Comunicado Técnico 10

Documentos relacionados
Noções de Nutrição Animal com Ênfase nos Ruminantes parte I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PROGRAMA DE DISCIPLINA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus Experimental de Dracena PROGRAMA DE ENSINO CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ZOOTECNIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Campus Experimental de Dracena PLANO DE ENSINO CURSO DE GRADUAÇÃO EM: ZOOTECNIA

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO DE LEITE EM SISTEMAS PASTORIS

NRC Gado Leiteiro Nutrição para máxima eficiência produtiva e reprodutiva

Programa Analítico de Disciplina ZOO448 Fundamentos de Análise de Alimentos para Animais

CARACTERÍSTICAS BROMATOLÓGICAS DA SILAGEM DE SORGO EM FUNÇÃO DE DUAS DATAS DE SEMEADURA COM DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS NO SUL DE MINAS GERAIS

EMENTA DE DISCIPLINA

I N O V A Ç Õ E S T E C N O L Ó G I C A S N A C O N S E R V A Ç Ã O D E F O R R A G E N S E A L I M E N T O S V O L U M O S O S

AVALIAÇÃO DO TEMPO DE FERMENTAÇÃO DA SILAGEM DE MILHO SOBRE A QUALIDADE BROMATOLOGICA

Comunicado Técnico. Coleta e Envio de Amostras para Análise de Composição no Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal

Volumosos. Volumosos. Volumosos. Volumosos. Alimentos utilizados na alimentação Animal. Marinaldo Divino Ribeiro

A Mandioca na Alimentação Animal

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DE RAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE DE UMA EMPRESA DA BAHIA.

Partição de energia e sua determinação na nutrição de bovinos de corte CAPÍTULO. Sérgio Raposo de Medeiros Tiago Zanetti Albertini

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

11 a 14 de dezembro de Campus de Palmas

FORMULAÇÃO DE RAÇÕES PARA ANIMAIS DE PRODUÇÃO

VALOR NUTRITIVO DE TORTAS E SEMENTES DE OLEAGINOSAS

Silagens: 13/03/2013. Bases para Análise de Alimentos - amostragem. Amostrar nos vários locais do silo:

SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS GIOVANI RODRIGUES CHAGAS ZOOTECNISTA

CARACTERÍSTICAS BROMATOLÓGICAS DA SILAGEM DO HÍBRIDO DE MILHO 2B587PW SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO EM ADUBAÇÃO DE COBERTURA

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVAS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CURSO DE FARMÁCIA Reconhecido pela Portaria MEC nº 220 de , DOU de PLANO DE CURSO

USO DA MACAÚBA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

CAPÍTULO. Valor nutricional dos alimentos na nutrição de ruminantes e sua determinação. Sérgio Raposo de Medeiros Carolina Tobias Marino

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM SAFRA 2017/2018. Campinas 21 de junho de 2018

Palavras-chave: caatinga, composição química, forrageiras, nutrição animal, semiárido.

Universidade Federal do Tocantins (UFT). Mestrandos em Agroenergia.

Silagem: conceitos e parâmetros para análise de qualidade

COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE IN VITRO

EDITAL Nº 08/2018 CONCURSO DE MONITORIA

MATÉRIA MINERAL, CARBOIDRATOS TOTAIS E NÃO FIBROSOS DE PALMA FORRAGEIRA DOCE MIÚDA EM PERÍODOS DE ARMAZENAMENTO

PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS E ANÁLISE QUÍMICA DAS PLANTAS FORRAGEIRAS

Relação entre variáveis bromatológicas em silagens de milho produzidas no sudoeste do Paraná

O papel da suplementação na Pecuária Leiteira

ESCOLHA DO HÍBRIDO DE MILHO PARA SILAGEM. Prof. Dr. Renzo Garcia Von Pinho Departamento de Agricultura UFLA

Passo a passo para fazer uma silagem com máxima qualidade e o mínimo de perdas

s: 1

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

O QUE AVALIAR PARA COMPRAR UM FENO DE QUALIDADE *

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DO CAPIM MULATO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO NITROGENADA DURANTE O CRESCIMENTO

