UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Princípios e Fenômenos da Mecânica Professor: Humberto

Documentos relacionados
FÍSICA. Por que você se sente mais leve quando está imerso ou parcialmente imerso na água?.

3.2 Hidrostática Material Necessário Objetivo Procedimentos Primeira Procedimento. 01 Balança. 01 barbante.

RELATÓRIO DA PRÁTICA 06: PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES E DENSIMETRIA

HIDROSTÁTICA PRIMEIRA AVALIAÇÃO

Departamento de Física - ICE/UFJF Laboratório de Física II

Hidrostática. Objetivo. Introdução

Departamento de Física - ICE/UFJF Laboratório de Física II

Noções Básicas de Física Arquitectura Paisagística PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES (1)

PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

Tópico 9. Aula Prática: Empuxo

FÍSICA:TERMODINÂMICA, ONDAS E ÓPTICA

LISTA UERJ - EMPUXO. A razão. entre as intensidades das forças, quando o sistema está em equilíbrio, corresponde a: a) 12 b) 6 c) 3 d) 2

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Hidrostática REVISÃO ENEM O QUE É UM FLUIDO? O QUE É MASSA ESPECÍFICA? OBSERVAÇÕES

Estudo da densidade de fluidos incompressíveis através de um tubo em U

Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Fluidos Hidrostática e Hidrodinâmica

Química Geral Experimental - Aula 5

Halliday Fundamentos de Física Volume 2

Hidrostática Prof: Edson Rizzo. Pressões: Mecânica, Hidrostática, Atmosférica e Absoluta. Empuxo

Fenômenos de Transporte PROF. BENFICA

FLUIDOS - RESUMO. A densidade de uma substância em um ponto P é definida como,

Laboratório de Física I. Experiência 2 Determinação de densidades. 1 o semestre de 2017

Laboratório de Física I. Experiência 2 Determinação de densidades. 1 de fevereiro de 2018

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 3 ROTEIRO

2.1.6 Teorema de Stevin

Hidrostática e Calorimetria PROF. BENFICA

Lei de Arquimedes. Teorema de Arquimedes. O que é empuxo?

HIDROSTÁTICA. Densidade. Densidade. Aprofundamento de Estudos - ENEM. Escola Estadual João XXIII Profª Marilene Carvalho 1

Mecânica dos Fluidos. Aula 7 Flutuação e Empuxo. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

Força dos Fluídos. Empuxo

Física I 2010/2011. Aula 18. Mecânica de Fluidos I

Física. Setor A. Índice-controle de Estudo. Prof.: Aula 17 (pág. 78) AD TM TC. Aula 18 (pág. 80) AD TM TC. Aula 19 (pág.

Departamento de Física - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Licenciatura em Ciências da Saúde. Trabalho 4: Fluidos

Lista 10 Hidrostática UERJ Professor Alvaro Lemos - Insituto Gaylussac

Os princípios de Pascal e de Arquimedes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA. Princípios e Fenômenos da Mecânica. Professor: Humberto

HIDROSTÁTICA PARTE I

CF108 Física para Agronomia II. Mecânica dos Fluidos / aula 2

Pressão nos Fluidos - Parte II

FÍSICA 2 PROVA 2 TEMA 1 HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA PROF. LEANDRO NECKEL

Capítulo MECÂNICA DOS FLUÍDOS

Princípio de Arquimedes: Empuxo. P r o f. T h i a g o M. d e o l i v e i r a

O princípio de Arquimedes

Fenômenos de Transporte PROF. BENFICA

, e a densidade do ar é 1, 293kg / m. Resposta: 5,5 km.

HIDROSTÁTICA. Priscila Alves

!"#$%&'()*+,-'#&*'!-./0+-+*'11! '728'9/:/*.0/;!

