador da gestão pedagógica e o primeiro responsável pelo seu sucesso. Ele é auxiliado nessa tarefa pelo coordenador pedagógico. Em síntese, podemos dizer que a gestão pedagógica diz respeito à formulação e gestão do projeto pedagógicocurricular, do currículo, do ensino, do desenvolvimento profissional e da avaliação, ou seja, à gestão dos próprios elementos que constituem a natureza escolar (Libâneo, 2004). 3.2 Gestão administrativa Em geral, quando se pensa na figura do diretor de escola, atribui-se a ele uma figura meramente administrativa. Por outro lado, devemos ressaltar que não é bem assim, pois, conforme a relação de competências e habilidades apresentadas no item que buscamos conceituar o termo direção, fica evidente que esse profissional tem uma ampla área de atuação. Claro que as exigências lá apontadas são para os diretores de escolas públicas do Estado de São Paulo que por sua vez tem exigido cada vez mais de seus gestores, pois está implementando uma ampla reforma curricular dentro da lógica de mercado.

Não obstante, se o futuro graduando ou graduanda em pedagogia for atuar em uma escola particular, dependendo de sua dimensão, muito provavelmente essa escola terá dois diretores, ou seja, um responsável pela área administrativa e outro, pela área pedagógica. Mas, se for atuar em uma escola de pequeno porte, acreditamos que ele ou ela será responsável tanto pela dimensão administrativa quanto pela pedagógica. Portanto, fica claro que temos que conhecer um pouco das rotinas de cada uma dessas dimensões, pois não sabemos o que nos espera no futuro, mas temos a certeza de que as exigências serão cada vez maiores. Maria Joaquina: Mas quais são as incumbências de um gestor administrativo? Maria da Conceição: Nossa! É isso mesmo? Essa nomenclatura parece estranha. É isso mesmo. Apesar de não ser considerada a mais importante, é uma área de muita responsabilidade e que dá muito trabalho para o diretor da escola. A gestão administrativa é a área da administração que cuida da parte física da escola, compreendendo o prédio e os equipamentos materiais que a escola possui e da parte institucional que diz respeito à legislação escolar, direitos e deveres, atividades de secretaria. Há pessoas que gostam de fazer esse tipo de trabalho, mas há outras que são completamente anversas e só o fazem porque são obrigados, e é aí que surgem os problemas, pois se não gostamos do que fazemos, fazemos mal e, portanto, somos infelizes.

Grosso modo, podemos dizer que nessa dimensão cuidamos da legislação escolar e das normas administrativas; dos recursos físicos, materiais, didáticos e financeiros. Portanto, somos responsáveis pela direção e administração que incluem desde as rotinas administrativas até o cotidiano da secretaria da escola. Por fim, é mister dizer que as especificidades da dimensão administrativa estão enunciadas no plano de gestão e no regimento da escola. 3.3 Gestão de recursos humanos Conforme mencionado anteriormente, é difícil dizer o que é mais ou o que é menos importante dentro da gestão escolar. Acreditamos que essa avaliação depende muito das preferências de atuação de cada gestor, ou seja, se tiver uma preferência maior pela parte pedagógica, dirá que ela é mais importante, se pela parte administrativa, dirá que essa o é e assim por diante. Dessa forma, preferimos dizer que todas são importantes e nenhuma exclui a outra, pois o sucesso de uma dimensão depende da boa atuação da outra e vice-versa. Assim, trata-se de um trabalho de extrema importância, pois a gestão de pessoal que está relacionada aos alunos, equipe escolar e comunidade em geral constitui, muito provavelmente, a parte mais sensível de toda a gestão. Por que pensamos assim? Entendemos que, sem dúvida, lidar com pessoas, mais do que isso, mantê-las trabalhando satisfeitas, rendendo o máximo em suas atividades, contornar problemas e questões de relacionamento humano fazem da gestão de recursos humanos o fiel da balança em termos de fracasso ou sucesso de toda formulação educacional a que se pretenda dar consecução na escola.

