Condomínios fechados em Mossoró/RN: novas formas de moradia e a produção de novas áreas habitacionais.

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Condomínios fechados em Mossoró/RN: novas formas de moradia e a produção de novas áreas habitacionais. Michele de Sousa Doutoranda em Geografia Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP/Presidente Prudente sousa.michele@gmail.com Resumo O processo de diferenciação socioespacial sempre existiu nas cidades, no entanto, mais recentemente, ele pode ser percebido de maneira exacerbada nos processos de segregação e fragmentação socioespaciais. Muitos estudos existem acerca destes processos nas metrópoles e um conjunto já considerável de trabalhos vem se dedicando ao estudo da diferenciação socioespacial em cidades médias e pequenas com o intuito de apreender sua dinâmica também nestas localidades, buscando especificidades, tanto quanto observando elementos gerais, compreendendo-se que, independentemente do tamanho demográfico, da extensão territorial, ou das funções de intermediação, as cidades são uma manifestação dos processos gerais da sociedade capitalista de onde decorre a diferenciação aludida. Mossoró, segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte, não foge a esse princípio. Com este trabalho procuramos expor alguns dos agentes e fatores desencadeadores desta mudança no espaço urbano mossoroense e analisar transformações deste espaço, com ênfase para os espaços de moradia em loteamentos fechados. Introdução Este trabalho é uma reflexão inicial acerca das transformações no espaço urbano de Mossoró-RN, com ênfase para a moradia em condomínios fechados. Os procedimentos metodológicos incluíram a leitura de referencial teórico que contemplam a temática da diferenciação socioespacial e segregação urbana. Trata-se de observação in loco e análise de registros da Gerência Executiva do Desenvolvimento Urbanístico da Prefeitura Municipal de Mossoró. 2 Diferenciação socioespacial e segregação Segundo Corrêa (2007) após a segunda metade do século XIX [...] o capital industrial e financeiro iria simultaneamente refragmentar e articular a superfície terrestre, estabelecendo instáveis diferenças socioespaciais, passíveis de apreensão em diversas escalas, entre elas a da rede urbana e a do espaço intra-urbano (p.63). Na escala do espaço intra-urbano, Corrêa (2007) afirma que a diferenciação sócio-espacial pode ser revelada por meio da divisão econômica do espaço e da divisão social do espaço. A divisão econômica do espaço estaria vinculada a produção, circuito das empresas e do capital, e a

divisão social do espaço à reprodução social, ao consumo, ambas são interdependentes e articuladas por meio dos fluxos. Sendo o espaço urbano uma construção humana que está em constante modificação, passa por processos (políticos, econômicos, sociais ou ecológicos) protagonizados, em sua maioria, pelos agentes que produzem o espaço, no intuito de valorizar ou desvalorizar determinadas áreas dentro da cidade, de acordo com seus interesses. Assim, a produção do espaço é também uma produção social que traduz, bem como o sistema econômico vigente, as desigualdades sociais no espaço. Para compreender a produção da cidade segregada, é importante entender a natureza do termo segregação, que está relacionada na sua origem aos estudos realizados na Escola de Chicago dos guetos americanos, onde sua dimensão era cultural, levando em consideração aspectos como raça, língua, religião. No entanto, esse tipo de segregação, da realidade americana, pode não corresponder quando utilizada para estudar outras realidades, como a brasileira. Villaça (1998) analisando algumas metrópoles brasileiras assegura que no Brasil pode-se encontrar segregação de diversas naturezas, seja cultural ou socioeconômica, no entanto o seu estudo levou em consideração a segregação das classes sociais, que segundo o autor é a que predomina nas metrópoles brasileiras e que ele define como [...] um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole (1998, p. 142). A respeito do uso do termo segregação nas ciências sociais, Spósito (1996) afirma que ele pode ser utilizado em um sentido restrito ( ação voluntária de separar e marginalizar ) ou mais amplo ( formas de expressão, no nível espacial, de um processo de diferenciação social ), sendo esta última a que se aproxima dos estudos de Villaça. Além da abrangência, Spósito (1996) analisa ainda as dimensões da