FÍSICA - 2 o ANO MÓDULO 05 HIDROSTÁTICA REVISÃO GERAL

Universidade Federal do Pará Centro de Ciências Exatas e Naturais Departamento de Física Laboratório Básico I

CEFET-UNIDADE DE ENSINO DE SIMÕES FILHO Curso: Petróleo & Gás Turma: Disciplina: Física Carga Horária: 30 horas Professor: Melquisedec Lourenço Aluno:

DETERMINAÇÃO DO PESO APARENTE EM TERMOS DA MASSA E DENSIDADE VIA REGRESSÃO MÚLTIPLA

EXERCICIOS PARA A LISTA 1 CAPITULO 15 FLUIDOS E ELASTICIDADE

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS RIO GRANDE INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

FÍSICA - A ª SÉRIE P02-2º. Trimestre

Estudo da Física. Prof. Railander Borges

Departamento de Física - ICE/UFJF Laboratório de Física II

A queda em meio viscoso, a Lei de Stokes

Lista 5 Hidrostática Professor Alvaro Siguiné Instituto Gaylussac 3ª série

IMPULSÃO LEI DE ARQUIMEDES. FQ- 9ºano

LISTA DE EXERCÍCIOS FÍSICA - 1º EM CAPÍTULO 16 TEOREMA DE PASCAL E TEOREMA DE ARQUIMEDES PROF. BETO E PH

Mecânica dos Fluidos Cap. 14. Prof. Dr. Oscar R. dos Santos

Profº Carlos Alberto

d = densidade (g/cm 3 ) m = massa (g) V = volume (cm 3 ) Além da unidade g/cm 3 g/cm 3 gf/cm 3 AL 2,7 VIDRO 2,4-2,7 PB 11,35 MÁRMORE 2,5-2,8

Mecânica dos fluidos. m V

Aula Medição de Nível

todos os automóveis transportados tenham a mesma massa de 1,5 10 kg e que a

SEGUNDA LEI DE NEWTON

Estática dos Fluidos. Prof. Anibal Livramento da Silva Netto. Colegiado de Engenharia Mecânica (CENMEC)

Física D Intensivo V. 1

Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação 6 52

NOME: N O : TURMA: PROFESSOR: Glênon Dutra

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARAÍBA Campus Princesa Isabel. Fluidos. Disciplina: Física Professor: Carlos Alberto

Densidade relativa é a razão entre a densidade do fluido e a densidade da água:

PROGRAD / COSEAC Padrão de Respostas Física Grupos 05 e 20

Prática 05 Determinação Da Massa Molar Do Magnésio

Exercícios Mecânica de Fluídos. Introdução (Estática dos fluídos)

Fluidos - Estática. Estudo: Densidade de corpos e fluidos Pressão em um fluido estático Força que um fluido exerce sobre um corpo submerso

Cargo: B Técnico de Laboratório - Física

FENÔMENOS OSCILATÓRIOS E TERMODINÂMICA AULA 5 FLUIDOS

Definição de fluido. Massa específica. Pressão em fluidos. Teorema de Stevin. Princípio de Pascal. Princípio de Arquimedes

COLÉGIO PEDRO II UNIDADE ESCOLAR SÃO CRISTÓVÃO III - 2ª SÉRIE/ EM 2010 FÍSICA LISTA DE EXERCÍCIOS: HIDROSTÁTICA

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio

Vestibulares da UFPB Provas de Física de 94 até 98 Prof. Romero Tavares Fone: (083) Hidrostática. p E = p 0

Universidade Estácio de Sá Prof. Robson Lourenço Cavalcante DISCIPLINA: FÍSICA TEÓRICA II Lista 1 Fluidos parte A ESTÁTICA DOS FLUIDOS

LISTA DE EXERCÍCIOS. 1) A figura abaixo mostra, de forma simplificada, o sistema de freios a disco de um

Atividades de Hidrostática

EM34B Mecânica dos Fluidos 1

Curso Superior de Tecnologia em Radiologia Disciplina de Fluidos e Processos Térmicos

Engenharia Ambiental Laboratório de Física II. Projeto Engenhocas- Balança ecológiga.

Física D Intensivo v. 1

Lista: Hidrostática (densidade, pressão, Stevin, empuxo)

Disciplina : Mecânica dos fluidos I. Aula 4: Estática dos Fluidos

Conteúdos Estática dos fluidos - Princípios de Pascal, Arquimedes e Stevin.