Maria Joaquina: O que está em jogo na gestão de recursos humanos? Maria da Conceição: Será que os diretores estão preparados para lidar com as pessoas? Muita coisa está em jogo, principalmente o que diz respeito aos direitos, deveres, atribuições de professores, corpo técnico, pessoal administrativo, alunos, pais e comunidades que devem estar previstos no regimento escolar. Sobre a indagação de se os diretores estão preparados para lidar com as pessoas, não é possível afirmar que todos estão, mas, se não está, precisam ficar, pois não há como administrar uma escola sem lidar com pessoas. Portanto, entendemos que, se o regimento escolar for elaborado de modo equilibrado, não tolhendo demais a autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar nem deixando lacunas e vazios sujeitos a interpretações ambíguas, a gestão de recursos humanos se tornará mais simples e mais justa. Em síntese, podemos afirmar que a organização ora proposta para as práticas de gestão, ou seja, gestões pedagógica, administrativa e de recursos humanos, corresponde a uma formulação teórica e explicativa, pois, como se sabe, na realidade escolar as três dimensões são indissociáveis. Assim, devem atuar de forma integrada com vistas a garantir a organicidade do processo educativo. Quando pensamos a escola, sabemos que é um local onde há muitas pessoas, portanto uma boa gestão de recursos humanos se faz necessária. Mas quais seriam os desafios dos gestores para terem uma gestão bem-sucedida?

Entendemos que um dos desafios na gestão de pessoas no âmbito escolar é manter um ambiente de trabalho prazeroso, que permita o crescimento organizacional e o desenvolvimento do potencial intelectual das pessoas. Independente de a escolar ser de natureza pública ou privada, acreditamos que entre os fatores que permeiam as relações de trabalho e influenciam na satisfação das pessoas temos a motivação do próprio ser humano e o clima organizacional. O indivíduo ao ingressar no mundo do trabalho, de modo geral, é revestido de expectativas, de busca de satisfação tanto das necessidades de pertencer a um grupo social quanto da autorrealização. Quando há motivação elevada, o clima se torna favorável e como consequência as pessoas ficam satisfeitas, interessadas e colaborativas. Por outro lado, se há baixa motivação em decorrência de frustrações ou barreiras à satisfação de necessidades, o clima organizacional tende a ser desfavorável, gerando estados de depressão, desinteresse, apatia e, até de reclamações generalizadas. Sabemos que manter um ambiente agradável é uma tarefa bastante complexa, mas como gestores precisamos dedicar boa parte de nosso tempo buscando a manutenção de um quadro harmônico entre os atores. Por outro lado, se optarmos por uma gestão democrática, muito provavelmente isso não será difícil, mesmo se não tivermos como atender aos anseios das pessoas. 3.4 Prática de gestão: algumas dicas para o futuro gestor escolar Em primeiro lugar, podemos adotar alguns princípios e práticas da administração empresarial na gestão educacional, conforme sugere Santos (2008). Dentre esses princípios podemos destacar:

as escolas devem ser planejadas para se transformar em centros comunitários permanentes; a integração escola-comunidade-família deve ser amplamente aplicada; pais, professores e alunos devem estar satisfeitos com a escola, afinal eles são os clientes; não esquecer que entre a clientela há diferentes características de inteligência e, por isso, devem existir diferentes estilos de aprendizagem; usar boas e novas técnicas de ensino que sugiram diferentes formas de aprendizagem; não se esquecer do recurso-chave do processo de ensinoaprendizagem: o professor. Investir em sua atualização e aperfeiçoamento; planejar bem o currículo da escola, visando ao crescimento pessoal, às habilidades de vida e ao aprender a aprender; a educação continuada deve ser uma constante entre alunos e professores; adotar critérios diferentes e eficazes de avaliação do processo educativo; lembrar-se de que o que sabemos hoje será obsoleto amanhã. Se pararmos de aprender, estaremos condenados à estagnação; usar tecnologia moderna e dar a todos o direito de escolher a técnica que lhes pareça mais adequada para aprender. Acreditamos que essas dicas são muito importantes para o sucesso da gestão da escola. Mas não é só isso, acreditamos que uma gestão bem-sucedida prescinde de um líder que saiba negociar, pois somos suscetíveis a conflitos o tempo todo. Portanto, apresentamos a seguir algumas noções de negociação no cotidiano escolar.

