USO DE JOGOS NAS AULAS DE INFORMÁTICA PARA IDOSOS: Relatos de Experiência



Documentos relacionados
UTILIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES EDUCACIONAIS PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: Como Prevenir Roubo de Dados Pessoais. Uma Abordagem Socioeducativa. Geisi Böttcher 1 ; Suelen Graff 2

CURSINHO POPULAR OPORTUNIDADES E DESAFIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

AS SALAS DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A PRATICA DOCENTE.

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

INCLUSÃO DIGITAL ATRAVÉS DE CURSOS DE INFORMÁTICA NA ULBRA CAMPUS GUAÍBA

Curso de planilhas eletrônicas na modalidade EAD: Um relato de experiência

A PÁGINA DISCIPLINAR DE MATEMÁTICA DO PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO

1 Fórum de Educação a Distância do Poder Judiciário. Gestão de Projetos de EAD Conceber, Desenvolver e Entregar

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

USO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO

10º FÓRUM DE EXTENSÃO E CULTURA DA UEM INCLUSÃO DIGITAL PARA PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Nome e contato do responsável pelo preenchimento deste formulário: Allyson Pacelli (83) e Mariana Oliveira.

TIC Domicílios 2007 Habilidades com o Computador e a Internet

O computador como ferramenta de Inclusão digital para terceira idade

OBSERVATÓRIO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Palavras-chave: Gestão da Informação. Gestão do conhecimento. OGI. Google alertas. Biblioteconomia.

Mídia e Tecnologia: experiência do jornal escolar no Projeto Mais Educação na Escola Marechal Rondon em Santa Maria/RS 1

CONSIDERAÇÕES SOBRE USO DO SOFTWARE EDUCACIONAL FALANDO SOBRE... HISTÓRIA DO BRASIL EM AULA MINISTRADA EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Objetivo: Relatar a experiência do desenvolvimento do software Participar. Wilson Veneziano Professor Orientador do projeto CIC/UnB

CURSO REDES DE COMPUTADORES ALANA CAMILA ARICLÉCIO DOMINGOS EUDES JUNIOR HILDERLENE GOMES

UM ROTEIRO PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADES EM UM PROJETO DE INCLUSÃO DIGITAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

UM PRODUTO EDUCATIVO PARA FAZER EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ISSN ÁREA TEMÁTICA:

Curso de Especialização em Saúde da Família

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CAMPUS GUARULHOS

3º Seminário Blogs: Redes Sociais e Comunicação Digital

As Tecnologias de Informação e Comunicação para Ensinar na Era do Conhecimento

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

MBA MARKETING DE SERVIÇOS. Turma 19. Curso em Ambiente Virtual

RELATO DE EXPERIÊNCIA DISCIPLINA LÍNGUA INGLESA

INVESTIGANDO O ENSINO MÉDIO E REFLETINDO SOBRE A INCLUSÃO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA PÚBLICA: AÇÕES DO PROLICEN EM MATEMÁTICA

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

ESTRATÉGIAS PARA FORTALECER O ENSINO ATIVO NA FACISA COM UMA ABORDAGEM DE METODOLOGIAS ATIVAS E AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

NTE DE NOVA ANDRADINA. OFICINA BLOG: O Blog como ferramenta didática no Ensino de Língua Inglesa

UNIÃO BRASILEIRA EDUCACIONAL UNIBR FACULDADE DE SÃO VICENTE

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

REFORÇO DE PROGRAMAÇÃO ESTRUTURADA EM LINGUAGEM C PARA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LOGO: APRENDIZAGEM DE PROGRAMAÇÃO E GEOMETRIA * 1. COSTA, Igor de Oliveira 1, TEIXEIRA JÚNIOR, Waine 2

2. METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO NA PASTORAL DO MENOR E DO ADOLESCENTE

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

Formação e Capacitação de Agentes de Inclusão Digital

REGULAMENTO CURSO DESCENTRALIZADO

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Mostra de Projetos Como ensinar os porquês dos conceitos básicos da Matemática, visando a melhora do processo ensino e aprendizado

Educação a Distância: Limites e Possibilidades

Pedagogia. Objetivos deste tema. 3 Sub-temas compõem a aula. Tecnologias da informação e mídias digitais na educação. Prof. Marcos Munhoz da Costa

TELEMEDICINA:NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR

Mapeamento da atuação de psicólogos do esporte no Estado de São Paulo, desafios e perspectivas de futuro profissional.