Fís. Fís. Monitor: João Carlos

Hidrostática. Física Professor: Rodrigo Trevisano 29/09/2014. Empurrão para o ENEM

Instrumentação Eletroeletrônica. Prof. Afrânio Ornelas Ruas Vilela

PRÁTICA 8: VELOCIDADE DE UMA ONDA PROGRESSIVA EM ÁGUA

Física II Eng. Química + Eng. Materiais

Unidade Curricular: Física Aplicada

Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Princípios e Fenômenos da Mecânica Professor: Humberto EXPERIMENTO Nº 8 PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES E APLICAÇÕES Discentes: Camila de Oliveira Silva (2009028716) Gabriel Araújo (2009029224) Thiago Mateus B. da Silva (2009030605) Turma 2 A NATAL 24/06/2010

Objetivo O objetivo do experimento intitulado de Princípio de Arquimedes e aplicações, realizado no dia 14 de junho de 2010, foi analisar o comportamento de corpos imersos em diferentes sistemas a fim de presenciar a veracidade do princípio milenar que foi o título daquele experimento. As implicações da variação de grandezas relacionadas com o empuxo foram analisadas e discutidas. Naquele dia, estavam presentes os alunos da turma 02A, os técnicos de laboratório e o professor Humberto, no período de 10h 50min à 12h 30min. Introdução teórica Fluidos existem em toda parte, seja no ar, na água, nos motores de carros, etc. Um fluido é uma substância que flui. Podemos citar algumas características comuns aos fluidos: Possuem viscosidade; Moldam-se à superfície em que se encontram; Ao invés de massa e força, caracterizamo-los com sua densidade, massa específica e pressão. Quando mergulhamos um corpo qualquer em um líquido, este exerce uma força de sustentação (dirigida para cima) que tende a impedir que o corpo afunde. Essa característica faz com que percebamos que um objeto qualquer dentro de um líquido aparente ser mais leve do que ele realmente é. Essa força vertical chama-se Empuxo. Essa força surge porque, como sabemos, a pressão aumenta com a profundidade. Dessa forma, as forças exercidas pelo líquido na parte inferior são maiores do que na parte superior, gerando uma força resultante no sentido vertical para cima. Para estudá-la, é conhecido o Princípio de Arquimedes, que diz: Um corpo completa ou parcialmente imerso em um fluido sofre a ação de uma força dirigida de baixo para cima com módulo igual ao peso do volume do fluido deslocado pelo corpo.ou seja: E = peso do líquido deslocado E = m desl g Onde m desl = ρ líq V, para ρ líq = densidade do líquido e V = V f - V i. E= ρ líq Vg Materiais Utilizados Para analisar o princípio de Arquimedes e suas aplicações, durante o experimento foram utilizados os seguintes materiais: Cilindro de Arquimedes: consiste num conjunto formado por um êmbolo e um recipiente. Nesse experimento, esse sistema foi usado para verificar o empuxo que diferentes fluidos exercem em corpos;

Béquer: recipiente que foi utilizado para imergir o êmbolo. Suas marcações de volume permitiram que o volume inicial e final do líquido pudesse ser medido. Proveta: usada para medir o aumento do volume do fluido após a imersão do êmbolo; Pipeta: utilizada para retirar o volume do líquido além do volume inicial; Sensor de força: com o auxílio desse instrumento, encontramos o peso aparente do cilindro de Arquimedes; Aparato com roldana: esse aparato estava preso à haste e foi o que permitiu que o cilindro de Arquimedes fosse baixado e imerso no líquido; Haste vertical: peça na qual foi acoplado o sensor de força e um aparato com roldana; Tripé: base que equilibra o sistema formado pela haste, pelo aparato com roldana e o sensor de força; Régua: usada para medir as dimensões do êmbolo; Obs.: Vale salientar que nesse experimento foram utilizados três béqueres. Um contendo somente água, outro com água e sal, e um terceiro com álcool. Cada um desses líquidos possui uma massa específica diferente, o q resultou em empuxos distintos para cada um deles. Procedimento experimental