segregação Tanto no sentido mais restrito e preciso, quanto na aplicação mais ampla e difusa do termo segregação, podemos observar em grande parte da bibliografia que a ele faz referência, pelo menos duas dimensões do processo, a social e a espacial, sendo a segunda muitas vezes compreendida como decorrência da primeira. Ou seja, à medida em que observamos a ocorrência de processos de discriminação social ou de diferenciação social, é possível verificar a ocorrência de arranjos espaciais que expressam em nível do território essa discriminação ou diferenciação (p. 72). Assim, para Spósito (1996, p. 74) a segregação seria um processo de diferenciação que se desenvolve ao extremo, considerando, portanto produtiva a análise da relação dialética entre as dimensões social e espacial para a interpretação do espaço urbano na atualidade. Portanto, a segregação, seja no sentido mais restrito ou mais amplo, não se encontra presente apenas nas metrópoles, é um fenômeno social que pode ser visto nas cidades brasileiras

independente do seu tamanho. Esse vem sendo um tema estudado por alguns pesquisadores no intuito de apreender a dinâmica deste processo para além das metrópoles. Cabe relembrar ainda que a segregação implica em diferenças socioespaciais que, por sua vez são decorrentes do acúmulo de processos e práticas espaciais, sendo os processos realizados por agentes produtores do espaço e de forma frequente e duradoura. Já as práticas são ações individuais e isoladas, no entanto se ocorrerem de forma contínua poderão caracterizar um processo (CORRÊA, 2007). Inserido neste processo podemos observar a auto-segregação na produção de novas formas de moradia pelo mercado imobiliário para atender as classes com maior poder de consumo e, com o intuito claro de segmentação dessas classes entre seus iguais, a exemplo disto podemos citar os condomínios residenciais fechados de alto padrão, que tem por objetivo, além de exercer a função de separação, proteger os seus moradores do perigo que está fora de seus muros. Caldeira (2000, p. 211), em estudo na cidade de São Paulo, identifica três tipos de segregação social em períodos três diferentes da história A primeira estendeu-se do final do século XIX até os anos 1940 e produziu uma cidade concentrada em que os diferentes grupos sociais se comprimiam numa área urbana pequena e estavam segregados por tipos de moradia. A segunda forma urbana, a centro-periferia, dominou o desenvolvimento da cidade dos anos 40 até os anos 80. Nela, diferentes grupos sociais estão separados por grandes distâncias: as classes média e alta concentram-se nos bairros centrais com boa infraestrutura, e os pobres vivem nas precárias e distantes periferias. Embora os moradores e cientistas sociais ainda concebam e discutam a cidade em termos do segundo padrão, uma terceira forma vem se configurando desde os anos 80 e mudando consideravelmente a cidade e sua região metropolitana. Sobreposta ao padrão centro-periferia, as transformações recentes estão gerando espaços nos quais os diferentes grupos sociais estão muitas vezes próximos, mas estão separados por muros e tecnologias de segurança, e tendem a não circular ou interagir em áreas comuns. O principal instrumento desse novo padrão de segregação espacial é o que chamo de enclaves fortificados. Trata-se de espaços privatizados, fechados e monitorados para residência, consumo, lazer e trabalho. A sua principal justificação é o medo do crime violento. Esses novos espaços atraem aqueles que estão abandonando a esfera pública tradicional das ruas para os pobres, os marginalizados e os sem-teto (grifos nossos). Pode-se observar que as transformações recentes apresentam um ajuste entre os tipos de segregação vivenciados até os anos 1940 e aqueles da segunda forma urbana, predominantes até década de 1980. Esse ajuste tem como principal motivação a insegurança urbana que transformou a segurança em um produto de consumo, inclusive quanto à forma de moradia, e produção do espaço urbano, pois mesmo que as pessoas não tenham sido vítimas de nenhum episódio de violência, ainda assim há uma tendência a se sentirem ameaçadas e, por conseguinte, se sentirem mais seguras em um ambiente fechado e monitorado, onde há uma vigilância em relação às pessoas que entram e saem de seus muros, característica dos condomínios horizontais ou verticais e dos loteamentos fechados, que estão cada vez mais presentes na paisagem urbana da cidade capitalista.