Proposta de curso de especialização em Educação Física com ênfase em Esporte Educacional e projetos sociais em rede nacional.

Valorizando ideias e experiências participativas que promovam o direito humano à educação REGULAMENTO

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

Coletiva de Imprensa Apresentação de resultados São Paulo, 23 de maio de 2013

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil

Janine Garcia 1 ; Adamo Dal Berto 2 ; Marli Fátima Vick Vieira 3

Programa Cultura é Currículo Projetos: Lugares de Aprender: a escola sai da escola e Escola em Cena

Sobre o Movimento é uma ação de responsabilidade social digital pais (família), filhos (jovem de 6 a 24 anos), escolas (professores e diretores)

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

UTILIZANDO PROGRAMAS EDUCACIONAIS

TÍTULO: A EXPECTATIVA DOS PROFESSORES COM A IMPLANTAÇÃO DAS LOUSAS DIGITAIS

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Chamada de Participação V Competição de Avaliação - IHC 2012

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

Abordagem de Licenciandos sobre softwares educacionais de Química

CONCEITOS E MÉTODOS PARA GESTÃO DE SAÚDE POPULACIONAL

Mensuração de Resultados da Comunicação Empresarial On e Off-Line MANUAL DO CURSO ESPM. Rua Joaquim Távora, 1240 Vila Mariana São Paulo - SP

Módulo 1. Introdução. 1.1 O que é EAD?

OBJETOS DE APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONHEÇA O AMBIENTE ATRAVÉS DO WIKI Rosane Aragón de Nevado 1 ; Janaína Oppermann 2

Ficha Técnica. Apresentação

Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subseqüente ao Ensino Médio, na modalidade a distância, para:

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

Moodle - Tutorial para Alunos

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

01 UNINORTE ENADE. Faça também por você.

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA UTILIZANDO TECNOLOGIAS

Um produto para jogar um conteúdo matemático e estudar um jogo social

DIREITOS HUMANOS, JUVENTUDE E SEGURANÇA HUMANA

O USO DO EDITOR DE APRESENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RADIAL DE SÃO PAULO SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO 1

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA BARREIRA ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

A Educação a Distância como ferramenta para estimular e melhorar o desempenho dos alunos da E.E.E.F.M. Advogado Nobel Vita em Coremas - PB

Contexto da ação: Detalhamento das atividades:

Métodos de ensino-aprendizagem aplicados às aulas de ciências: Um olhar sobre a didática.

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ORLANDO VENÂNCIO DOS SANTOS DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB

PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA

AULAS INTERATIVAS: COMO UMA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO EM SALA DE AULA

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

Público Alvo: Investimento: Disciplinas: Graduados em nível superior que atuam ou pretendem atuar na docência em instituições de ensino superior.

AS REDES SOCIAIS COMO AUXÍLIO NA COMUNICAÇÃO DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA- RJ

O Mico-Químico, um Método de Aprendizagem sobre os Instrumentos de Laboratório.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS INEP

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

Transcrição:

USO DE JOGOS NAS AULAS DE INFORMÁTICA PARA IDOSOS: Relatos de Experiência Lucas Santiago Rodrigues Graduando em Sistemas de Informação na UFMS Natália Fernanda de Castro Meira Graduanda em Engenharia de Produção na UFMS Franciene Duarte Gomes Mestre em Ciência da Computação, Professora assistente na UFMS Vanessa C. L. Casotti Ferreira da Palma Mestre em Direito, Professora assistente na UFMS RESUMO Dentre as inovações tecnológicas, temos a internet com maior destaque. O seu uso proporciona acesso rápido às informações, como exemplo em relação a serviços oferecidos pelo governo, a bibliotecas digitais facilitando as pesquisas, e em relação ao entretenimento tem-se o uso de redes sociais e jogos online que colaboram com a interação de pessoas distribuídas em locais diferentes. Este artigo tem como objetivo apresentar um relato de experiência com uso de jogos online aplicado nas aulas de informática a idosos em um projeto de extensão. PALAVRA-CHAVE: Jogos online; Idosos; Tecnologia da informação e comunicação. INTRODUÇÃO Nos dias de hoje, várias pesquisas e projetos vêm sendo conduzidos no Brasil com objetivo de popularizar a utilização de recursos tecnológicos nas várias faixas etárias, por exemplo, o uso do computador em relação ao aprendizado de softwares básicos, geralmente utilizados no dia a dia como software de editoração de texto, a Internet por meio do uso de e-mails, redes sociais, sites de buscas, jogos, entre outros. Tajra (2012) apresenta um panorama das ações políticas da informática na educação no Brasil, iniciando no ano de 1965, em que o Ministério da Marinha brasileira mostrou interesse em desenvolver seu próprio computador seguindo até o ano de 1985, em que o governo observa uma carência na capacitação de profissionais para o sistema de ciência e tecnologia e que a partir desse problema houve interesse do governo em investir na área da educação de 1º e 2º graus.

Frente a essa realidade, Tajra (2012) também apresenta os projetos desenvolvidos pelo governo brasileiro para o uso e incentivo da tecnologia com o objetivo de disseminar o acesso ao conhecimento aos alunos. Entre os vários projetos têm-se o projeto Educom Educação com Computadores criado no ano de 1983, sendo a primeira ação oficial que buscou inserir os computadores nas escolas públicas, com a criação dos centros piloto, responsáveis pela disseminação do uso dos computadores no processo ensino aprendizagem. Nesse sentido, observa o interesse das universidades em se beneficiarem dos resultados que a tecnologia proporciona no ensino e aprendizagem, e da necessidade em fazer com que a tecnologia possa ser acessível para toda a população. Outro ponto discutível é o uso da tecnologia, mais precisamente do computador e internet aos idosos, que não fazem parte das novas gerações conhecidas como X, Y e Z, juventude digital descritas por Toledo et al. (2012). O projeto de extensão da UMI, Universidade da Melhor Idade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Três Lagoas (MS), oferece diversos cursos aos idosos, como por exemplo, curso de inglês, espanhol e informática. O objetivo geral do projeto é proporcionar acesso às diversas áreas do conhecimento aos idosos e o curso de informática busca apresentar conhecimentos básicos, como exemplo uma visão geral do hardware e software, ferramentas de editoração de texto e a internet com a utilização de e-mails, site de buscas, redes sociais, jogos, entre outros recursos. Neste contexto o objetivo desse trabalho foi alinhar o uso de jogos online no processo de ensino aprendizagem aos idosos e está assim organizado; na Seção 1 apresenta o referencial teórico, na Seção 2 a metodologia, na Seção 3 são apresentados os resultados e discussões sobre os estudos e, por último, as considerações finais sobre o estudo. 1 REFERENCIAL TEÓRICO Como principal ferramenta de pesquisa e comunicação, a internet é tida como um poderoso meio de comunicação existente no mundo e possui diversos recursos, como por exemplo, jogos que podem contribuir para fins educativos e pedagógicos.