Ao chegarmos ao laboratório, o experimento já estava montado: a haste encaixada no tripé e ambos acoplados à plataforma; o sensor de força estava na extremidade da plataforma onde saia um gancho que segurava o recipiente e o êmbolo. Na 1ª situação, medimos o peso do conjunto formado pelo recipiente superior vazio e pelo êmbolo, cujo valor foi: P conj.1 = 0,8 N Posteriormente, enchemos o béquer com um volume inicial V 0 de 225 ml. Colocamos o béquer com a água abaixo do êmbolo e o mergulhamos no líquido até que o êmbolo ficasse completamente submerso na água. Com o sensor de força ligado, medimos o peso aparente, onde P apa.1 = P conj.1 - E. P apa.1 = 0,3 N Sabemos que, ao colocar o êmbolo dentro da água, o nível da água iria subir. Dessa forma, verificamos que o volume final V f(1) foi de: V f(1) = 270 ml Na 2ª situação, onde agora enchemos o recipiente superior com água, fizemos as mesmas medições. Primeiramente, o volume adicionado ao recipiente (V adic. ) foi: V adic. = 52 ml Novamente verificamos o peso do conjunto (agora com o recipiente cheio): P conj (2) = 1,3 N Com a mesma quantidade de água no béquer (225 ml) mergulhamos o êmbolo no líquido e observamos que o peso aparente era: P apa.(2) = 0,8 N Com o êmbolo mergulhado, verificamos que o novo volume do béquer era V f(2) = 269 ml. Medimos a altura e o diâmetro do êmbolo: L êmbolo = 72 mm D êmbolo = 28 mm

Agora, nesta parte utilizamos o dinamômetro para medir o peso do êmbolo fora e dentro do líquido, neste caso, é a água. P êmbolo = 0,63 N (êmbolo fora do líquido) P apa. = 0,2 N (êmbolo dentro do líquido) Utilizando novamente o dinamômetro, introduzimos o êmbolo dentro da água com sal e medimos o peso aparente, que foi: P apa.(h2 0+NaCl ) = 0,12 N E = P êmbolo - P apa.(h2 0+NaCl ) = 0,63N 0,12N = 0,51 N Posteriormente, fizemos o mesmo procedimento numa solução com álcool hidratado: P apa.(h2 0+C 2 H 5 OH) = 0,28 N E = P êmbolo - P apa.(h2 0+C 2 H 5 OH)= 0,63N 0,28N = 0,35 N Resultados e discussão Situação I (recipiente superior vazio) (a) Sabendo que o êmbolo é mais denso do que a água, faça o diagrama de forças que atuam no êmbolo quando submerso. Adote um sistema de coordenadas apropriado e mostre que o empuxo, exercido no êmbolo pelo líquido, pode ser medido sabendo-se o valor do peso do conjunto P conj.(1) e o peso aparente do conjunto P apa.(1).

(P apa.(1) ) Reconhecendo o diagrama de forças, sabemos que o P apa.(1) é menor do que o P conj.(1), ou seja, há uma força contrária atuando no conjunto (o empuxo) dentro da água para que a lei da conservação das forças seja verdadeira: ƩF = 0 Se o T é o P apa., então: T + E = P total E = P total - P apa. (b) A partir do volume inicial V o e final V f(1) do líquido dentro do béquer, calcule o volume V (1) de líquido deslocado pela imersão do êmbolo. Com esse dado, calcule o peso da massa de água deslocada. Considere a densidade volumétrica da água ρ água = 1,00 g. cm 3 e a aceleração da gravidade g = 9,8m.s 2. V f(1) - V o = 270 ml 225 ml = 45 ml = 45 cm³ Sabendo que o peso de um corpo é P = m.g: P H2 O deslocada = m H2 O deslocada. g P H2 O deslocada = ρ água. V H2 O deslocada. g P H2 O deslocada = 1 g.cm 3. 45 cm³. 980 cm/s²