3.4.1 Negociação no cotidiano escolar De acordo com Ferreira (2008), a capacidade de negociar surgiu mediada pela evolução da cognição do ser humano, conforme comprovam dados arqueológicos e antropológicos. Ademais, a cognição foi a mediadora entre o cérebro e a cultura, funcionando como força indutora de interações das pessoas, o que favoreceu o progresso e o desenvolvimento humano, acrescenta o autor. Todavia, em que medida devemos nos valer da negociação? Segundo Ferreira (2008), a negociação deve ser vista como um processo para superar conflitos entre pessoas que se encontram em posições divergentes e atribuem valor ao que está sendo discutido. Maria Joaquina: Não entendi. Afinal, o diretor está de que lado da gestão? Maria da Conceição: Ele é contra ou a favor dos professores? Calma, meninas! Vejam bem, apesar de todo um discurso romântico sobre a gestão da escola, não podemos deixar de mencionar que há muitos conflitos, pois nem sempre os interesses são os mesmos. Isso porque estamos lidando com seres humanos, e quando os interesses divergem aí cada um assume a postura que mais lhe convém. Por exemplo, no caso das escolas públicas, é sabido que em vários momentos há paralisações ou até mesmo greves. Apesar de ser é um direito constitucional, nem sempre todos aderem ao movimento e então cabe ao diretor, na maioria das vezes, negociar o conflito.

Portanto, como se vê, nesse caso, o diretor ou diretora e alguns professores estão de um lado enquanto outros professores e até mesmo alguns membros da direção estão de outro. Dessa forma, a negociação deve entrar em campo. Em um processo de negociação, devemos ter em mente que há um ou mais objetivos, e tais objetivos podem ser categorizados como ideais, realistas e prioritários. Os objetivos ideais são aqueles que poderiam ser concretizados caso o lado oposto da negociação estivesse de acordo com o que é pedido. As duas partes da negociação podem oferecer resistência aos objetivos realistas de uma das partes, e, por meio de negociações exaustivas, busca-se atingir um consenso sobre as prioridades de ambos os lados. Entretanto, chegar a esse ponto não é uma tarefa fácil, pois se trata de um ambiente bastante inflamável e, segundo Ferreira (2008), é quase impossível que não ocorra a manifestação de emoções e sentimentos positivos e negativos. Para esse autor, mesmo os negociadores mais experientes têm o seu comportamento definido pela ação das emoções e sentimentos, que podem facilitar ou dificultar o relacionamento entre as partes. Quando frustrada em suas expectativas, é normal que uma pessoa manifeste forte rejeição à situação surgida e focalize os seus ressentimentos sobre o agente causador. Se a resposta emocional não for imediata, é quase certo que os sentimentos negativos permanecerão dominando a sua mente, com elevadas chances de se extravasar de forma conflituosa, em oportunidades posteriores (Ferreira, 2008). Situações dessa natureza são comuns no cotidiano escolar, pois as dificuldades de gerir uma escola estão em uma proporção bastante similar à da atuação do professor no contexto da atualidade. Temos observado cada vez mais um processo desvalorização do papel do professor, o que por sua vez culmina em uma relação cada vez mais conflituosa tanto com os alunos quanto com a direção da escola.