De acordo com Ramos et al. (2009), a internet é uma ferramenta indispensável no processo de ensino e aprendizagem, pois permite uma completa interação entre professores e alunos, possibilitando novas propostas de trabalho e ensino. A internet conecta a escola globalmente, aumentando assim a comunicação da escola com alunos e a sociedade, contribuindo com um ambiente de trabalho mais interativo. Os autores Ramos et al. (2009) ainda citam que com a internet o aluno deixa de ser somente um receptor de informação e passa também a ser um colaborador do processo de ensino e aprendizagem. Outro ponto discutido é citado por Caregnato et al. (2011) em que a inclusão digital ainda é um desafio, pois segundo os autores, a inclusão digital é um importante gerador de oportunidades de socialização entre pessoas. Os autores também relatam a necessidade de criação de políticas e projetos sociais e da participação efetiva do governo, instituições, professores e acadêmicos. Dessa forma, o uso da internet por meio de jogos online se tornou uma ferramenta motivacional com o objetivo de aprimorar o desempenho dos idosos nas aulas de informática. A metodologia do estudo se deu por meio da aplicação de um questionário contendo perguntas que abrangessem os aspectos relacionados a interesses, curiosidades, dificuldades e expectativas dos idosos em relação ao uso da internet e foi aplicado antes e depois do uso da ferramenta computacional. Assim os autores através de seus estudos, apresentam alguns trabalhos relacionados ao uso de jogos e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no processo de ensino aprendizagem, que serão discutidos e expostos a seguir. No trabalho de Neto et al. (2013) foi elaborado um projeto com uso de jogos educacionais aplicado em uma escola de ensino médio. O projeto consistiu em expor a importação dos jogos educacionais como apoio à sala de aula. Foi dividido em três etapas: na primeira teve a exposição de teorias e conceitos sobre jogos educacionais, na segunda etapa houve a apresentação e o uso de jogos, que poderiam contribuir para o ensino e aprendizado e, por fim, a terceira etapa obteve a participação e experiência dos alunos nos jogos a partir de plataformas destinadas a essa finalidade. De acordo com Neto et al. (2013), este projeto foi executado por três meses com aulas semanais de três horas cada e os autores observaram que houve progresso intelectual dos alunos nas atividades realizadas em relação as teorias e práticas computacionais.

Já no trabalho de Costa et al. (2013), os autores relacionaram o uso de TIC no processo de ensino e aprendizagem, esse projeto recebeu nome de APALINO (Aplicação de Pandorga no Litoral Norte). Costa et al. (2013) usaram o software Pandorga, que é uma distribuição livre que não necessita de internet e é dedicada a séries inicias do ensino, pois oferece uma interface interativa ao aluno. Os autores também dividiram o trabalho em três etapas, sendo: a etapa de organização, na qual se realizavam atividades para determinar o grau de conhecimento e dificuldade dos alunos, a fim de elaborar atividades futuras ao projeto, a segunda etapa foi a de apresentação da ferramenta Pandorga aos professores do projeto para o uso e a terceira e última etapa foi a aplicação por parte dos professores com auxílio de tutores na elaboração das atividades. Através das aplicações das atividades, os autores concluíram que houve maior interação de alunos e professores com a informática e ainda acrescentam que facilitou no aprendizado dos alunos. Freitas et al. (2012) apresentam a importância do uso da TIC para a sociedade e destaca a aplicação da internet em um trabalho aplicado aos idosos. Os autores relatam que os idosos estão sendo atraídos a usar essas ferramentas, pois necessitam de comunicação e interação social através da internet e apontam como resultado do trabalho que, após coleta de dados, os idosos buscaram o uso da internet para o envio de e-mail para amigos e familiares, como também para pesquisas e dúvidas do cotidiano, diante das inúmeras informações que ainda podem ser encontradas na internet. Outro trabalho que trata a questão dos idosos com a internet é o trabalho de Caregnato et al. (2011), em que os autores mostram um projeto que teve como finalidade o aprendizado para idosos sobre computação básica e internet, que incluía em sua estrutura teorias sobre componentes como mouse, teclado, monitor, entre outros, como também uso de ferramentas para criação de textos, navegação em internet e relacionamento em redes sociais. Durantes as atividades, ainda segundo Caregnato et al. (2011), os alunos tiveram maior dificuldade sobre esquecimento de conteúdo e não sobre o uso do computador e suas funcionalidades, e pôde se concluir que os idosos se mostraram aptos às atividades propostas e corresponderam de forma satisfatória, pois conseguiram atingir as finalidades de acesso à internet e consequentemente seu conteúdo.