Considerando questões como a mudança nos padrões de moradia e segregação socioespacial em condomínios, passamos a analisar o caso da cidade de Mossoró, baseada em análise de arquivo da Prefeitura Municipal de Mossoró acerca das solicitações de alvará de construção para unidades multifamiliares e loteamentos, no período de 1973 a 2010. 3 Mossoró e a expansão urbana por meios dos condomínios fechados Apesar de os estudos acerca da segregação socioespacial estarem voltados às metrópoles onde este processo pode ser identificado de forma mais desenvolvida, o mesmo está presente também em cidades menores, pois as cidades e o urbano, independente do tamanho demográfico, da extensão territorial, ou das funções de intermediação, sofrem processos semelhantes, pois estão submetidos às mudanças do modo de vida da sociedade capitalista. Mossoró, segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte, não foge à dinâmica desses processos. O município que conta, pelo censo 2010 do IBGE com 259.886 mil habitantes, é pólo na região Oeste do Estado, não somente em relação à economia que está baseada na extração do petróleo, sal e fruticultura irrigada, mas também pelo setor de comércio e serviços e, ainda, por reunir cinco universidades que atendem alunos de toda a região. Nos últimos anos, mais precisamente de 2006 a 2010 de acordo com os dados analisados, Mossoró vêm passando por um processo de mudança na sua paisagem urbana. Uma cidade que era predominantemente horizontal e composta por residências unifamiliares, em pouco mais de cinco anos foi adensada por condomínios verticais e horizontais. Pelos arquivos de solicitação de alvarás de construção da Gerência Executiva do Desenvolvimento Urbanístico pertencente à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Territorial e Ambiental da Prefeitura Municipal de Mossoró, podemos perceber que os requerimentos para alvará de construção dos primeiros residenciais multifamiliares, que são imóveis a partir de duas unidades, datam de 1973, no entanto durante um período de 19 anos 1973 a 1991 as solicitações por ano variaram entre 1 e 2 pedidos e o número de unidades a serem construídas eram entre 2 e 15 por solicitação. Pode-se associar esse quadro a um modelo de construção comum na cidade, pequenos condomínios residenciais horizontais, inclusive com o propósito de locação para complemento de renda, isso ocorreu especialmente após a década de 1980 com a descoberta de petróleo na cidade e instalação da Petrobrás, o que demandou a locação de imóveis para acomodação dos funcionários, pois a cidade não contava com infraestrutura para atendimento da demanda inesperada. Esse fato mudou a forma, a função e o conteúdo de alguns bairros, como o Alto de São Manoel e o Centro que foram os mais utilizados na instalação da estatal (ROCHA, 2005).

Analisando o quadro 1 podemos fazer algumas considerações acerca das mudanças ocorridas na forma da cidade ao longo do período observado. Em um período de 30 anos (1973 a 2002), foram solicitadas a construção de 207 unidades multifamiliares. Esse cenário começa a mudar em 2003, quando apenas naquele ano foi solicitado o alvará para a edificação de 256 unidades nos bairros Santo Antonio e Centro. Uma construção emblemática de unidade multifamiliar na cidade, cujo alvará foi expedido em 2003, é o Residencial Jardim do Thermas, um empreendimento com 10 torres no bairro Santo Antonio, no prolongamento da Avenida Rio Branco, via que atualmente é um eixo de nova centralidade na cidade. De acordo com a reportagem do Correio da Tarde esse processo de mudança, além da urbanização da Avenida Rio Branco mais recentemente, teve início em [...] 2004, quando a Caixa Econômica Federal (CEF) entregou 160 unidades residenciais do condomínio Jardim do Thermas, o primeiro do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) em Mossoró. Na oportunidade, foram investidos R$ 4,1 milhões. O Programa de Arrendamento Residencial é desenvolvido pela Caixa em parceria com a prefeitura de Mossoró, que fica responsável pela infra-estrutura e dispensa alguns impostos municipais. (VERTICALIZAÇÃO..., 2011). Ano Número de solicitações Solicitações de Alvará para Construção Unidades (Quantidade no ano ou período) 1973-1991 9 66 Bairros predominantes Bom Jardim, Centro, Doze anos, Santo Antonio, Alto da Conceição, Costa e Silva 1994 1 70 Santo Antônio 1999 2 46 Nova Betânia, Centro 2000-2002 3 25 Nova Betânia, Centro 2003 3 256 Santo Antônio, Centro 2004 