As negociações são difíceis, mas acontecem somente no momento em que as partes envolvidas estão dispostas a realizar uma troca. Assim, ela acontece o tempo todo em torno deste princípio, de acordo com a regra de que é preciso dar poder antes de receber. O seu ponto-chave está nas concessões e na premissa de que ambas as partes devem obter vantagens delas. Alguns termos classificam os resultados das negociações, que podem ser ganha/ganha ou perde/perde. Parte-se do principio de que em nenhuma negociação perde/ganha há uma vitória propriamente dita. Precisa ficar claro que um dos fatores críticos de sucesso para o bom resultado de uma negociação é que ambas as partes tenham bem definidos os objetivos realmente necessários e os que são resultados de um desejo e, portanto, objetivos pessoais. Os adversários devem se perguntar o que realmente é um objetivo que guiará o objetivo comum e quais os que se não obtidos não influenciariam ou influenciariam pouco no resultado final buscado pelo grupo. Como estamos nos referindo à escola, acreditamos que não temos adversários, mas sim pessoas momentaneamente insatisfeitas com uma dada situação que, em geral, é solucionada com uma boa negociação. 3.4.2 Trabalho em equipe O trabalho em equipe pode também ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado trabalho. No caso específico das escolas, isso é de extrema importância, pois, conforme mencionado anteriormente, o sucesso de uma dimensão da gestão depende da outra. Portanto, acreditamos que o sucesso de gestão se dá a partir do trabalho compartilhado por todos os membros da unidade escolar, ou seja, direção, vice-direção ou

assistente de direção, coordenação, professores, funcionários, alunos e comunidade em geral. O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e a agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados. Para ilustrar esse ponto de vista, podemos nos valer dos esportes, atividades em que times ou seleções jogam umas contra as outras. Sobre o trabalho em grupo, Acúrcio (2004) afirma que a educação formal não é tarefa para indivíduos, mas para equipes. Portanto, isoladamente, ainda que haja competência e comprometimento, os resultados do trabalho educacional são quase sempre insignificantes. Ademais, em termos de produtividade, uma escola se distingue de outra em virtude do maior ou menor grau de sintonia entre professor e escola, entre professor e aluno, entre escola e família, entre alunos, entre professores. Quando essas relações são desafinadas, por melhor que seja o desempenho de cada indivíduo, sempre há prejuízos. Mais do que de energia, o trabalho educacional precisa de sinergia. Portanto, cuidar do crescimento das pessoas é um dos caminhos mais efetivos para a formação de uma equipe. Por maior que seja o esforço, é muito difícil constituir uma equipe quando as pessoas do grupo, em sua maioria, são egoístas, mesquinhas, agressivas, desleais, competitivas, duras, irônicas, permissivas e autoritárias (Acúrcio, 2004). Concordamos com a autora em que a competência individual é condição necessária para a democratização das relações, para se dar poder aos indivíduos, sem que se caia no caos, sem aumentar a confusão e sem dificultar o gerenciamento da equipe. Contudo, precisamos deixar claro que o talento individual, embora imprescindível, não é suficiente para que se forme uma

equipe. É necessário que os talentos se unam em torno de um objetivo comum, é preciso que tenham uma visão compartilhada. O trabalho individual benfeito, sem um norte, não sincronizado, é pouco efetivo para a consecução das metas de uma instituição (Acúrcio, 2004). Além disso, quando há uma única direção para as energias individuais, cria-se uma sinergia. A seguir, algumas dicas para se trabalhar em grupo. paciência: sabemos que nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, mesmo porque, conforme reza o dito popular: cada cabeça, uma sentença. Por isso, é importante que sejamos pacientes e pensemos antes de falar. Devemos procurar expor os nossos pontos de vista com moderação e ouvir o que os outros têm a dizer. Precisamos respeitar os colegas, mesmo que não estejamos de acordo com suas opiniões. aceitar as ideias dos outros: muitas vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão, mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que nosso orgulho é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar. não criticar os colegas: podem surgir conflitos entre os colegas de grupo, mas é muito importante não deixar que isso interfira no trabalho. Devemos avaliar as ideias dos colegas, independentemente daquilo que achamos deles. Podemos criticar as ideias, porém jamais a pessoa. saber dividir: quando trabalhamos em grupo, é importante dividir as tarefas. Não devemos partir do princípio de que somos o único que podemos saber realizar uma determinada tarefa. Pois, se isso fosse verdade, o trabalho não seria em grupo, mas sim

