Técnicas utilizadas para estudo citogenético clínico. Prof. Dr. Bruno Lazzari de Lima

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Transcrição:

Técnicas utilizadas para estudo citogenético clínico Prof. Dr. Bruno Lazzari de Lima

Citogenética Clínica Estudo do cromossomo aplicado à prática da genética médica. 40 anos atrás Distúrbios cromossômicos microscopicamente visíveis associados à doenças humanas. Atualmente Análises cromossômicas de alta resolução.

Citogenética Clínica Importante categoria da genética médica. Contribuem para: Perdas reprodutivas. Malformações congênitas. Retardo mental. Mais de 100 síndromes identificáveis. Em termos coletivos, superior aos distúrbios mendelianos monogênicos. Distúrbios citogenéticos: 1% dos nativivos. 2% gestações de mulheres com mais de 35 anos. 50% de todos os abortos espontâneos.

Citogenética Clínica Indicações para a Análise Cromossômica: Problemas de crescimento e desenvolvimento iniciais. Retardo no desenvolvimento. Malformações múltiplas. Baixa estatura. Genitália ambígua. Retardo mental.

Citogenética Clínica Indicações para a Análise Cromossômica: Natimorto e morte neonatal. 10% dos natimortos (0,7% nativivos). 10% morte neonatal.

Citogenética Clínica Indicações para a Análise Cromossômica: Problemas de fertilidade. Mulheres com amenorreia. Casais com história de infertilidade. Abortos recorrentes. 3% até 6% dos casais.

Citogenética Clínica Indicações para a Análise Cromossômica: História familiar. Anomalia cromossômica suspeita ou confirmada em um parente de primeiro grau. Neoplasia. Todos os cânceres estão associados a uma ou mais anomalias cromossômicas.

Citogenética Clínica Indicações para a Análise Cromossômica: Gestação em uma mulher com idade avançada. Mulheres com mais de 30-35 anos de idade. Análise cromossômica fetal deve ser oferecida como uma parte rotineira dos cuidados pré-natais. Células fetais derivadas do líquido amniótico. (amniocentese). Biópsias das vilosidades coriônicas. Países onde o aborto é possível?

Hibridização In Situ com Fluorescência FISH (Fluorescent In Situ Hybridization). DNA nos cromossomos metafásicos fixados em lâminas é desnaturado no local. Sondas marcadas, são utilizadas na hibridização. Lâmina é avaliada em um microscópio de fluorescência.

Hibridização In Situ com Fluorescência Sondas: Sequências específicas de DNA. É marcada de tal forma que permita ser detectada a sua presença. Átomos radioativos. Corantes fluorescentes. Cromogênicos (substâncias incolores que produzem cor ao interagirem com um determinado meio).

Hibridização In Situ com Fluorescência

Hibridização In Situ com Fluorescência Localização de um fragmento específico. Localização de um braço ou de um cromossomo inteiro. Hibridação genômica comparativa. Cariotipagem espectral (SKY).

Hibridização In Situ com Fluorescência Localização de um fragmento específico.

Hibridização In Situ com Fluorescência Localização de um braço ou de um cromossomo inteiro.

Hibridização In Situ com Fluorescência Hibridação genômica comparativa.

Hibridização In Situ com Fluorescência Cariotipagem espectral (SKY).

Hibridização de Células Somáticas Técnica baseada no mapeamento por transferência cromossômica. Segmentos inteiros de um cromossomo são transferidos de uma célula doadora para uma célula receptora. Metodologia realizada em culturas celulares.

Hibridização de Células Somáticas Uma mistura de células somáticas de espécies diferentes é exposta a agentes que promovem fusão das membranas celulares. Ex.: Células humanas e de camundongo. Inicialmente o núcleo permanece separado. Heterocárions. Homocárions. Após a mitose, temos a fusão dos núcleos.

Hibridização de Células Somáticas As posteriores divisões resultam na perda números variáveis de cromossomos humanos. Assim teremos células filhas contendo números diferentes de cromossomos humanos. Estudo por mandeamento permite definir quais cromossomos permaneceram em cada célula.

Hibridização de Células Somáticas Montagem de painéis de mapeamento de células somáticas híbridas.

Hibridização de Células Somáticas O painel pode ser usado para o mapeamento de um gene ou um segmento de DNA humano. Assim é possível determinar em qual cromossomo encontra-se um determinado gene.

Hibridização de Células Somáticas

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana Em 1976, no Congresso Internacional de Genética Humana que ocorreu no México, foi criado um comitê internacional o ISCN International System For Human Cytogenetic Nomenclature (Sistema internacional de nomenclatura dos cromossomos humanos).

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana ISCN 1978 que resumiu todas decisões tomadas nas reuniões de Denver, Londres, Chicago e Paris. ISCN 1981 que incorporou as técnicas de alta resolução. ISCN 1991 com as recomendações para a citogenética das neoplasias. SCN 1995 incluindo a nomenclatura para a técnica molecular de Hibridação in situ fluorescente (FISH). ISCN-2005 com a inclusão de ideogramas com diferentes níveis de resolução e a nomenclatura da técnica de Hibridação in situ foi modernizada e a explicação simplificada.

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana Classificação dos cromossomos em 7 grupos (A a G). Descrição do cariótipo e das anomalias cromossômicas. Identificação dos cromossomos individuais pelos métodos de bandeamento.

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana A cada cromossomo é dado um número correspondente ao tamanho decrescente dos mesmos (exceção aos cromossomos 21 e 22). identificados pela sua morfologia, correspondente as bandas de cada um.

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana

Sistema Internacional de Nomenclatura de Citogenética Humana Cariótipo normais - 46,XX ou 46,XY. Haplóide - 23,X ou 23,Y. Monossomia - 45,XX,-7. Trissomia - 47,XX,+21. Mosaico - 46,XX/47,XX,+21. Deleção - del(5)(q12q33). Inserção - ins(3;3)(q21q26). Translocação - t(9;22)(q34.1;q11).