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

FRACIONAMENTO DE PROTEÍNAS DO CONCENTRADO COM NÍVEIS CRESCENTES DE MILHETO EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO EM DIETAS DE OVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO

MOMENTO SILAGEM. #3 Interpretação de Análise Bromatológica

Airon Aparecido Silva de Melo

Coprodutos e subprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos

AULA 3. Prof a Dra. Rosa Lúcia Carneiro da Silva

ANÁLISES BROMATOLÓGICAS E MINERALÓGICAS DAS TORTAS DE AMENDOIM, GIRASSOL E MAMONA

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL 1. HISTÓRICO E IMPORTANCIA DOS ESTUDOS COM NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO:

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO RESÍDUO SÓLIDO ORIUNDO DA EXTRAÇÃO DE AZEITE DE OLIVA RESUMO

NUTRIÇÃO ANIMAL PROF.(A) KÁSSIA AMARIZ PIRES

DEGRADABILIDADE IN SITU DA MATÉRIA SECA, PROTEÍNA BRUTA E FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO DE TRÊS HÍBRIDOS DE SORGO PARA CORTE/PASTEJO

Produção e Composição Bromatológica de Cultivares de Milho para Silagem

DETERMINAÇÃO DAS FRAÇÕES PROTÉICAS E DE CARBOIDRATOS DA SILAGEM DO TERÇO SUPERIOR DA RAMA DE MANDIOCA:TIPO DE PROCESSAMENTO E TEMPO DE ARMAZENAMENTO1

USO DA ESPECTROSCOPIA DE INFRAMERVEMELHO PRÓXIMO (NIRS) PARA A DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE BROMATOLÓGICA DE SILAGEM 1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

E-book: Análise de fibras em rações animais. Fibra bruta, fibra detergente neutra e fibra detergente ácida as normas e as opções de automação

Conservação de Forragens. Professora Augusta Romaniello

Importância da qualidade de fibra na dieta de bovinos de leite e novos conceitos de fibra em detergente neutro - FDN

Palavras-chave: Avena sativa, Avena strigosa, Valor nutricional. INTRODUÇÃO

Revista Eletrônica Nutritime, Artigo 113. v. 7, n 03 p , Maio/Junho 2010 RESTOS DO ABACAXIZEIRO NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES

FRACIONAMENTO DA PROTEÍNA E DO CARBOIDRATO E DIGESTIBILIDADE IN VITRO DE PRODUÇÃO DE GASES DE PASTAGEM DE HÍBRIDOS DE SORGO PARA CORTE/PASTEJO

Nome: Alimento / matéria-prima analisada Ano Lectivo:

Introdução. Conceitos aplicados a alimentação animal. Produção animal. Marinaldo Divino Ribeiro. Nutrição. Alimento. Alimento. Nutriente.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

CUSTO DE PRODUÇÃO DE TOURINHOS NELORE ALIMENTADOS COM DIETAS À BASE DE FUBÁ OU MILHO DESINTEGRADO COM PALHA E SABUGO (MDPS) Introdução

AVALIAÇÃO DOS COMPONENTES NUTICIONAIS DO FARELO DE MESOCARPO DE BABAÇU PARA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS.

Uma das maneiras de reduzir os efeitos da

PALMA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS Airon Aparecido Silva de Melo. Zootecnista, D.Sc. Professor UFRPE - UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

Avaliação química de resíduo de fecularia

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO GLICEROL PARA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

VALOR NUTRICIONAL DE SILAGENS DE TEOSINTO COM ADIÇÃO DE FARELO DE TRIGO

IMPLANTAÇÃO DE METODOLOGIAS PARA DETERMINAÇÃO DE FIBRA ALIMENTAR

ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS A PASTO. Dr. Antonio Ferriani Branco Prof. Associado/DZO-UEM

CALIBRAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE ESPECTROSCOPIA DE INFRAVEMELHO PRÓXIMO (NIRS) PARA A DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL DO TRIGO GRÃO 1

Produtividade: Interação entre Adubação Fosfatada de Pastagens e Suplementação Mineral