individual. Portanto, partilhar responsabilidades e informação é fundamental para o sucesso da equipe. Por fim, vale ressaltar que o desempenho de uma equipe depende da competência individual de seus membros e da capacidade de trabalhar bem em conjunto. É bastante frequente o exemplo de equipes de futebol com grande número de estrelas que apresentam resultados desprezíveis em campeonatos; e não é raro equipes com menor número de talentos individuais surpreenderem grandes equipes (Acúrcio, 2004). Não podemos esquecer que uma equipe é bem mais que um conjunto de pessoas. Em nossas escolas, precisamos trabalhar em equipe, mas não podemos confundir o sentimento de equipe com o sentimento de amizade. Esse ponto de vista é ancorado na tese de que alguns gestores educacionais, na ânsia de terem equipes afinadas, muitas vezes gastam boa parte de seu tempo promovendo encontros, reuniões, festas, comemorações que possam criar laços de amizade entre os membros de seu grupo. Concordamos com Acúrcio (2004) em que a amizade não precisa ser patrocinada pela instituição, pois o indivíduo é capaz, por si só, de escolher e de cultivar seus amigos. Portanto, vamos trabalhar em equipe, mas com sabedoria e profissionalismo. 3.4.3 Como fazer reuniões produtivas? Puxa vida! Provavelmente vocês podem estar se questionando: a prática de gestão é um receituário? A resposta é não. Mas nossa experiência na área nos permite sugerir algumas dicas aos futuros gestores educacionais. Em educação, fazemos muitas reuniões, mais do que precisamos. Acreditem! Aliás, em geral, nós nos reunimos semanalmente com os professores com vistas a encontrar

caminhos alternativos para a prática pedagógica. Essas reuniões são importantes, pois estão relacionadas à formação continuada dos docentes, mas nem sempre os resultados alcançados são os esperados. Sobre esse assunto Forsyth (2004, p. 7) diz que a reunião ideal é a de duas pessoas com a ausência de uma. Claro que é um exagero do autor, mas concordamos com ele em que se existe uma coisa na vida dos negócios que seja uma bênção indesejável trata-se certamente das reuniões. É notório que tanto no meio corporativo quanto no educacional se gasta muito tempo com as reuniões; e muitas delas, não apresentam contribuição alguma, para dizer o mínimo (Forsyth, 2004). Frente ao exposto, o autor nos dá algumas dicas para realizarmos reuniões que, talvez, possam ser úteis a vocês e por que não dizer a nós mesmos, pois também somos gestores educacionais. Diante disso, antes da reunião, precisamos ter em mente que, para uma reunião ser bem-sucedida, ela precisa ter propósito e conteúdo. Reuniões do tipo acho que agora estamos todos aqui e de que vamos tratar primeiro? não servem para nada (Forsyth, 2004). Portanto, antes de propor uma reunião temos que verificar se ela é realmente necessária. Pode haver outras formas de lidar com o assunto em questão. Ainda mais hoje com o avanço dos meios de comunicações, em vez de propormos uma reunião desnecessária, talvez pudéssemos passar as informações por e- mail ou ainda nos comunicarmos por skype. Portanto, a primeira pergunta é: a reunião realmente precisa ser convocada? Será que não se trata de uma reunião para você mesmo? Tem gente que adora fazer reuniões. Quem sabe se você não é uma dessas pessoas...