7 131 Nova Betânia, Centro 2005 4 35 Nova Betânia, Costa e Silva 2006 9 116, 224 lotes Nova Betânia, Centro, Santa Delmira, Doze anos, Aeroporto, Rincão 2007 25 731, 160 lotes, 153 (hotéis) Alto de São Manoel, Abolição, Nova Betânia, Alto do Sumaré, Doze anos, Costa e Silva, Santo Antonio, Aeroporto Abolição, Santo Antônio, Nova Betânia, Doze anos, Planalto 13 de maio, Abolição, Alto de 2008 35 1123, 97 (flat) 1119, 172 (Conjunto 2009 27 habitacional) 2010 32 998 São Manoel, Costa e Silva, Santa Delmira Nova Betânia, Santo Antônio, Abolição, Alto de São Manoel, Costa e Silva, Alto do Sumaré, Ilha de Santa Luzia, Planalto 13 de maio Nova Betânia, Planalto 13 de maio, Abolição, Costa e Silva, Santo Antônio, Aeroporto, Alto do Sumaré Quadro 1 Solicitações de alvará para construção de imóveis multifamiliares, loteamentos e hotéis no município de Mossoró-RN 1973 a 2010. Fonte: Dados da Gerência Executiva do Desenvolvimento Urbanístico pertencente à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Territorial e Ambiental da Prefeitura Municipal de Mossoró. Organizado por: Michele de Sousa.

Em 2004 as solicitações diziam respeito, em sua maioria, a pequenos condomínios horizontais e verticais, no entanto o alvará de construção do West Plaza, condomínio horizontal de alto padrão no bairro Nova Betânia data deste ano. A continuidade da construção de condomínios horizontais e verticais neste bairro e para as classes média e alta começa a surgir como uma tendência que mudaria a forma e o conteúdo deste bairro dentro de poucos anos. No ano de 2005 ocorre a federalização da Escola Superior de Agricultura de Mossoró ESAM, a partir de então, Universidade Federal Rural do Semi-árido. A expansão da oferta de cursos e do quadro docente da UFERSA e, também, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte passa a demandar imóveis para acomodação de docentes e discentes. A partir de 2006, ainda observando o quadro 1, se pode verificar o início do incremento, tanto do número de solicitações quanto do número de unidades a serem construídas, começando o que se configuraria na cidade um novo conceito de moradia, condomínios verticais, horizontais e, mais recentemente, loteamentos fechados 1. A entrada de loteamentos fechados no mercado imobiliário mossoroense teve início neste mesmo ano, quando foi concedido alvará para o loteamento Ecoville, localizado no trecho urbano da BR-110 em Mossoró, denominado Avenida Francisco Motta, estrada que vai para o município de Areia Branca, no bairro do Rincão. Pode ser considerada uma área de expansão, já que após o Ecoville, nas suas adjacências, surgiram mais dois empreendimentos. A partir do ano de 2007 começaram a surgir na cidade outros loteamentos voltados para a classe alta e média, tais como o Residencial Sunville, no prolongamento da Avenida João da Escóssia, próximo ao shopping. Essa expansão nesta área da cidade motivou a criação de um novo bairro, como se pode observar na matéria do jornal De Fato Com o crescimento da cidade, tornou-se necessário a expansão de novas áreas que absorvam os novos instrumentos urbanos que têm chegado à cidade. É assim com a criação do novo bairro, o Alto da Bela Vista, que compreende a área que transpassa a BR 304, entre o terminal rodoviário, área do Mossoró West Shopping e a continuação do Abolição IV. [...] A lei que cria o novo bairro (Alto da Bela Vista) já foi encaminhada à Câmara dos Vereadores de Mossoró e deve ser votada logo em breve. [...] O bairro será o trigésimo de Mossoró e vai incorporar parte do Nova Bethânia e uma segunda parte do Dix-sept Rosado. Para ser mais claro, o Alto da Bela Vista vai contemplar a região da Universidade Potiguar, o shopping, os novos condomínios e residenciais que começam a ocupar aquela parte da zona sul da cidade. (NOVAS..., 2011). 1 Alguns fatores diferenciam loteamentos fechados e condomínios horizontais, no condomínio horizontal o que é comercializado são as casas com a fração do terreno em que elas estão localizadas, inclusive área para jardim, o proprietário tem direito ainda a uma fração ideal das áreas comuns relativas às ruas, praças e espaços livres. No caso dos loteamentos fechados um terreno é subdivido em lotes numerados, sendo estes comercializados individualmente, suas praças, ruas e espaços públicos são de responsabilidade do poder público local. Neste caso o que ocorre para que o lote possa ser fechado é uma concessão de uso para os residentes. (MIÑO; SPOSITO, 2003).