P H2 O deslocada = 4,4. 10 4 g.cm/s² (c) Compare o valor do peso da massa de água deslocada com o valor do empuxo sofrido pelo êmbolo. Que conclusão você tira desta observação? Sabendo que o empuxo é: E = P total - P apa. : E = 0,8 N 0,3 N = 0,5 N (no sentido para cima) 0,5 N = 5,0. 10 4 g.cm/s² Teoricamente, o empuxo deve ser igual ao peso da água deslocada, ou seja, houve uma diferença de: δe = 5,0. 10 4 g. cm s 2 4,4. 104 g. cm s 2 5,0. 10 4 g. cm = 0,12 ou 12% s 2 Situação II (recipiente superior cheio) (a) A partir do volume inicial V o e final V f(2) do líquido, calcule o volume V (2) de líquido deslocado pela imersão do êmbolo. Compare este valor com o volume de água adicionado ao recipiente superior com a seringa V adic.. Quais são as suas conclusões? Justifique. V (2) = V f(2) - V o = 270 ml 225 ml = 44 ml ou 44 cm³ O volume de água adicionado ao recipiente superior (52 ml) não influencia na variação do volume do líquido deslocado (44 ml), visto que o volume deslocado dentro do béquer é o volume do cilindro imerso na água. (b) Com o auxílio de algum instrumento de medida de comprimento, calcule o volume do êmbolo (cilindro) através das medidas de suas dimensões (altura e diâmetro). Compare este valor com os valores de V (2) e V adic.. V cilindro = πr 2. h V cilindro = 3,14. 1,4 cm 2. 7,2 cm = 44,3 cm³ = 44,3 ml O valor do volume do cilindro encontrado é aproximadamente o valor de líquido deslocado (salvo erros experimentais), visto que o volume deslocado no béquer é o volume do cilindro imerso. Conforme vemos, o volume adicionado ao recipiente superior (52 ml) não está relacionado com o volume deslocado dentro do béquer (44 ml).

(c) Usando o mesmo raciocínio do item a da situação I, calcule o empuxo exercido no êmbolo pelo líquido e compare o resultado obtido com aquele do item A (situação I). Quais são as suas conclusões? E = P total - P apa. E = 1,3 N 0,8 N = 0,5 N ou 5,0.10 4 g. cm/s² Independente do peso do conjunto, o empuxo foi igual para ambas as situações. Isso pode ser explicado pelo fato de o empuxo depender apenas da massa específica, da gravidade e do volume deslocado (que é o volume do êmbolo). Determinação da densidade de um sólido através do empuxo Meça indiretamente a densidade do êmbolo através da expressão deduzida na sessão 9.3.2. Considere ρ água = 1,00 g. cm 3. Pesquise a densidade do PVC e compare-a com o valor calculado. E = ρ água. P êmbolo ρ êmbolo Como consideramos o empuxo com sinal positivo e o peso com sinal negativo, não precisa colocar o sinal contrário nesta equação, ficando assim: 5,0.10 4 g. cm/s² = 1,0 g. cm 3. 6,3.10 4 g. cm/s² ρ êmbolo ρ êmbolo = 1,26 g. cm 3 A densidade do PVC pesquisada foi de 1,4 g. cm 3. A densidade experimental encontrada foi 1,26 g. cm 3, com uma diferença de 10 %. Determinação da densidade de um líquido através do empuxo (a) Usando o resultado de que o empuxo no êmbolo pelo líquido pode ser expresso como: E = V liq ρ liq g, onde V liq é o volume de líquido deslocado (que possue o mesmo valor do volume do êmbolo),ρ liq é a densidade volumétrica do líquido e g é a aceleração da gravidade. Explique o porquê da diferença nos valores mostrados pelo dinamômetro na sessão 9.3.3 para os diferentes fluidos, já que o volume do êmbolo utilizado foi o mesmo em todas as medições.