Tanto no trabalho de Freitas et al. (2012) quanto no de Caregnato et al. (2011), os autores utilizam a internet como ferramenta para proporcionar comunicação e interação social aos idosos. Já no trabalho de Neto et al. (2013) e Costa et al. (2013), ambos dividiram o trabalho em três etapas, relacionando teoria e prática de forma analítica a fim de contribuir para o ensino e aprendizado dos alunos. Os trabalhos de Neto et al. (2013) e Costa et al. (2013) consistiram em um estudo teórico e metodológico antes da apresentação e aplicação prática dos jogos online e da interação entre alunos e professores no processo de ensino e aprendizagem no uso da internet. Através dessas demonstrações dos autores, optou-se por realizar esse estudo dividindo-o em três etapas definidas estrategicamente a fim de que a abordagem se tornasse semelhante à dos trabalhos já realizados. 2 METODOLOGIA O processo de abordagem se deu por meio de uma análise qualitativa dos interesses, curiosidades, dificuldades e expectativas dos idosos em relação ao uso da internet. Além disso, foi feito um levantamento quantitativo a fim de obter as proporções de cada um dos fatores considerados. Foi proposta, neste trabalho, uma metodologia semelhante a dos trabalhos relacionados, em que foi dividida em três etapas. A primeira etapa envolveu pesquisas referentes à metodologia de estudo, trabalhos relacionados e definição e organização do trabalho. A partir disso, a segunda etapa se deu pela elaboração do questionário e a escolha da ferramenta computacional. A ferramenta escolhida foi um jogo de memória online, que poderia ser executado em quatro níveis de dificuldade. A estratégia foi fazer com que após o fim de cada nível completado, elevasse o nível de dificuldade a fim de exercitar o uso da ferramenta. A terceira e última etapa, foi representada pela aplicação do estudo, tanto do questionário elaborado quanto da realização da atividade. Dois professores foram responsáveis pela aplicação do questionário, em que todas as respostas foram anotadas e ao final foi solicitado aos alunos que expusessem o que achassem necessário. Porém, durante toda a aplicação, eles tiveram a liberdade de se expressar livremente, para que os dados fossem menos tendenciosos possíveis.

O encerramento da etapa se deu pela contabilização dos dados coletados. A partir dos dados foi possível gerar informações relevantes, em que se destacaram os interesses de acordo com o questionário, como exemplo: usar e-mail, jogar e ouvir música. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a aplicação e as análises feitas, foi possível compreender quais foram os principais motivos que levaram os idosos na busca pelo aprendizado através da internet, bem como quais são as principais dificuldades a serem superadas e as expectativas em relação ao progresso. Entre esses motivos que os levaram a buscar e aprender a utilizar a internet destaca-se aprimorar os conhecimentos a fim de usar as ferramentas oferecidas pelo computador de maneira independente e também a comunicação com amigos e familiares. Assim, pode-se concluir que eles buscam no curso de informática da UMI uma oportunidade de aprender esse mecanismo para utilizar a computação no cotidiano de acordo com suas necessidades. Os alunos esclareceram suas necessidades para com a internet através dos dados representados na Figura 1 seguinte. Figura 1: Análise quantitativa entre o número de alunos idosos e seus interesses na internet Fonte: RODRIGUES, et al., 2014. Com o uso da ferramenta online, os idosos relataram perceptíveis melhoras quanto aos obstáculos de localizar textos, informações na internet, realizar