COMPOSIÇÃO QUIMICA DE FARINHAS DE DIFERENTES ESPÉCIES DE INSETOS COMO INGREDIENTE PARA RAÇÃO ANIMAL

AVALIAÇÃO DE SILAGENS DE SOJA ENRIQUECIDAS COM MELAÇO DE CANA E MILHO TRITURADO

INSTITUTO DE ZOOTECNIA - IZ

Avaliação do perfil de fermentação de dezoito variedades de cana-de-açúcar cultivadas na região de Bambuí em Minas Gerais

Importância das Pastagens na Produção de Leite dos Campos Gerais

Análise da composição química de cinco variedades de capim-elefante por métodos diferentes

Comunicado Técnico. Uso de Cana-de-açúcar na Alimentação de Ruminantes

Gado de Leite. NRC Gado Leiteiro. Nutrição para máxima eficiência produtiva e reprodutiva. Antonio Ferriani Branco

Avaliação Nutricional da Panicum maximum cv. Mombaça Produzidas em Sistemas Silvipastoris com Diferentes Densidades de Palmeiras de Babaçu

PROGRAMA DE DISCIPLINA

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DE SUBPRODUTOS DO BIODIESEL

COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA DOS FENOS DE GRAMA ESTRELA, PARTE ÁREA DE MANDIOCA E BRACHIARIA MG4 PRENSADO NO SUDOESTE BAIANO 1

Coprodutos e subprodutos agroindustriais na alimentação de bovinos

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO FRUTO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CASCA DE MARACUJÁ AZEDO

SORGO - UMA BOA ALTERNATIVA PARA REDUÇÃO DOS CUSTOS DE ALIMENTAÇÃO

Manejo nutricional de vacas em lactação

AVALIAÇÃO DA FRAÇÃO PROTEICA DOS GRÃOS SECOS DE DESTILARIA COM SOLÚVEIS DE MILHO E DA TORTA DE ALGODÃO

Palavras-chave: Biomassa, Alimento alternativo, Caprinos, Feno de Aguapé..

Transcrição:

Comunicado Técnico 10 ISSN 2177-854X Maio. 2011 Uberaba - MG Análise Bromatológica e Coleta de Amostras Instruções Técnicas para a coleta de amostras com êxito nos resultados Responsável: Renata Soares Serafim E-mail: renata@fazu.br Zootecnista; Dra. Produção Vegetal; Professora FAZU

CONCEITOS IMPORTANTES Entende-se por Bromatologia, a ciência que estuda os alimentos, que deverão ser analisados, a fim de se determinar seu valor nutritivo, ou seja, sua composição química e digestibilidade direcionados ao maior consumo de massa seca. Ao criador que espera maior produtividade do rebanho, cabe fornecer alimentos nutritivos, que não só saciem a sensação de fome dos animais, mas também que atendam às exigências dos microrganismos ruminais. Não existem alimentos completos, portanto sempre haverá a necessidade de analisá-los e suprir a deficiência de um ou outro nutriente requerido pelo animal. Alimento é a substância que, quando consumida, garante o ciclo regular da vida de um indivíduo e a sobrevivência da espécie à qual pertence Nutriente é o grupo de constituintes dos alimentos de igual composição química que ajuda a manter a vida do animal (ANDRIGUETO et al., 1986). CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Os alimentos são compostos por água e massa seca. Quando submetidos à ação do calor por um determinado período de tempo a água evapora, restando a massa seca. Nesta, estão contidos os compostos nitrogenados (proteínas), lipídeos, carboidratos e minerais. Podemos classificar os alimentos como volumosos e concentrados. São considerados volumosos aqueles cujo teor de fibra encontra-se acima de 18%, além de apresentarem baixo conteúdo energético. Os alimentos concentrados dividem-se em dois grupos: os concentrados energéticos, que têm teores de fibra e proteína bruta menores que 18%, e os concentrados protéicos são aqueles cujo teor de proteína bruta excede 18%. Os concentrados apresentam alto valor energético (LANA, 2005). MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS ALIMENTOS O sistema de análise de Weende, também conhecido como sistema de análise proximal para a determinação da composição de plantas forrageiras, vem sendo usado desde 1890. Este método de avaliação consiste em fracionar o alimento em água, cinzas (MM), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), extrato etéreo (EE) e extrativos não nitrogenados (ENN). O conteúdo de água é avaliado mediante a determinação da perda de peso da amostra após a secagem em estufa de circulação forçada de ar ou à 105ºC. As cinzas são quantificadas após a incineração da amostra a 600ºC. A fração proteína bruta é determinada pelo método Kjeldhal, onde o nitrogênio total (NT) da amostra é dosado, e a seguir multiplicado por 6,25, considerando-se que as proteínas contêm 16% de nitrogênio. A fibra bruta é avaliada mediante o tratamento da forragem com soluções de ácido e base fracas. No entanto, é importante ressaltar que alguns componentes da fibra, como a lignina e a hemicelulose, são solubilizados por estes produtos químicos. A fração extrato etéreo é obtida após o tratamento da amostra com éter, sendo considerada como a porção de lipídeos (gordura) do alimento. Finalmente, a fração extrativo não nitrogenado é calculada por diferença, onde se subtrai de 100 os valores encontrados nos demais componentes analisados, ou seja, ENN = 100 (PB + FB + EE + MM). O sistema proximal é a base para o cálculo do conteúdo de nutrientes digestíveis totais (NDT), segundo a fórmula: NDT = PD + (EED x 2,25) + FD + ENND.