Dessa forma, quando a reunião for proposta por você, em primeiro lugar, pergunte a si próprio: é um assunto para discussão ou para consulta? Será que a informação a ser disseminada na reunião poderia circular de outra forma? Se uma conversa breve for necessária, não seria suficiente uma conversa por telefone, ou no corredor, ou mesmo na hora do almoço? Tão logo se façam essas perguntas, uma alternativa quase sempre se apresenta e pode ser menos demorada do que uma reunião. Forsyth (2004, p. 13) faz a seguinte advertência: lembre-se de que essa decisão afeta não apenas sua própria disponibilidade de tempo. Ademais, uma reunião de seis pessoas por hora representa seis horas de trabalho (mais a preparação, chegar lá e... mas você já entendeu o ponto de vista). Essa é a maneira de refletir sobre o assunto. Naturalmente, quanto mais pessoas forem convidadas para uma reunião, mais essa situação se multiplica; e reuniões numerosas tendem, por natureza, a demorar mais que as menores. Para ilustrar tal ponto de vista, podemos citar as reuniões de diretores de escola pública de uma rede estadual da qual o autor desse texto também faz parte. Em geral, são cerca de oitenta diretores reunidos com uma pauta imensa (a última teve quarenta e um itens e durou mais de cinco horas). Eles e elas chegam, tomam os seus lugares e pegam seus cadernos e canetas para anotar tudo o que ouvem, pois a única coisa que lhes cabe é isso. Afinal a interatividade nessas reuniões é quase impossível. Além do que, quem ousar fazer qualquer espécie de questionamento será execrado pelos demais, pois poderá atrasar a reunião. Eu disse reunião? Não seria um pronunciamento? Ninguém pode falar mesmo! Maria Joaquina: Que horror! Isso não é uma reunião. Parece mais um castigo.

Maria da Conceição: Nossa. E é obrigado participar disso? E se o diretor não for? É verdade, meninas. De fato parece um horror! Para vocês terem uma ideia da loucura, em geral os diretores ficam de olho nos e-mails para saber quando essas fatídicas reuniões acontecerão, pois não podem perdê-las. Não por sua validade, mas pela obrigatoriedade. A situação é tão complicada que, se porventura algum diretor não puder comparecer, o dirigente fica tão furioso que em público grita: Onde está o supervisor dessa escola? Preciso do livro-ponto. Vou colocar falta para ele (ela). O pior é que alguns diretores costumam achar essa atitude louvável e alimentam comentários, para não dizer fofocas. Diante disso, com medo de represálias, em geral, ninguém falta, ainda mais se não for ocupante de cargo efetivo, pois poderá perder a função no dia seguinte. Ah, mas os efetivos também sofrem as represálias, pois o recado é o seguinte: Diretor designado eu cesso; e efetivo responde processo. Como se vê, a situação é complicada, mas não é regra para todas as Diretorias de Ensino, em que os diretores são respeitados e têm autonomia para trabalhar. Frente ao exposto, para evitar situações dessa natureza, propomos abaixo algumas dicas para vocês organizarem suas reuniões: 6 procure começar a reunião com uma breve explicação do problema. Veja, em seguida, se os participantes o (a) compreenderam bem; questione as causas do problema; 6 Disponível em <http://www.cnd.com.br/negocios/00003/00069.html>.

faça resumos com frequência do que foi discutido até então; peça as soluções possíveis, buscando ter as evidências que comprovem a praticidade de cada solução; após o problema ter sido suficientemente discutido, faça um resumo final e proceda, então, à sua votação; o ideal é que todas as soluções apontadas tenham responsáveis e prazo para execução; sempre que for conveniente, nomeie uma pessoa ou uma comissão encarregada de verificar se a decisão foi tomada corretamente e no tempo previsto; evite expressar suas ideias pessoais e só o faça depois que os outros as tenham expressado. Seu objetivo principal é dirigir e não participar calorosamente da discussão; seja flexível. No entanto, se você tem mais de doze pessoas em uma reunião, procure garantir que a pessoa que queira falar obtenha a sua autorização. Ela deverá levantar a mão e se pronunciar somente após sua autorização, seja pela menção ao nome ou por um aceno afirmativo com a cabeça. Outra forma é fazer uma bolinha de papel e só permitir que fale aquele que a tiver nas mãos; mantenha a reunião ativa, sem se desviar do tema. Garanta que seja rápida, com exposições curtas. Intervenha quando alguém falar muito ou com demasiada frequência, assim como quando saírem do tema. Reforce: o assunto que estamos discutindo é... Por favor, não se afaste do tema ; procure fazer com que todos participem da reunião, porém evite perguntar diretamente a cada um a sua opinião. Outra coisa importante que deve ser pensada para uma reunião é a pauta. Na maioria dos casos, precisa ser por escrito e distribuída com antecedência. Isso é básico, embora fazê-la não