pesquisas e dificuldades motoras quanto ao uso do mouse, porém, relataram facilidade no uso da ferramenta em relação ao seu entendimento. Os idosos, ao utilizarem a internet durante a aplicação do jogo, se sentiram motivados por estarem em grupo e por poder compartilhar seus avanços quanto ao uso da internet, bem como outros interesses particulares. De acordo ainda com relato do grupo, quando eles possuem dificuldades ao utilizar o computador, recorrem com mais frequência ao professor de informática, mas também questionam a um amigo ou um parente próximo. A Figura 2 apresenta os dados referentes à relação entre o número de alunos e a quem eles recorrem quando estão com dificuldades. Figura 2: Análise numérica da relação entre o os alunos e a quem eles recorrem nas dificuldades com o computador. Fonte: RODRIGUES, et al., 2014. Diante disso, observa-se que os resultados foram satisfatórios visto que se puderam alcançar os propósitos investigados de compreender quais são as dificuldades que devem ser trabalhadas a fim de aprimorar as técnicas de ensino e aprendizagem para os idosos, além de compreender quais são as expectativas dessa faixa etária no que diz respeito à inserção no uso da tecnologia. Dessa forma, no trabalho houve o estudo e reflexão sobre as principais dúvidas e dificuldades dos idosos e assim foi possível relacionar o uso da internet de forma interativa, ao utilizar os jogos online como uma alternativa de melhoramento no processo de ensino de informática, provendo uma nova forma de conhecimento a uma faixa etária na qual há pouca ou nenhuma interação com as novas tecnologias,

porém, há a necessidade de aprendizado tanto para entretimento quanto para trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da execução do estudo, com uso de jogos online no processo de ensino aos idosos, foi possível verificar que houve avanço em relação ao uso da internet, como melhora no tempo que o idoso leva para localizar informações e executar a ação que deve ser praticada, autoconfiança na realização da pesquisa, manuseio do mouse em relação à coordenação motora, quanto ao uso do cursor e motivação ao se sentirem aptos a utilizarem a internet de forma mais independente. Este trabalho teve como embasamento trabalhos correspondentes e também foi dividido em três etapas. Observa-se um aumento da qualidade de vida, em relação à possibilidade do idoso em usufruir dos recursos da internet e permitir atender às suas expectativas pessoais e profissionais. Conclui-se ainda que exista muito a ser explorado quanto à inserção do idoso na era digital, visto que há poucos instrumentos práticos voltados para essa faixa etária, como exemplo jogos online, já que a maioria são voltados para crianças, adolescentes e jovens. Como trabalho futuro, tem-se a pretensão de aplicar o estudo em outras turmas utilizando diferentes ferramentas online, como exemplo o uso de blogs, em que os idosos possam compartilhar informações e o uso de redes sociais. REFERÊNCIAS CAREGNATO, M.; NORTHFLEET, R. J.; DE MELO, R.G.; MONTEIRO, R. L.; FERNANDES, E. V. Internet na Terceira Idade: Inserção Social. In: XXII Simpósio Brasileira de Informática na Educação (SBIE), Aracaju, 2011. COSTA, L.K.T.; DANTAS, F.V.; EIRAS, S.J.; SOUZA, A.C. Projeto APALINO: estimulando práticas educacionais com o uso de tecnologias. In: II Congresso Brasileiro de Informática na Educação, Campinas, SP (CBIE), 2013. FREITAS, G. A.; PASSERINO, L. M. 3ª idade na rede: ferramentas de comunicação proporcionando a socialização. In: IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, Caxias do Sul, RS, 2012.

NETO, S. R. S; SANTOS, H. R.; SOUZA A. A.; SANTOS W. O. Jogos Educacionais como Ferramenta de Auxílio em Sala de Aula. In: XIX Workshop de Informática na Escola, Campinas, SP (WIE 2013). RAMOS, M.; NEUSA, C. C. O uso do computador e da internet como ferramentas pedagógicas. In: Portal Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, 2008/2009. TAJRA, S. F. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. 9 ed. São Paulo: Érica, 2012. TOLEDO. P. B. F.; ALBUQUERQUE, R. A. F.; MAGALHÃES, À. R. O Comportamento da Geração Z e a Influência nas Atitudes dos Professores. In: IX Simpósio de Excelência em Gestão de Tecnologia, Resende, RJ, 2012.