Levando-se em consideração a solubilização de certos componentes da fibra nos reagentes utilizados, o sistema de Weende foi considerado insatisfatório do ponto de vista nutricional por não oferecer segurança sobre os carboidratos, daí a importância da criação de um novo método de análise criado por Van Soest e Wine, em 1967, para a determinação da fibra em sistema onde são utilizados os detergentes neutro e ácido para a solubilização da parede celular das forrageiras. No método de Van Soest, os referidos autores fracionaram a fibra bruta em fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA), e estabeleceram que a planta é dividida em duas porções: conteúdo celular e parede celular. O método de análise consiste no tratamento da forragem com uma solução contendo detergente neutro a qual solubiliza o conteúdo celular constituído por açúcares solúveis, amido, lipídeos, pectina, nitrogênio não protéico, proteína, vitaminas e minerais. Com o uso deste detergente, permanece insolúvel a parede celular ou fibra em detergente neutro (FDN), composta por celulose, hemicelulose, lignina, queratina e sílica. Em outra etapa, a amostra é tratada com uma solução contendo detergente ácido, que solubiliza o conteúdo celular e também a fração hemicelulose, permanecendo insolúveis as porções referentes à lignina e celulose. Esta fração é conhecida como fibra em detergente ácido (FDA). AMOSTRAGEM DE ALIMENTOS A amostragem é o ponto de partida para o a obtenção de resultados válidos do valor nutritivo dos alimentos. Uma amostragem adequada garante o sucesso de uma análise bromatológica, e consequentemente, bons resultados zootécnicos. Uma vez amostrado incorretamente, o erro permanecerá até o final da análise. COLETA DE AMOSTRAS Antes de sair a campo algumas perguntas devem ser respondidas, para que haja máxima acurácia na amostragem, e consequentemente, nos resultados obtidos. Dentre as perguntas, devem constar: Local e horário de coleta? Ferramentas a serem utilizadas? Quantos pontos de coleta? Quantidade a ser coletada? Quando encaminhar ao laboratório? Quais análises serão feitas? De posse das respostas, pode-se iniciar os preparativos para uma coleta segura e com a menor margem de erro possível. COLETA DE FORRAGEM DIRETAMENTE DAS PASTAGENS Para a coleta de forragens, deve-se levar em consideração o tamanho e a homogeneidade da área a ser amostrada. Quanto maior a área e mais heterogênea, mais pontos devem ser tomados para que a área amostrada represente o todo. Recomenda-se um total de 5 a 50 pontos/ha, dependendo das condições do terreno e da pastagem (BRANCO, 2005). Pode-se utilizar uma moldura quadrada ou retangular, com área variável, de acordo com a espécie forrageira, e o lanço da moldura será realizado de forma aleatória. Para áreas sob pastejo, recomenda-se a coleta considerando o que os animais vão consumir. Ainda que falte a prática, uma atenta observação e bom senso são suficientes para realizar uma boa amostragem imitando o pastejo dos animais. Deve-se reunir todas as sub-amostras que representem a pastagem, e se necessário, reduzir a quantidade para cerca de 1 a 2 kg para ser enviada ao laboratório. COLETA DE SILAGENS A coleta de silagem pode ser realizada antes do seu processamento, onde os principais nutrientes pouco se diferem na forragem fresca e da conservada (tanto no feno como na silagem), desde que o