Sabendo que o empuxo é E = P total P apa, onde P total é o peso total do êmbolo (que permanece constante durante o experimento) e P apa é o peso medido pelo dinamômetro quando o êmbolo está imerso nas soluções: P apa = P total E P apa.(h2 O+NaCl ) = P total E (H2 O+NaCl ) P apa.(álcool ) = P total E (Álcool ) O empuxo exercido no êmbolo por um líquido pode ser expresso como E = V liq ρ liq g, logo: P apa.(h2 O+NaCl ) = P total V H 2 O+NaCl ρ H 2 O+NaCl g P apa.(álcool ) = P total V Álcool ρ Álcool g P total = P apa. H2 O+NaCl + V H 2 O+NaCl ρ H 2 O+NaCl g = P apa.(álcool ) + V Álcool ρ Álcool g Como os volumes de álcool e água+sal deslocados foram os mesmos, já que ambos correspondem ao volume do êmbolo, cujo valor permanece inalterado durante todo o experimento, podemos dizer que: V H 2 O+NaCl = V Álcool = V Êmbolo Consequentemente: P total P apa. H2 O+NaCl ρ H 2 O+NaCl g = P total P apa.(álcool ) ρ Álcool g = V Êmbolo P apa. H2 O+NaCl ρ H 2 O+NaCl = P apa.(álcool ) ρ Álcool Ou seja, o peso aparente medido pelo dinamômetro não é proporcional ao volume deslocado, mas sim à densidade do fluido em que ele foi submerso. Como os fluidos em que o êmbolo foi submerso são diferentes, e certamente, têm massas específicas também diferentes, os pesos aparentes obtidos nas duas medições foram distintos entre si. P apa.(h2 0+NaCl ) = 0,12 N P apa.(álcool ) = 0,28 N

(b) Com base nos resultados obtidos na sessão 9.3.3 e usando o resultado anterior para o empuxo, calcule as densidades do álcool e da água com sal. Considere g = 9,8 m.s -2. Do exercício anterior: P total P ap a. H2 O+NaCl ρ H 2 O+NaCl g = P total P apa.(álcool ) ρ Álcool g = V Êmbolo g Como P apa.(h2 O+NaCl ) = P total E (H2 O+NaCl ) e P apa.(álcool ) = P tot al E (Álcool ) E H 2 O+NaCl ρ H 2 O+NaCl = V Êmbolo g Logo: ρ H 2 O+NaCl = E (H 2 O+NaCl ) V Êmbolo g Substituindo E H 2 O+NaCl por 0,515 N, V Êmbolo por 4,4.10-5 m 3 e g por 9,8m.s -2, obtemos: ρ H 2 O+NaCl = 1182Kg. m 3 = 1,18g. cm 3 Repetindo o processo para os valores obtidos na água salgada temos: ρ Álcool = 0,35N 4,4. 10 5 m 2 9,8m/s 2 = 812Kg. m 3 = 0,812g. cm 3 Conclusão A partir da análise dos resultados do experimento, o grupo percebeu a veracidade da expressão E = P total - P apa., uma vez que os instrumentos medidores de força sempre mostravam um peso aparente menor que o peso real do corpo imerso. Nesse experimento, semelhante ao que fez Arquimedes com a coroa do rei de Siracusa, pudemos calcular a partir do empuxo a densidade de um material (PVC) e obtivemos um resultado bastante próximo do que esperávamos, de acordo com a teoria. Partindo da expressão E = ρ fluido. V deslocado. g e com a confirmação dos resultados experimentais, concluímos que o empuxo não depende do peso do corpo imerso, uma vez que os resultados para o empuxo foram os mesmos quando variamos o peso do êmbolo. Essa expressão também se mostrou válida quando imergimos o êmbolo em fluidos com diferentes massas específicas e

encontramos diferentes valores para o empuxo, que, portanto, depende apenas da gravidade local, da densidade do fluido e do volume deslocado. Os valores encontrados foram satisfatórios, com pequenos erros que só num ambiente ideal poderiam não existir, já que, nesse experimento, desprezamos a interferência do ar, que também é um fluido e, portanto, altera o peso do corpo. Referências Bibliográficas Empuxo. Disponível em <http://educar.sc.usp.br/licenciatura/1999/empuxo/empuxo-pg-02.htm> (Acesso: 22/06) RESNICK, Halliday. Fundamentos de Física Gravitação, ondas e termodinâmica. LTC, V2, 7ª Ed. RJ. 2008.