seja frequente. Uma pauta clara pode controlar uma reunião de várias formas. De acordo com Forsyth (2004), a pauta deveria: especificar as formalidades (será necessário registrar as ausências e suas razões, por exemplo?); escolher e conectar-se a pontos de reuniões anteriores para manter a continuidade; dar aos convocados a oportunidade de fazer sugestões à própria agenda; especificar quem deverá liderar ou contribuir para cada item; ajudar as pessoas a se prepararem; ordenar os itens para discussão ou avaliação, o que pode ser feito segundo a ordem lógica dos tópicos, a dificuldade que representam (e talvez o tempo que os itens vão demandar) e a conveniência dos participantes (talvez alguém tenha que sair mais cedo e algum tópico deve ser tratado antes que isso aconteça); lidar com assuntos administrativos, tais como onde e quando a reunião terá lugar e, se for longa, prever intervalos e cafezinho. Outro aspecto de extrema importância para as reuniões é o horário. Afinal, toda reunião deve ter horário para início e, claro, para o término. Portanto, deve começar na hora programada, independente da quantidade de presentes, e terminar no horário previsto. Aliás, seria prudente programá-la para terminar antes do horário programado e jamais após esse horário. Quando isso acontece, perdemos a credibilidade. Há outros aspectos que devem ser considerados para a organização de uma reunião, mas acreditamos que as sugestões apresentadas são de grande valia. Ademais, vocês mesmos poderão encontrar outras dicas até mesmo mais eficazes.

4 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GESTÃO ESCOLAR De acordo com Pimenta e Lima (2004), o estágio sempre foi identificado como a parte prática dos cursos de formação de profissionais, em contraposição à teoria. Diante disso, concordamos com as autoras em que não é raro ouvir, a respeito dos alunos que concluem seus cursos, referências como teóricos, que a profissão se aprende na prática, que certos professores e disciplinas são por demais teóricos, que na prática, a teoria é outra. As autoras sinalizam que no cerne dessa afirmação popular está a constatação, no caso da formação de professores, de que o curso nem fundamenta teoricamente a atuação do futuro profissional nem toma a prática como referência para a fundamentação teórica. Ou seja, carece de teoria e prática (Pimenta; Lima, 2004, p. 33). Apesar de respeitarmos o ponto de vista exposto pelas autoras, pensamos um pouco diferente. Entendemos que o estágio representa a exteriorização do aprendizado acadêmico fora dos limites da universidade. Portanto, é o espaço em que o futuro gestor irá desenvolver seus conhecimentos junto às escolas públicas e particulares, correlacionando a teoria e a prática, contribuindo para uma análise de pontos fortes e fracos das instituições observadas e propondo com profissionalismo e ética melhorias para as escolas públicas e particulares.

Nesses termos, acreditamos que o espaço destinado para o estágio faculta ao estudante universitário a disponibilidade de assimilar o seu conhecimento teórico com os entraves que somente a prática por meio do dia-a-dia pode oferecer. Com isso, acreditamos que nessa configuração, a troca de experiência fará com que o futuro pedagogo se torne um profissional mais preparado para atuar em diferentes áreas relacionadas à sua formação. Portanto, com o estágio supervisionado em gestão escolar, buscamos: oferecer aos alunos situações de assumirem-se como sujeitos ativos do processo de gestão escolar; preparar os alunos para o trabalho, utilizando métodos modernos de avaliação de modelos de gestão; constituir-se em chance para aplicação dos conhecimentos e habilidades relacionados ao processo decisório. Maria Joaquina: Gostaria de fazer uma pergunta sobre o estágio: ele é obrigatório? Maria da Conceição: Se for obrigatório, qual a carga horária destinada à gestão escolar? O estágio é obrigatório sim. Ele integra o elenco de disciplinas obrigatórias dos cursos de pedagogia em qualquer instituição. Dessa forma, além de ensejar à aplicação e sedimentação dos conhecimentos teóricos obtidos durante o curso, é uma oportunidade para os alunos exercitarem os princípios de cidadania e de responsabilidade social.