processamento tenha sido adequado. Pode-se coletar cerca de 20 sub-amostras da massa fresca (préensilagem), ao longo do dia, em cada lote. Em silos fechados, pode-se recorrer ao uso de perfuradores, como indicam as Figuras 1 e 2, tomando-se sempre o cuidado de vedar os furos onde introduziu-se o perfurador no momento da coleta. Figura 1 - Amostragem em silos fechados com perfuradores. Fonte: SCHROEDER; SEDIVEC, 1993. Figura 2 - Locais específicos para coleta de silagem. Fonte: ANDERSON et al., 2007. Recomenda-se congelar as amostras quando o laboratório estiver distante do local de coleta, a fim de preservar as características físico-químicas da silagem, e desta forma obter um resultado confiável ao final da análise bromatológica. COLETA DE FORRAGENS FENADAS Para coleta em fardos de feno usar amostrador tipo sonda com 12 a 18 cm de comprimento (Figura 3), bem afiado, de modo a entrar no fardo com a mínima deformação. Recomenda-se coletar cerca de 15-20 fardos, retirando a amostra bem do centro de cada um deles. Coletar de 8 a 15 cm de espessura. As amostras devem ser tomadas para cada "lote" de feno considerando-se a mesma colheita; mesmo campo; mesma espécie e variedade; mesmas condições de colheita; mesmo método de enfardamento e armazenagem. Todas as condições iguais para não haver disparidades no resultado laboratorial (TAYLOR, 1995).

Figura 3 - Amostrador tipo sonda. Fonte: SCHROEDER; SEDIVEC, 1993.

REFERÊNCIAS ANDERSON, B.; MADER, T.; KONONOFF, P. Sampling Feeds for Analyses. Dairy Feeding & Nutrition. University of Nebraska Lincoln Extension Publications. 2007. Disponível em: http:// http://www.ianrpubs.unl.edu/epublic/pages/publicationd.jsp?publicationid=729 ANDRIGUETO, J. M. et al. Nutrição animal. 4. ed. São Paulo: NOBEL, 1986. 395 p. LANA, R. P. Nutrição e alimentação animal: mitos e realidades. 1. ed. Viçosa: UFV, 2005. v. 1. 344 p. MEDEIROS, S. R. Visão geral, coleta e envio de amostras. In.: CURSO SOBRE VALOR NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS E ANÁLISE BROMATOLÓGICA PARA RUMINANTES. Beef Point, 2005. SCHROEDER, J. W.; SEDIVEC, K. Sampling feeds for analyses, 1993. Disponível em: http://www.ag.ndsu.edu/pubs/ansci/livestoc/as1064w.htm SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análises de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3. ed. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2002. 235p. VAN SOEST, P. J.; WINE, R.H. Use of detergents in the analysis of fibrous feeds. IV. Determination of plant cell wall constituents. J. of the Association of Official Analytical Chemists. v. 50, p. 50-55, 1967. TAYLOR, R. W. Hay sampling and grading. Cooperative Extension, University of Delaware. College of Agriculture & Natural Resources. 1995. Disponível em: ttp://ag.udel.edu/extension. O sucesso do seu negócio depende de uma boa orientação técnica. CONSULTE UM ZOOTECNISTA. Laboratório de Análise de Solo Laboratório de Análise de Nutrição Animal Laboratório de Análise Microbiológica de água e alimentos Laboratório de Análise Físico-Química de alimentos Av. do Tutuna. nº 720. Bairro Tutunas CEP: 38061-500. Uberaba-MG (34) 3318.4188. 0800 34 30 33