A expansão desta área foi impulsionada pela inauguração do Mossoró West Shopping e da Universidade Potiguar no prolongamento da Avenida João da Escóssia no ano de 2007. O terreno do shopping foi uma concessão da prefeitura municipal, assim como o prolongamento da via também foi uma ação municipal. Posteriormente instalou-se, também vizinho ao shopping, um hipermercado de rede multinacional francesa que atua na modalidade atacarejo, além de alguns loteamentos voltados para as classes alta e média. Vale salientar que essas transformações ocasionaram uma valorização no valor do preço do metro quadrado dos terrenos, não apenas nas áreas mais elitizadas da cidade, mas também em outras áreas que foram sendo absorvidas posteriormente pelo mercado imobiliário. É interessante também salientar a inclinação do mercado imobiliário na produção dos novos empreendimentos, os condomínios clubes, nestes empreendimentos não somente a segurança, piscinas e salão de festas são os atributos principais na promoção do empreendimento, além disto oferecem quadras poliesportivas, salão de jogos, campo de futebol, quadras para vôlei e/ou tênis, quadra de areia, pistas para cooper e caminhada, equipamentos de ginástica, playgroud, espaço kids, sala de cinema, espaço gourmet, praças, bosques, redário, espaço ecumênico. Estas características de diferenciação no mercado também estão presentes nos loteamentos fechados. Essas ações no espaço urbano de Mossoró ocasionaram, em poucos anos, como se pode perceber, um novo padrão de moradia, não só pelas construções, mas pela adesão que as mesmas tiveram por parte da população mossoroense, inicialmente pelas classes alta e média alta, sendo seguidas pela classe média (média e baixa) por meio dos subsídios do Governo Federal. Quanto a isto, pode-se fazer uma observação levando em consideração que, após a liberação do alvará de construção, decorre um tempo para edificação dos empreendimentos. Muitos dos imóveis cujo alvará foi expedido após 2006 estavam terminados dois ou três anos depois, o que coincide com o momento do País em que a economia alcançou uma maior estabilidade, os juros estavam mais baixos e o crédito facilitado para a habitação. Em julho de 2009, o Programa Minha Casa Minha Vida foi regulamentado por meio da Lei 11.977 e tinha por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades habitacionais, requalificação de imóveis urbanos e produção ou reforma de habitações rurais, para famílias com renda mensal de até dez salários mínimos. A associação destes fatores resultou em um boom imobiliário no Brasil no começo de 2010. E em Mossoró não foi diferente. Após o investimento dos empreendedores imobiliários em áreas e imóveis direcionados à elite e à classe média inicialmente, outros investimentos vêm sendo realizados em áreas mais periféricas, direcionados a um público com um poder aquisitivo menor que ainda não possui habitação, embora os dados do censo 2010 do IBGE tenham revelado um contraste entre déficit habitacional e imóveis desocupados na cidade.

Acompanhando a realidade do Brasil, Mossoró é uma cidade de contrastes. Se milhares de pessoas não têm onde morar, bem mais gente tem casa de sobra. Enquanto Mossoró precisa de algo em torno de 5.200 moradias para eliminar o déficit habitacional, segundo a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Territorial e Ambiental (Sedetema), 13.113 domicílios simplesmente estão desocupados os donos moram em outros imóveis. Essa "sobra" foi constatada no Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pesquisou 86.628 domicílios em Mossoró. (SEDETEMA..., 2011). Para eliminar o déficit habitacional podem-se observar algumas ações públicas e privadas. Em janeiro de 2012 foram entregues 802 casas construídas com recursos do programa Minha Casa Minha Vida, o que corresponde ao novo conjunto habitacional da cidade, Monsenhor Américo Simonetti, localizado na zona Oeste da cidade, após o bairro abolição IV. Os moradores foram beneficiados com isenção, por parte da prefeitura municipal, do Imposto Sobre Serviço (ISS) e do Imposto Territorial Urbano (IPTU) por dez anos. No entorno do conjunto Monsenhor Américo Simonetti pode-se ainda verificar a construção de outras edificações, também populares e voltadas a um estrato social mais popular. Além de conjuntos populares, outros empreendimentos, direcionados a uma classe média (média e baixa) estão sendo construídos e comercializados pelas construtoras e imobiliárias em bairros mais periféricos, como o bairro Alto do Sumaré, na zona Leste da cidade e próximo a base da Petrobras, que tem sido alvo do mercado imobiliário para a construção de condomínios horizontais e verticais. Estas edificações, apesar da localização periférica, possuem também as características de condomínio clube, assim como os condomínios e loteamentos direcionados à elite, embora a qualidade ou a quantidade dos itens da construção sejam mais simples. Destarte, pode-se perceber que em Mossoró, especialmente nos últimos seis anos, tem havido de fato uma expansão de sua área urbana, seja por adensamento e/ou verticalização nos bairros elitizados e periféricos, e nesses últimos uma construção destinada a uma classe média (média e baixa), bem próximo ou vizinho às áreas de moradia dos pobres. Neste caso, observa-se que em Mossoró ainda é característico o modelo centro-periferia. Algumas considerações Pela análise dos dados da cidade de Mossoró e pela observação in loco, podemos inferir que a mudança no padrão de moradia para condomínios fechados, não está mais restrita a elite, mas também as classes médias (em todos os níveis) motivadas pela segurança e qualidade de vida, mesmo que as que tenham um menor poder aquisitivo habitem na periferia da cidade. Percebe-se ainda que Mossoró vem passando, nos últimos seis anos, por intenso processo de expansão urbana, inclusive nas áreas periféricas da cidade, permeado especialmente pela

verticalização e pelos condomínios horizontais. Cabe ainda colocar, que depois do Programa Minha Casa Minha Vida, outros demandas vem sendo incorporadas, de um público-alvo com menor poder aquisitivo, mas que deseja morar no mesmo padrão vigente das elites. Embora as localizações e morfologia dos imóveis sejam diferentes, a filosofia dos empreendimentos comercializados tem sido praticamente a mesma, a dos condomínios clubes. Assim, entende-se que mais pesquisas são necessárias para a compreensão desta forma de moradia, não apenas das elites, mas também, por oportuno dos condomínios dos moradores com menor poder aquisitivo para apreender o conteúdo social destes espaços e o impacto disto no espaço urbano. Referências bibliográficas CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. 2.ed. São Paulo: Ed. 34/Edusp, 2000. CORRÊA, Roberto Lobato. Diferenciação sócio-espacial, escala e práticas espaciais. Cidades, vol. 4, n. 6, 2007, p. 61-72. MIÑO, Oscar Alfredo Sobarzo; SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Urbanizaciones cerradas: reflexiones y desafios. Ciudades, Puebla-México, n.59, p. 37-43, jul./set., 2003. NOVAS áreas urbanas começam a se definir. De fato, Mossoró, 07 abril 2011. Mossoró. Disponível em:< http://www.defato.com/07_04_2011/mossoro.php>. Acesso em: 13 mar. 2012. ROCHA, Aristotelina Pereira Barreto. Expansão urbana de Mossoró (de 1980 a 2004): geografia dinâmica e reestruturação do território. Natal, RN: EDUFRN Editora da UFRN, 2005. SEDETEMA aponta que número de imóveis desocupados supera déficit habitacional. O mossoroense, Mossoró, 19 jun. 2011. Cotidiano. Disponível em: <http://p.download.uol.com.br/omossoroense/mudanca/pics/pdf/edicao_190611.pdf>. Acesso em: 10 maio 2012. SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Reflexões sobre a natureza da segregação espacial nas cidades contemporâneas. Revista de Geografia, Dourados-MS, n.4, p. 71-85, set./dez., 1996. VERTICALIZAÇÃO muda cenário de bairros mais periféricos. Correio da tarde, Natal e Mossoró, 16 jul. 2011. Correio Mossoró. Disponível em: <http:// www.correiodatarde.com.br/editorias/correio_mossoro-63992 >. Acesso em: 13 mar. 2012. VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 1998.